Cidades

MOVIMENTO ESTUDANTIL

Professores e infectologistas são contra novo adiamento do Enem

Pelas redes sociais, grupo de estudantes fez manifesto para adiamento da prova que começa dia 17 de janeiro

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Pelas redes sociais, estudantes se manifestaram para que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 fosse adiado. 

As provas estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro na versão impressa e nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro para a versão digital. 

O Enem é a principal porta de entrada dos estudantes para o Ensino Superior, porém, representantes dos professores e médica infectologista são contra o adiamento do exame.

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Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Jaime Teixeira, o momento de reivindicar o adiamento já passou. 

O professor também afirma que a decisão da data foi unilateral. “No início do movimento, tínhamos uma posição bem clara por conta da perda de preparação dos alunos. Teríamos de ter mais tempo para que as escolas públicas tivessem como concorrer sem prejuízo, mas, neste momento, adiar uma prova dessas é muito difícil”, afirma Teixeira.

“A posição do movimento educacional e estudantil foi contrária a do governo federal, pedimos para que o exame fosse realizado em março, mas a decisão foi unilateral”, finaliza o presidente.

O movimento pedindo o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio teve início em 2020, com a necessidade de suspender as aulas para evitar o aumento dos números de contágio da Covid-19 nas escolas.

 

PREOCUPAÇÃO

Os estudantes demonstram grande preocupação com a disseminação do vírus. O cenário nacional é preocupante e em Mato Grosso do Sul não seria diferente. No Estado, 84.634 estudantes farão o exame, desses, 82.710 se inscreveram para a prova impressa.

O número de infecções no Estado sul-mato-grossense já chegou a 139.152 e uma das principais recomendações feitas pelos especialistas é evitar a aglomeração, mas de acordo com a infectologista Mariana Croda, o Enem é o mais tranquilo dos problemas.

“Qualquer medida de isolamento melhora o cenário, mas não é o que temos praticado. Em eventos com aglomeração, como o Enem, se tomadas todas as medidas corretas, não terá impacto nenhum. Os eventos que geraram e geram mais impactos são eleições, feriados e festas de fim de ano. Eu não me preocuparia com a prova nesse cenário”, afirma Croda.

A médica coloca ainda que, em um cenário diferente do que vivemos, em que o distanciamento, o uso de máscaras e a higienização fossem seguidos, aí, sim, um evento como esse geraria impacto. 

Ela ainda destaca as medidas essenciais que podem garantir a segurança dos alunos, como lavar as mãos ou usar álcool gel, usar a máscara e evitar se alimentar a todo instante durante a prova.

 

MOVIMENTO

A prova, referente ao ano passado será realizada em 2021. O adiamento foi realizado em rezão da Covid-19. Pelo twitter, a hashtag #AdiaEnem promovida pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) ganhou força no dia 4 de janeiro.

Pela rede social, a UNE se posicionou. De acordo com o movimento estudantil, o Enem 2020 foi adiado para janeiro, ignorando a opinião dos estudantes.

“O Ministério da Educação fez uma movimentação de adiamento sem nenhuma articulação ou diálogo com os movimentos educacionais e estudantis. Escolheram uma data sem apresentar nenhum critério e empurraram o calendário para janeiro”, afirma a diretora-executiva da UNE, Maria Clara Delmonte.

Entendendo as redes sociais como um espaço importante de movimentação e pressão, os movimentos estudantis se posicionaram e vêm se mobilizando na internet. 

O objetivo é reivindicar o adiamento e a construção de planos para que os estudantes possam ter uma prova em breve, mas com mais possibilidades e segurança.

“Entendemos que esse será o exame mais desigual da história, visto que milhares dos estudantes que vão fazer essa prova nem sequer tiveram a oportunidade de ter aula no ano passado. Em muitos lugares existe um ensino a distância, mas muitas pessoas não podem cursar seu ano letivo por meio da internet por conta da desigualdade do nosso País”, finaliza Maria Clara.

 

EMOCIONAL

O nervosismo já faz parte da prova e uma pandemia pode potencializar tudo isso, é o que afirma a psicóloga especialista em neuropsicologia e coordenadora da Coordenadoria de Psicologia Educacional da Secretaria de Estado de Educação, Paola Nogueira Lopes.

“A proximidade de um evento, um marco tão importante na trajetória dos estudantes como o Enem, concomitante a um ano de 2020 de aulas remotas, aumentaram as inseguranças. A sensação de incompletude e de ausências pedagógicas, já que todos tiveram deficit educacional, podem e estão potencializando, sim, sentimentos e sensações como ansiedade e de impotência frente ao evento”.

A psicóloga coloca ainda que, diante de uma situação em que precisamos provar nossos conhecimentos como no Enem, que pode definir os próximos anos da vida de milhares de jovens, o peso da carga emocional já existe e em uma situação como essa pode ser ainda pior.

“Somamos e potencializamos tudo isso a um ano passado de muitas ausências, aumentando e muito a sensação de insegurança. É claro que cada um vivenciou esta situação da pandemia de uma forma, estamos no mesmo mar, porém, em barcos diferentes, e isso significa que precisamos e temos de usar repertório emocional para tal, como resiliência, empatia, perseverança e flexibilidade, principalmente, que foram e são tão necessários”, finaliza a psicóloga.

 

Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

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Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

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