Cidades

Incêndios pantanal

Sindicato pede que pantaneiro seja incluído em discussões sobre o bioma

Sindicato Rural de Corumbá quer criar bancada pantaneira entre câmaras municipais e lideranças regionais do Estado para articular medidas de proteção

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Sindicato Rural de Corumbá se une à Mato Grosso para reivindicar a representatividade do homem pantaneiro em comissões que discutem normativas ambientais e ações de combate aos incêndios florestais no Pantanal.  

De acordo com o presidente do Sindicato, Luciano Leite, as ações em tramitação no Congresso Nacional não levam em conta as opiniões de quem mora na região há muitos anos. 

“Estão elaborando leis sem escutar o homem pantaneiro, que está há mais de 200 anos no Pantanal e sequer é ouvido ou convidado por algumas organizações, cujas finalidades também desconhecemos”, relata.

Segundo o Sindicato, os pantaneiros querem envolver as câmaras municipais e as lideranças regionais dos municípios de Mato Grosso do Sul situados dentro do bioma, fortalecendo assim um movimento que visa criar uma bancada pantaneira de lideranças políticas já articulada com a União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (UCMAT).

O presidente ainda destaca que a população residente do Pantanal está preocupada com as questões de incêndios, cuja incidência pode ser ainda maior do que em 2020, que registrou recorde de queimadas.  

“Queremos participar das discussões e apresentar nossos estudos técnicos, que tem o embasamento e a chancela de uma Embrapa Pantanal, para isso queremos contar com o apoio das nossas lideranças políticas em Brasília”, completou o dirigente.

 

Ações de combate

Por meio da Comissão Temporária Externa, criada para acompanhar ações de enfrentamento aos incêndios, o Senado e a Câmara dos Deputados fizeram uma série de recomendações no final de 2020. 

Os pedidos foram enviados para órgãos do Judiciário, do Ministério Público e do Legislativo, para apurar as causas dos incêndios ocorridos e criar ações para que a situação não se repita.  

Dentre as recomendações foi imposta a criação de brigadas de incêndio permanentes e a construção de reservatórios de água em áreas estratégicas do bioma. Além da criação do  programa de recuperação de nascentes, cabeceiras e demais áreas críticas da Bacia do Alto Paraguai.

O Observatório Pantanal enviou este mês recomendações ao Congresso Nacional, com pedido de suspensão de licenças para implantação de novas pequenas centrais hidrelétricas na região hidrográfica do Paraguai, a aquisição de equipamentos e aeronaves, treinamento de efetivo das Forças Armadas em técnicas de controle de incêndios florestais, a destinação de recursos orçamentários para a realização de pesquisas, pelas instituições oficiais, sobre prevenção de fogo, recuperação ambiental, recursos hídricos, serviços ecossistêmicos e temas afins no bioma Pantanal.

O documento foi encaminhado a parlamentares e representantes do Executivo, como o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

Também foi enviado ao diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, e às autoridades regionais, dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, relacionadas à área de combate ao fogo.

 

Incêndios

O Pantanal deverá passar por mais um período de seca e incêndios este ano, na mesma proporção ou ainda mais intenso do que o de 2020.  

Com exceção de algumas regiões mais baixas em Corumbá, onde as águas dos rios Aquidauana e Miranda inundaram os campos em uma “cheia” rápida, as chuvas de outubro a março na parte alta (ao norte) não foram suficientes para recuperar o ciclo natural das águas.

Onde o fogo mais queimou, entre Corumbá e Poconé (MT), a lenta recuperação dos níveis dos rios ao longo da calha do Rio Paraguai mantém o solo e a vegetação secos.

Nesta região, que compreende grandes extensões de campos e de matas sem a presença do homem e do boi, corredor de uma rede de reservas ambientais que somam 270 mil hectares, o volume de chuvas foi inferior às médias anuais.  

Em 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou recorde no número de queimadas no Pantanal. Ao todo, foram 8.899 focos de incêndios no bioma de Mato Grosso do Sul, entre janeiro e dezembro deste ano.  

Corumbá foi o município com mais incêndios, e notificou 8.105 pontos de calor, 89% do total de queimadas.  

De acordo com Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), 30% do bioma foi consumido pelo fogo este ano.  

A área queimada representa 4.490 mil hectares em todo o bioma. No Pantanal de Mato Grosso do Sul, o total é de 1.983 hectares e em Mato Grosso foram 2.507 mil hectares destruídos pelo fogo.

O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), criou a Operação Focus para apurar os incêndios nas propriedades locais do Pantanal.  

Um dos objetivos da Operação Focus é identificar a origem dos focos de incêndio e punir os responsáveis nos casos em que a queima da vegetação foi proposital.

Grande  parte dos incêndios registrados no Pantanal, em 2020, tiveram início possivelmente por ações humanas e possuem a probabilidade de ligação com atividades agropastoris, com quase 60% dos focos, conforme aponta levantamento apresentado pelos Ministério Públicos de Mato Grosso (MPMT) e Mato Grosso do Sul (MPMS).  

 

CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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trágico

Mulher de 27 anos e rapaz de 28 morrem em acidente no interior de MS

A mulher conduzia um carro que atingiu o motociclista próximo ao Hospital Regional de Três Lagoas

16/12/2025 08h39

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva (foto 24hnewsms)

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Duas pessoas morreram e três sofreram ferimentos em uma acidente que ocorreu no começo da madrugada desta terça-feira (16) próximo ao Hospital Regional, na BR-158, em Três Lagoas (MS), na região leste de Mato Grosso do Sul.

Morreram Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, que conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, que trabalhava como moto-entregador. A colisão ocorreu pouto antes da uma hora da madrugada em um trecho urbano da BR-158, conhecido também como anel viário Samir Tomé. 

As circunstâncias do acidente ainda não haviam sido divulgadas até o começo da manhã. No Palio conduzido por Fernanda estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas. 

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora, o que ajuda a explicar por que ela teve morte instantânea, apesar de estar no interior do veículo. 

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

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