As obras dos 792 apartamentos financiados pela Caixa Econômica Federal e previstos para serem construídos na Rua Plutão, no Bairro Cabreúva, em Campo Grande, como parte do Reviva Centro, ainda não tiveram início, seguem na promessa, após mais de um ano e meio de a empresa responsável pela construção ter sido escolhida. Mesmo sem obra, o valor dos imóveis já foi reajustado.
De acordo com a empreiteira responsável pela intervenção, Cesari Engenharia, que foi anunciada em fevereiro de 2021 pela Prefeitura de Campo Grande, e também segundo a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Amhasf), o que está travando o início da construção é a liberação por parte da Caixa Econômica Federal.
“Os apartamentos do Cabreúva serão viabilizados via contrato efetuado pela Caixa Econômica Federal. Esse projeto é associativo, ou seja, as famílias devem assinar os contratos antes da execução das obras, para que os recursos oriundos do FGTS sejam liberados para a construção em etapas. Dessa forma, as obras ainda não tiveram início, pois o projeto estava em análise na Caixa por razões documentais”, declarou a Amhasf, em nota.
Já conforme o diretor de Planejamento da Cesari Engenharia, Sinomar Pereira, eles tiveram a licença para a execução das obras por parte da prefeitura somente em fevereiro deste ano, o que contribuiu para a demora.
“O lançamento foi na terça-feira [20], mas faltam os últimos trâmites da Caixa Econômica. Para se ter uma ideia, o projeto só foi aprovado pelo município no dia 14 de fevereiro deste ano, o que ajudou a atrasar. Acredito que agora estamos nos trâmites finais e, após a Caixa liberar, já começamos as obras”, declarou Pereira.
A construtora não quis especificar um prazo para as obras começarem, porém, a Amhasf afirmou que espera que a construção das casas tenha início ainda neste mês, apesar de estarmos entrando já na última semana de setembro.
“A previsão é de que o projeto comece ainda neste mês de setembro, já com a assinatura das famílias, com início imediato das obras. A empresa construtora está com a posse do terreno, já realizou a limpeza da área e desde então tem cuidado e monitorado o local”, declarou a pasta, em nota.
VALOR
Enquanto as casas não saem do papel, o valor dos apartamentos já teve uma mudança.
Como eles serão comercializados por meio do programa do governo federal Casa Verde e Amarela, para este ano, com as mudanças anunciadas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, houve alta de 10% no teto dos empreendimentos.
Com isso, quem havia se cadastrado no ano passado para comprar a casa, que tinha valor de R$ 180 mil, agora terá de pagar R$ 198 mil. O diretor-presidente da Amhasf em exercício, Cláudio Marques Costa Junior, explicou ao Correio do Estado que essa mudança já estava prevista no edital.
“Os valores são estipulados dentro pelo programa Casa Verde e Amarela, que é o programa vigente no Brasil para habitação de interesse social. Hoje, o teto de Campo Grande é de R$ 198 mil. Acredito que essa modificação de valores do programa foi resultado do aumento dos insumos para a construção civil em todo o Brasil. Essas unidades são comercializadas, financiadas por meio do programa, as pessoas têm de ter renda, não pode haver restrição no nome, porque o agente financeiro é a Caixa Econômica Federal. O que estamos promovendo são unidades habitacionais dentro do programa, para que famílias que se enquadram tenham acesso para morar no centro da cidade. Até porque hoje não se encontram unidades desse valor no centro da cidade”, declarou Costa.
A Amhasf não quis dar prazo para a entrega das obras, no entanto, o diretor de Planejamento da Cesari Engenharia afirmou que, assim que elas tiverem início, o prazo será de 36 meses.
SAIBA
O custo total da obra é de R$ 120 milhões, e para viabilizar o projeto a prefeitura doou um terreno de cinco hectares à empresa, localizado no fundo do Centro de Belas Artes. O local, no Bairro Cabreúva, é avaliado em R$ 20.585.403.




