O advogado Hugo López — defesa do pecuarista brasileiro Orlando Vendramini Neto — acusou agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) de fazerem uma "limpa" em suas contas bancárias.
Vendramini está preso desde o último dia 23 de janeiro, suspeito de executar o pecuarista Valdereis Rodrigues de França, de 61 anos, em Sete Quedas. Conforme López, os funcionários da Senad realizaram os desvios por meio de celulares apreendidos.
Vale destacar que, na ocasião da prisão do pecuarista, realizada no Paraguai, os agentes apreenderam celulares, cartões de crédito, entre outros documentos.
O ministro local Jalil Rachid afirmou que o caso já sob investigação pelo Ministério Público do Paraguai, conforme informações do site paraguaio ABC Color.
Ainda segundo o advogado Hugo López, as contas foram esvaziadas nos dias 27 e 28 de janeiro, sem violar os níveis de segurança do aplicativo bancário.
A movimentação suspeita foi identificada pelo filho do pecuarista, que após a prisão de seu pai, solicitou relatórios aos bancos, tanto no Paraguai quanto no Brasil.
“Ele me contou que alguém transferia os valores e fazia compras por correio em vários comércios do Paraguai. As contas são em dólares e guaranis”, disse López.
Ao todo, os agentes da Senad apreenderam quatro telefones em poder do pecuarista, dois dos quais tinham quatro contas bancárias habilitadas em guaranis e dólares.
Desvio de US$ 30 mil
“Todos [os celulares] foram violados, mas nem todos ficaram vazios. O prejuízo é de US$ 30 mil", enfatizou Hugo López.
O advogado também relatou, que segundo o filho de Vendramini, o pecuarista foi obrigado a entregar os códigos telefônicos aos agentes da Senad, bem como os “tokens” de suas contas bancárias.
Orlando Vendramini Neto é um pecuarista brasileiro com carteira de identidade paraguaia que possui propriedades e investimentos principalmente no distrito de Corpus Christi, departamento de Canindeyú, no Paraguai. Atualmente encontra-se recolhido na Penitenciária Estadual de Dourados (PED).
Homem foragido por mandar matar pecuarista em MS é preso no Paraguai
Após quase 75 dias desde a execução do pecuarista Valdereis Rodrigues de França, de 61 anos, em Sete Quedas, o principal suspeito de mandar matar o criador de gado foi preso no Paraguai, trata-se de Orlando Vendramini Neto, de 64 anos.
Orlando foi localizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) em Mariano Roque Alonso, região metropolitana de Assunção, capital do país vizinho. Segundo informações dos agentes paraguaios, ele foi preso no momento em que adentrava ao seu veículo, uma Volkswagen Amarok, no shopping center do município.
Ainda, a Senad informou que a troca de informações e a parceria com a Polícia Federal Brasileira foi fundamental para capturar o acusado. Com Orlando, foram encontradas inúmeras posses de armas e documentos.
Após as diligências no local da prisão, o suspeito foi encaminhado à Polícia Federal no escritório da Direção Nacional de Migrações, na Ponte da Amizade, entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu (PR).
Execução
O pecuarista Valdereis Rodrigues de França, de 61 anos, foi executado com diversos disparos enquanto transitava pelo Centro de Sete Quedas, em plena luz do dia. A motivação do crime foi uma dívida de US$ 2 milhões (R$ 11,88 milhões na cotação atual).
O caso aconteceu no dia 5 de novembro, às 9h15 da manhã, quando Valdereis estava dentro de sua Toyota Hilux na Rua 4 de abril e foi atingido por balas de arma de fogo calibre 9mm. No trabalho de perícia, foram encontrados 8 estojos de munição calibre 9mm e 5 projéteis, evidenciando que o crime foi cometido de forma premeditada.
Ao constatar isso, a equipe da Seção de Investigações Gerais de Dourados (SIG) foi definida como responsável pelo caso, pelo fato de suspeitar do envolvimento de uma quadrilha de pistoleiros na ação criminosa. Os militares conseguiram identificar o mandante, Orlando Vendramini Neto, de 64 anos, que tem cidadania paraguaia e reside no Brasil.
A moto utilizada como veículo de fuga no crime também foi encontrada, mas estava carbonizada, a fim de apagar uma das provas do crime.
Na manhã do dia 11 de novembro, policiais se deslocaram até a fazenda de Orlando, localizada entre o município de Paranhos e Sete Quedas, e sua residência em Adamantina (SP). Através de mandado de busca no local, os militares encontraram 10 armas de fogo e cerca de 1.000 munições, além de acessórios como drones, binóculos e outros petrechos que podem ter sido utilizados no momento do crime.