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Projeto de equiparação salarial pode ser a maior lei em 16 anos

Hoje, Dia Internacional da Mulher, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar o Projeto de Lei nº 111/23, que promove a igualdade salarial entre homens e mulheres

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Depois da aprovação da Lei Maria da Penha, em 2006, o projeto de lei de equiparação salarial entre homens e mulheres, que será enviado para votação no Congresso Nacional nesta quarta-feira (8), é o maior o projeto de lei dos últimos 16 anos que visa garantir direitos às mulheres.

O Projeto de Lei nº 111/23, que está em análise na Câmara dos Deputados, trata da consolidação das leis do trabalho para tornar obrigatória a equiparação salarial entre homens e mulheres em funções ou cargos idênticos e prevê mecanismos de fiscalização em relação ao seu cumprimento. 

Hoje, Dia Internacional da Mulher, haverá uma série de ações do governo federal que incidem na garantia de direitos das mulheres. Entre as ações, está previsto que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assine hoje o projeto de lei que promove a igualdade salarial entre homens e mulheres. 

Presença confirmada na cerimônia do governo, a ministra das Mulheres, Cida Aparecida Gonçalves, em entrevista ao Correio do Estado no mês de janeiro, reiterou que a autonomia econômica das mulheres é essencial para que haja garantia de direitos e segurança para as brasileiras. 

Cida reiterou que as mulheres compõem a maior parte do quadro de exclusão e desemprego, e que a desigualdade colocada no Brasil e no mundo passa pela desigualdade de gênero, que é a desigualdade entre as oportunidades, remuneração e reconhecimento entre homens e mulheres. 

“As mulheres já ganham 35% menos que os homens que desempenham a mesma função. Isso a coloca em uma condição desigual, e é necessário construir políticas públicas para que essa mulher seja inserida no mercado de trabalho em condições dignas”, declarou a ministra. 

O texto do projeto de lei a ser aprovado prevê medidas para que empresas tenham maior transparência remuneratória, ampliando a fiscalização e o combate à discriminação salarial.

“Queremos fazer parcerias com o Ministério do Planejamento e vamos brigar pela autonomia financeira das mulheres. E temos, ainda, o desafio de trabalhar a questão da desigualdade salarial. Porque se criou uma mística de que as mulheres que estão no mercado de trabalho já estão em vantagem. Precisamos que haja cargos de chefia ocupados pelas mulheres também”, acrescentou a ministra. 

DIREITOS DAS MULHERES

Houve, ao longo da história do Judiciário no Brasil, diversos direitos conquistados pelas mulheres, como o direito ao voto (1932); direito ao trabalho sem pedir permissão do marido (1962); a Lei Maria da Penha (2006); a Lei nº 12.015, de crimes contra dignidade sexual (2009); Lei nº 12.845, de atendimento obrigatório a pessoas em situação de violência sexual (2013); Lei do Feminicídio (2015); entre tantas outras mudanças normativas importantes às mulheres. 

Entre as mais importantes, a Lei Maria da Penha trouxe diversos avanços no atendimento referencial às mulheres vítimas de violência, principalmente com a criação da Casa da Mulher Brasileira, que completou, em fevereiro deste ano, 8 anos de inauguração em Campo Grande.

Em entrevista ao Correio do Estado, a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-MS, Beatriz Stuart, acredita que, apesar das conquistas até aqui, ainda há um longo caminho na luta pelo direito feminino.

“Neste ano, foram comemorados 91 anos do voto feminino no Brasil, mas ainda vemos uma tímida representação feminina no resultado das eleições. Com relação à Lei Maria da Penha, tivemos inúmeros avanços, mas, mesmo assim, ainda vemos diariamente notícias de casos de violência doméstica e feminicídios no nosso País, Estado e aqui em Campo Grande. A lei é uma parte, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido”, disse Beatriz.

Sobre a lei de equiparação salarial, Beatriz vê a medida como um passo importante na construção da igualdade de gênero.

“Com certeza, é um passo importante na luta pela igualdade. Já existe previsão constitucional sobre o assunto, mas sabemos que a discriminação de gênero ainda existe e não é apenas uma lei que acaba com isso. Esse projeto, se votado e aprovado, pode ser parte importante nessa construção de igualdade de gênero, que, inclusive, é um dos objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir as metas da Agenda 2030 no Brasil”, declarou a advogada.

De acordo com ela, apesar de ser de forma lenta e tímida, há uma evolução no tratamento dado às mulheres nos projetos de leis em andamento no Código Civil, e a lei de equiparação salarial seria mais um avanço.

“Hoje, vemos a mulher em pauta, é isso é uma conquista. No ano passado, foram aprovados projetos como o Mais Mulheres. A construção de uma sociedade melhor, com mais igualdade, parte de toda a sociedade se informar e discutir sobre o tema. Tudo isso só pode favorecer a mudança para uma realidade melhor”, disse. 

“Muitas leis surgiram com o intuito de modificar essa situação de desequilíbrio entre homens e mulheres. Tivemos muitas modificações legislativas, não somente no código civil. Entendo que isso é reflexo da realidade e dos anseios da sociedade.”

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Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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