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Mato Grosso do Sul

Seca histórica: Queimadas no Pantanal superaram em 39% o pior índice registrado

Mesmo fora de época, as queimadas neste ano superaram as de 2021; em cinco meses, 332 mil hectares foram devastados pelo fogo

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O Pantanal enfrenta uma das piores secas registradas no bioma, cenário favorável, para queimadas no bioma, que ultrapassou mais de 1000%. É o que diz a análise do SOS Pantanal. Enquanto o fogo tem terreno livre e corre a ritmo de maratona, o combate caminha a passos lentos. 

Segundo a nota técnica do SOS Pantanal, divulgada nesta terça-feira (11), os incêndios florestais aumentaram mais de 1000% em comparação ao mesmo período, em 2023. O estudo aponta que às chuvas abaixo do esperado, atingiram especificamente a região noroeste do Estado, especificamente, o Pantanal sul-mato-grossense, o mesmo cenário é observado no Mato Grosso (MT). 

Somente no primeiro trimestre de 2024, as queimadas do Pantanal ultrapassaram as médias registradas entre 2012 e 2022, apontam dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

E ainda não estamos no período em que costumeiramente costumam acontecer ocorrências de incêndios. O LASA, indicou que os primeiros meses de 2024, superaram em 39%, no mesmo período de 2020, considerado o pior da série histórica.

  • 2020 -  239 mil hectares queimados;
  • 2024 -  332 mil hectares queimados;

A seca reflete diretamente nos recursos hídricos, indicando grave escassez da região hidrográfica do Rio Paraguai, o que acaba colocando em situação risco para quem depende do uso da água.

Ou seja, pode atingir o abastecimento de água para consumo humano, a navegação, inclusive a geração hidrelétrica. Outro ponto diretamente afetados são as atividades econômicas da região como pesca e o turismo. 

No quesito econômico, a baixa hidrográfica, em 2023, afetou cerca de sete milhões de toneladas de minérios e soja que foram  despachados dos portos de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho.

Seca extrema

Conforme a medicação da régua de Ladário, que monitora as cheias do Rio Paraguai desde 1900, em maio deste ano, o Correio do Estado, acompanhou a "menor cheia" registrada na história, um indicativo que o rio pode atingir o nível mais baixo desde que iniciaram as análises

SOS Pantanal

"Os níveis dos rios atingiram ou estão próximos dos mínimos históricos, indicando a urgência de medidas adaptativas", diz a nota técnica.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a previsão para junho e agosto de 2024, apontam para precipitações abaixo da média na bacia hidrográfica do Rio Paraguai. 

 

Combustível natural

Um dos fatores que contribuíram para as queimadas de 2020, que foram superadas em 2024, justamente está na baixa precipitação de chuvas, o que acarreta altas taxas de evaporação, e contribui para aumentar a seca no solo, assim como a vegetação, tornando a área um verdadeiro "combustível".

"Em paralelo, a dessecação do solo também desempenhou um papel fundamental no aumento da concorrência de condições extremamente quentes por meio do estabelecimento de um regime limitado de água e um aumento no fluxo de calor sensível entre a superfície e a atmosfera, aumentando os limiares de inflamabilidade".

Recomendações 

Com isso, o SOS Pantanal traçou recomendações para órgãos públicos tanto de Mato Grosso (MT) como de Mato Grosso do Sul, em uma tentativa de mitigar o fogo.

Ao que tudo indica, o ano de 2024, pode ser o pior para o bioma devido a seca e falta de qualquer previsão de chuvas expressivas na região.

Imasul - MS

  • façam valer as políticas estaduais, especialmente no que tange às licenças de supressão para aceiros, queimas controladas e prescritas e licença de manejo integrado do fogo (MS);
  • priorizem as ações de prevenção das principais áreas de risco de incêndios, com histórico relevante de focos e biomassa acumulada para ações de educação e manejo;
  • elaborem o calendário anual para Manejo Integrado do Fogo em 2025, e abram chamada pública para que proprietários rurais possam aderir a ações preventivas dentro de áreas prioritárias, especialmente para pedidos de queima prescrita e supressão para aceiros.
  • reduzir a taxa de queima referente a licença de manejo integrado do fogo; e promover conhecimento e acesso a esta política pública de vanguarda para que mais proprietários submetam pedidos de licença.

