Cidades

TERRA REGULARIZADA

Reforma Agrária no MS só deve sair do papel em 2025, diz Incra

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ainda não possui o total de áreas e quantas famílias serão atendidas na iniciativa, mas informa que até o final do ano entrega os dados levantados

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Mesmo com o lançamento do programa Terra da Gente, em abril  pelo Governo federal,  as cerca de 15 mil famílias de trabalhadores rurais acampadas em Mato Grosso do Sul somente vão começar a ser assentadas em 2025.

Esse é o prazo que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) alega ser necessário para fazer o cadastramento dos habilitados e levantamento das áreas disponíveis no Estado para dar início ao projeto. 

A proposta do Governo é ter “prateleira de terras”  para assentar famílias , que queiram viver e trabalhar no campo, para tanto foram criadas regras para obtenção e destinação de áreas ociosas.

Estão sendo analisadas as áreas já adquiridas, em aquisição, passíveis de adjudicação por dívidas com a União, imóveis improdutivos, imóveis de bancos e de empresas públicas, áreas de ilícitos, terras públicas federais, terras doadas e imóveis estaduais que podem ser usados como pagamento de dívidas com a União.

Para viabilizar esta meta foram disponibilizados R$ 520 milhões no Orçamento da União de 2024 para comprar  terras e teve início no mês de maio, o  cadastramento de propriedades, sendo que o Incra está averiguando a situação de “vários imóveis  para arrecadação e destinação à Reforma Agrária. Cada caso está sendo estudado para verificar o instrumento legal adequado, seja a desapropriação, a aquisição, a adjudicação ou outro”, informou a autarquia em nota oficial.

O Incra também  enfatizou que até o momento, ainda não é possível “precisar a extensão nem quais os municípios, em razão da viabilidade técnica, jurídica e orçamentária para a incorporação dos imóveis rurais ao Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA).”

O trabalho é realizado por servidores especializados da superintendência do Incra do Mato Grosso do Sul.

Estes dados mais o cadastramento das pessoas aptas vão definir a quantidade de terra necessária para viabilizar o programa Terra da Gente. 

Para saber o contingente de famílias, o Instituto já deu início ao cadastramento, deste abril, sendo que após este levantamento ainda haverá a triagem e a classificação das pessoas aptas.

A estimativa é de existam 15 mil  famílias acampadas em Mato Grosso do Sul, sendo que foi anunciada a meta de assentar cerca de três mil. 

Porém, a autarquia informou que só deve “iniciar, no segundo semestre, a seleção das primeiras famílias de trabalhadores rurais sem terra aptas ao PNRA”, sendo que “pretende-se cadastrar todas as famílias até o final de 2024”. Esta etapa é fundamental para que o programa Terra da Gente seja efetivado. 

De acordo com a União, de 2023 a 2026 devem ser incluídas 295 mil famílias no PNRA, sendo 74 mil assentadas e 221 mil reconhecidas ou regularizadas em lotes de assentamentos existentes.

Além disso, mais 7 mil famílias devem acessar as terras por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário. A proposta é ampliar em 877% o número de famílias assentadas em relação ao período de 2017 a 2022. 

O programa foi lançado durante o atos do  “Abril Vermelho”, realizado pelas entidades que representam o sem-terra, quando houve a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, organizada em todo o Brasil, para reafirmar a luta por terras no país.

Em abril, o Superintendente Regional do Incra de Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto, afirmou que os primeiros cadastros foram feitos em Dourados, que teve o registro de 850 famílias.

Ele também explicou que algumas áreas já estão sendo vistoriadas, inclusive em Campo Grande, ressaltando que os assentamentos deverão dar condições  para que as pessoas permaneçam nos locais.

Na ocasião, o superintendente disse que o trabalho realizado pelo Incra difere do sistema adotado pelo Governo Federal, que disponibiliza a plataforma “SouGov” para o cadastramento de acesso a terras.

“Qualquer cidadão pode ir no SouGov e se cadastrar, esse cadastro do Governo Federal não é igual ao do Incra, porque o do Incra considera que a família está em situação muito vulnerável”, explicou.

SAIBA - Manifestantes

Em abril desse ano, integrantes do Movimento Popular de Luta (MPL) foram até a sede do Incra em Campo Grande, pedir a retomada das ações de reforma agrária no Estado, e realizaram protesto com bandeiras e caminhão de som, para tentar falar com representantes do órgão.

*Com informações de Laura Brasil, Alanis Netto e Felipe Machado.

