Cidades

MONITORAMENTO

Projeto usa tecnologia para evitar racionamento de água na Capital

Iniciativa é uma parceria do Laboratório HEroS com a empresa Águas Guariroba para o monitoramento das secas e do abastecimento hídrico em Campo Grande

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Pesquisadores do Laboratório de Hidrologia, Erosão e Sedimentos (HEroS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) têm parceria com a empresa Águas Guariroba para realizar o monitoramento da bacia dos córregos Guariroba e Lageado, que abastecem Campo Grande. 

Atualmente, o laboratório monitora rios e reservatórios de água para verificar os níveis de abastecimento da população no período da seca. Apesar de a parceria ter sido efetivada no fim do ano passado, o HEroS realiza desde 2011 o acompanhamento da Bacia do Córrego Guariroba. 

“Nós estamos monitorando os rios do Lageado e do Guariroba e também os reservatórios, para a partir desses dados ajustarmos os modelos hidrológicos e também usarmos as previsões meteorológicas para termos os níveis de vasão no futuro. E aí saberemos, daqui a uma semana, três ou quatro dias, a quantidade de água disponível para a população”, explicou Paulo Tarso, professor em Engenharia Hidráulica e Saneamento e coordenador do projeto. 

A concessionária informa que o projeto surgiu do interesse em desenvolver uma cooperação técnico-científica na universidade, que já realiza estudos na área de disponibilidade hídrica. 

“O objetivo é desenvolver um projeto de pesquisa que auxilie na segurança operacional e no monitoramento da disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas que abastecem a região urbana de Campo Grande”, declarou a Águas Guariroba. 

Dessa forma, a empresa comenta que a parceria visa também investigar a dinâmica e o funcionamento das bacias hidrográficas que fazem parte do abastecimento da Capital. 

“Serão analisadas primeiramente a dinâmica das bacias, os fluxos de água e a estimativa de vazão em pontos não monitorados. Além disso, as bacias hidrográficas serão avaliadas em como a dinâmica pode variar nos períodos de secas, cheias e com cenários de mudanças do clima e de uso e cobertura do solo”, relata a concessionária. 

Para o professor, a iniciativa é importante por ser uma pesquisa aplicada, que consegue gerar um resultado para a sociedade de forma direta. Os pesquisadores costumam realizar dois tipos de trabalho, a pesquisa aplicada, que é o caso do monitoramento, e o trabalho científico de base, de geração de conhecimento, que só será usado anos depois. 

“Muitas vezes a gente tem todo o background científico, mas isso acaba não sendo utilizado na prática pelos tomadores de decisão. A gente vê que o monitoramento vai auxiliar e dar informação diretamente para a população. Esse tipo de convênio, de trabalho prático, é extremamente importante justamente por ajudar quem mais precisa, que é a população”, comenta o professor. 

Segundo a Águas Guariroba, o projeto tem como principal análise os cenários de mudanças climáticas e de uso e ocupação do solo.

A partir dos resultados desse monitoramento, serão desenvolvidos novos conceitos e inclusões, com o objetivo de auxiliar nas ações de uso e cobertura do solo e na segurança hídrica da Capital. 

“A gente instalou mais sensores de nível no Córrego Lageado, colocamos uma estação meteorológica no Guariroba e agora nós estamos fazendo esse trabalho de modelagem hidrológica nas duas bacias”, afirma Tarso.

CRISE HÍDRICA

A Capital passou por situações de racionamento hídrico em 2020 e 2021, quando alguns bairros ficaram sem o abastecimento de água durante o período de seca, e a empresa de abastecimento teve de usar o Balneário Atlântico como fonte hídrica para ajudar na distribuição de água no município.

Em setembro de 2020, Campo Grande chegou a vivenciar um dos momentos mais críticos de seca. A empresa Águas Guariroba foi oficiada pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) por falta de água em alguns bairros da Capital, como Vila Bandeirantes, Taquarussu, Amambaí, Caiçara, Jardim Aero Rancho, Centenário, Coophasul, Santa Carmélia, Manoel Taveira, entre outros.

Em outubro de 2021, a situação se repetiu e alguns bairros, como Cidade Jardim, Mansur, Vila Progresso, Coophatrabalho, Coophamat, Rita Vieira, Carandá Bosque, Santa Fé, Autonomista, Jardim dos Estados, Jardim Canguru e Mário Covas, registraram falta de abastecimento hídrico.

O monitoramento, além de alertar sobre os níveis dos reservatórios, também visa auxiliar em outras iniciativas que garantem o abastecimento de água, como implantação de novos poços, para evitar que situações como as de 2020 e 2021 ocorram novamente. 

Mesmo antes da parceria com a universidade, a concessionária informa que já fazia monitoramento constante das bacias do sistema de abastecimento de Campo Grande, que é realizado pelo Centro de Controle de Operações (CCO) da Águas Guariroba.

Em razão desse monitoramento, a empresa furou nove poços de água em 2020 e três neste ano. 

O acordo entre o laboratório e a empresa é feito em termos de convênio, no qual a concessionária envia recursos para bolsas de professores e alunos e compras de equipamentos e os pesquisadores realizam os estudos. 

A Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec) também participa da parceria e é responsável por encaminhar os recursos da Águas Guariroba para o grupo de pesquisa. 

O coordenador do projeto alega que apenas os estudos não bastam, o resultado desses levantamentos precisa chegar à população, que é a principal afetada com as alterações no nível da água. Tarso afirma que tem proposto que todos os trabalhos do laboratório possam ser disponibilizados por meio de uma plataforma digital. 

