Cidades

Campo Grande

Prefeitura ignora cobranças do MP sobre censo de moradores de rua

Sem recortes específicos que auxiliem na implementação de políticas públicas, a Secretaria de Assistência Social de Campo Grande não possui levantamentos consistentes

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) questionou a Prefeitura Municipal de Campo Grande em dois processos administrativos, ambos cobrando esclarecimentos sobre informações relacionadas ao censo de pessoas em situação de rua, mas não obteve retorno.

Segundo o MPMS, um novo ofício foi expedido recentemente à Secretaria de Assistência Social (SAS).

Além disso, foi mencionada a situação do Centro POP, que possui capacidade para 150 pessoas e, durante vistoria do MPMS, apresentou diversas irregularidades, como banheiros imundos, falta de acessibilidade e condições precárias.

“Foram solicitados esclarecimentos acerca das providências adotadas para a elaboração do diagnóstico socioterritorial, essencial para o estudo de implantação da nova sede do Centro de Atendimento à População em Situação de Rua”, diz a nota do MPMS.

Ainda assim, o órgão reiterou que os questionamentos têm sido feitos, mas, até o momento, não recebeu nenhuma informação concreta de que o problema tenha sido sanado.

Lei municipal


Mesmo com a sanção da Lei 6.517, de 29 de outubro de 2020, que estabelece políticas públicas voltadas à população em situação de rua , incluindo a previsão de uma contagem da população a cada dois anos, ainda há falhas na coleta de dados.

Conforme prevê a lei, o texto destaca a atuação de diferentes pastas do Executivo Municipal para atender pessoas que necessitam de cuidado diferenciado, como:

  • Idosos;
  • Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;
  • Pessoas com tuberculose e/ou portadoras de doenças sexualmente transmissíveis;
  • Gestantes e lactantes;
  • Mulheres em situação de violência;
  • Pessoas com outra orientação sexual ou identidade de gênero;
  • Imigrantes.

Atuação municipal


Entre os objetivos da lei está a oferta de serviços adequados e humanizados. A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS)  que informou que os servidores atuam em regime de plantão com equipe multidisciplinar 24 horas por dia, oferecendo acolhimento.

A pasta informou que utiliza dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) em Campo Grande, os quais servem como base em nível federal e são considerados adequados para diagnosticar a situação das pessoas em situação de rua.

“Segundo um estudo recente de Natalino (2024), pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os dados do CadÚnico são considerados adequados para compor diagnósticos permanentes da população em situação de rua, além de servirem para monitoramento e avaliação contínuos”, diz a nota da SAS.

A partir desses dados, foram levantados os seguintes números:

  • 2019: 461 famílias em situação de rua;
  • 2025: 1.708.

Entre janeiro e abril de 2025, a Seas abordou mais de 2,4 mil pessoas em situação de rua e obteve os seguintes dados:

  • 1.118 declararam ser usuários de substâncias psicoativas;

  • 760 eram migrantes nacionais e internacionais;

  • Faixa etária mais abordada: pessoas entre 18 e 59 anos.

Em relação ao censo voltado à população de rua, a pasta informou que se trata de uma meta inédita, que a gestão está discutindo com equipes da SAS.

A secretaria também destacou que tem realizado reuniões constantes com comerciantes, moradores e autoridades da região central - área mais impactada por furtos, consumo de entorpecentes e até casos de agressão.

Situação da região central


É o caso de uma comerciante, que preferiu não ter o nome divulgado, dona de um brechó na Rua Barão do Rio Branco. Todos os dias, ela se depara com pessoas dormindo em frente ao seu estabelecimento e com grande quantidade de lixo.

Em um vídeo, é possível ver celulares quebrados, peças de eletrônicos e um carrinho de supermercado cheio de objetos, abandonado no local.

 

 


 

Em outro ponto, a Associação dos Moradores do Cabreúva informou que pessoas em situação de rua, usuárias de drogas, circulam pela Orla Morena e cometem diversos delitos.

Essas situações atingem a Travessa Pimentel, outras regiões do centro e o bairro Planalto. Neste último, uma residência na Rua Saldanha Gama teve o hidrômetro furtado recentemente, o que gerou desperdício de água e transtornos ao morador.

“Os furtos de fios são constantes, com ou sem moradores. Isso acontece a qualquer hora do dia ou da noite. Depois, eles queimam o fio na rotunda ou em terrenos baldios. Até a tampa de um bueiro perto do Parquinho da Orla Morena quase foi furtada. O bandido tentou levar, mas ela acabou caindo, deixando o buraco aberto um perigo para veículos. As arandelas da Orla, quase todas foram furtadas, e as grades que circundam alguns trechos também”, informou a associação.

