Nascida em Varginha, no interior de Minas Gerais, a atriz Camila Botelho viu nos últimos anos seu nome ganhar notoriedade por sua atuação e personagem na série “Desalma”, que após o sucesso da primeira temporada, que foi ao ar em 2020, chegou no dia 28 de abril em sua nova fase no GloboPlay.
Com apenas 27 anos, a mineira vive um dos papeis centrais da trama que envolve suspense e o sobrenatural.
A atriz interpreta Melissa, uma adolescente de cidade grande que, por causa da família, é obrigada a se mudar para o interior, indo morar na fictícia Brígida, local marcado por uma tragédia do passado.
Filha de Giovanna (Maria Ribeiro) e Roman (Nicolas Antunes), a personagem tem um estilo alternativo, é cética e a princípio encara a mudança com maus olhos.
“Apesar da resistência inicial, ela acaba se abrindo com as pessoas dali, e mostra ser uma menina com um coração gigante. Conforme ela aprende mais sobre a cidade e suas crenças, ela encontra seu lar”, explica Camila.
Ela conta ainda que a identificação com a personagem foi o que mais a ajudou durante as gravações, como as semelhanças do cabelo colorido e estilo alternativo, além da personalidade de Melissa.
“Eu acho que em vários aspectos somos bem parecidas. Essa personalidade forte e questionadora, mais aquariana, faz parte da minha essência. E essa coisa de mudar de cidade também é algo que aconteceu comigo, então o papel caiu como uma luva pra mim”, detalha.
Lançada recentemente, a segunda temporada de “Desalma” é marcada pela volta dos mortos, e trará diversas revelações, incluindo o retorno de um personagem vivo que era dado como morto.
Outro destaque é a nova personalidade de Melissa, decorrente de uma possessão que acontece no final da primeira temporada.
“O fato da Melissa ter sido possuída é bem interessante porque é como se fosse outra personagem. Acaba sendo muito prazeroso de fazer e assistir”, recomenda.
No que diz respeito aos bastidores, esse novo capítulo da série foi totalmente gravado durante a pandemia, em um momento repleto de restrições.
Além do uso de máscara e do distanciamento social, todos os ensaios foram feitos de forma remota, e as cenas que tiveram contato físico foram adaptadas.
“Foi bem desafiador, porque a natureza da nossa profissão (teatro) é o contato um com o outro. Apesar disso, acho que essa distância contribuiu para a linguagem da série, que tem esse tom misterioso e sobrenatural, então no fim o resultado foi ótimo”, diz a atriz.
Apesar de nova, Camila começou sua carreira no teatro universitário, ainda em Minas Gerais, quando fez o teste para participar de “Samantha”, da Netflix. A participação marcou sua estreia nas grandes produções, e o primeiro contato com o mercado profissional.
“Lembro de ter ficado deslumbrada com toda a estrutura. Apesar da grandiosidade, em nenhum momento me senti intimidada, muito pelo contrário, fiquei totalmente à vontade ali. Acho que foi o momento que eu percebi que a atuação era minha paixão”, relembra ela.
Nos cinemas, Camila atuou em “As Órfãs da Rainha”, longa-metragem de época que conta a história de três irmãs portuguesas que são obrigadas a vir para o Brasil após a morte da rainha de Portugal. A atriz deu vida a Mécia, irmã mais nova.
“Por ser uma produção de época, era um universo totalmente diferente do nosso. Os cenários e o figurino tinham esse reflexo histórico, então era tudo impecável. Foi uma experiência que vou guardar na memória”.
Seja na televisão, no cinema ou no teatro, a atriz destaca a importância de valorizarmos a cultura, e explica os motivos que a fizeram escolher esta profissão.
“Valorizo muito os encontros e as pessoas, e acho que a arte traz essa conexão. Faz a gente desenvolver mais empatia e eu procuro transbordar isso na minha vida. Nossa sociedade carece um pouco de vínculo e amor ao próximo, e acredito que a arte tenha um papel de cura nesse sentido”, finaliza Camila.



Estener Ananias de Carvalho e Renata dos Santos Araújo de Carvalho
Anderson Varejão, Luiz Fruet e Aylton Tesch