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DANOS MORAIS

Incra deve indenizar casal de assentados de MS em R$ 30 mil por despejo ilegal

Casal se ausentou do lote para tratamento médico em outra cidade e, mesmo avisando o órgão, foi despejado por suposto abandono, em Corumbá

20/10/2024 16h01

Incra deverá indenizar casal despejado ilegalmente de assentamento

Incra deverá indenizar casal despejado ilegalmente de assentamento Foto: Agência Senado

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O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi condenado a indenizar em R$ 30 mil, por danos morais, um casal de assentados de um lote de Corumbá, que foi despejado de forma ilegal. A decisão é da Sexta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).

De acordo com o processo, o casal era assentado em um lote em Corumbá, mas a mulher realizava tratamento de uma doença pulmonar em Campo Grande e, eventualmente, precisava se deslocar entre os municípios para este tratamento.

Quando o casal precisava fazer esse deslocamento, protocolava no Incra carta de justificação, com documentos médicos.

Ainda segundo os autos do processo, as datas de todos os afastamento foram informados ao órgão. 

No entanto, em março de 2017, uma vistoria ao lote concluiu "total abandono" e, no início de abril do mesmo ano, o Incra autorizou a ocupação do lote por outra pessoa.

O casal tentou solução administrativa e, sem sucesso, propôs com ação de reintegração de posse, que foi julgada procedente.

Por fim, os assentados despejados irregularmente pleitearam judicialmente a indenização por danos morais.

Em primeira instância, a 2ª Vara Federal de Campo Grande condenou o Incra ao pagamento de R$ 15 mil para cada um. A União recorreu ao TRF3, sustentando que o ato que resultou no despejo ocorreu de forma legal.

Ao analisar o recurso, o relator, desembargador federal Souza Ribeiro, considerou que houve a ocorrência de dano e a existência de nexo causal, que são capazes de justificar a responsabilização do Estado e o dever de indenizar. 

“Está configurado impacto na honra subjetiva do autor, por ofensa ao princípio fundamental do direito à moradia digna, que integra o conceito de dignidade da pessoa humana, de modo que a determinação de despejo, por motivos pelos quais a pessoa não deu causa, demonstra forte abalo aos direitos da personalidade, que ultrapassam a esfera do mero dissabor”, fundamentou. 

O magistrado acrescentou ainda que o Incra desconsiderou os atestados médicos apresentados pela mulher, que confirmavam a necessidade de ausência para tratamento médico em outra cidade. 

“É nítida a ilegalidade do ato praticado pelo Incra, pois não foi oportunizada aos autores nenhuma espécie de manifestação em relação à suposta situação de abandono do lote, além da instrução processual insuficiente”, complementou.

O casal também apresentou recurso, solicitando o aumento do valor da indenização. O pedido foi indeferido e o TRF3 manteve o valor de R$ 15 mil para cada, totalizando R$ 30 mil.

Assentamentos

O assentamento de reforma agrária é composto por unidades agrícolas, denominadas parcelas ou lotes, instalados pelo Incra em um imóvel rural. 

Cada unidade é destinada a uma família de trabalhador rural sem condições financeiras de obter um imóvel. 

Os beneficiados devem residir e explorar o lote, desenvolvendo atividades produtivas. 

DANOS DA CHUVA

Após chuva, mais de 22 mil pessoas estão sem energia elétrica em SP

Defesa Civil informou que não há risco para tempestades neste domingo

20/10/2024 15h46

Foto: PAULO PINTO/AGÊNCIA BRASIL

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Um total de 22.135 clientes da Enel, concessionária de energia, estão sem luz na manhã deste domingo (20) no estado de São Paulo, após a chuva desse sábado (19). Segundo a empresa, o número representa 0,27% do total de usuários.

Apenas na capital paulista, são 15.570 imóveis sem energia elétrica, sendo a mais atingida em números absolutos. Na sequência, vem São Bernardo do Campo, com 2.693 clientes sem energia elétrica.

Segundo a Defesa Civil estadual, o domingo será marcado pelo tempo instável em todo o estado, mesmo com a frente fria já se afastando do território paulista.

“As temperaturas não subirão tanto e a sensação térmica será mais amena. Não há risco para tempestades em nenhuma das áreas monitoradas”, informou, em nota.

O órgão acrescenta que há possibilidade para pancadas de chuvas isoladas, seguidas por raios em especial nos municípios que fazem divisa com o sul de Minas Gerais. Além disso, como o solo já está encharcado devido aos acumulados das últimas 24 horas, a Defesa Civil recomenda atenção em áreas mais vulneráveis, pois há risco para transtornos.

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