A população indígena de Mato Grosso do Sul mais do que dobrou no período de 12 anos, saltando de 77.025 em 2010 para 116.346 em 2022, aumento de 51,04%.
Apesar do aumento expressivo no número de indígenas, Mato Grosso do Sul caiu uma posição no ranking de estados com maior número de povos originários.
Dados são do Censo 2022 Indígenas, divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em números absolutos, em 2010 o Estado ficava atrás apenas do Amazonas, mas foi superado pela Bahia em 2022. No ranking atual, Amazonas tem 490.854 pessoas indígenas e a Bahia 229.346.
Já em proporção, a população indígena representa 4,22% do total de habitantes de Mato Grosso do Sul, sendo também a terceira maior taxa do País, atrás de Roraima (15,29%) e Amazonas (12,45%). Nesse ranking, o Estado manteve a mesma posição ocupada em 2010.

De acordo com a responsável pelo projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, o aumento do número de indígenas no período é explicado majoritariamente pelas mudanças metodológicas feitas para melhorar a captação dessa população.
“Só com os dados por sexo, idade e etnia e os quesitos de mortalidade, fecundidade e migração será possível compreender melhor a dimensão demográfica do aumento do total de pessoas indígenas entre 2010 e 2022, nos diferentes recortes. Além disso, existe o fato de termos ampliado a pergunta ‘você se considera indígena?’ para fora das terras indígenas. Em 2010, vimos que 15,3% da população que respondeu dentro das Terras Indígenas que era indígena vieram por esse quesito de declaração”, explica.
O coordenador do Censo Dourados, Leandro Dourados, explica que na aplicação do questionário, na questão de cor ou raça havia a opção indígena. Caso a pessoa declarasse indígena, a partir daí já era aplicado o questionário específico sobre etnia, língua, entre outros.
O supervisor de divulgação do Censo 2022 em MS, Fernando Gallina, afirma que o aumento de Terras Indígenas no período também influencia no aumento da população.
"Quando a gente fez a catalogação das terras indígenas ao longo dos anos, entre 2010 e 2022, houve um processo de regularização de seis terras indígenas aqui em Mato Grosso do Sul, o que fez com que houvesse um aumento no número de pessoas indígenas em Terras Indígenas também por um fator de legalização", explica.
As seis novas unidades territoriais que Gallina se refere e foram adicionadas ao Estado nos últimos 12 anos são Jatayvari, Cachoeirinha, Ofayé-Xavante, Yvy-Katu, Taunay/Ipegue e Buriti.
No total, são 43 Terras Indígenas em Mato Grosso do Sul.
Municípios
Conforme o Censo, todos os 79 municípios sul-mato-grossenses têm presença indígena.
Os municípios com os maiores percentuais desta população são Japorã, onde mais da metade da população é declarada indígena, com 57,81%, seguida por Paranhos, com 43,38% e Tacuru, com 39,38%.
Já em números, as cidades com maior quantitativo de pessoas indígenas são Campo Grande, com 18.439 habitantes; Dourados, com 12.054 e Amambai com 9.988.
Do total de 116.346 indígenas do Estado, 69.886 vivem em Terras Indígenas, correspondendo a 58,91%, enquanto 47.812 (41,09%) indígenas vivem fora das terras.
A Terra Indígena com maior população no Estado é a Dourados (13.673), que também é a sexta maior do País, seguida por Amambai (6.864), Caarapó (4.418) e Porto Lindo (3.716).
Brasil
A população indígena do país chegou a 1.693.535 pessoas em 2022, o que representa 0,83% do total de habitantes.
Um pouco mais da metade (51,2%) estava concentrada na Amazônia Legal.
Em 2010, quando foi realizado o Censo anterior, foram contados 896.917 indígenas no país. Isso equivale a um aumento de 88,82% em 12 anos, período em que esse contingente quase dobrou.
O crescimento do total da população nesse mesmo período foi de 6,5%.


Os ônibus voltaram a pegar passageiros na noite de ontem, após três dias inteiros sem nenhum carro em circulação na Capital - Gerson Oliveira/Correio do Estado
Feito por Denis Felipe com IA


