Formada em Artes Cênicas pela UNI-RIO e Licenciatura pela Bennett, Patrícia começou a estudar teatro aos 12 anos e recebeu o Prêmio APTR 2010 de Melhor Atriz pelo papel coadjuvante na peça “As Meninas”, de Maitê Proença e Luis Carlos Góes, com direção de Amir Haddad.
Por três anos, fez parte do elenco fixo do humorístico “Zorra total” e fez participações nas novelas “Meu Pedacinho de Chão” e “Malhação – Casa Cheia”.
No humor atuou também por anos no programa “Os Caras de Pau” e teve um quadro de improvisação de cenas e jogos dentro do “TV Xuxa”.
Patricia também dirigiu várias peças no teatro como: “O outro lado”, com texto de Vannessa Gerbelli e trabalhou no cinema no filme “Riscado”, de Gustavo Pizzi.
Ao lado de Alexandre Contini, criou a oficina online “Possibilidades Cênicas”, onde grupos de atores e interessados em dramaturgia estudam clássicos.
CE - AOS 49 ANOS ESTREANDO EM UMA NOVELA, COMO TEM SIDO A EXPERIÊNCIA?
PP – Tem sido muito interessante. “Além da Ilusão” é uma novela muito bonita, bem escrita, muito emocionante. Eu sou fã da novela, acho o elenco maravilhoso e estou muito orgulhosa em fazer parte dele.
CE – COMO É A FÁTIMA? E COMO FOI A CONSTRUÇÃO DELA?
PP - A Fátima é uma trabalhadora. Uma mulher de outra época, com valores já ultrapassados.
Ela acredita nas instituições fervorosamente e se depara com uma filha transgressora e muito amorosa.
A partir desse amor, desse diálogo a personagem tem a coragem de se reinventar. Ela muda de opinião. Está sempre se atualizando. Lindo isso!
CE - ANTES DA NOVELA, VOCÊ FEZ MUITOS TRABALHOS DE HUMOR. COMO É PASSAR A FAZER DRAMA?
PP - É muito instigante você emocionar as pessoas.
Fazer uma cena e tocar o coração delas. Poder revelar personagens com almas tão interessantes e levar questões e reflexões para o público. Depois de tantos anos no humor é para mim muito importante amadurecer o meu trabalho como atriz na televisão.
No teatro eu busco sempre fazer trabalhos diferentes.
CE - VOCÊ SE ASSISTE? É CRÍTICA?
PP - Assisto e confesso, me emociono sabia? Acho a Fátima uma personagem linda, lembro da minha avó. Eu sou bastante crítica, mas estou feliz com o resultado.
CE - POR QUE DEMOROU TANTO A FAZER UMA NOVELA? FOI UMA ESCOLHA?
PP - O Humor sempre foi a minha praia, adoro rir e fazer rir. O Humor me abriu as portas da televisão e eu sou muito grata por isso.
Mas minha carreira como atriz não se resume ao humor. Não sou humorista.
Sou uma atriz formada pela Uni-Rio. Tenho um lado acadêmico, gosto de estudar e criar uma personagem. Gosto dos detalhes, das sutilezas.
CE - ACHA QUE MUDA A TRAJETÓRIA DE UM ATOR AO FAZER UMA OBRA NUMA TV ABERTA?
PP - Espero que mude a minha! (Desculpa, não posso perder a piada). Adoraria continuar fazendo novelas e mostrando outras facetas da minha profissão.
Acho que esse é o sonho de toda atriz né? Realizar trabalhos interessantes e que comovam o público.
CE - VOCÊ É MÃE DE UM JOVEM DE 27 ANOS. COMO É A PATRICIA MÃE?
PP- Insuportável. Eu amo tanto meu filho que eu sufoco. Mas agora ele é um adulto e está namorando, trabalhando – espero que ele encontre seu caminho no mundo e que seja feliz.
Tenho muito orgulho do cara legal que ele é. Bom caráter e inteligente.
CE - NA PANDEMIA, VOCÊ PASSOU A JOGAR TARÔ PARA AJUDAR AMIGOS DESEMPREGADOS. COMO SURGIU A IDEIA? E COMO FUNCIONOU O PROCESSO?
PP - Eu queria ajudar financeiramente e resolvi oferecer essa leitura. Foi uma surpresa o resultado. Atendi quase 200 pessoas e foi uma troca muito interessante.
Tive um panorama muito amplo da pandemia. Atendi pessoas de diversas classes sociais, com pensamentos diferentes, do Rio, de São Paulo, Pará, Itália, Estados Unidos, França, Noruega....
CE - ALIÁS, COMO SURGIU SEU INTERESSE PELO TARÔ?
PP - Com 15 anos eu vi numa banca de jornal. Comprei a revista e desenhei as minhas cartas.
Fiquei hipnotizada e encantada. Estudo Mitologia e simbolismo desde então. Existe uma ciência – ou uma Arte – sobre o caráter humano.
Tem muito a ver com o Teatro, com a construção da personagem. Criação de histórias, valorizar o ser humano e a sua capacidade de ser melhor e buscar a felicidade, a sabedoria.
CE - COMO PATRICIA CUIDA DA BELEZA E DA SAÚDE?
PP - Tomo banho e escovo os dentes. (risos). Realmente eu preciso focar um pouco mais nesse aspecto da minha vida.
Me alimentar de forma mais saudável e fazer exercícios físicos. Eu adoro o Higienismo e sinto que faz um bem tremendo para o meu corpo.
Mas eu sou gulosa e as vezes a ansiedade me leva a uma compulsão alimentar. Faço terapia e não tenho mais crises profundas, mas ainda é uma sombra que me acompanha.
CE - NAS SUAS REDES SOCIAIS, VEMOS QUE VOCÊ SE COLOCA COM MUITA LEVEZA, POSTA FOTOS DE BIQUÍNI, MAS TUDO SEM PARECER SE IMPORTAR COM PADRÕES DE BELEZA. COMO VOCÊ TRABALHA SUA AUTOESTIMA?
PP - Quando eu posto de biquíni é uma sensação! Recebo cantadas! As amigas piram! Eu acho muito importante a gente ser livre.
Meu corpo é fora do padrão e é bonito.
Acredita que eu me acho cada dia mais bonita? Acho que uma mulher de quase 50 anos pode se dar ao luxo de dizer isso.
Eu sou mais leve, mais feliz. Faço o que eu amo e tenho amigos queridos.
CE - QUAIS SEUS PRÓXIMOS PROJETOS?
PP - Vou lançar meu primeiro livro: A MORCEGO DA PRAIA DO BREJO uma fábula pós pandêmica (com ilustrações de Welder Rodrigues). Uma declaração de amor ao bairro que cresci, ao Flamengo e ao Grupo de Teatro Tá na Rua.
Foto: Divulgação
Daniel Dalcantara (SP) - Foto: Divulgação
Foto: Divulgação / Alexis Prappas
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