Cidades

CAMPO GRANDE

Vítimas do 'pai de santo' eram dopadas e gravadas

Preso em flagrante, Robson Faciroli é acusado de atrair vítimas de 16 anos para sua casa, dopar adolescentes com medicamento e bebidas para depois praticar os abusos sexuais, os quais nega ter cometido

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Vítimas de Robson Faciroli - o 'pai de santo' que foi preso em flagrante na tarde de ontem (30 de outubro) -, confessaram em depoimento à Polícia Civil alegando que, para além dos crimes de abuso sexual, o homem de 44 anos chegou a dopar adolescente para cometer o ato, além de possuir registros em vídeo.

Vítima do pai de santoVítima foi encontrada inconsciente. Reprodução/PCMS

Relatando a personalidade agressiva e violenta do homem, esse adolescente de 16 anos ouvido no setor psicossocial da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) destacou os abusos recentes. 

Segundo a Polícia Civil, ainda na madrugada de domingo para segunda-feira o homem teria oferecido bebida alcoólica e por diversas vezes agredido o adolescente. 

Foi após conseguir fugir e chegar à DEPCA, que esse adolescente relatou as violências cometidas contra ele, além de outra vítima de 16 anos, atraída e dopada na manhã de domingo, com bebida e medicação, para posterior violento abuso sexual. 

Em diligências, esse adolescente foi encontrado pela equipe de investigadores da Delegacia Especializada, ainda inconsciente e ferido, sendo atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). 

Análise pericial do local do crime apontam sinais de violência; vestígios de consumo de bebida e marcas de sangue por vários pontos da casa. 

Em nota, a Polícia Civil destaca que imagens de circuito de segurança gravaram o momento que o adolescente estava na casa, sem conseguir se manter em pé e sendo arrastado por Robson, sendo que o quarto onde foi colocado estava revirado e apresentava manchas de sangue. 

Relembre

Preso em flagrante pela suspeita de abuso sexual e maus tratos de adolescentes, Robson Faciroli, de 44 anos, é pai de santo e possuía um terreiro de candomblé em Campo Grande, no bairro Taquarussu. 

Além dos adolescentes já confirmados, a suspeita da polícia é de que crianças também tenham sido abusadas pelo pai de santo, que passa por audiência de custódia hoje (1º) na Capital, sendo que Robson, no primeiro momento, negou a prática dos crimes.

Robson foi preso em flagrante pelo crime de fornecer bebida alcoólica aos adolescentes; por maus-tratos contra o adolescente denunciante, além de estupro de vulnerável praticado contra o outro, impossibilitado de oferecer resistência.

Sendo que a investigação ainda apura as violências, contra pelo menos outros dois menores de idade, durante a audiência será decidido pela conversão da prisão temporária para definitiva, ou se o homem acusado responderá em liberdade. 
**(Colaboraram: GLAUCEA VACCARI E JOÃO GABRIEL VILALBA)

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Operação Lepidosiren

Operação da PF contra o tráfico respinga no prefeito "mais louco do Brasil"

Inquérito da PF revela que Juliano Ferro, de Ivinhema, mora numa casa que está em nome de traficante e comprou carro de R$ 519 mil do mesmo homem, que foi preso em agosto

01/10/2024 13h04

Juliano Ferro (PSDB), candidato à reeleição em Ivinhema foi ouvido pela PF no começo de setembro e admitiu compra de casa e carro de traficante

Juliano Ferro (PSDB), candidato à reeleição em Ivinhema foi ouvido pela PF no começo de setembro e admitiu compra de casa e carro de traficante

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Uma operação da Polícia Federal para desbancar uma quadrilha envolvida com o narcotráfico acabou respingando no prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB), que se entitula “o mais louco do Brasil” e que está disputando a reeleição. A casa na qual mora o prefeito e a caminhonete de luxo usada pelo prefeito pertenceu a um suposto traficante, preso há quase dois meses. 

Além disso, a PF também desconfia de suposto crime eleitoral, já que nas redes sociais, onde tem 768 mil seguidores (Instagran), o prefeito ostenta a posse de duas caminhonetes de luxo, sendo uma Silverado (2023) e uma Dodge Ram (2021), juntas avaliadas em R$ 800 mil pela Polícia Federal.

Mas, em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral ele diz ser proprietário apenas de uma F-1000 fabricada em 1983, de um Uno Mille de 2010 e um Gol 2011. Porém, apesar da declaração, revelou à PF que já os vendeu todos. 

No inquérito conduzido pelo delegado Marcelo Guimarães Mascarenhas, da PF de Ponta Porã, ele diz que “em análise inicial, foi observado elementos plausíveis de posse, propriedade e disponibiliadade do veículo SILVEIRADO placas SLX3D34, bem como do veículo DODGE RAM placas BEB2I38, tudo em ao menos no corrente ano até a data de 19/08/2024, portanto de em data anterior e também posterior a sua declaração eleitoral de bens (02/09/2024)”. 