Ao IBAMA

  • contratar brigadistas permanentes para execução de ações de prevenção e preparação ao longo do primeiro semestre, não somente no segundo, especialmente as queimas prescritas e aceiros;
  • contratar a equipe técnica para dar suporte às coordenações estaduais do Prevfogo em atividades especializadas como georreferenciamento, perícia e queimas prescritas - hoje a equipe é extremamente enxuta;
  • integrar as brigadas comunitárias e privadas no SISFOGO e no Plano Operativo Anual - levantamento de recursos, parceiros e estruturas da região; estabelecer protocolos prévio dentro da doutrina do SCI envolvendo CBMMS,
  • CBMMT e ICMBIO;disponibilizar aeronaves (helicópteros) para infiltração de brigadistas em locais remotos;criar grupo de trabalho para análise e estabelecimento demarco regulatório do uso de retardantes em operações de combate

 

Focos das queimadas

  • 05 de junho | foco em Fort Coimbra
  • 31 de maio  | foco próximo ao Porto Laranjeira
  • 05 de junho | foco próximo à escola Jatobazinho
  • 02 de junho | foco na Região próximo a Corumbá;
  • 05 de junho | foco próximo ao Frigorífico Caimasul: 

Focos de queimadas no Pantanal sul-mato-grossense

Efetivo

  • 78 militares;
  • 73 bombeiros militares (entre comando de operações e guarnições de combate);
  •  5 bombeiros militares do Grupamento aéreo 

** Colaborou Neri Kaspary e Leo Ribeiro

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Cidades

Vacina contra gripe é segura e não causa a doença; saiba mais verdades

Idosos, crianças de 6 meses a 6 anos, grávidas e puérperas devem tomar

12/04/2025 23h00

Tomaz Silva / Agência Brasil

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A campanha de vacinação contra a gripe começou na última segunda-feira (7), nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com o objetivo de imunizar 90% do público-alvo, composto principalmente por idosos, crianças de idades entre 6 meses e 6 anos, gestantes e puérperas.

O Ministério da Saúde convoca esses grupos e os demais aptos a se vacinar procurem a proteção o mais rápido possível em unidades de saúde de seus municípios, porque o vírus causador da gripe circula com mais força no outono e no inverno nessas regiões. No segundo semestre, será a vez da Região Norte ser imunizada, para cobrir o "inverno amazônico", período de chuvas de dezembro a maio.

Mas um obstáculo importante que a sociedade brasileira precisa superar para atingir a meta de vacinação são as muitas informações falsas circulando nas redes sociais. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, alerta que o maior risco são os grupos vulneráveis acreditarem na desinformação e correrem riscos, inclusive de morte, sem a proteção.

"Informação falsa, às vezes, é mais letal do que a própria doença. Essa é uma das grandes ameaças à saúde humana", avisa . "Algumas pessoas podem deixar de se vacinar, acreditando em histórias falsas e consequentemente vão continuar vulneráveis, o que pode até levar ao óbito", ela complementa.

De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença.

 

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é vacinado contra a gripe Ricardo Stuckert / PR

Saiba o que é verdade e o que é fake news

Veja abaixo as explicações da presidente da SBIm que desmentem algumas das informações falsas que mais circulam contra a vacina da gripe e colocam em risco a vida das pessoas: 

MENTIRA: "A vacina pode fazer algumas pessoas pegarem a gripe"

VERDADE: De acordo com a especialista, essa é a época do ano em que mais circulam o rinovírus, o metapneumovírus, o vírus sincicial respiratório, entre outros vírus, mas as pessoas chamam qualquer quadro respiratório de gripe. Mesmo que a pessoa tenha febre, dor de garganta e tosse, pode ser outro vírus respiratório, como o da covid, por exemplo. Além disso, se a pessoa já tiver sido infectada, e estiver incubando o vírus, os sintomas podem aparecer depois que ela tomou a vacina. E é preciso duas semanas, no mínimo, para desenvolver a proteção. Nesse período, a pessoa continua vulnerável, inclusive à gripe, como quem não foi vacinado.

 

MENTIRA: "A vacina contra a gripe não é segura e pode provocar a morte de pessoas mais velhas"

VERDADE: Essa é uma vacina extremamente segura, tanto que os grupos prioritários escolhidos para tomar a vacina são os que têm maior comprometimento da imunidade. Uma pessoa que faz um transplante de medula óssea, a primeira vacina que ele tem que tomar, três meses pós-transplante, é a vacina contra a gripe. Por que ela é segura? Porque é uma vacina inativada, ou seja, o vírus é morto, fracionado e você só usa uma fração dele na produção de anticorpos.  Então, em qualquer pessoa, seja imunocompetente ou imunocompromtida, seja uma pessoa que tenha alguma comorbidade, ela vai ser extremamente segura.

 

MENTIRA: "A vacina não evita totalmente o contágio, logo, não tem eficácia"

VERDADE: A vacina contra a gripe é eficaz principalmente para proteger contra a doença grave e suas complicações e contra o óbito. Dependendo da faixa etária e do grau de resposta imunológica da pessoa vacinada, ela pode ter uma menor eficácia contra o contágio pelo vírus, mas ela continua sendo muito importante para prevenir a forma grave da doença. Por isso, a recomendação é que as pessoas que são mais vulneráveis se vacinem todos os anos para não correr esse risco.

