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Prefeitura promete melhorar acolhimento a moradores de rua

Acordo extrajudicial coloca obrigações para a Capital, que deve ampliar banheiros e implementar acessibilidade

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A Prefeitura de Campo Grande propôs melhorar a infraestrutura do Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro POP), que atende os moradores de rua, em acordo extrajudicial com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), após abertura de investigação derivada de visita técnica que presenciou condições insalubres no local.

Segundo consta na homologação de acordo extrajudicial, a Prefeitura de Campo Grande se propôs a assumir um compromisso de “regularizar as condições de funcionamento e operação do Centro POP”.

Entre as ações estabelecidas estão: atividades de reparo e manutenção das instalações sanitárias, da rede de esgoto e da rede de drenagem; regularizar o funcionamento dos banheiros masculino e feminino com reparos na manutenção de chuveiro; e também da área da lavanderia, para eliminar todos os entupimentos, transbordamentos e acúmulos de águas e dejetos.

Mudanças estruturais no Centro POP também foram prometidas pela prefeitura, informando que tomará providências, acrescentando seis novos vasos sanitários, chuveiros com espaço individual e seis unidades de pias para o uso dos cidadãos que vivem em situação de rua.

O espaço deve ser ampliado com instalações de equipamentos na modalidade de conteiner, com o uso destes novos espaços sendo fiscalizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur).

A acessibilidade do Centro POP também deverá ser revisada para assegurar a todos os usuários do serviço que haverá rotas acessíveis até as salas destinadas ao atendimento do publico.

Haverá também um incremento de funcionários que atendem os moradores de rua,  acrescentando a unidade um educador/cuidador encarregado da fiscalização de patio e dois encarregados de servições de limpeza e manutenção.

Dois serviços serão restabelecidos e implementados no Centro POP, de acordo com o documento de acordo extrajudical, sendo eles: serviço de fornecimento de passagens para transporte de pessoas em situação de rua para o deslocamento dos mesmos aos seus territórios de origem; e a implantação de um serviço adicional de Residencia Inclusiva, destinado ao atendimento mínimo de 10 pessoas com deficiência que se encontrem em situação de abandono ou desabrigadas.

Todas as mudanças estruturais e novas ações propostas pela prefeitura foram assumidas com um compromisso de prazos estabelecidos de 60 a 120 dias (de 3 a 4 meses) contando a partir deste mês de agosto.

REALOCAÇÃO DE IMÓVEL

Outro compromisso assumido pela prefeitura, informado com um prazo maior de cumprimento, em 30 meses (2 anos e 6 meses), é a realocação do Centro POP para um outro imóvel que “cumpra todos os requisitos necessários, sanitários e de acessibilidade, para o atendimento digno da população em situação de rua”.

Este novo espaço físico deverá contar com condições que assegurem: atendimento com privacidade e sigilo; adequada iluminação, ventilação, conservação, salubridade, limpeza, segurança, acessibilidade; entre outras.
Sobre a estrutura física do novo imóvel no qual o Centro POP será realocado, a unidade terá: recepção, acolhida inicial; sala para atividades referentes a coordenação, reunião de equipe e atividades administrativas; sala de atendimento individualizado, familiar ou em pequenos grupos; copa e cozinha; banheiros masculinos e femininos com adaptação; refeitório; lavandeira com espaço para secagem de roupas; guarda de pertences com armários individualizados; higiene pessoal; espaço para guarda de animais de estimação; e almoxarifado ou similar.

ACOLHIMENTO NO FRIO

Com a chegada de frente fria desde a quinta-feira (8), a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS), realizou 150 abordagens sociais junto às pessoas que utilizam espaços públicos como moradia, ofertando serviços e acolhimentos, dentre os lugares de apoio está o Centro POP.

No entanto, a maioria das abordagens (78) tiveram recusa, sendo apenas 72 pessoas acolhidas e 107 cobertores distribuídos.

Ao Correio do Estado, a SAS ressaltou que “as equipes de abordagem da Política de Assistência Social fazem a oferta dos serviços à pessoa em situação de rua, que tem por opção aceitar ou não os serviços da Rede”, e que as recusas de atendimento “são um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, Inciso XV”.

A pasta informou que o serviço é oferecido de forma contínua, nas sete regiões de Campo Grande, e que as ações foram intensificadas desde o início da frente fria.

Saiba

O atendimento a pessoas em situação de rua conta também com o apoio da população, que pode informar sobre indivíduos nessas condições pelos telefones (67) 99660-6539 e (67) 99660-1469.

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TRÁFICO DE DROGAS

PRF prende suspeito em flagrante em Operação Duplicis no interior do Estado

Combate ao tráfico de drogas, Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, e prende investigado em flagrante

16/12/2025 09h35

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas Divulgação/PRF

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Duplicis, e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, por tráfico de cocaína em duas cidades do interior do Estado.

Com objetivo de combater o tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, a ação aconteceu em Corumbá e em Miranda, cidades a 426 quilômetros e a 207 quilômetros de Campo Grande respectivamente.

A ação iniciou quando um investigado foi preso em flagrante na BR-262, que seguia de Corumbá para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, a droga encontrada com o suspeito seria distribuída em Miranda, que fica entre o trajeto Corumbá-Campo Grande.

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Então, com as investigações e apuração do caso, a PRF pôde identificar outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso.

Entre os sete criminosos, um deles estava escondendo tabletes de cocaína em sua casa, e foi preso em flagrante após a polícia bater em sua porta e encontrar os pacotes de droga armazenados.

Os mandados foram expedidos devido às provas coletadas na investigação, que identificou também os eventuais fornecedores dos entorpecentes que estavam vindo do outro município.

A Polícia Federal levou a droga apreendida para ser periciada e analisada. Quanto aos investigados, os sete poderão responder pelo crime de tráfico de drogas, que tem pena base de 5 a 15 anos, além de multa, a depender do agravamento de cada caso.

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CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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