Fernando Miragaya, Auto Press
O Mini Cooper é daqueles carros em que o charme é o principal apelo. Independentemente de esbanjar requinte e tecnologia, o carrinho inglês chama a atenção à primeira vista com seu estilo retrô para lá de simpático. Mas, mesmo entre os modelos cujo design é o principal chamariz, é preciso realçar outras virtudes. Ainda mais para uma marca que faz parte de um grupo que produz veículos premium – no caso, a BMW. Tanto que, entre as variações do compacto de luxo, há espaço até para uma versão esportiva, como a Cooper S. Uma configuração que, ao reunir um motor vigoroso a um veículo de dimensões reduzidas, oferece uma performance para lá de instigante.
A mecânica e tecnologia embarcadas explicitam toda a vontade do Mini Cooper S. O motor 1.6 – feito em parceria com a PSA Peugeot Citroën – conta com injeção direta de combustível, turbo compressor duplo e comando variável de válvulas. Trabalha com um câmbio automático de seis velocidades com função Sport, que fornece respostas mais ágeis do propulsor e trocas mais rápidas das marchas. O motor em si gera 175 cv de potência a 5.500 rpm e torque máximo de 24,4 kgfm dos 1.600 aos 5 mil giros. Mas o modelo ainda conta com um sistema overboost que, em caso de forte aceleração, pode elevar o torque a 26,5 kgfm em um período menor que 10 segundos. Uma disposição bem maior que o outro Mini Cooper aspirado vendido no Brasil, que usa também um bloco 1.6, mas com apenas 120 cv.
Além do comportamento agressivo, o Cooper S conta com suspensão pneumática, paddle-shift para trocas de marchas sequenciais e volante esportivo derivado da linha M, da BMW. Só que o modelo também tem uma dose extra de requinte e conforto. Por fora, ostenta vistosas rodas de liga leve aro 17 calçadas por pneus 205/45. Há entradas de ar laterais na cor preta, aerofólio traseiro e teto solar. Na parte de equipamentos, itens interessantes, mas esperados para um carro de R$ 124.700. Estão lá o ar-condicionado, direção elétrica, trio, botão de ignição do motor, rádio/CD/MP3 com entrada auxiliar, computador de bordo, revestimento em couro e tapetes em veludo.
Infelizmente – para um modelo dessa faixa de preço – o modelo economiza desnecessariamente em alguns detalhes. Ar automático e Bluetooth, por exemplo, só estão disponíveis como acessórios nas concessionárias. Já a lista de equipamentos de segurança, por sua vez, é bem farta e completa. Controles eletrônicos de tração e de estabilidade, airbags frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina, freios com ABS, EBD, controle de frenagem em curvas e assistente de frenagem de emergência, monitoramento dos pneus, faróis de xênon, retrovisor eletrocrômico e sensor de obstáculos traseiros estão entre os itens de série do Cooper S.
Mas a relação custo/benefício, se já não é vital na linha Mini Cooper, tem ainda menos importância no caso desta versão esportiva. Afinal, o modelo não possui rivais diretos. Os concorrentes conceituais, ou seja, que também têm no design o argumento principal, seriam Fiat 500, Volkswagen New Beetle e Chrysler PT Cruiser, mas nenhum deles tem versões mais arrojadas e listas de equipamento similares no Brasil. Ou seja, o Mini Cooper S é um carrinho de estilo “vintage” e exclusivo, temperado com uma saborosa pitada de esportividade.