 

MENTIRA: "A gripe é uma doença comum, sem gravidade. Por isso, não é importante se vacinar"

VERDADE: A gripe é uma doença potencialmente grave. Nem todos casos vão ser assim, tem gente que vai ter sintomas, por mais ou menos uma semana, sem consequências. Mas algumas pessoas vão desenvolver pneumonia, vão desenvolver uma descompensação de outras doenças, como, por exemplo, diabetes, cardiopatia ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Por isso que essa é uma vacina muito importante na faixa etária dos idosos, porque eles apresentam mais quadros graves, com mais internação e mais óbitos. Depois, as pessoas com comorbidades e as crianças pequenas são as mais atingidas pelas formas graves.

 

MENTIRA: "Os profissionais de saúde estão misturando a vacina da gripe com a vacina da covid"

VERDADE: Não se faz alquimia com nenhuma vacina. Cada uma tem os seus ingredientes, o seu volume, o seu conteúdo e jamais, nunca houve essa história de vacinas serem misturadas. O que existe são vacinas combinadas, que protegem contra várias doenças, mas elas já são fabricadas assim pelo próprio laboratório, com todas as quantidades e excipientes de cada um dos componentes, calculados, testados, com estudos clínicos e a aprovação de órgãos regulatórios. Mas isso não feito com a vacina da gripe e a vacina da covid.

Vacina atualizada

Todos os anos, a vacina é atualizada para proteger contra os três tipos do vírus influenza com maior circulação, por isso, o imunizante que está sendo aplicado previne contra a influenza A H1N1 e H3N2 e contra a Influenza B.

Por isso, para se manter protegido, é necessário receber a vacina todo ano

Quem deve se vacinar contra a gripe

  •  Idosos
  •  Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
  •  Gestantes e puérperas
  •  Povos indígenas
  •  Pessoas em situação de rua
  •  Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais
  •  Pessoas com deficiência permanentes
  •  População privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens
  •  Profissionais das Forças Armadas e das áreas de saúde, educação, segurança pública, salvamento, unidades prisionais, transporte rodoviário coletivo e de carga e portos.

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Caso Marielle Franco

Chiquinho Brazão deixa presídio em Campo Grande para cumprir prisão domiciliar no RJ

Com a autorização, para retornar ao Rio de Janeiro, concedida pelo STF, o parlamentar colocou tornozeleira eletrônica neste sábado (12), acompanhado por agentes federais

12/04/2025 17h23

Imagem Divulgação

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Após passar 385 dias na Penitenciária Federal de Campo Grande, o deputado Chiquinho Brazão (sem partido) colocou tornozeleira eletrônica, na tarde deste sábado (12), para cumprir prisão domiciliar no Rio de Janeiro (RJ).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou nesta sexta-feira (11) que o parlamentar cumpra a pena em casa, devido ao seu quadro de saúde.

A decisão do STF de conceder a prisão domiciliar ocorre em razão das condições clínicas de Chiquinho Brazão, que sofre de doença cardíaca, diabetes, hipertensão, insuficiência renal e episódios de angina.

Ainda que tenha obtido liberação para cumprir a pena em regime domiciliar, o ministro Alexandre de Moraes impôs algumas restrições:

  • Acessar redes sociais;
  • Falar com a imprensa;
  • Receber visitas que não sejam da família ou de advogados;
  • Manter comunicação com investigados no caso Marielle.

Segundo apurado pela Veja junto ao advogado do parlamentar, Cléber Lopes, a família de Brazão está hospedada em um hotel na Capital sul-mato-grossense. 

O defensor do parlamentar confirmou também que a previsão de retorno será neste domingo (13) para a residência do parlamentar no Rio de Janeiro. 

Caso Marielle Franco

O deputado chegou no final da manhã de 27 de março de 2024 a Campo Grande, onde ficou preso no presídio federal da Capital, em uma cela de 7 m².


Ele é acusado de ter sido um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

O parlamentar foi preso no dia 24 de março de 2024, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre o crime.

Além dele, seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, também foram presos.

Acusações


Após as delações de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz (que dirigiu o veículo que levou o atirador), a Polícia Federal concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão contrataram o ex-policial militar Ronnie Lessa para executar a vereadora Marielle Franco, em 2018. O motorista dela, Anderson Gomes, também foi morto.

Para a PF, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que tem ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.

Segundo a PF, Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, “planejou meticulosamente” o crime.

Conforme o relatório, as tratativas ocorreram de forma clandestina e em breves encontros, em locais desertos.

A primeira reunião ocorreu em 2017, quando, segundo a PF, os irmãos Brazão contrataram Edmilson Macalé, um miliciano que atua na Zona Oeste do Rio. Foi ele quem convidou Ronnie Lessa para participar do crime.(Com agências)

** Colaborou Daiany Albuquerque

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