A prisão de Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, um dos barões do tráfico no Paraguai, deve acirrar a guerra pelo controle da região, e essa disputa deve beneficiar a facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC), que vem tentando conquistar esse domínio. A estratégia é controlar a distribuição de drogas no país vizinho para impor preços também no Brasil.
O juiz federal Odilon de Oliveira, da 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande, avalia que há uma disputa por domínio, e a prisão de Cabeça Branca abre mais espaço, inclusive, para o PCC. Desde o ano passado, a facção vem ampliando suas atividades na região, aproveitando o espaço deixado com a morte de Jorge Rafaat Toumani.
Com a prisão de Luiz Rocha, a tendência é de que a organização criminosa chefiada por ele reduza sua atuação, espaço que poderá ser utilizado pelo PCC.
Considerado um dos traficantes mais procurados pela Polícia Federal e Interpol na América do Sul, Cabeça Branca tem perfil de extrema periculosidade, agindo com escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados e ações de contra vigilância, a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação.
Ele foi preso em operação da Polícia Federal no sábado, em Sorriso (MT), onde se passava por agropecuarista. Estava com a fisionomia mudada, após cirurgias plásticas e pinturas no cabelo. Mesmo no lado brasileiro, Cabeça Branca comandava o tráfico a partir do país vizinho.
*Leia reportagem, de Thiago Gomes, na edição de hoje do jornal Correio do Estado.