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Tribunal dá aval para Rumo e CCR permanecerem em MS

Após terem "menosprezado" a Malha Oeste e a BR-163, há uma tentativa federal para que as empresas continuem com as concessões por mais alguns anos

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O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo apresentou voto favorável à autorização da assinatura do acordo consensual entre o governo federal, a Rumo, que gerencia a ferrovia Malha Oeste, e a CCR MSVia, que administra a BR-163. Os dois modais estão em processo de relicitação.

Essa decisão abre caminho para que as empresas continuem administrando os modais mesmo sem fazer investimentos há anos, alegando que o gerenciamento se mostrou inviável em função das regras das licitações anteriores, as quais não previram queda de receita. A CCR comunicou que entregaria a BR-163 em 2019. Já a Malha Oeste, em julho de 2020.

Após as duas empresas manifestarem interesse na devolução, o Ministério dos Transportes começou a fazer estudos de viabilidade técnica para uma nova concessão com novos parâmetros. A análise preliminar aponta que deverão ser investidos R$ 19 bilhões nos dois trechos da BR-162 – Rota do Pantanal e Rota do Tuiuiú – e R$ 18,9 bilhões nos 1.625 km da Malha Oeste.

Fazendo parte do objetivo inicial do atual governo, esse levantamento com os valores dos investimentos visa acelerar as relicitações. No início do ano, por exemplo, também foram feitas duas audiências públicas, uma para cada modal, com o propósito de saber a opinião da sociedade sobre o tema.

Em maio, porém, o governo federal mudou sua estratégia de novas concessões. A preocupação agora é se haverá interessados, argumentando que o acordo consensual evitaria a interrupção da manutenção das vias rodoviárias e ferroviárias.

Entretanto, no caso da BR-163, a MSVia tem investido apenas em manutenção da pista. Já a Malha Oeste quase zerou o valor investido em obras que garantam o tráfego de trens, como apontaram estudos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

2019

A CCR MSVia comunicou que devolveria a concessão da BR-163 em 2019. Já a Rumo Logística entregou a Malha Oeste em julho de 2020.

Em seu voto, Vital do Rêgo afirmou que “precisamos buscar o consenso da continuidade dos investimentos” e ressaltou que “temos de olhar para o todo. Essa consulta feita ao Tribunal pode destravar R$ 80 bilhões em investimentos”.

Contudo, o ministro foi enfático ao dizer que, para efetivar o acordo consensual, é necessário que sejam cumpridas 14 medidas, entre elas a demonstração de interesse do governo e da concessionária e a formalização de um novo termo aditivo, com desistência da relicitação e com “novas condições em prazo razoável”.

Ainda, que “a reprogramação de pagamento ao poder concedente, caso adotada, deve ser fixada por normativos legais que, entre outros aspectos, assegurem a manutenção do valor líquido da outorga originalmente assumida”, com o pagamento “outorgas vencidas ou não pagas”, e que “a quitação de multas contratuais ou moratória preveja anuência prévia do Ministério da Fazenda”.

Outro ponto destacado pelo ministro foi a obrigatoriedade da realização de estudos que apontem as vantagens em se fazer “um acordo de readaptação do contrato de relicitação vigente, em vez de prosseguir com o processo de relicitação” e também que haja a “garantia de viabilidade econômica, financeira e operacional” do eventual acordo, considerando os estudos que apontaram a vantagem da relicitação. Vital do Rêgo determinou ainda que exista a capacidade financeira e as garantias exigidas dos concessionários para continuar gerenciando os empreendimentos.

O ministro argumentou que a isonomia entre as empresas do mesmo modal deve ser adotada nas propostas, a fim de evitar vantagens para uma determinada concessionária, e que conste nesse novo acordo os objetivos da concessão original, além dos motivos da “opção pelo encerramento da licitação” 
e da “demonstração da vantajosidade de celebrar um eventual acordo de readaptação, em vez de seguir com o contrato de relicitação”.

Embora Vital do Rêgo tenha feito tantas exigências, todos os ministros do TCU comentaram na sessão plenária da semana passada que são favoráveis à adoção dos acordos consensuais. O presidente do Tribunal, Bruno Dantas, enfatizou que “como esse é um nó apertado e de difícil desate, que o desatemos com a inteligência que temos”, solicitando agilidade na análise do processo.

“Se for possível a conclusão das análises para que voltemos ao julgamento da maneira mais breve possível, é o ideal. Creio que 30 dias é um prazo razoável. Se for possível voltarmos à matéria antes disso, será absolutamente bem-vindo”, concluiu.

PRAZO

Embora Vital do Rêgo tenha dado voto favorável, o plenário do TCU ainda precisa decidir sobre o acordo consensual. Como houve pedido de vista, isto é, solicitação de outro ministro para analisar melhor o processo, a pauta será retomada em até 30 dias, prazo máximo segundo o regimento do TCU.

Bruno Dantas também ressaltou a importância da decisão para o governo federal ao relatar que recebeu a visita dos ministros de Portos e Aeroportos, Márcio França, da Casa Civil, Rui Costa, da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e dos Transportes, Renan Filho. 

