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MEIO AMBIENTE

Temporada de fogo de 2024 no Pantanal já está 29% maior que o recorde de 2020

Sistema de monitoramento com dados históricos mostra que o segundo semestre é geralmente o período mais crítico

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As condições favoráveis para os incêndios florestais, os alertas nacionais, decretos de estado de emergência, todos esses fatores estão convertidos para uma realidade no Pantanal: o fogo deste ano está mais intenso que em 2020, temporada identificada como de recorde de incêndios no histórico mapeado desde 2012.

O Sistema Alarmes, do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), monitorou o quanto já se queimou no Pantanal e a área atingida em 2024 é bem mais do que ocorreu entre janeiro e junho de 2020. Esse aumento corresponde a pouco mais de 29%.

Caso ocorra um padrão do fogo, seguindo o cenário de 2020, os grandes incêndios começaram, de fato, a partir de julho e se estenderam até dezembro daquele ano. Ainda não se sabe, mas há histórico que sugere que o pior, portanto, está por vir.

O LASA/UFRJ mantém o sistema Alarmes para identificar não só a evolução do fogo de forma diária, em hectares, mas permite avaliar qual a área que acabou sendo atingida por incêndios em cada mês do ano.

Em menos de 15 dias de junho, as chamas alcançaram 61.100 hectares, tanto em Mato Grosso, como em Mato Grosso do Sul. Avaliando o caso de 2020, esse mesmo período registrou 26.725 hectares queimados.

Ainda nessa comparação, neste ano houve um período crítico que foi em janeiro, quando vegetação, estruturas de propriedades e biodiversidade que habitavam 127.950 hectares foram diretamente atingidas.

Em nenhum outro ano da série histórica – iniciada em 2012 – havia registrado tal cenário. Desde então, as chamas não cessaram por completo.

Para demonstrar, e recordar, como os riscos de novo desastre pode ocorrer no Pantanal, a plataforma contém os dados sobre o fogo em julho. No caso de 2020, a área queimada de 26.725 hectares em junho de quatro anos atrás saltou para 291.150 hectares atingidos pelas chamas. Naquele período, mais de 20% do bioma foi queimado.

Professora do Departamento de Meteorologia da UFRJ e uma das coordenadoras do LASA, Renata Libonati atuou com estudos para identificar que a América do Sul, incluindo o Pantanal, passam por um processo de estresse térmico.

“Existe uma falsa impressão de que no continente Sul Americano o calor é normal, mas, desde 2000, estamos convivendo com índices de estresse térmico acima do suportável e recomendado”, alertou a pesquisadora em entrevista concedida à Faperj.

A situação dos incêndios cada vez mais agressivos e seu aumento em áreas atingidas soma-se a uma outra situação que é essa situação de estresse térmico. Para a região do Pantanal, entre 21% e 25% das 24 horas de um dia apresentam temperaturas elevadas, com impactos danosos para a saúde das pessoas e também e para a biodiversidade. 

A pesquisadora indicou que o aumento generalizado da temperatura e a frequência, bem como a magnitude de episódios de extremo calor, estão conectados às mudanças climáticas. Muito calor e pouca chuva levam a períodos de estiagem extrema. Uma condição que está apresentada no Pantanal neste 2024. 

Na prática, ainda não há dados concretos que sugerem queda no turismo do Pantanal, principalmente o de pesca, além de efeitos diretos na pecuária devido a esse aumento de incêndios. Essas condições ainda estão sendo monitoradas e só devem ter um recorte no futuro.

O que se sabe é que, em levantamento da Confederação Nacional do Municípios (CNM) entre 2016 e 2021, os incêndios causaram R$ 1,1 bilhão em prejuízos no país, principalmente na pecuária e agricultura. Mato Grosso do Sul amargou as maiores perdas, nesse levantamento, com 46% do prejuízo apurado para o Brasil, naquele período.

Conforme o governo estadual, Mato Grosso do Sul está com uma operação inédita no Pantanal para tentar enfrentar o possível desafio que está por vir.

“Temos conhecimento que a situação será difícil em relação ao fogo, especialmente no Pantanal. Porém, estamos atentos e atuantes em todas as áreas do bioma e também nas demais regiões do Estado. As bases que são montadas (13 bases em diferentes pontos do bioma), é algo inédito, justamente para contribuir nessas ações de combate”, garantiu o governador Eduardo Riedel (PSDB), via assessoria de imprensa.

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Porto Primavera

MPF investiga usina hidrelétrica por dano ambiental que afeta Rio Paraná

Ministério apura falta de conservação ambiental e impacto do baixo controle do nível da água do reservatório da usina

08/04/2025 18h00

Usina fica entre o município paulista de Rosana e Batayporã, interior do estado

Usina fica entre o município paulista de Rosana e Batayporã, interior do estado Foto: Divulgação

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O Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil para apurar danos ambientais supostamente causados pela Usina Hidrelétrica (UHE) Engenheiro Sérgio Motta, em Porto Primavera, distrito situado entre os municípios de Batayporã  [interior do estado] e Rosana, em São Paulo.

