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Taxistas do aeroporto declaram "guerra" à concorrência

Empresa com 27 motoristas começou a atuar nesta sexta-feira (25) e por conta disso taxistas chegaram a interditar o tráfego, alegando atividade ilegal

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Seis meses depois de a Rodar ter sido “expulsa” do aeroporto de Campo Grande, uma nova empresa começou a operar no transporte individual de passageiros nesta sexta-feira, o que provocou protesto de taxistas, que no começo da noite chegaram a interromper o tráfego em frente o terminal de embarque e desembarque

Além de alegaram que não existe previsão na legislação municipal para que esse tipo de empresa opere no transporte individual de passageiros, taxistas travaram o trânsito sob o argumento de que os motoristas da nova empresa, CGR Campo Grande Transportes Personalizados, estava estacionando em local inadequado, reservado pela Agetran para taxistas.

De acordo com Flávio Panissa, presidente do sindicato dos taxistas, a empresa foi registrada na Agetran como se fosse empresa de aplicativo. Porém, não utiliza aplicativo nenhum e os motoristas ficam no portão de desembarque oferecendo serviço de transporte, segundo ele. 

“Isso faz com que virem ilegais e clandestinos, pois não utilizam aplicativo e muito menos taxímetro para calcular o preço das corridas. Empresa de transporte privado, para estar enquadrada na legislação, precisa usar aplicativo, e eles não se enquadram em nada disso”, alega o presidente do sindicato dos taxistas, que promete levar adiante a disputa pelo que ele classifica como cumprimento da legislação no setor de transporte individual de passageiros. 

Por conta da manifestação, a Aena, que contratou a empresa, informou que “as autoridades públicas foram acionadas para desobstruir as vias de acesso” e o tráfego voltou a fluir. Antes disso, porém os agentes da Guarda Municipal obrigaram os motoritas da empresa retirarem os veículos do local, sob pena de serem multados por estacionamento irregular em faixa amarela. 

De acordo com Flávio Panissa, a Aena não pode simplesmente colocar sinalização de trânsito de acordo com o que lhe convém. "Eles não estão acima da lei. Fui síndico de um condomínio e qualquer rua, mesmo que esteja em área privada, pricisa seguir a legislação municipal e do código de trânsito. Eles simplesmente foram lá e trocaram uma placa indicando que o espaço era reservado para taxistas". 

Além disso, Panissa argumenta que o retorno do serviço privado vai trazer de volta "aquele verdadeiro assédio de oferta de transporte que existia no portão de desembarque na época da Rodar. As pessoas são abordadas cinco, dez vezes logo após o desembarque. Isso é muito feio para a cidade", entende. 

EMPRESA NOVA

A assessoria da concessionária informou ainda que “a Aena e a empresa de transporte de passageiros CGR Campo Grande firmaram recentemente acordo para prestação de serviço” e que “ empresa atende a todos os requisitos necessários para exercer essa atividade”.

Indagada se os proprietários têm alguma relação com os antigos donos da Rodar, a Aena informou apenas que “a empresa mencionada é a CGR Campo Grande, não a Rodar”. 

Criada oficialmente em dezembro 2021, a CGR tem como sede um imóvel residencial no número 750 da Rua Tokio, na Vila Palmira. Seu proprietário informou ao Correio do Estado que começou a operar na tarde desta sexta-feira com 27 motoristas cadastrados e que, por enquanto, não está recebendo novas inscrições. 

 O proprietário oficial da CGR, Rudnei Assis Henrique, informou que “a CGR participou do processo aberto pela AENA e saímos vencedores de um dos dois espaços para transporte de passageiros, e após assinatura do contrato e respectivo credenciamento emitido pela AENA, começamos a operar. O outro espaço saiu vencedora a Aerocop, cooperativa de táxi”. 

Taxistas do aeroporto, porém, dizem que os motoristas que estão atuando nos veículos e abordando clientes no portão de desembarque são os mesmos que atuavam pela Rodar, o que os leva a acreditar que seja a mesma empresa, mas com outro nome. 

NA MIRA DA PF

Esta Rodar apareceu na investigação da Polícia Federal Ultima Ratio, desencadeada em outubro do ano passado e que resultou no afastamento de cinco desembargadores e de um juiz de primeira instância do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Somente um dos desembargadores voltou ao seu cargo. 

A suspeita da PF é de que esta empresa tivesse sido usada para repassar o pagamento de sentenças judicias supostamente compradas no TJ. A investigação da PF apontou que a Rodar repassou ao menos  R$ 147.594,00 para Ana Carolina e Marcos Abreu, filhos do desembargador Vladimir Abreu, um dos quatro desembargadores que seguem afastados do TJMS.

De acordo com a investigação da PF, o principal sócio da Rodar era o advogado Félix Jayme Nunes da Cunha, apontado como um dos principais operadores do suposto esquema de venda de sentenças envolvendo magistrados e seus filhos no TJMS.

No caso da Rodar, os repasses aos filhos de Vladimir de Abreu eram feitos por uma terceira pessoa, identificada como Flávio de Moraes. Ele era o proprietário original da Rodar e em outubro de 2022 vendeu 80% da empresa para Mirella Thomaz da Silva Cunha, esposa do advogado Félix Jayme. No ano passado, quando da conclusão da investigação, o dono da empresa era o próprio advogado. 

Segundo informações obtidas no COAF relativas a 22 de outubro de  2022 a 12 de outubro de 2023, “a principal remetente de valores para a conta de FLÁVIO DE MORAIS é MIRELLA THOMAZ DA SILVA CUNHA, esposa do investigado FELIX JAYME DA CUNHA, no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) em 3 lançamentos”.

E, no mesmo período em que recebia o dinheiro de Mirella, Flávio fazia os repasses aos filhos do magistrado, aponta o relatório da Polícia Federal, que tem mais de 800 páginas descrevendo o que os investigadores apontam como esquema de venda de sentenças judiciais. 

A investigação aponta que Flávio de Moraes e Marcos Abreu (filho do desembargador) são muito próximos. Entre os dias 25 de abril e 10 de maio do ano passado, período em que seus telefones foram grampeados pela Polícia Federal, trocaram 71 mensagens por aplicativo e 21 ligações telefônicas. 

Em seu relatório, a PF deixa claro que não conseguiu identificar o motivo das transferências de Flávio para os filhos do magistrado. Porém, deixa claro que a suspeita principal é de que a empresa de transporte fosse utilizada como uma espécie de tabela para fazer o pagamento de supostas decisões judiciais vendidas pelo desembargador Vladimir Abreu.

Indagado neste sábado (26) se tinha alguma relação com Felix Jaime, Mirella ou Flávio, o proprietário legal da CGR, que ora se identificou em diálogos pelo whatsapp com a grafia de Rodnei e ora como Rudnei, garantiu  que “não temos qualquer relação com as pessoas mencionadas”. 

 

transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

Cidades

Vestibular UFGD: gabarito preliminar será divulgado nesta quarta-feira (17)

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

16/12/2025 15h45

Foto: Divulgação

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulga nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital. 

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

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