Cidades

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Um mundo inacessível

Um mundo inacessível

ADRIANO GARCIA

03/02/2010 - 07h37
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O tema Acessibilidade tem sido a tônica do momento, por muitos e muitos anos a Pessoa com Deficiência esteve à margem da sociedade, seja pelo preconceito ou por uma simples e ignorante falta de conhecimento do assunto. A Constituição através de leis extremamente pertinentes e de sensibilidade única, tenta, porém, sem muito efeito, incluir a Pessoa com Deficiência no seio da sociedade tida como “normal”, mas, leis escritas em papel sem alguém ou alguns que as façam serem cumpridas, acabam se tornando obsoletas, esquecidas, desrespeitadas, enfim, sem valor algum. Mas as leis não passam de uma imposição, eu diria até, de uma simplória forma de os legisladores se sentirem politicamente corretos e, até mesmo, de se sentirem menos culpados pela desigualdade criada ao longo da existência da humanidade. É fato que, qualquer pessoa que se apresenta com alguma deficiência ou deformidade anatômica, seja ela, adquirida ou congênita, é o suficiente para que seja submetida aos olhares e pré-julgamentos preconceituosos de um outro ser humano que se acha “normal”. Infelizmente, a vida nos proporciona situações inusitadas e imprevisíveis, de maneiras totalmente adversas ao conceito de normalidade. Esse “vazio” cultural, impregnado na história da humanidade, não será mudado através de imposições escritas (leis) ou até mesmo, sob forças impostas pela compaixão para com as “diferenças”. É certo que, temos que lutar sempre pela igualdade de condições, pelo respeito como cidadão, por oportunidades de trabalho, enfim, pela tão sonhada e quase utópica Acessibilidade. Como é cultural essa polêmica, a Acessibilidade e a Inclusão Social, também terão seu tempo para se readaptarem e, não será na pura imposição do politicamente correto. Nossa luta terá que ser baseada única e exclusivamente na conscientização do ser humano, em especial, da própria Pessoa com Deficiência. Não basta exigirmos os “nossos direitos”, temos que mostrar e provar à sociedade que nós temos e somos capazes de tudo, a superação plena é a melhor forma de provarmos esta tese. Para tanto, precisamos quebrar o preconceito da própria Pessoa com Deficiência e de seus familiares, pois, o preconceito inconsciente e despercebido se inicia dentro de casa. A cultura aqui citada, o preconceito, a ignorância, a hipocrisia e a demagogia da sociedade em sua grande parte não me surpreende, mas, o que me deixa mais indignado, é a falta de respeito. Esta é a palavra-chave para nós Pessoas com Deficiência, RESPEITO. O Poder Público nos desrespeitam com o descaso, com a ineficiência nos atendimentos nos Postos de Saúde, com o desrespeito do direito de ir e vir, com a falta de planejamento de políticas públicas na melhoria à acessibilidade, inclusão social e profissional. Mas a falta de respeito que mais incomoda, é a praticada covardemente contra as Pessoas com Deficiência, que é a política da necessidade, tão sordidamente usada pelo comércio. Pois, ser deficiente ou ter alguma deficiência é sinônimo de necessidade de diversos itens essenciais à nossa sobrevivência, e, que são oferecidos e explorados pelo mercado, este que a meu ver, é desleal, desrespeitoso e covardemente abusivo. Exemplos: Vejam só, uma bicicleta moderna, com quadro de alumínio, 10 marchas, e, outros detalhes mais, tem o preço no mercado em torno de R$ 600,00 a 2.000,00, pois bem, uma cadeira de rodas, com quadro de alumínio, duas rodas com pneus semelhantes ao das bicicletas, duas rodinhas rígidas, um assento de lonita ou outro tecido qualquer, chegam a custar ao cliente o equivalente a R$ 2.500,00. Um determinado automóvel que na concessionária custa ao cliente “normal” R$ 60.000,00. Ao “deficiente” que necessita de determinada adaptação, chega a custar até R$ 84.000,00. Ah, mas o governo concede isenção de IPI, ICMS, etc., bom, vamos esclarecer tais concessões esdrúxulas: IPI é o único concedido a qualquer Pessoa com Deficiência, dependendo do valor e das cilindradas do veículo, isso por si só já caracteriza uma forma de preconceito. ICMS só é concedido às Pessoas com Deficiência que dirijam, ou seja, o Deficiente Visual, o Tetraplégico sem condições de dirigir, ou até mesmo ao que opta por não voltar a dirigir, não tem direito à isenção do ICMS, ou seja, a nossa legislação, também é preconceituosa! Então nossas leis já não são mais tão pertinentes e sensíveis, como dito anteriormente. Complicado esse negócio de preconceito, não acham? Para quem tem um automóvel e precisa de uma rampa manual, acreditem, chega a custar R$ 13.000,00. Se optar por uma rampa hidráulica e elétrica, pasmem, custa em torno de R$ 22.000,00. Eu encontrei um mecânico disposto e de boa capacidade inventiva que concordou em fazer uma rampa em meu carro, igual e com os mesmos materiais da rampa manual anteriormente citada, com material e mão de obra, custou R$ 1.700,00. Isso não é incrível? Aqui em Campo Grande – MS, duas lojas de referência em consertos e vendas de cadeiras de rodas, não têm acessibilidade, isso mesmo, existem degraus na entrada das lojas, que nome se dá a isto? Desrespeito! Exceções à parte, não temos calçadas acessíveis, não temos locais apropriados nos cinemas, teatros, locais públicos, etc. Nos restaurantes, bares e demais, às vezes, tem uma rampa, mas, as mesas não tem altura e largura para receber um cadeirante, e, nossas leis são claras nestes casos, mas, onde está o Poder Público? Onde estamos nós? Cobramos? Portanto, cabe a nós, Pessoas com Deficiência, nos dar o respeito, para então, cobrarmos com veemência, com propriedade, com dignidade, e, exigir das autoridades para que façam sua parte, devemos mostrar à sociedade com atitudes, exemplos e superação que merecemos o respeito e a conscientização de todos. Para isso, precisamos nos conscientizar e aprender a nos respeitar, para então, conquistar o respeito da sociedade esclarecida. A falta de respeito é o que nos leva a um mundo inacessível.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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