Confira o inquérito aqui.

Por conta disso, o delegado entendeu que existe possível crime que pode ser enquadrado nos artigos 350 (omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais) e 353 (Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterado) da lei eleitoral.

Caso seja condenado por conta dos crimes eleitorais, Juliano Ferro pode ser punido a cerca de cinco anos de prisão. Porém, essa,possivelmente, não é a maior preocupação do “mais louco do Brasil”. 

NARCOTRÁFICO 

O problema é que ele virou alvo da PF depois da prisão de Luiz Carlos Honório, durante a Operação Lepidosiren, desencadeada em 8 de agosto deste ano.

Neste dia foram cumpridos oito mandados de busca e dois de prisão em Ivinhema e Angélica.

A Justiça Federal determinou ainda o sequestro de pouco mais de 33 milhões de reais pertencentes ao grupo criminoso.

A investigação começou após um flagrante em 08 de julho de 2021, em Ponta Porã. Naquele dia descobriu-se a existência de um grupo “responsável pela logística e tráfico de drogas.

Durante o citado flagrante, foram apreendidas 3,4 toneladas de maconha”, informou a PF em seu site no dia 8 de agosto. 

Em seu depoimento, um dos presos, Luiz Carlos Honório, revelou que fizera uma série de negócios como Juliano Ferro. Em 2021, por exemplo, vendeu para ele uma casa.

O homem preso pela PF diz que vendeu por R$ 170 mil. O prefeito, por sua vez, diz que pagou  R$ 750 mil. É nesta casa que o prefeito reside desde 2021. 

Mas, até hoje ela está no nome do suposto traficante. E, segundo a PF, no dia seguinte ao da prisão de Luiz Carlos, a esposa do prefeito foi ao cartório para tentar escriturar esta casa.

O prefeito, porém, diz que ela não foi tentar fazer a transferência. Foi apenas em busca de informações. 

Seria estranho fazer a transferência no dia seguinte ao da prisão, afirmou o prefeito em seu depoimento. Porém, o fato de a PF ter conhecimento dessa ida da mulher ao cartório evidencia que o prefeito estava sendo monitorado bem antes de ele prestar depoimento sobre o suposto crime eleitoral.

Esta casa teria sido paga em troca de outro imóvel e de uma série de carros.

O prefeito diz ter um contrato para com os detalhes sobre a forma de pagamento, tudo feito  com patrimônio que nunca esteve em seu nome, conforme ele mesmo admitiu. 

SILVERADO

Além disso o homem preso por narcotráfico revelou ter vendido, no começo deste ano, uma Silverado com menos de dois mil quilômetros rodados, que saiu da concessionária às vésperas do Natal do ano passado.

E, desde então o prefeito “influencer digital” passou a ostentar o veículo em suas redes sociais, segundo a Polícia Federal. 

Em seu depoimento à PF, na condição de testemunha, no dia 3 de setembro, o prefeito tucano afirmou que havia vendido uma das caminhonetes, a Dodge Ram, há cerca de quatro ou cinco meses, embora a Polícia Federal tenha juntado evidências de que o veículo continuasse em sua posse até o começo de setembro. 

Esta caminhonete, que tem pelo menos 23 registros de multa somente nos dois últimos dois anos e que foi usada na viagem que ele fez para Porto Alegre em maio deste ano para prestar auxílio às vítimas das enchentes, está em nome de “Bruto Memo Investimentos”, empresa com sede em Maringá, no Paraná. 

Juliano Ferro diz ter comprado esse veículo da dupla sertaneja Bruno e Barreto, contratada pela prefeitura de Ivinhema para fazer uma série de shows na cidade nos últimos anos.

Estes contratos já são alvo de investigações do Ministério Público Estadual. 

E, assim como a Dodge Ram, Juliano Ferro também não transferiu para seu nome a Silverado avaliada em mais de meio milhão de reais.

Ela está em nome de Valter dos Santos Prior, uma pessoa que ele mesmo afirmou que nem mesmo conhece. 

Luiz Carlos Honório diz que negociou a venda da caminhonete diretamente com prefeito. Como pagamento, o prefeito teria dado um cheque de R$ 380 mil. Este suposto cheque não foi compensado ainda e Luiz Carlos não soube informar onde estaria.

O prefeito também disse não lembrar se é nominal ou não. 

Além do cheque, o prefeito disse ter dado um veículo Troler, que ele disse ter entrado no negócio por R$ 140 mil. O homem preso diz que recebeu esse carro por cerca de R$ 100 mil.

O cheque, segundo depoimento dos dois, seria descontado somente em janeiro de 2025.

DISTÂNCIA

Indagado sobre o tipo de relação com o prefeito, e suposto traficante admitiu que em seu celular tem o contato de Juliano Ferro, mas negou que tenham proximidade com ele, embora tenha lhe entregado um veículo de R$ 519 mil para ser pago somente um ano depois.