A investigação apura a falta de  conservação ambiental e o “deficiente controle do nível da água” do reservatório da usina ao em 2024, fator que estaria prejudicando a qualidade da água do Rio Paraná e de seus afluentes, além da fauna aquática da região. 

Inicialmente, as providências foram cobradas pela presidente da Colônia de Pescadores Artesanais Profissionais de Fátima do Sul, Maria Antônia Poliano, segundo o MPF, denunciante da causa.

Do mesmo modo, em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) disse não ter avaliado o relatório de contenção ambiental apresentado pela Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp), [que agora passou a se chamar Auren Energia (AURE3)],  referente ao monitoramento e contenção ambiental acerca do fluxo de água da usina durante a redução das vazões defluentes do período de maio e junho de 2024, diminuição de 4.600 m³/s para 3.900 m³/s, recurso que visa preservar estoques de água e assegurar a produção de energia elétrica.

No início do ano, os pescadores profissionais da região fizeram um apelo para que a usina abrisse as comportas para aumentar o nível do Rio Paraná, sobretudo no período da piracema. Inaugurada há 25 anos, 80% do lago fica em território sul-mato-grossense. 

Erosão

A proteção das encostas é uma questão ambiental. As ondas geradas pelo lago da Usina de Porto Primavera vêm erodindo margens e áreas de proteção permanente, crítica dos pescadores.

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Campo Grande

Vereadores aprovam Projeto de Lei que visa melhorias no plano de carreira de Guardas Civis

A proposta foi aprovada em regime de urgência e em única discussão, por unanimidade.

08/04/2025 17h35

Vereadores aprovam Projeto de Lei que visa melhorias no plano de carreira de Guardas Civis

Vereadores aprovam Projeto de Lei que visa melhorias no plano de carreira de Guardas Civis Divulgação

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Em sessão ordinária desta terça-feira, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram quatro propostas. Entre elas, o Projeto de Lei Complementar 955/25, que garante que Guardas Civis Metropolitanos consigam as melhorias previstas no plano de carreira com segurança jurídica. 

A proposta foi aprovada em regime de urgência e em única discussão, por unanimidade. O projeto de Lei faz alterações na Lei Complementar nº 358, de agosto de 2019, que delibera sobre a carreira, organização, plano de cargo, remuneração, regime de trabalho e direitos funcionais da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande. 

A atual proposta propõe que o reposicionamento ocorra ainda neste mês, com os efeitos financeiros aplicados gradativamente nos meses de abril, junho, setembro, dezembro e fevereiro de 2026. 

“A guarda civil metropolitana tem várias demandas, uma delas é essa questão do re-enquadramento. Todas as demandas são urgentes e vamos procurar atendê-las, o que conseguimos agora foi esse Projeto”, comenta o vice-presidente da Câmara, André Salineiro (PL) e complementa dizendo que “esses são direitos que os guardas já têm, a Câmara só está homologando. A primeira parcela já vai começar a ser paga agora em abril”.

Além disso, ao final do escalonamento haverá o reposicionamento na carreira para Guarda Civil Metropolitano Classe Especial e Inspetor Terceira Classe. A partir de março de 2026, conforme o projeto, também se inicia o processo de promoção. 

Outras propostas

Durante a sessão, outras propostas também foram votadas e aprovadas. Entre elas, o Projeto de Decreto Legislativo 2921/25, de autoria do vereador Carlão, visando conceder a Medalha Destaque da Década de Reconhecimento “Juvêncio César da Fonseca” ao empresário Luiz Donizete Campeiro, em reconhecimento à sua dedicação na área empresarial. 

Também foi aprovado, em primeira discussão, o Projeto 11.454/24, do vereador Dr. Victor Rocha, que estabelece a política municipal de assistência integral às pessoas com Erisipela. Com o projeto, o vereador procura reduzir o índice de morbidade, mortalidade e sequelas decorrentes da enfermidade, além de garantir a propagação de informações de prevenção e diagnóstico precoce. 

Foi aprovado, ainda, o Projeto de Lei 11.755/25, do Executivo, que altera pontos da Lei 7.320, de outubro de 2024, que cria o Fundo Municipal para Políticas Penais. Segundo a prefeitura, a alteração “trata apenas da atualização da nomenclatura das Secretarias Municipais que integram o Conselho Gestor do Fundo Municipal para Políticas Penais, em razão da reforma administrativa, sem que haja qualquer modificação na atribuição do órgão”.
 

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