A primeira-dama da cidade de Três Lagoas, Kelly Carla Abonízio faz parte, desde abril, da equipe da senadora Tereza Cristina, tendo sido nomeada para um cargo comissionado, em Brasília.
De acordo com o Portal da Transparência do Senado, em abril deste ano, Kelly ingressou na equipe com o cargo de auxiliar parlamentar pleno, com funções de auxílio na elaboração de projetos de lei, pesquisa, atendimento ao público, além do auxílio em atividades administrativas.
O salário bruto da primeira-dama é de R$ 12.360,33 e o líquido chega a R$ 9.180,04 após os descontos.
A situação levanta questionamentos sobre o uso de recursos públicos, já que, ao mesmo tempo em que o nome de Kelly aparece nos registros do gabinete da senadora, paralelamente ela aparece participando de eventos e campanhas em Três Lagoas, onde o marido Cassiano Maia é prefeito.
Isto porque o Senado Federal tem sede em Brasília, mas a atuação da primeira-dama é diária na cidade sul-mato-grossense, sem qualquer publicação de afastamento oficial ou licença, o que levantou questionamento da população de que o salário da “auxiliar parlamentar” não condiz com o trabalho efetivamente realizado.
A primeira-dama de Três Lagoas aparece como funcionário ativo no site do Senado.Polêmicas
No mês passado, Kelly foi flagrada utilizando um veículo oficial da prefeitura para ir às compras. Segundo a legislação, os veículos oficiais devem ser usados apenas para cumprir as funções públicas.
O uso para outras finalidades configura crime de improbidade administrativa.
Em maio, a primeira-dama foi palco de aplausos ao lançar a campanha do agasalho “Três Lagoas unida contra o frio”, juntamente com lojas e estabelecimentos parceiros para a arrecadação de roupas e sapatos.
Ao seu lado, Maia, como marido orgulhoso, elogia o coração bondoso da esposa e seu empenho em “fazer a diferença para quem mais precisa”.
Enquanto isso, as denúncias de cidadãos três-lagoenses são de falta de medicamentos na rede pública, serviços sobrecarregados e dificuldades em setores essenciais como a saúde municipal.
Condições precárias foram relatadas à Procuradoria de Justiça em um hospital da cidade.
Cadeiras desconfortáveis, goteiras e a falta de profissionalismo de médicos não especialistas, adotando “condutas paliativas” em tratamento de câncer, por exemplo.
E um detalhe: Cassiano Maia é médico, mas a gama de denúncias dos cidadãos da cidade perpetua, em grande escala, no setor da saúde.




