Cidades

PORTO MURTINHO

Ponte da rota bioceânica atrasa e conclusão fica para 2026

Porém, mesmo que ficasse pronta em 2025, ela não poderia ser utilizada porque as obras de acesso estão só começando e vão levar ao menos dois anos

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Inicialmente previstas para serem concluídas em novembro do próximo ano, as obras da ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho, devem sofrer um pequeno atraso e agora a previsão é de que os trabalhos terminem em fevereiro de 2026. 

Este atraso, porém, não fará diferença na implementação da chamada rota bioceânica, já que as obras de acesso a essa ponte no lado brasileiro mal começaram e devem ser concluídas somente no final de 2026, caso o cronograma seja cumprido à risca. 

Além disso, do lado paraguaio, as obras de pavimentação de rodovias também só devem ser concluídas no final de 2026.

O trecho entre as cidades de Mariscal Estigarríbia e Poso Hondo, já próximo da fronteira com a Argentina, está em andamento e deve ficar pronto na mesma época em que serão concluídos os trabalhos de acesso à ponte em Porto Murtinho. 

As informações foram repassadas durante reunião de acompanhamento das obras da Rota Bioceânica na tarde dessa quinta-feira (3), coordenada pela Divisão de Integração de Infraestrutura do Ministério das Relações Exteriores.

O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, que participou da reunião, informou que o atraso na conclusão da ponte foi comunicado pelo Consórcio PYBRA, responsável pela obra. 

A ponte sobre o Rio Paraguai terá 1,3 mil metros e cerca de 60% dos trabalhos estão concluídos. Os custos, orçados em cerca de 95 milhões de dólares, estão sendo bancados pela Itaipu Binacional. 

“Vínhamos trabalhando com a possibilidade de ficar pronta em novembro de 2025, mas agora ficou para fevereiro de 2026. As obras estão em ritmo normal, já conseguiram recuperar o atraso da paralisação no lado brasileiro, então as contratações estão todas andando”, afirmou o secretário.

VAI DEMORAR

Mas, a parte mais atrasada é mesmo a construção da alfândega e dos 13 quilômetros da rodovia que vão interligar a BR-267 à ponte. Segundo Jaime Verruck, “já montaram o canteiro de obra e já receberam a ordem de serviço. Estão contratando as pessoas e iniciarão pela construção das pontes”.

No dia 20 de setembro, durante evento na Federação das Indústrias, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que as obras estavam começando exatamente naquele dia. 

“Eu fiz questão de vir hoje aqui na Fiems, porque é pé quente. Exatamente hoje começou a obra da alça dos 13 quilômetros. É importante lembrar que é uma alça, ela é suspensa tanto no início quanto no final da ponte, então ela tem uma complexidade. A ordem de serviço a gente deu em dezembro e a previsão era que as obras começassem em março. Mas o importante é que hoje iniciou”, afirmou a ministra naquele dia. 

As obras foram contratadas por R$ 472 milhões e serão bancadas pelo Governo Federal. A previsão é de que os trabalhos se estendam por dois anos e a meta é que ainda antes do final de seu terceiro mandato, no final de 2026, o presidente Lula venha a Porto Murtinho para inaugurar tanto a alça de acesso quanto a ponte, segundo a ministra.

A licitação das obras de acesso foi oficializada pelo DNIT em 16 de novembro do ano passado e o vencedor foi um consórcio denominado PDC Fronteira, formado pelas empreiteiras Caiapó, Paulitec e DP Barros, de Goiás e São Paulo, que venceram por terem oferecido o menor preço. 

A previsão é de que sejam gerados, inicialmente, 280 postos de trabalho diretos e 160 indiretos. 

Além do investimento de quase meio bilhão de reais na alça de acesso à ponte, o Governo Federal prevê investimento de R$ 200 milhões na recuperação do trecho final da BR-267, entre e Alto Caracol e Porto Murtinho.

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INTERIOR DO ESTADO

Custo das obras do aeródromo de Inocência fica 18% mais caro

Serviço começou há 10 meses no município que deve receber a maior fábrica de celulose do mundo e já tinha ganhado em março investimento de R$ 3 milhões para "sinalização noturna"

07/04/2025 10h59

Em valores absolutos, a execução teve um acréscimo de R$ 2.931.608,81. 

