Cidades

ESCLARECIMENTO

Trabalhadores estão sob condições que já mataram dois em Chapadão do Sul

Ministério Público do Trabalho esclareceu morte de Elias e Cezar por acidentes em silos

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Dos dois acidentes em silos que aconteceram em Chapadão do Sul - dias 13 de junho e 04 de julho deste ano -, a Divisão de Perícias do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul, apontou que demais trabalhadores seguiram expostos às condições que levaram à morte de Cezar e Elias. 

Entre os fatores que cooperaram para a ocorrência dos acidentes fatais, conforme o perito do MPT-MS, Luiz Carlos Luz, em trecho do relatório, as próprias não informaram, adequadamente, aos trabalhadores os riscos ocupacionais no ambiente laboral.  

Vale destacar que ambos os trabalhadores morreram dentro dos silos, com morte classificada como "por engolfamento", que é quando 

Envolvidas nesses casos, que vitimaram  Cezar Nunes Souza, 22 anos, e Elias Venância da Silva, 47, estão - as empresas Bunge Alimentos S.A. e JVB Armazéns Gerais Ltda., respectivamente.  

Em ambas as empresas, os funcionários desempenhavam suas atividades sem vigia e supervisão, entre outras irregularidades.

Na Bunge, a empresa não implementou medidas coletivas de segurança, como a instalação de proteções junto às entradas das bicas.  

Ela também não possuía procedimentos de emergência e resgate nos moldes da Norma Regulamentadora nº 33 nem o Certificado de Vistoria do Corpo de Bombeiros Militar.

Já a JVB Armazéns Gerais permitiu que atividades em espaços confinados acontecessem sem a devida emissão da Permissão de Entrada e Trabalho (PET).  

Além disso, na empresa que Elias trabalhava não haviam sistemas e pontos de ancoragem, sendo que ele não era capacitado para atividades em espaços confinados nem para a realização de trabalhos em altura.

Importante frisar que todas as empresas são notificadas, previamente, com um prazo de seis meses para adequações. 

Encerrado esse período, elas são inseridas no cronograma de inspeções das fiscalizações. 

Até o início de julho deste ano, 454 empresas haviam sido notificadas e 310 fiscalizadas, segundo o relatórios finalizados pelo perito em Engenharia de Segurança do Trabalho Luiz Carlos Alves da Luz.  

Os casos

Além de apontar as irregularidades, o MPT lista alguns requisitos e condições mínimas para colocar em prática medidas de controle e sistemas preventivos, para que acidentes como os de Elias e Cezar sejam evitados. 

Cezar prestava serviços para a Bunge, através de um acordo feito com o Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Chapadão do Sul (Sintran).  

No dia do acidente, segundo o MPT, assim como todos os colegas, ele usava equipamentos de proteção, como cinto de segurança (do tipo paraquedista de talabarte duplo).  

Além disso, Cezar estava paramentado com travaquedas, botinas de segurança, máscara de proteção respiratória, capacete, luvas e óculos de proteção.  

Cezar prestava serviços para a Bunge, através de um acordo feito com o Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de Chapadão do Sul (Sintran).  

No dia do acidente, segundo o MPT, assim como todos os colegas, ele usava equipamentos de proteção, como cinto de segurança (do tipo paraquedista de talabarte duplo).  

Além disso, Cezar estava paramentado com travaquedas, botinas de segurança, máscara de proteção respiratória, capacete, luvas e óculos de proteção.  

Acontece que ele realizava a atividade sem vigia, ou supervisor. O documento do MPT aponta que era comum a desconexão do cinto paraquedista das linhas de vida após os trabalhadores chegarem na parte mais baixa do piso do armazém.  

Nesse ponto, onde ficam as bicas, isso acontecia para uma maior mobilidade durante a realização das tarefas.

Um dos 11 empregados da Bunge conta que, inclusive, viu o momento em que Cezar foi coberto pela soja.  

Ele não pôde ser socorrido devido ao grande volume de grãos que se deslocou e acabou depositado sobre a vítima.

Já no caso de Elias, o documento do Ministério Público do Trabalho revela que não teria respeitado as ordens de segurança no trabalho, nem utilizava equipamento de proteção individual no dia do acidente.

“Observa-se que ainda vigora a visão reducionista e tendenciosa de que estes eventos (acidentes de trabalho) possuem uma ou poucas causas, decorrentes em sua maioria de falhas dos operadores. Mesmo as investigadas incorporando uma visão crítica a respeito da atribuição de culpa à vítima, para compreendermos o acidente em tela foi necessário entendermos no que consiste o trabalho, sua variabilidade, como ele se organiza, quais as dificuldades para sua realização com sucesso pelos operadores, os mecanismos e o funcionamento das proteções, entre outros pontos”, esclareceu o perito Luiz Carlos Luz, do MPT-MS, em trecho do relatório.

Importante frisar que, desde 2018, o Ministério do Trabalho e Previdência realiza fiscalizações de forma permanente, nos silos e armazéns de Mato Grosso do Sul, através da Auditoria-fiscal do Trabalho. 

