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Presidente do TJ derruba liminar e mantém Assis no comando da Agems

Desembargador Dorival Renato Pavan suspendeu decisão que apontava "formação incompatível com atribuições da Agência" de diretor-presidente com diploma de educação física

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Assinada pelo presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Dorival Renato Pavan, a liminar que suspendia a recondução de Carlos Alberto de Assis à presidência da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de MS foi derrubada nesta quarta-feira (28), mantendo assim o diretor no comando da Agems.

Há cerca de uma semana, como acompanhou o Correio do Estado, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos de Campo Grande, suspendeu liminarmente a recondução de Carlos Alberto de Assis ao cargo de diretor-presidente Agems, determinando o afastamento do cargo. 

Sendo que esse magistrado em questão havia atendido o argumento de que falta de especialização técnica para o cargo, de uma ação popular ajuizada pelo deputado estadual João Henrique Catan (PL). 

Esse tema foi tratado em treze páginas da decisão assinada pelo Desembargador presidente do TJMS, que apontou pela suspensão da tutela antecipada que havia sido concedida na ação, mantendo Carlos Alberto de Assis "no cargo de Diretor Presidente da Agems, até o trânsito em julgado do que for decidido no recurso
respectivo eventualmente interposto pelo interessado.

Entenda

Como apontado na ação, Assis não teria formação compatível com as atribuições da agência, que trata da regulação de áreas como transporte, energia, saneamento e telecomunicações.

Conforme a decisão anterior, do juiz Ariovaldo Nantes, "risco concreto de violação à legalidade e à moralidade administrativa", o que justificaria portanto o afastamento imediato de Assis até julgamento final da ação.

"Nesse sentido, a mera titularidade de diploma de curso superior em Educação Física não se revela, ao menos em uma análise de cognição sumária, suficiente para satisfazer o requisito de capacidade técnica compatível com as atribuições do cargo em questão, uma vez que as competências abrangidas pela função de Diretor-Presidente da referida agência não guardam qualquer relação com a área de formação do nomeado, de modo que se faz presente a probabilidade do direito alegado", disse anteriormente o magistrado.

Vários pontos são levantados, porém, na decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, como o de que a suspensão resultaria em grave lesão à ordem e à economia pública, já que afastaria "agente público em exercício de mandato devidamentereconduzido por meio de procedimento político-administrativo".

Tudo isso, conforme o texto da decisão, geraria insegurança jurídica, pois tal liminar teria "potencial de causar grave dano à ordem e economia pública", conforme afirmação do Estado de Mato Grosso do Sul. 

O Juiz ressalta que na prefacial se afirma que o diretor-presidente não possui nenhuma atribuição de "caráter técnico", sendo que o mesmo não seria responsável por tomar "decisões técnicas e referentes aos setores regulados", já que essas por sua vez caberiam à "Diretoria-Executiva". 

"Ocorre que a administração de uma autarquia estadual, como qualquer empresa, não se restringe às decisões de 'caráter técnico'.

Com efeito, o fato do Diretor Presidente não possuir atribuição para tomar decisões de 'caráter técnico' não redunda na conclusão do ocupante do referido cargo ser responsável pelas decisões de natureza diversas ("não técnicas", decisões de natureza de gestão administrativa, com as elencadas no art. 19 do Decreto Estadual n.° 15.796/2021)", expõe trecho da decisão. 

"Desse modo, o fato do Diretor-Presidente não possuir atribuição para tomar decisões de 'caráter técnico' não redunda, por si só, na conclusão de que ele não possui nenhuma atribuição, como tenta fazer crer o autor da ação em curso em primeiro grau, ao afirmar que 'fica comprovada a ausência de atribuições para Carlos Alberto Assis', agente reconduzido ao cargo de Diretor-Presidente da AGEMS", cita Renato Pavan.

Carlos Alberto de Assis já exerce funções em seu cargo na Agems há mais de quatro anos, desde (2021)  quando Reinaldo Azambuja era o encarregado pelo Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul. 

São elencadas ainda algumas conquistas enquanto Assis esteve à frente do cargo, como o Prêmio Excelência em Gestão, dad pelao Associação Nacional das Agências Reguladoras (ABAR ), o que segundo o presidente do TJ "evidencia sua absoluta competência para o exercício do mandato que lhe foi conferido".

Em resumo foi apontado que as exigências feitas na ação "não são valores absolutos e prevalecentes, uma vez que Carlos Alberto de Assis já teria se mostrado "suficiente" e "detentor de todas as qualidades" para seguir na função para o qual foi indicado pela Assembleia Legislativa e nomeado pelo governador.
**(Colaborou Eduardo Miranda)

 

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Em pleno período de chuvas, Hidrelétrica Porto Primavera reduz vazão

Com a barragem mais extensa do País (10,2km), redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciadano último dia 12, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira

20/12/2025 14h14

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera Reprodução/Cesp

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Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera, a unidade começou nesta sexta-feira (19) através da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a redução da vazão, para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do Rio Paraná. 

Com a barragem mais extensa do País (10,2 km), essa redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciada pela Cesp no último dia 12, prevista para começar ainda em 15 de dezembro, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira. 

"O patamar mínimo defluente será reduzido de forma gradual e controlada, passando dos atuais 4.600 metros cúbicos por segundo para 3.900 m³/s, seguindo diretrizes operacionais do ONS", cita a Cesp em nota. 

Além disso, a Companhia frisa que, durante o processo, será mantido o plano de conservação da biodiversidade que havia sido aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e teve início em maio deste ano, para monitoramento do Rio Paraná justamente nos trechos da jusante - parte rio abaixo - da Porto Primavera até a foz do Ivinhema. 