Em valores absolutos, a execução teve um acréscimo de R$ 2.931.608,81.  Reprodução/Agesul

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Cerca de dez meses após o início das obras,  o contrato para obras que vão tirar o aeródromo de Inocência do papel recebeu seu primeiro termo aditivo confirmado em extrato publicado hoje (07) no Diário Oficial do Governo de Mato Grosso do Sul. 

Segundo o Governo do Estado, a execução do serviço de Implantação de PPD, taxiway, cerca operacional e pátio para o aeródromo de Inocência teve acréscimo de 18.22% no contrato.

Em valores absolutos, a execução inicialmente prevista para custar R$16 milhões saltou para R$19.020.606,83, um acréscimo de R$ 2.931.608,81. 

A obra desse aeroporto em Inocência - que servirá para a fábrica de R$ 28 bi da Arauco - teve início em meados 2024 e quando estava com cerca de 15% de execução em junho do ano passado, tinha entrega prevista até junho/julho deste 2025. 

Porém, o aditivo ao valor trouxe também a prorrogação do prazo de execução do contrato, que chega ao fim em 13 de outubro de 2025. 

Além disso, cabe destacar que o Governo do Estado confirmou mais recentemente até mesmo a  “execução do sistema de sinalização noturna” no novo aeródromo da cidade, ao preço de R$ 3.138.037,95. 

Longe cerca de 330 km da Capital de Mato Grosso do Sul, Inocência conta com cerca de 8,4 mil habitantes, mas está prestes a ser palco da maior fábrica de celulose do mundo.

Para comportar toda essa mão de obra, a Arauco prevê investimento de R$ 242 milhões para a construção de alojamentos dos trabalhadores que vão atuar na instalação da fábrica. 

Entre as aeronaves que devem usufruir do novo aeródromo, o avião turbo-hélice modelo ATR 72-600, da empresa Imetame, que chamou a atenção recentemente no Aeroporto Internacional de Campo Grande por trazer dezenas de trabalhadores que iriam para a fábrica de celulose de Ribas do Rio Pardo.

Avance Construtora

Responsável pela execução no aeródromo de Inocência, a empresa AVANCE CONSTRUTORA que abocanhou esse aditivo recente de quase três milhões de reais é responsável por tocar outras obras pelo interior do Estado. 

Entre elas, a Avance é responsável pelas obras de asfalto e drenagem em Miranda pelo valor de R$ 1,8 milhão, conforme extrato de contrato que veio à tona em junho de 2024 com validade de um ano. 

Antes disso, porém, a Avance Construtora já era contratada, por R$ 46,069 milhões para obra na rodovia de acessão ao Porto São Pedro, em trabalhos de implantação de revestimento primário retomados sem as devidas licenças ambientais, como noticiou o Correio do Estado. 

A Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) foi procurada, para que pudesse esclarecer quais mudanças justificam o aumento concedido pelo aditivo, bem como se posicionar a respeito, porém, até o fechamento da matéria não foi obtido retorno. O espaço segue aberto. 

 

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MATO GROSSO DO SUL

Estudo prevê nova reserva ambiental de 160 mil hectares no Pantanal

Área delimitada fica na região do Baixo Rio Taquari, em Corumbá, sob duração de sete meses, do qual fica proibida qualquer atividade que possa degradar a localidade

07/04/2025 10h45

Estudo prevê nova reserva ambiental de 160 mil hectares no Pantanal

Estudo prevê nova reserva ambiental de 160 mil hectares no Pantanal Foto: Gerson Oliveira/Arquivo/Correio do Estado

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De acordo com publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda-feira (07), o Governo limitou uma área de 160 mil hectares, na região do Baixo Rio Taquari, em Corumbá, para um estudo que prevê uma nova reserva ambiental no Pantanal.

