Cidades

CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO

STJ não descarta prender conselheiros do Tribunal de Contas

Presidente Iran das Neves e os conselheiros Waldir Neves e Ronaldo Chadid foram afastados e vão usar tornozeleira

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O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de prisão preventiva movido pelo Ministério Público Federal (MPF) contra três dos sete conselheiros de Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) envolvidos em um colossal esquema de corrupção a partir de fraudes em processos licitatórios.

No entanto, o magistrado não descartou a hipótese do encarceramento. O ministro afastou os conselheiros por seis meses, mandou pôr neles tornozeleira eletrônica e proibiu que, durante a investigação, aproximem-se no prédio da Corte Fiscal.

Se essas medidas não forem cumpridas ou se houver indícios de que a prática dos crimes continua, o ministro do STJ afirmou que poderá rever a decisão e prenderá o presidente do TCE de MS, Iran Coelho das Neves, e também os conselheiros Waldir Neves Barbosa e Ronaldo Chadid, além da servidora Thais Xavier Ferreira da Costa.

Outros dois servidores também são investigados: Douglas Avedikian e Parajara Moraes Alves Júnior.

Por enquanto, eles só foram afastados de seus cargos e terão de cumprir as medidas de restrição.

Os cargos dos conselheiros do TCE são vitalícios e os salários deles superam a casa dos R$ 30 mil. A Corte Fiscal só existe para combater a corrupção onde envolva recursos públicos.

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, fraudes na execução de contratos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, entre outros.

Esquema

Ainda não se sabe ao certo o quanto de dinheiro teria sido desviado do TCE, mas a soma pode superar a casa dos R$ 100 milhões de 2018 para cá.

Os desvios ocorriam por meio da empresa Dataeasy, detentora dos contratos.

Há indícios de que os favorecidos com o esquema contavam inclusive com a ajuda de um gerente da agência do banco Itaú, em Brasília.

Além dos conselheiros e dos servidores da Corte, aparecem na lista dos investigados ao menos 30 pessoas e empresas.

Em trecho da decisão do ministro do STJ, ele comenta o motivo de não ter mandado prender Waldir, Iran e Ronaldo Chadid, mas impõe ressalva de que eles podem, sim, ser presos caso as medidas cautelares não sejam cumpridas.

“Vislumbro que, no caso concreto, as medidas cautelares diversas da prisão indicadas pelo Ministério Público Federal se mostram suficientes para fazer cessar a prática criminosa, garantindo a ordem pública e resguardando a instrução criminal. Entretanto, ressalto que, nos termos no § 4º do art. 282 do Código de Processo Penal, as medidas cautelares poderão, a qualquer momento, ser substituídas, inclusive pela decretação da prisão preventiva, caso sejam descumpridas ou se revelem insuficientes”.

Na apuração do caso, descobriu-se que apenas uma das empresas que teria vencido de modo fraudulento licitação promovida pelo TCE de MS, a Dataeasy Consultoria, arrecadou dos cofres da Corte Fiscal ao menos uma centena de milhões de reais.

“A autoridade policial [Polícia Federal] apresenta, inicialmente, os elementos informativos obtidos no tocante às supostas irregularidades na contratação da empresa Dataeasy Consultoria e informática Ltda. pelo Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso do Sul, destacando que a empresa que recebeu mais de R$ 100 milhões do TCE/MS desde 2018, cujo contrato foi recentemente renovado pelo Presidente do TCE/MS, Conselheiro Iran Coelho Das Neves, até 24/01/2023” (fl. 05).

Em junho do ano passado, a PF deflagrou a primeira fase da operação, apreendeu dinheiro em casa de conselheiro, mas, ainda assim, o esquema criminoso se manteve vivo, pelo dito na representação do MPF.

Investigados

Além dos conselheiros e dos servidores, também são investigados pela Polícia Federal, pela Receita Federal e pela Controladoria-Geral da União a empresa Dataeasy e outras empresas de seu conglomerado, como a ArDigital Ltda., a Vert Soluções e a Contrata Participações e Incorporações Ltda. - Amoreira.

As quatro empresas têm sede em Brasília.

De Mato Grosso do Sul, são investigadas as empresas Docsys (dois CNPJs diferentes) e L&L Comercial e Prestadora de Serviços LTDA., além de Sérgio da Costa Corrêa, José Sérgio de Paiva Júnior, Thayna Nogueira Moraes, Leonardo Primo de Araújo.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em outras cidades de pessoas ligadas ao esquema, seja operando via Dataeasy e as empresas conglomeradas, seja por meio da lavagem de dinheiro utilizada pelos conselheiros e seus auxiliares.

Neste rol estão Maicon Thomé Marins (as empresas e ele são de Porto Alegre-RS); Vanderlei Farias Morais, de Miracema (RJ); Emerson Lemos de Araújo, Luiz Romildo de Mello, Daniel Arantes Castrese e Rolando Moreira Bonaccorsi, de Brasília (DF).

O cabeça da Dataeasy, Ricardo da Costa Brockveld, também foi alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal. 

Gerente de banco

Em um trecho da decisão do ministro do STJ é citado que há suspeitas de um gerente do banco Itaú como integrante do esquema implicando os conselheiros e a Dataeasy:

“Emerson Araújo [gerente do banco] recebia os cheques da Dataeasy na agência 5606 e os registrava no sistema do Itaú como Transação 241”, informa a investigação.

