Após a aprovação, pela Câmara Municipal de Campo Grande, do projeto de lei que proíbe a murta (Murraya paniculata), o município traçará um planejamento para erradicar a planta.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades) e a Câmara Municipal colaboraram na elaboração do Projeto de Lei nº 11.616/2025, que proíbe o plantio, a comercialização, o transporte e a produção da murta.
Em conversa, o segundo secretário da Semades, Ademar Silva Júnior, contou ao Correio do Estado que, apesar de a prefeita Adriane Lopes (PP) ainda não ter sancionado a lei, o município está pronto para iniciar, em parceria com o Governo do Estado, o trabalho de eliminação dessa planta nociva à produção de citros.
Entenda
A murta, comumente encontrada em diversos bairros da Cidade Morena, é hospedeira da bactéria Candidatus Liberibacter, causadora do greening, doença responsável por devastar plantações de frutas cítricas, como laranja e limão.
Como o Estado já atraiu gigantes do setor da citricultura, a capital sul-mato-grossense pretende se tornar mais um polo de opção para as empresas se instalarem.
“Iniciaremos um trabalho junto ao governo do estado e começaremos a divulgar suas potencialidades. Em um primeiro momento, vamos estimular o setor produtivo a plantar, aumentar a produção de cítricos e, assim, atrair empresas”, explicou Ademar.
Assim que a chefe do Executivo Municipal sancionar o projeto, o município terá até dois anos, após a publicação da norma, para traçar um plano de erradicação da planta, incluindo o planejamento e uma campanha de conscientização.
Ademar acredita que, a partir do momento em que as campanhas conscientizarem os campo-grandenses sobre os riscos para a cadeia de produção, a população entenderá o motivo da proibição. A previsão é de que, com o tempo, a murta seja totalmente eliminada de Campo Grande.
Para viabilizar essa estratégia, a prefeitura poderá firmar parcerias com instituições públicas e privadas, promovendo a substituição da murta por espécies nativas ou por outras não hospedeiras do psilídeo.
“Planejando no tempo, e com a parceria da iniciativa privada e do governo do estado, o mais difícil foi aprovar a lei que proíbe o plantio dessa espécie”, disse Ademar, completando:
“Pois ela é uma planta muito comum na jardinagem de residências. Acredito que, com a campanha de esclarecimento, o próprio cidadão vai retirá-la e eliminá-la.”
Opções para substituir a murta
Comumente usada como “cercas vivas” a planta natural da região asiática compõe atualmente o top 3 de espécies com essa finalidade de cobrir muros e trazer privacidade. De acordo com o mestre em biologia vegetal, Luan Hernandez, a "murta" pode ser substituída esteticamente pelas seguintes plantas:
- Tumbérgia Arbustiva
- Podocarpo (pinheiro de Buda)
- Escova-de-garrafa, entre outras
Pensando no leitor, o Correio do Estado preparou uma lista de plantas que podem substituir a murta e ainda deixar o jardim e as cercas vivas um verdadeiro charme. Confira as sugestões.


Os ônibus voltaram a pegar passageiros na noite de ontem, após três dias inteiros sem nenhum carro em circulação na Capital - Gerson Oliveira/Correio do Estado
Feito por Denis Felipe com IA


