Os bens do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PTB) foram desbloqueados pela Justiça em decisão do último dia 29 de julho. O bloqueio começou a valer há exatamente 1 ano, quando Nelsinho, empresas e outros agentes públicos eram investigados por fraudes na implantação da Gestão de Informação em Saúde (Gisa).
A nova decisão foi assinada pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. Além de Nelsinho, os bens de Carlos Alberto Andrade Jurgielewicz e de Rogério Amado Barzellay também foram desbloqueados.
No total, na época da decisão de 1 ano atrás, haviam sido bloqueados R$ 32 milhões. O valor do bloqueio era superior ao total gasto durante a tentativa de implantação do sistema, o que é comum em ações de cautela de improbidade administrativa sobre uso inadequado de verbas públicas, porque além da devolução do montante recebido, os culpados precisam pagar multa que pode ser duas vezes maior que o total previsto no projeto.
Ao Portal Correio do Estado, o ex-prefeito Nelson Trad falou sobre a decisão. “Nunca deixei de acreditar na Justiça e ela começa a ser feita nesse processo como será feita nos outros. Podem ter ocorrido erros, mas não crimes”, disse.
Além desse bloqueio, outro ainda está em vigor, o que suspendeu, em junho passado, bens de Nelsinho e outros 20 investigados por supostos desvios e irregularidades no “tapa-buraco”. O bloqueio de R$ 315 milhões continua valendo, mas segundo o ex-prefeito a validade da decisão vencerá em breve.
CASO GISA
O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul ajuizou duas ações de improbidade por fraudes na implantação do sistema GISA (Gestão de Informações em Saúde) pela Prefeitura de Campo Grande. O sistema, que deveria modernizar e integrar a rede pública de saúde do município, recebeu investimentos de mais de R$ 8,1 milhões do Mistério da Saúde, mas foi marcado por favorecimento e falhas contratuais. O MPF pede na ação a condenação de todos os envolvidos por improbidade administrativa. Além do ressarcimento integral do prejuízo aos cofres públicos.
O GISA foi criado para integrar as informações em saúde do município de Campo Grande. Se corretamente executado, o sistema facilitaria o agendamento de consultas e exames e a troca de informações entre as Unidades Básicas de Saúde.