Após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, um professor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Nova Andradina, foi gravado enquanto proferia discurso de ódio e defesa da ditadura militar durante uma aula para alunos do ensino técnico integrado ao nível médio.
Ao notar que estava sendo gravado, o docente autoriza e diz que os alunos podem gravar porque ele já falou sua opinião política para outros professores e colegas de trabalho que, de acordo com ele, defendem Inácio Lula da Silva (PT).
No começo do áudio é possível ouvir o professor dizendo que “ganhar, não sei se ganhou, é esperar para ver porque as coisas dizem outra coisa". Ao que tudo indica, ele estaria se referindo à vitória do Lula e uma possível fraude nas eleições.
Logo em seguida, o professor emenda em sua fala para defender a volta da ditadura militar no Brasil porque, segundo ele, os 21 anos em que os militares se revezaram no comando do país foram os melhores que alguém poderia ter.
“Lembro pouco da época da ditadura militar, mas se perguntar para o meu pai e meu avô como era esse tempo de ‘ditadura’ militar eles lembram. Para quem trabalhou, quem não fazia bagunça, foram os melhores anos. Pode perguntar para quem quiser. 90% é a favor”, declarou.
Ao se referir a esse período da história brasileira, o docente ainda destaca que, de certa forma, não foi uma ditadura, já que enfatiza a colocação do termo entre aspas para amenizar o impacto do regime totalitário.
Além disso, o docente perpetua a fake news de que Lula visitou o narcotraficante Marcola no presídio e diz que a “cadeia está festejando” a eleição do petista.
Ainda atacando o presidente eleito, o docente afirma que 80% dos professores do Instituto “são a favor de um ladrão", se referindo ao novo Chefe do Executivo e diz que as pessoas que defendem o Lula “é vagabundo igual”.
Por fim, o docente ainda defende o porte de armas para que as pessoas se defendam de criminosos.
O discurso do professor dura cerca de trinta minutos, nos quais ele, além de defender a volta da ditadura, ainda diz que por ele “nordestinos podem morrer de fome e sede”.
A fala xenofóbica do professor faz referência ao fato de que este ano, a região Nordeste foi responsável pela virada de Lula, quando mais de 80% das urnas já estavam apuradas. Sendo conhecido como reduto do petista, lá o então candidato teve 69,34% dos votos dos eleitores.
Em nota, o IFMS de Nova Andradina afirmou que a denúncia chegou por meio de alunos e que está apurando o ocorrido e preza pela liberdade de expressão, mas dentro dos valores da ética, transparência e compromisso social.
Dessa forma, o Instituto não compactua com falas antidemocráticas, preconceituosas ou discurso de ódio.
“O IFMS reforça sua missão, que é a de promover a educação de excelência por meio do ensino, pesquisa e extensão nas diversas áreas do conhecimento técnico e tecnológico, formando profissional humanista e inovador, com vistas a induzir o desenvolvimento econômico e social local, regional e nacional.” conclui a nota.




