Contra uma quadrilha que teria, inclusive, vínculos familiares, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul deflagrou a operação "Laços Ocultos", na manhã desta quinta-feira (16), apurando possível corrupção e fraude em licitações de obras em Amambai, cumprindo mandados na Capital, interior de MS e Santa Catarina.
Ao todo foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão, na Capital de Mato Grosso do Sul; na Câmara e Prefeitura de Amambai, além de duas outras cidades do interior (Bela Vista e Naviraí) e até em Itajaí (SC).
Através dos Grupos Especial de Combate à Corrupção (GECOC), e de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), a Operação mirou dois vereadores, quatro secretários municipais, servidores públicos e empresários, tanto que Casa de Leis e até mesmo prédio do Executivo não atendiam durante a manhã ou sequer se manifestaram num primeiro momento.
Entre as forças de segurança, agiram agentes dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (BOPE), além de membros do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e da Força Tática, todos da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
As investigações, baseadas em perícias de engenharia presenciais, evidenciam, através de corpo técnico especializado, que diversas obras em Amambai apresentam superfaturamento e inexecução parcial.
Também, órgão responsável no Ministério Público constatou até mesmo pagamento de propina das empresas que participam do grupo criminoso "em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras".
Ainda conforme o Ministério Público, esse grupo é investigado pela prática de diversos crimes, enquadrados em:
- Corrupção ativa,
- Corrupção passiva,
- Peculato,
- Fraude em licitações e contratos públicos, e
- Lavagem de dinheiro
Atuando há tempos
Justamente pelo vínculo "íntimo" entre os investigados, a operação foi batizada de "Laços Ocultos", já que as fraudes em licitações públicas, envolvendo contratos de obras e serviços de engenharia em Amambai, envolveriam empresas ligadas a familiares, com sócios "ocultos" até o momento.
Conforme balanço do GECOC, essa "família" atuaria pelo município há pelo menos seis anos. Nesse período, segundo investigação, as atividades criminosas do grupo já teria movimentado valores que passam de R$ 78 milhões, em contratos fraudados.
Apesar da maioria dos contratos ligados com a área de pavimentação asfáltica, é importante ressaltar que, até o momento, o chefe do Executivo Edinaldo Bandeira (PSDB) não estaria entre os alvos iniciais mirados pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado.




