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BALANÇO

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Saúde financeira da Santa Casa de Campo Grande está em estado grave

Dívida do hospital disparou e margem para novos investimentos despencou nos últimos anos

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A julgar pelo balanço da Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de Mato Grosso do Sul, a instituição pode estar caminhando para a insolvência. Enquanto o dinheiro disponível (não comprometido por dívidas e outras obrigações) está cada vez menor, o endividamento do hospital disparou no mesmo período.

O balanço demonstra que sob a gestão do ex-presidente Esacheu Nascimento (ele deixou a instituição em março deste ano), a Santa Casa conseguiu dobrar o deficit (fundações não têm prejuízo, mas é basicamente a mesma coisa) de R$ 37,5 milhões em 2018 para R$ 62,6 milhões em dezembro do ano passado.

O mesmo documento mostra que desde 2013, quando a Santa Casa deixou de ser administrada pela Prefeitura de Campo Grande – na época sob intervenção –, a liquidez geral do hospital só caiu: era 0,52 em 2013 e despencou para o índice 0,22 no ano passado. 

“Esse indicador revela a liquidez, tanto a curto como a longo prazo. De cada R$1 que a empresa tem de dívida, o quanto existe de direitos e haveres no circulante e no realizável a longo prazo”, explicam os contadores da Aupercom, empresa contratada pelo hospital para fazer o balanço.  

Quanto ao endividamento, em 2013 ele tinha o nível 1,92, e em 2019, com Esacheu na presidência, foi para 4,49. “Este quociente calcula se uma empresa é muito ou pouco endividada, ou seja, se usa muito ou pouco capital de terceiros onerosos. Quanto menor o porcentual, melhor”, explicam os contadores autores do balanço.

RECEITAS

No mesmo exercício, enquanto as receitas subiram apenas 4% em relação a 2018, as despesas tiveram um acréscimo de 10%. Em 2018, o hospital recebeu R$ 344,9 milhões em recursos, e no ano passado, R$ 359,3 milhões.

O aumento na prestação de serviços de média complexidade (+35%) ajudou no – ainda que tímido – aumento das receitas. Em outros setores, a receita caiu: convênios (-10%), atendimentos particulares (-5%), produção de alta complexidade (-3%) e incentivos do Sistema Único de Saúde (SUS) (-3%).

No geral, houve um pequeno aumento na receita SUS, de R$ 270 milhões em 2018 para R$ 279 milhões em 2019, e queda na receita privada, de R$ 60 milhões para R$ 55 milhões. Uma sobra de R$ 3 milhões com cursos e locações de espaços contribuiu para o pequeno crescimento da receita.

O principal ativo declarado pelo hospital é o convênio com a Prefeitura de Campo Grande, gestora do SUS na cidade. Ela repassa por ano em torno de R$ 290 milhões para o hospital.

DESPESAS EM ALTA

No que se refere às despesas, elas aumentaram em quase todos os segmentos analisados pela empresa de auditoria independente Aupercom, autora do balanço. 

De 2018 para 2019, a folha de pagamento subiu de R$ 235 milhões para R$ 245 milhões (4%); os serviços de terceiros, de R$ 22,6 milhões para R$ 29 milhões (23%).

O maior salto ocorreu nas despesas gerais não especificadas pelo balanço. No último ano da gestão de Esacheu Nascimento, elas saltaram de R$ 7,7 milhões para R$ 16,8 milhões.  

DÍVIDAS X PATRIMÔNIO

O balanço da Santa Casa de 2019, último ano de Esacheu Nascimento à frente da instituição, mostra que enquanto as dívidas da instituição estão aumentando, o patrimônio está diminuindo.

O passivo circulante – as dívidas e obrigações com vencimentos em curto prazo – passaram de R$ 115 milhões para R$ 155 milhões, aumento de 26%. As despesas com empréstimos e financiamentos tiveram o maior aumento: em 2018 somavam R$ 21,4 milhões, e no ano passado, R$ 43 milhões – aumento de 45%.

E o o grande drama do hospital está nas dívidas de longo prazo com instituições financeiras: são R$ 130,2 milhões em dívidas com bancos, que ajudam o passivo não circulante a atingir R$ 180,6 milhões – um aumento de 16% em relação aos R$ 115 milhões do ano anterior.  

Em 2019, a adesão a programas de refinanciamento de impostos fez disparar a dívida neste segmento: elas passaram de R$ 3,2 milhões em 2018 para R$ 38,2 milhões em 2019.  

O patrimônio líquido do hospital despencou. Caiu de R$ 94,7 milhões para R$ 60,9 milhões entre 2018 e 2019.

RENÚNCIA

Em meio ao colapso financeiro na Santa Casa, o diretor da instituição, Heber Xavier, renunciou ao cargo de diretor na sexta-feira (25). Ele sucedeu Esacheu nascimento no principal cargo do hospital, em março.  

Ao sair da presidência, Xavier levou consigo o tesoureiro José de Oliveira Souza, que também renunciou.  

A renúncia ocorreu na mesma semana em que o hospital havia anunciado paralisação das cirurgias e de parte do atendimento por falta de dinheiro e de repasses do SUS. 