Apesar de não haver indícios de falta de água em Campo Grande neste ano, em razão do grande volume de chuvas registrado desde o início de 2023, a empresa e os pesquisadores da UFMS frisam que é importante o uso consciente da água, e esta é uma das maneiras de se evitar situações críticas de racionamento no futuro. 

Só nos quatro primeiros meses deste ano, choveu um total de 923,6 mm, enquanto de janeiro a abril de 2022 choveu 489,2 mm.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Verba da saúde banca mais 240 mil cestas para indígenas

Estado renovou por mais 12 meses contratos que somam R$ 46 milhões para aquisição de alimentos distribuídos em 86 aldeias

23/12/2025 11h30

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

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Assinados em dezembro do ano passado com possibilidade de serem prorrogados por até dez anos, cinco contratos para fornecimento de cestas de alimentos para familias indígenas foram renovados até o final de 2026, conforme publicação do diário oficial desta terça-feira (23). 

Juntos, os cinco contratos chegam a quase R$ 46 milhões e apesar da inflação do período, de 4,4%, foram renovados com os mesmos valores do ano passado com as empresas Tavares & Soares (R$ 15,83 milhões), Forte Lux Comércio (R$ 9,6 milhões) e Serviço e a empresa Fortes Comércio de Alimentos (R$ 20,67 milhões) 

Ao todo, em torno de 20 mil famílias estão sendo atendidas  em 86 aldeias de 29 municípios de Mato Grosso do Sul. A cesta conta com arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.

A estimativa do Governo do Estado é de que o programa beneficie pelo menos 90% das famílias indígenas espalhadas pelo Estado. Ao longo de um ano são em torno de 240 mil cestas, com peso médio de 25 quilos. 

Desde o começo do ano está havendo controle digital como mais um instrumento de garantia da destinação correta dos alimentos. Os beneficiários receberam um cartão com um QR Code para ser usado no momento da retirada da cesta. Existe um cartão azul, que é do titular do benefício e outra na cor verde, entregues a pessoas autorizadas a retirar o alimento caso o titular não consiga. 

Apesar de o programa ser coordenado pela Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD), ele é bancado com recursos  da Saúde (Fundo Especial da Saúde/FESA/MS). 
 

CAMPO GRANDE

Trabalhadores engrossam paralisação na Santa Casa

Se no primeiro dia manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, ato é engrossado e pelo menos dois mil  trabalhadores aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário

23/12/2025 11h00

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: 

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua". Marcelo Victor/Correio do Estado

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Se durante o primeiro dia de impacto nas atividades na Santa Casa os atendimentos/serviços foram 30% paralisados, agora, segundo confirmado pela unidade na manhã desta terça-feira (23), o efetivo que aderiu à paralisação em busca do 13° salário subiu para pelo menos metade. 

A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, e o Terra, e responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, reuniram a imprensa para tratar das manifestações de trabalhadores que se acumulavam em protesto na frente da unidade, na manhã de ontem (22).

Conforme repassado por Alir - e como bem abordado pelo Correio do Estado -, a paralisação inicialmente chegou a afetar 30% dos atendimentos/serviços, ou seja, com cerca de 70% do andamento da Santa Casa funcionando por tempo indeterminado ou até o pagamento integral do décimo terceiro.

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua".

"Com efetivo de 50% na paralisação e 50% trabalhando nos setores", complementa a Santa Casa de Campo Grande em retorno. 

Em outras palavras, se no primeiro dia a manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, a paralisação é engrossada e pelo menos dois mil  trabalhadores da Santa Casa (dos quatro mil totais) aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário. 

Sem acordo

    

Enquanto a Santa Casa de Campo Grande aponta que, até o momento, não há nenhuma novidade em relação ao pagamento do décimo terceiro, que afeta todos os funcionários celetistas da unidade, a paralisação acaba impactando na vida não somente dos trabalhadores mas também de pacientes e visitantes. 

Ainda ontem no fim da tarde, através das redes sociais, a Santa Casa de Campo Grande emitiu comunicado anunciando ajustes temporários nas rotinas de vista aos pacientes, diante da paralisação. 

Essas visitas estão autorizadas tanto para pacientes internados na Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quanto nas enfermarias. 

Esses ajustes na rotina seguem as seguintes diretrizes: 

  • - Apenas um familiar será liberado e permitido vistar o paciente;
  • - Cada paciente tem direito a uma visita por dia, feita pelas manhãs, às 11h. 
  • - Acesso das visitas deve ser feito exclusivamente pela porta de vidro do térreo.  

Há o detalhe de que, para os pacientes da área de trauma, onde ficam os acidentados, os visitantes devem dirigir-se pela entrada específica do setor. 

É o caso de Vitória Lorrayne, que está com o irmão acidentado na Santa Casa, que deu entrada na unidade desde o domingo e seria submetido a cirurgia durante o primeiro dia de paralisação, e sequer conseguiu contatar o parente que foi vítima de acidente de moto. 

"Não facilitaram em nada. Até disse que minha mãe sairia de viagem e precisava de notícias, está preocupada, mas falaram ontem (22) infelizmente que eu não poderia entrar", comenta ela. 

Como se não bastasse, até mesmo as informações sobre quando teria novamente contato com o irmão foram desencontradas, já que num primeiro momento mandaram a jovem voltar à Santa Casa por volta de 16h, quando novamente foi impedida de fazer a visita. 

"Voltei lá e disseram que haviam suspendido as visitas da tarde e da noite. Que seria apenas hoje às 11h, e não facilitaram em nada, sendo que gastei 70 reais ao todo entre idas e vindas", conclui. 

Os serviços afetados são atendimentos (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc) , lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).
**(Colaborou Naiara Camargo)

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