Ele ressaltou, ainda, que   a caminhonete, por ser importada, só poderia ser transferida depois de um ano. 

No depoimento, Juliano Ferro também revela que comprou a Silverado após contato com um comerciante conhecido como “Piramboia” e que teria pagado R$ 2 mil por conta desta intermediação.

Porém, Luiz Carlos Honório diz que negociou diretamente com o prefeito, sem nenhum intermediador.  

Este “Piramboia”, do pequeno distrito de Ipezal, salienta a PF, também é investigado por envolvimento com o narcotráfico e está foragido da Justiça. Indagado se tem contato constante com Piramboia, o prefeito negou. 

O Correio do Estado tentou contato com o prefeito Juliano Ferro, mas não conseguiu falar com ele ou sua assessoria. 

CASA DE LEIS

Só três vereadores faltam sessão às vésperas da eleição

Pleito deste ano será o primeiro municipal a atuar com os modelos de federações partidárias, que busca reduzir riscos de apoio eleitoral a candidatos de ideologias opostas, típico das coligações

01/10/2024 12h51

Até o fim da sessão ordinária, 25 parlamentares no total compareceram fisicamente na casa e um de maneira virtual

Até o fim da sessão ordinária, 25 parlamentares no total compareceram fisicamente na casa e um de maneira virtual Reprodução/Câmara/I.M

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Com o primeiro turno das eleições desse ano marcado para o próximo dia 06, a Câmara Municipal de Campo Grande - que tem trabalhos até o final do ano - está recebendo pelas últimas vezes uma parcela de vereadores que, com a possibilidade de não se reelegerem, compareceram em peso na sessão de hoje (1º). 

Nessa segunda-feira (1º), por volta de 09h20, a Casa de Leis abriu a sessão com presença física de apenas 10 parlamentares, com o quórum sendo composto com o "andar da carruagem". 

Até o fim da sessão ordinária, 25 parlamentares no total compareceram fisicamente na casa, sendo que o vereador William Maksoud registrou presença de maneira virtual quando solicitado pelo presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges. 

Encerrados os trabalhos da sessão, o painel registrava as seguintes ausências: 

  • Ayrton Araújo 
  • Papy e 
  • Otávio Trad  

Cabe ressaltar que, como bem apontado em plenário pelo presidente Carlão, o vereador Papy encaminhou à mesa diretora a justificativa e apontamento da ausência registrada. 

Mudanças nas regras podem fazer com que muitos vereadores não consigam reeleição em suas legendas, já que a eleição deste ano será a primeira municipal a atuar com os modelos de federações partidárias, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Como explica o TSE, a chamada "federação partidária" trata-se de uma reunião que permite os partidos atuarem de forma unificada em todo o País, sendo uma forma de testar uma futura fusão ou incorporação entre siglas. 

Com isso, obrigando a permanência dos partidos por quatro anos no mesmo bloco, com a medida o Tribunal busca reduzir os riscos de que eleitores apoiem com o voto de legenda, candidatos com ideologias opostas, o que é costumeiro em coligações nas eleições proporcionais.

Parlamentares 

Como de costume, houve abertura da sessão pelo presidente da Casa; leitura da bíblia pelo vereador Marcos Tabosa; da ata por Delei Pinheiro, seguidas de falas dos parlamentares. 

Entre os presentes, marcaram fala o professor André Luis; Delei Pinheiro com algumas conduções de trabalho e outros que se pronunciaram no pequeno e grande expediente, como Dr. Loester; Zé da Farmácia; Luiza Ribeiro; Ronilço Guerreiro, etc. 

Durante essa sessão, os vereadores mudaram o nome do ônibus do Consultório de Rua, da Secretaria Municipal de Saúde, em homenagem à Maria Beatriz Almeidinha Maia, que agora batiza a unidade. 

Além desse projeto de lei, o PL 11.394 também foi aprovado, instituindo a Campanha Municipal de Conscientização sobre a Depressão da Pessoa Idosa na Cidade Morena. 

Eleições

Campo Grande e demais municípios brasileiros decidem, no próximo domingo (06), quais serão os representantes às prefeituras nacionais e parlamentares das Casas de Leis municipais pelos próximos quatro anos. 

Mato Grosso do Sul abriu as eleições desse ano com 7,2 mil disputando corridas para as prefeituras, sendo que em Campo Grande, três das sete candidaturas aprovadas são femininas: 

  • Adriane Lopes (PP),
  • Camila Jara (PT) e 
  • Rose Modesto (União Brasil)

Importante lembrar que a partir de hoje, eleitores e eleitoras já não podem ser presos, salvo situações flagrantes de delito; cumprimentos de sentenças judiciais em casos inafiançáveis, entre outros casos.  

Em um universo de mais de seis mil candidatos a vereador, entre "abelha; lagartixa e jacaré" ao todo 493 buscam uma cadeira de parlamentar na Câmara Municipal de Campo Grande, segundo dados atualizados do portal Divulgacand. 

 

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