Na ocasião, a prefeitura da Capital rebateu a informação, alegando que os repasses estavam em dia e que neste ano a Santa Casa ainda deixou de ter parte do pagamento de seus empréstimos (R$ 12 milhões) descontada dos repasses, para ter um fôlego financeiro.

Dia do exército

Riedel, secretários e policiais recebem honrarias nos 376 anos do Exército

Cerca de mil militares das Forças Armadas participaram de solenidade no CMO

19/04/2024 13h00

Marcha e desfile de militares do Exército Brasileiro MARCELO VICTOR

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Cerca de mil militares das Forças Armadas comemoraram os 376 anos do Exército Brasileiro (EB), na manhã desta sexta-feira (19), em solenidade realizada no Comando Militar do Oeste (CMO), localizado na avenida Duque de Caxias, em Campo Grande.

Homens e mulheres fardados, de 13 grupamentos/batalhões, marcharam e desfilaram em alusão ao Dia do Exército, comemorado anualmente em 19 de abril.

Durante a solenidade, foram entregues medalhas, diplomas, certificados e honrarias militares ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB); comandante-geral da Polícia Militar (PMMS), Renato dos Anjos; comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Frederico Reis; secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira; presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul); entre outras autoridades.

Os convidados foram homenageados em reconhecimento aos serviços que contribuíram para progresso, defesa e segurança de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o governador do Estado, Eduardo Riedel, a parceria entre o governo de MS e EB garante ganhos na infraestrutura, sociedade e segurança pública.

“Estou muito honrado de receber uma homenagem do Exército Brasileiro, é uma instituição que orgulha a todos nós. E para o Mato Grosso do Sul, é fundamental, um estado que faz fronteira com dois países, faz divisa com mais outros cinco estados da federação e a sede do Comando Militar do Oeste é aqui no estado de MS. É uma parceria extremamente efetiva, diante de todas as situações que nós temos no estado, o Exército Brasileiro traz ao estado tranquilidade e parceria grandes em diversas áreas, social, infraestrutura, segurança pública. E a gente fica muito honrado em receber essa homenagem aqui hoje”, disse o governador de MS, em coletiva de imprensa.

Segundo o general de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, a missão do EB é a de contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais e cooperando com o desenvolvimento nacional e o bem-estar social.

“São 376 anos de dedicação à Pátria, ao nosso povo, ao nosso Brasil, trabalhando dentro dos nossos princípios de disciplina, hierarquia, valores e ética. Nosso papel é a garantia dos direitos constituídos, a defesa da Pátria, colaborar para o desenvolvimento nacional e estar junto a sociedade, tornando esse Brasil cada vez maior”, ressaltou o general.

O Dia do Exército Brasileiro é comemorado anualmente em 19 de abril, data que relembra o aniversário da Batalha de Guararapes, travada em 1648, quando brasileiros de diversas origens se uniram pela primeira vez em defesa do território contra o domínio holandês.

Neste dia, são realizadas diversas atividades para celebrar e reconhecer o trabalho e a importância do Exército na defesa da nação e na manutenção da ordem e segurança interna.

OPERAÇÃO DA PF

Fraude em ponto eletrônico da saúde na Prefeitura de Corumbá gera prejuízo de R$ 6 milhões

Polícia Federal deflagrou operação para combater crime e identificou servidor que ficava 5 minutos no expediente

19/04/2024 12h30

Polícia Federal deflagrou operação contra fraude do ponto em Corumbá Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio nesta sexta-feira (19) para combater prejuízo milionário que servidores da saúde em corumbá estavam causando no serviço público com fraudes em ponto eletrônico.

Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde da Prefeitura de Corumbá reiteradamente fraudavam seus pontos eletrônicos, não cumprindo a carga horária contratada, mas recebendo o salário integral. 

Ao longo da investigação, a Polícia Federal em Corumbá identificou que houve casos em que a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos. O foco da operação nesta sexta-feira foi concentrado nessa unidade especializada, que fica no bairro Universitário.

Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.

Esse cálculo foi obtido a partir da apuração dos salários pagos aos profissionais de saúde em valor integral, porém sem que eles cumprissem a carga horária. A Polícia Federal não detalhou há quanto tempo essa fraude vinha sendo praticada e como houve a denúncia.

Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00 dos servidores públicos.

Dentro do Centro Municipal de Especialidade Odontológica trabalham principalmente dentistas e os serviços prestados são de cirurgia, endodontia, prótese dentária, radiologia, periodontia e odontopediatria. Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota e sugeriu que não foi a responsável pela denúncia. Conforme apurado, o governo municipal não teria conhecimento oficial dessa fraude até que ocorresse a operação.

"Com relação a Operação Esculápio, realizada nesta sexta-feira, pela Polícia Federal, a Prefeitura de Corumbá esclarece que não foi alvo da ação e que até o momento não foi formalmente informada sobre o teor das investigações. A Secretaria Municipal de Saúde está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for necessário", divulgou.

Ainda não há confirmação se os servidores investigados pela Polícia Federal também vão passar por processo administrativo.

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