Até a Praça dos Imigrantes, que está em obras, foi transformada em uma espécie de “chuveiro público” a céu aberto, usado por "banhistas".

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MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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SAÚDE

Mato Grosso do Sul tem três casos confirmados da gripe K

Casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1)

20/12/2025 12h00

UPA Tiradentes em Campo Grande

UPA Tiradentes em Campo Grande MARCELO VICTOR

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Ministério da Saúde confirmou três casos da gripe K, nesta sexta-feira (19), em Mato Grosso do Sul.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MS) identificou a presença do vírus e enviou a amostra para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), onde positivou para o subclado K da Influenza A (H3N2).

Os casos foram confirmados em Campo Grande (1), Nioaque (1) e Ponta Porã (1). Os infectados são:

  • bebê de cinco meses, do sexo feminino
  • mulher de 73 anos
  • homem de 77 anos

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MS), dois pacientes não apresentavam comorbidades, enquanto um possuía histórico de hipertensão e diabetes.

Apenas um dos casos evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com necessidade de internação hospitalar. Atualmente, todos já estão bem, já se recuperaram e estão em casa.

Os três pacientes não possuem registro de viagem internacional, contato com viajantes ou relato de deslocamento para outros estados.

Até o momento, quatro casos foram confirmados no Brasil, sendo três em MS e um no Pará. Após a confirmação, a SES-MS emitiu alerta epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do Estado.

Veja a nota compartilhada pelo Ministério da Saúde:

"Ministério da Saúde intensificou as ações de vigilância da Influenza A (H3N2), em especial do subclado K, que, na América do Norte, tem sido mais frequente em países como Estados Unidos e Canadá. A medida ocorre em resposta ao alerta epidemiológico emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), que aponta aumento de casos e de internações por gripe em países do hemisfério norte associados a esse vírus, incluindo países da Europa e da Ásia.

No Brasil, até o momento, foram identificados quatro casos do subclado K: um importado, no Pará, associado a viagem internacional, e três no Mato Grosso do Sul, que seguem em investigação para confirmação da origem. A amostra do caso do Pará foi analisada pela Fiocruz/RJ, laboratório de referência nacional, enquanto as amostras do Mato Grosso do Sul foram processadas pelo Instituto Adolfo Lutz (SP). Nas duas situações, os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) dos respectivos estados identificaram a presença do vírus e enviaram para os laboratórios de referência nacional para sequenciamento, conforme os protocolos da vigilância".

Veja a nota compartilhada pela SES-MS:

"A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que, considerando a Nota do Ministério da Saúde e o Alerta Epidemiológico emitido pelo Estado, foram detectadas três amostras do subclado K da Influenza A (H3N2) em Mato Grosso do Sul. Ressalta-se que não se tratam de casos suspeitos, uma vez que todos já foram confirmados laboratorialmente por meio de vigilância genômica. As amostras foram inicialmente processadas pelo Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública), que identificou a presença do vírus Influenza A. Conforme os protocolos estabelecidos pela vigilância em saúde, as amostras biológicas foram encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz (SP), laboratório de referência nacional, onde foi realizado o sequenciamento genético que permitiu a identificação do subclado K, uma variante do vírus Influenza A (H3N2).

Quanto à existência de casos suspeitos no estado, a SES esclarece que não é possível afirmar com precisão, uma vez que a Influenza A (H3N2) é um vírus que já circula regularmente. Pessoas com síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave podem estar infectadas por diferentes vírus respiratórios, como Influenza A (H1N1 ou H3N2), Influenza B, covid-19 ou outros agentes. A identificação do subclado ou da variante do vírus somente é possível por meio do sequenciamento genético, realizado no âmbito da vigilância laboratorial. Diante da confirmação dos casos, a SES, por meio da Coordenadoria de Emergências em Saúde Pública, emitiu Alerta Epidemiológico direcionado aos serviços e profissionais de saúde dos 79 municípios do estado".

GRIPE K

Gripe K é uma variação genética da Influenza A (H3N2) e não se trata de um vírus novo.

As vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) protegem contra formas graves de gripe, inclusive as causadas pelo subclado K.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o subclado K tem apresentado crescimento acelerado na Europa e Ásia.

Os sintomas são os mesmos de uma gripe comum:

  • febre
  • dor no corpo
  • dor de cabeça
  • dor de garganta
  • tosse
  • cansaço
  • falta de ar

As principais formas de evitar a doença são:

  • vacinação
  • ventilação de ambientes
  • uso de álcool gel
  • higienização das mãos
  • uso de máscara para pessoas infectadas

Até o momento, não há indícios de gravidade ou alarmismo. 

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