Ou seja, entre outros pontos, equipes embarcadas formadas por biólogos e demais profissionais especializados, devem trabalhar como os responsáveis por acompanhar a qualidade da água, bem como a conservação e comportamento dos peixes locais enquanto durar a flexibilização da vazão. 

Importante frisar a redução adotada também ao final de novembro (24/11) e mantida até 1° de dezembro, a partir de quando houve a retomada gradativa aos patamares originais. 

Problemas com a vazão

Em épocas passadas, como bem acompanha o Correio do Estado, o controle da vazão em Porto Primavera já trouxe prejuízo e revolta de produtores que chegaram a culpar a ONS pelas fazendas alagadas por mais de quatro meses em Batayporã no ano de 2023, por exemplo. 

Nessa ocasião, o problema começou com a abertura das comportas de Porto Primavera no dia 18 de janeiro de 2023, com a usina avisando a Defesa Civil de Batayporã da liberação de até 14,7 mil metros cúbicos de água por segundo. 

Sendo a maior vazão desde o começo do período chuvoso, as águas se somaram ainda à liberação dos cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo do Rio Paranapanema, juntando em torno de 18 mil metros cúbicos por segundo. 

Na linha cronológica em 2023, o problema dos alagamentos começou no final de janeiro, indo até o mês de abril diante do fechamento das comportas em 31 de março. 

Quando a água já havia recuado, saindo de boa parte dos nove mil hectares alagados, as comportas foram reabertas na terceira semana de abril, com vazão máxima de dez mil metros cúbicos.

Depois, o aumento da vazão para até 13 mil metros cúbicos chegou a alcançar 14,7 mil m³, sendo que antes disso o volume anterior já havia sido responsável por invadir casas de moradores locais pela terceira vez no ano. 

Estimativas da Defesa Civil de Batayporã à época apontaram que pelo menos sete mil animais tiveram de ser remanejados na região por causa do mesmo problema. E, mesmo depois que a água baixar, são necessários de dois a três meses para que o pasto cresça e esteja em condições para alimentar os rebanhos. 

 

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MATO GROSSO DO SUL

'Cabeça' do tráfico no interior, "Grego" é preso por policiais do Denar

Mandado de prisão foi cumprido contra homem apontado como líder da organização criminosa, há aproximadamente um ano sob a mira de investigações

20/12/2025 13h01

"Grego" foi preso longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital, em Três Lagoas Reprodução/PCMS

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Durante cumprimento de mandado de prisão nesta última sexta-feira (19), policiais da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) prenderam um indivíduo popularmente conhecido como "Grego", identificado como o "cabeça" em um esquema de tráfico de drogas no interior de Mato Grosso do Sul, longe aproximadamente 237 quilômetros da Capital. 

Em Três Lagoas, conforme divulgado pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o mandado de prisão foi cumprido contra o homem apontado como líder da organização criminosa, que está sob a mira de investigações há aproximadamente um ano. 

Essas apurações, ainda segundo a PCMS, identificaram uma verdadeira "teia" criminosa que atuava por diversos municípios sul-mato-grossenses, agindo desde o transporte até a distribuição das substâncias entorpecentes. 

Esquema no interior

Informações repassadas pela Denar detalham os levantamentos da Delegacia, que indentificou um transporte do tráfico que começava na região do fronteira da Bolívia, na "Cidade Branca" de Corumbá. 

A partir do "coração do Pantanal", as substâncias eram distribuídas e abasteciam desde Ribas Rio Pardo, Inocência e Três Lagoas, chegando até mesmo à "Cidade Morena" Capital do MS, tudo através de "rotas previamente definidas e com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo", explica a PCMS em nota. 

Além disso, segundo apurado nas investigações, até mesmo casas de prostituições serviriam como pontos usados pelo grupo, servindo especialmente como espaços para a comercialização dos entorpecentes, mas também para movimentar os valores ilícitos e dificultar o restreamento do dinheiro movimentado pela quadrilha. 

Com as investigações a autoridade policial pÔde representar pela prisão preventiva de "Grego", o que foi deferido pelo Poder Judiciário, para posterior monitoramento prévio realizado pelos agentes policiais em Três Lagoas. 

Como esse investigado cumpria uma pena em regime aberto, os policiais identificaram que ele não estaria residindo nos endereços cadastrados e, após a confirmação da sua localização o homem pôde ser preso preventivamente. 

"Cabeças caindo"

Essa, vale lembrar, não é a primeira vez neste ano que forças de segurança pública sul-mato-grossenses "derrubam" indivíduos identificados como "cabeças" em esquemas criminosos. 

Ainda em agosto as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PC, PM e PRF), junto da  Coordenadoria de Perícias e Grupo Aéreo, prenderam Melquisedeque da Silva no município de Sonora, a 360 quilômetros de Campo Grande. 

Investigações identificaram esse homem como o então atual líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) no município, envolvido em um caso recente de homicídio na cidade de Coxim.

Já no começo desse mês, agentes da Polícia Federal prenderam em Três Lagoas um portugês foragido do País lusitano, incluído inclusive na difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), "condenado por estar envolvido em uma rede transnacional de distribuição de entorpecentes", segundo a PF. 

Além disso, há cerca de dez dias a Operação "Casa Bomba II" também prendeu chefes de organização criminosa, em uma ação que envolveu helicóptero, o batalhão de choque e o Canil.

Foram cumpridos dois mandados de prisão para os chefes da organização, e outras quatro pessoas foram conduzidas à Delegacia de Maracaju por estarem com porções fracionadas da ‘mercadoria’.

 

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