“Os quatro saíram de uma audiência com o presidente 
e vieram ao TCU para compartilhar conosco uma preocupação com o quadro que se depararam nessas concessões frustradas, algumas já com pedidos de relicitação formulados, outras na eminência de relicitações”, detalhou o presidente do TCU, complementando que a decisão do Tribunal vai impactar processos de concessão de dois aeroportos, cinco rodovias, entre elas a BR-163, e uma ferrovia, a Malha Oeste.

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transporte coletivo

Prefeita contrapõe Consórcio, apresenta recibos de pagamento e diz que greve é ilegal

Adriane disse que Município tem cumprido todas as obrigações contratuais e que já tomou medidas administrativas e judiciais para encerrar a greve

16/12/2025 16h00

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus

Prefeita apresentou comprovantes de pagamento ao Consórcio Guaicurus Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Contrapondo as declarações do Consórcio Guaicurus, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que já havia negado estar devendo o concessionário de transporte coletivo, apresentou, nesta terça-feira (16), comprovantes de pagamentos realizados. Adriane também afirmou que a greve dos ônibus é abusiva e que, caso não haja solução em audiência nesta tarde, o problema será resolvido na Justiça.

Conforme reportagem do Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus afirma ter dívida de R$ 15,2 milhões, conta que vai de débitos com fornecedores a funcionários. Pela falta de pagamento aos funcionários, a greve foi iniciada nessa segunda-feira (15).

A prefeita disse que todos os repasses devidos ao consórcio estão em dia.

"Todas as verbas que são contratuais, que tem relação do Município com o Consórcio Guaicurus foram feitos os repassos, ou seja, a subvenção de R$ 19 milhões, pagamento de vale-transporte de R$ 16 milhões, o Governo do Estado transferiu R$ 7 milhões, ele fez um acordo de R$ 13 milhões neste ano e R$ 4 milhões ficou para o ano que vem, acordado com o consórcio, então todas as verbas que implicam o Poder Público foram transferidas", disse o secretário municipal de Governo, Ulisses Rocha.

"O que existe é o Consórcio discutindo na Justiça um reequilíbrio da tarifa, aí ele aponta que há uma distorção de x milhões de reais, que isso está sendo apurado e discutido. Ele [consórcio] quer que o município aumente o preço da tarifa técnica para ele poder receber mais valores, essa é a discussão. Então não tem cadê o dinheiro, o dinheiro foi pago. Se o dinheiro foi repassado para funcionários e tem funcionários sem receber, o que a prefeitura pode fazer diante disso?", acrescentou.

Conforme os documentos apresentados pela prefeita, neste mês foram pagos R$ 3.005.705,19 líquidos ao Consórcio Guaicurus.

Além disso, com relação às subvenções das gratuidades do vale-transporte, de janeiro a dezembro foram repassados mais de R$ 19,5 milhões ao concessionário pela prefeitura, além de mais R$ 7,3 milhões pelo Governo do Estado.

A subvenção das gratuidades são referentes aos estudantes da Rede Pública municipal e estadual, pessoas com deficiência (PCD) e idosos.

"Além das gratuidades, o Município aporta também o vale-transporte dos nossos servidores, que são adquiridos e utilizados pelos servidores do município e, rigorosamente está em dia esse repasse. As questões judiciais serão discutidas na justiça, dentro da legalidade e da realidade, tanto do Consórcio como do Município", disse a prefeita.

Adriane disse ainda que, além das gratuidades, o Consórcio Guaicurus recebe dinheiro de pessoas que utilizam o transporte coletivo e pagam por ele e questionou ainda onde o Consórcio Guaicurus estaria investindo o dinheiro.

"O dinheiro que é a responsabilidade do Município foi pago e, se o Município está rigorosamente em dia, a empresa também teria que estar rigorosamente em dia com os pagamentos dos seus funcionários", disse.

Por fim, a prefeita disse que há um processo em andamento na Justiça do Trabalho e que uma audiência a ser realizada nesta tarde pode por um fim na greve, que ela classifica como ilegal, pois houve a paralisação total dos ônibus.

Greve

A greve dos motoristas foi deflagrada nessa segunda-feira, ocasionada pelo não pagamento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, que deveria ter sido depositado no quinto dia útil do mês. Outro motivador é o anúncio das empresas do consórcio de que também não devem honrar o pagamento do 13º salário, que deve ser depositado até o dia 20 deste mês.

O Consórcio Guaicurus afirma que o não pagamento salarial se deve à dívida do poder público com a concessionária. Conforme o grupo de empresas, não teriam sido pagos valores referente ao subsídio das gratuidades e do vale-transporte dos servidores, que totalizaria R$ 13,2 milhões.

A informação, no entanto, é negada tanto pela Prefeitura de Campo Grande quanto pelo governo do Estado, que também contribui com o subsídio.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, em decisão judicial, que 70% dos motoristas trabalhem durante a paralisação, por se tratar de um serviço essencial de transporte coletivo urbano.

O valor da multa diária era de R$ 20 mil, mas, após nova decisão do Desembargador Federal do Trabalho, César Palumbo, subiu para R$ 100 mil.

Ele exige que os motoristas cumpram com urgência a decisão, que tem caráter de mandado judicial.

Cidades

Vestibular UFGD: gabarito preliminar será divulgado nesta quarta-feira (17)

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

16/12/2025 15h45

Foto: Divulgação

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulga nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital. 

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

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