Ainda, quanto aos dois acidentes fatais, a Auditoria-fiscal do Trabalho informou que, em um deles o silo ainda não havia sido notificado, e o outro ainda estava no prazo concedido para regularização.

Somado o engolfamento - causa morte de Elias e Cezar - ao trabalho em altura, essas causas da morte correspondem à 90% dos casos de acidentes graves e fatais.  

Já os outros 10% são de acidentes envolvendo máquinas e a parte elétrica.  

Além desses dois, Mato Grosso do Sul tem um 3.º registro de morte em silo, registrado quatro dias após a morte de Elias, no município de Sidrolândia. 

Alaor Vieira, de 45 anos, caiu no silo mesmo utilizando o cinto de segurança. Os companheiros de trabalho até tentaram puxá-lo, mas não conseguiram devido ao peso da soja sobre seu corpo.

 

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Operação Olho de Vidro

Polícia Federal desarticula rede de tráfico de drogas em MS e cinco estados

Onze pessoas foram presas em seis estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, na Operação Olho de Vidro, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico transnacional de drogas."

19/09/2024 14h02

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal

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Uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai foi alvo da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19) em seis estados brasileiros. Os policiais cumpriram 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em nove cidades de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Goiás.. 

A operação também interditou duas empresas e apreendeu veículos, imóveis e valores em contas bancárias dos 17 investigados.

As investigações começaram em maio de 2022, em apuração dos responsáveis por enviar 400 quilos de cocaína por meio de uma transportadora de Ponta Porã. A partir dessa ocorrência, foi identificada a atuação de uma organização criminosa.

Durante as diligências, além das prisões e buscas realizadas, duas pessoas jurídicas foram interditadas, inúmeros veículos foram apreendidos e grande numerário de valores foi bloqueado nas contas dos investigados.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, foram efetuadas sete prisões em flagrante pelos delitos de posse irregular de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas, com a consequente apreensão de quatro pistolas, uma escopeta, além de cocaína e maconha.

O nome dos envolvidos presos pela Operação Olho de Vidro não foram divulgados pela Polícia Federal. O caso segue em investigação. 
 

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal 

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STF X MUSK

Alexandre de Moraes ordena suspensão imediata do X no Brasil

Nova burla custará multa de R$ 5 milhões diários à rede social

19/09/2024 13h30

Foto: Divulgação/X

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou na noite desta quarta-feira (18) que a rede social X suspenda imediatamente o uso de novos acessos pelos servidores de internet CDN, Cloudflare, Fastly e Edgeuno e outros semelhantes, criados para burlar a decisão judicial de bloqueio da plataforma em território nacional, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 5 milhões ao X Brasil e ao Twitter.

A determinação de manter a suspensão da rede social ocorre após a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) notificar nesta quarta-feira a manobra que atualizou o aplicativo da plataforma X, ocorrida nas últimas 24 horas, o que possibilitou o amplo acesso dos usuários aos serviços da plataforma no país, burlando o bloqueio determinado pela justiça brasileira.

“Não há, portanto, dúvidas de que a plataforma X – sob o comando direto de Elon Musk [proprietário do X] –, novamente, pretende desrespeitar o Poder Judiciário brasileiro, pois a Anatel identificou a estratégia utilizada para desobedecer a ordem judicial proferida nos autos, inclusive com a sugestão das providências a serem adotadas para a manutenção da suspensão”, escreveu o ministro Alexandre de Moraes na decisão.

Adicionalmente, o ministro ordenou que a Anatel adote, imediatamente, todas as providências necessárias à manutenção da suspensão do funcionamento do X Brasil em território nacional, determinada pela Primeira Turma da Corte. A Anatel deve, inclusive, suspender os novos acessos pelos servidores de internet identificados.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes estipulou o prazo de 24 horas para que a Anatel comunique ao STF quais providências foram adotadas e que medidas foram implementadas para cumprimento da decisão de bloqueio do X no país.

O ministro ainda intimou as empresas Twitter International Unlimited Company e X Brasil Internet, via edital, já que o X encerrou as atividades no Brasil e, atualmente, não tem representação legal no país. O ministro também intimou a Starlink Brazil, empresa de tecnologia também de propriedade do bilionário Elon Musk.

Entenda

Em nota à imprensa, a Anatel diz que a acessibilidade dos usuários à rede X desrespeita a decisão judicial e esclarece que teve o apoio ativo das prestadoras de telecomunicações e da empresa Cloudfare para identificar o mecanismo que permitiu o desbloqueio da plataforma. A agência reguladora ainda noticiou possíveis providências que podem ser adotadas para cessar a desobediência à ordem judicial. 

“A conduta da rede X demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF. Eventuais novas tentativas de burla ao bloqueio merecerão da Agência as providências cabíveis”, diz a nota da Anatel.

O X está bloqueado no Brasil desde o fim de agosto, após uma determinação do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a decisão, a suspensão vale até que a rede pague multas e indique um representante legal no país.

*Com informações da Agência Brasil

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