Segundo o decreto, o período para realização de estudos é de sete meses e não será prorrogado, do qual tem o objetivo final criar uma unidade de conservação, ou seja, uma área protegida por lei que visa preservar a natureza e a biodiversidade de determinada região. Durante esses 210 dias, está proibida algumas práticas no local:

  1. Atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental;
  2. Atividades que importem a exploração a corte raso da floresta e das demais formas de vegetação nativa;
  3. Exploração direta dos recursos naturais.

Porém, há exceções, como as “atividades agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e as obras públicas licenciadas na forma da lei”. Ao todo, a limitação administrativa provisória tem perímetro de 291,6 mil metros.

O acúmulo de problemas na região começou a se formar na década de 1970, quando houve uma maior colonização e perda de vegetação arbustiva de áreas secas. 

Essa condição acabou acelerando a sedimentação em diferentes trechos dos 800 km do Rio Taquari, que possui uma característica de ter um solo mais frágil e propenso a erosões. 

Depois, ocorreram os chamados arrombados, que são fechamentos de canais do rio. Esses processos podem ser feitos de forma natural, bem como por ação humana. 

A erosão e a deposição de sedimentos transformaram o Rio Taquari em um sistema instável e ramificado, e o maior problema identificado foi a inundação permanente de uma região de cerca de 11 mil km², área equivalente ao Catar, país que sediou a Copa do Mundo em 2022.

Há oito dias, como reportado pelo Correio do Estado, o governo do Estado tenta conseguir mais recursos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mesmo com investimento total de R$ 10 milhões já garantidos, para combater a erosão e o assoreamento que impactam o Cerrado, o Pantanal e as comunidades locais.

Recuperação ambiental

No final de março deste ano, o Governo de Estado de Mato Grosso do Sul declarou como utilidade pública, para fins de desapropriação, duas áreas de terra da Fazenda Taquari. Medindo ao todo 121 hectares de extensão, as terras serão destinadas a integrar o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari.

Uma das áreas mede 49,606 ha e corresponde a uma gleba de terras da propriedade localizada no município de Costa Rica. A outra área, de 72,4585 ha, fica no município de Alcinópolis e corresponde a uma área de terras pastais e lavradias.

No ano passado, o Parque Estadual do Rio Taquari protagonizou o maior projeto de recuperação ambiental do país. Por meio da ação "Sementes do Taquari", realizada pelo Imasul, o Governo do Estado plantou mais de 270 mil mudas no parque, que possui área total de 30.618 ha.

A primeira etapa do projeto consistiu em executar ações de conservação do solo, que incluem terraceamentos e correção 29 voçorocas que comprometiam aproximadamente 40 hectares. Nessa etapa as empresas parceiras que custearam os serviços foram a Ômega Energia e a Restaura Spaço Engenharia.

De acordo com o geógrafo Rômulo Louzada, um dos responsáveis técnicos pelo projeto, as voçorocas geralmente são causadas pela combinação de chuvas intensas, falta de cobertura vegetal e práticas inadequadas de manejo do solo, o que resulta em um processo de erosão severa que pode levar à degradação do ambiente e à perda de terras férteis.

Já na segunda etapa do projeto foi feito o plantio das mudas por meio da Organização Não Governamental (ONG) Oreades e com custeio das empresas Cargil, ATVOS e Adecoagro.

Rio Taquari

Em fevereiro, foi anunciado que o Rio Taquari passará por um processo de recuperação, ao longo de quatro anos, com investimento de R$ 6,7 milhões. O objetivo será combater a erosão e o assoreamento que impactam o Cerrado, o Pantanal e as comunidades locais.

De acordo com um estudo apresentado no Fórum Mundial da Água em 2006, que envolveu pesquisadores da Embrapa Pantanal e dos institutos holandeses Wageningen University & Research e Wageningen Environmental Research, também chamado de Alterra, o tamanho da Bacia do Alto Taquari é de 29 mil km² (quase a área da Bélgica), e a área do leque aluvial no Pantanal é de cerca de 5 mil km². 

Esse trabalho científico destacou que o Rio Taquari, localizado em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, possui o maior leque aluvial (depósito de sedimentos ou fragmentos de rochas) do mundo e representa um dos principais afluentes do Rio Paraguai, com 16% de contribuição para formar o Pantanal.

*Colaboraram Glaucea Vaccari e Mariana Piell

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