No Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, a Wetlands International, em colaboração com o Programa Corredor Azul, Museu da Imagem e do Som (MIS), Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e Governo do Estado de MS, inaugurou a exposição "Pantanal - Águas que Conectam". O evento, realizado às 16h, marca uma oportunidade para refletir sobre o papel crucial das águas no Pantanal, bem como os desafios enfrentados pelo bioma devido às mudanças climáticas e transformações nas paisagens.
A mostra, que estará em exibição até 12 de abril na sede do MIS, localizada na avenida Fernando Corrêa da Costa, 559, apresenta uma variedade de fotos e vídeos destinados a sensibilizar o público sobre a importância dos ciclos das águas para o ecossistema do Pantanal. Através dessas imagens, os visitantes têm a oportunidade de compreender como as águas moldam e sustentam a diversificada paisagem do Pantanal, que se estende pelos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de terras do Paraguai e Bolívia.
Julio Fernandes, gestor de projetos da Wetlands International, enfatizou a capacidade do audiovisual em transmitir uma experiência única, especialmente para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de visitar o Pantanal. Ele destacou a importância de compartilhar essas imagens para criar um entendimento mais profundo sobre a vitalidade das águas na região.
Além disso, Fernandes abordou os resultados e objetivos do Programa Corredor Azul, cuja fase 2 chega ao fim com a exposição. Ele explicou que o programa visa preservar a saúde e a conectividade do sistema de áreas úmidas Paraná-Paraguai, uma das últimas grandes redes de rios de fluxo livre no mundo. Os esforços incluem o apoio a áreas protegidas, práticas agrícolas sustentáveis e o fortalecimento das comunidades locais.
"Um dos últimos exemplos de grande sistema de fluxo livre que a gente ainda tem no mundo, que começa pelo Pantanal, nasce no Pantanal e vai desaguar no Delta do Paraná, na Argentina. Apoiar áreas protegidas para que elas tenham melhores condições de manejo dessas áreas, outras é também apoiar economias que podem gerar um sustento para as pessoas que vivem nessas áreas. Na produção de água e na subsistência de mais de 200 mil pessoas que vivem ao redor dessa grande área úmida", pondera Fernandes.
Por fim, os números apresentados revelam o impacto positivo das iniciativas de conservação no Pantanal.
"Alguns números apontam mais de 720 mil hectares de áreas protegidas no Pantanal tiveram melhores condições de maneiro, de gestão contribuindo para a conservação. Mais de 60 mil hectares de fazendas que têm boa prática pecuária, continuam produzindo e conservando o Pantanal. E também mais de 20 comunidades estão diretamente envolvidas no programa, bem como, um projeto de restauração no Pantanal após os incêndios de 2020", finaliza o gestor.
Rafaela Nicola, diretora executiva da Wetlands International Brasil, expressou satisfação pelos avanços alcançados durante a Fase 2 do Programa Corredor Azul. Ela destacou a colaboração com diversas instituições e comunidades locais, bem como os resultados concretos, como áreas úmidas protegidas e em processo de restauração. Nicola também ressaltou o potencial inspirador da exposição, esperando que as imagens motivem o público a valorizar e proteger as águas do Pantanal.
A exposição "Pantanal - Águas que Conectam" não apenas encerra a Fase 2 do Programa Corredor Azul, mas também marca o início da preparação para a Fase 3, que continuará até 2027. Essa iniciativa é crucial para a preservação do sistema Paraná-Paraguai e o desenvolvimento sustentável da região.
A Wetlands International é uma organização global sem fins lucrativos dedicada à conservação e restauração de áreas úmidas. Com projetos como o Programa Corredor Azul, a organização busca proteger esses ecossistemas vitais e promover uma convivência harmoniosa entre a natureza e as comunidades locais.
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