Falta de informação sobre os locais de votação, de cédulas eleitorais, de listagem com o nome dos eleitores aptos a participarem do pleito e longas filas foram alguns dos problemas registrados durante a manhã deste domingo (6), nas eleições para conselheiro tutelar de Campo Grande.
A votação começou às 8h e termina às 17h. Já no começo da manhã alguns problemas começaram a ser registrados. Alguns eleitores afirmam que os locais de votação previsto no edital não estavam abertos.
“Eu fui na escola que voto e ela estava fechada. Fui em mais dois lugares, todos fechados, aí eu liguei para a minha candidata e ela me informou onde eu poderia votar. Acho que deveria colocar um cartaz nos locais de votação informando o lugar certo. Onde eu deveria vota mesmo tinha mais umas cinco pessoas sem informação e foram todos embora, desistiram de votar”, contou o aposentado Alberto Monteiro, 69 anos.
Desistência de eleitores também foi registrada em algumas escolas onde a fila para a votação estava muito longa. Como está sendo feita em cédula de papel e não na urna eletrônica, o tempo de votação é diferente das eleições para cargos no Legislativo e Executivo. Com a demora, muitos eleitores têm desistido de participar do pleito já que a votação é facultativa.
“Eu vi pelo menos umas três pessoas desistindo da fila e indo embora”, contou a aposentada Cleusa Antonio, 63 anos. Ele disse que foi votar porque o pastor de sua igreja pediu para “colocar alguém de Deus lá”. A idosa disse que chamou mais gente para votar também, mas quase todos disseram que não estavam sabendo da eleição. “Acho que foi pouco divulgado. Mais de 70 candidatos e nem todo mundo sabe da eleição”.
Apesar disso, em entrevista com o presidente do CMDCA, Celso José Santos e o promotor da infância e juventude Paulo Iunes, que percorriam os locais de votação na manhã deste domingo, justamente para verificar se havia alguma irregularidade, eles afirmaram que nada havia sido registrado. “Não teve nenhuma intercorrência até aqui”, garantiu o promotor, que estava de saída da escola Arlindo Lima, no centro da Cidade.
Porém, até o final da manhã deste domingo, pelo menos em nove escolas onde a votação era realizada havia falta de cédulas. Os casos foram registrados na: Escola Municipal Padre Thomaz Ghirardelli, Escola Municipal Plinio Mendes dos Santos, Escola Municipal Maria Lúcia Passareli, Escola Estadual Rui Barbosa, Centro Universitário Anhanguera – Campus II, Escola Municipal Professora Oliva Enciso, Escola Municipal Professora Arlene Marques Almeida, Escola Municipal Elpidio Reis e Escola Municipal Carlos Vilhalva Cristaldo.
Em alguns locais, como na escola Oliva Enciso, o problema foi resolvido em questão de minutos, entretanto, algumas escolas tiveram horas de demora por falta das cédulas. O caso mais grave ocorreu na escola Elpidio Reis, onde os eleitores relataram demora de quase duas horas na fila para a votação, que é realizada em apenas uma sala de casa instituição.
Outro problema denunciado à reportagem foi a falta dos nomes dos eleitores aptos a votar. Conforme um membro do conselho que não quis se identificar, no campus II da Anhanguera, algumas pessoas que deveriam votar naquele local não estava com o nome na lista e acabaram impedidos de participar da escolha.
Segundo a coordenadora do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Alessandra Hartmann, esse problema teria sido registrado porque o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) teria trocado o local de votação dos eleitores sem comunicar as pessoas.
Entretanto, em nota divulgada em seu site oficial, o TRE-MS informa que apenas participa da eleição como apoio e que os responsáveis pela concorrência são o CMDCA e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da Promotoria da Infância e Juventude de Campo Grande.