Neste tipo de transação, o gerente do banco apenas compensava o cheque, mas, posteriormente, realizava um saque na conta, forma que inviabiliza o rastreamento do dinheiro via mecanismos como o Coaf.

Somente por meio dessa operação, foram sacados R$ 1.345.800,00. Os saques por meio de cheques emitidos pela Dataeasy foram ainda maiores: R$ 6.745.516,00 ao todo. 

Fac-símile

Trechos de decisão do STJ que afastou presidente e dois conselheiros do Tribunal 
de Contas de Mato Grosso do Sul

 

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Rede Pública de Ensino

Governo vai fazer nova chamada de professores aprovados em concurso

A expectativa é que sejam chamados mais 28 candidatos para tomar posse de forma imediata. Mais candidatos podem ser chamados até o fim do primeiro semestre de 2026

21/12/2025 15h00

Novos aprovados serão chamados para assumir os cargos de professores na rede Estadual

Novos aprovados serão chamados para assumir os cargos de professores na rede Estadual FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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Uma nova leva de professores aprovados no concurso público do Governo de Mato Grosso do Sul será convocada para o cargo efetivo de docente na rede pública estadual. 

O anúncio foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Riedel, que firmou o compromisso de chamar de forma imediata mais 28 aprovados no certame, durante reunião com a direção da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), dos secretários estaduais Frederico Feline (Administração) e Hélio Daher (Educação) na última sexta-feira (19).

“Ficou estabelecido e autorizado pelo governador a chamada imediata de 28 aprovados do atual concurso para professores que está em andamento. Eles vão atender as necessidades imediatas da Rede Estadual”, afirmou Hélio Daher. 

O secretário também confirmou que uma nova reunião foi marcada para o próximo mês (janeiro de 2026) para discutir a chamada de mais candidatos chamados “remanescentes”, que estão na lista de espera e podem ser chamados ao longo do primeiro semestre do próximo ano. 

“Essa situação vai ser avaliada pelo Governo do Estado, com base em estudo que vai ser feito pelas secretarias de Administração e Educação”, adiantou. 

Durante a reunião, também foram discutidas outras pautas para a categoria, como a valorização dos docentes e melhorias para as carreiras. 

“O governador sempre está a mesa para ouvir as categorias, com muito respeito aos servidores públicos e sindicatos que representam as categorias. Hoje foi o dia de tratar de diversos assuntos com a Fetems. Ambos buscam melhorias nos serviços públicos e na qualidade de vida dos servidores”, descreveu o secretário Estadual de Administração. 

Concurso

O Concurso para recrutamento de novos professores para atender às demandas da Rede Estadual de Ensino foi realizado em 2022, com validade até junho de 2024, mas foi prorrogado por mais dois anos. 

O certame foi destinado ao cargo de Professor na Carreira Profissional da Educação Básica, e já convocou 1.060 professores de um total de 1.936 aprovados. 

A Secretaria Estadual de Educação tem o prazo de até junho de 2026 para concluir as nomeações para os quadros docentes das escolas estaduais. 

Em janeiro de 2025, foram publicadas mais 142 vagas, ampliando a oferta oferecida pelo concurso, que era de 722. 

A área com maior número de vagas foi na disciplina de História, com 54 oportunidades distribuídas no Estado, sendo 6 vagas somente em Três Lagoas. 

Em Campo Grande, a maior demanda é pela área de Sociologia, com 17 vagas, sendo 13 para ampla concorrência, 3 para cotistas negros e 2 para cotistas PcD. A Língua Inglesa tem 4 vagas, sendo 3 para ampla concorrência e 1 para cotistas negros. 

A carga horária prevista é de 20 horas/aula, com salário inicial variando conforme a titulação do candidato: R$ 4.190,82 para graduação; R$ 4.470,20 para pós graduação; e R$ 4.609,89 para mestrado ou doutorado. 

MATO GROSSO DO SUL

Helicóptero da Marinha resgata adolescente em trabalho de parto no Pantanal

Bebê nasceu em comunidade ribeirinha antes da chegada ao hospital

21/12/2025 14h30

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação Divulgação

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Um helicóptero da Marinha do Brasil realizou, na tarde desta sexta-feira (20), um atendimento aeromédico para resgatar uma adolescente de 14 anos que entrou em trabalho de parto em uma região ribeirinha próxima à Barra do São Lourenço, no Pantanal.

O local fica a cerca de 250 quilômetros da área urbana de Corumbá, em uma área de difícil acesso, próxima à divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

De acordo com as informações repassadas pela Marinha, a jovem estava deitada em uma rede quando fez uso do medicamento Dorflex e, logo em seguida, houve a ruptura da bolsa amniótica. Diante da situação, ela foi colocada em posição adequada para o parto, que ocorreu ainda no local.

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação. Conforme o médico da Marinha que prestou o atendimento, o parto foi considerado prematuro, mas não houve descolamento de placenta.

Após o nascimento, mãe e recém-nascido foram transportados de helicóptero até o 6º Distrito Naval, em Ladário. Na sequência, uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar realizou o transporte terrestre até uma maternidade de Corumbá, onde a adolescente foi entregue aos cuidados da equipe médica de plantão.

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