Na leva de documentários que estão sendo lançados na atual temporada em Campo Grande, a maioria bancada com o dinheiro da Lei Paulo Gustavo (LPG) ou de editais do FIC e do FMIC, uma faceta vem chamando a atenção: as produções que buscam jogar luz sobre o trabalho de artistas ou estilos musicais desenvolvidos na cidade, com toda a cor local que a Capital Morena costuma conferir às expressões artísticas, sejam elas de natureza regional, sejam de origem brasileira ou internacional.
Dentro desse filão, o rock ganha mais um holofote entre as produções recentes. Além de “Noites em Claro – Palavras do Bando do Velho Jack”, da diretora Gabriela Dias, que será lançado neste sábado, conforme noticiou o Correio B na edição de terça-feira, “Barulho do Mato”, com direção de Lucas Arruda e Mariana Senna, ganha estreia na mesma data, no dia 13 de julho, Dia do Rock, na Plataforma Cultural (Av. Calógeras, nº 3.015, Centro), a partir das 19h.
A entrada é gratuita e está programado um show do Katastrofe, banda de thrash metal, depois da projeção.
“Em meio ao Cerrado exuberante e às vastas planícies de Mato Grosso do Sul, uma história desconhecida ressoa nas profundezas dos amplificadores e nas cordas vibrantes das guitarras”.
É nessa pegada que Lucas e Mariana convidam a galera para conferir “Barulho do Mato”, que envereda pelo rock pesado do Alta Tensão, Necroterium e Sacrament, entre outras bandas de Campo Grande.
A dupla promete, com a produção documental em média-metragem, “desvelar a alma pulsante do heavy metal campo-grandense”. O audiovisual procura mergulhar na essência de uma cena musical que se mantém viva e vibrante por meio de riffs mais pesados e letras densas.
“Uma jornada que promete não apenas evocar o saudosismo dos veteranos do rock, mas também apresentar este universo rebelde e fascinante às novas gerações”, apresentam os diretores.
“Campo Grande é uma cidade que tem pouca de sua memória documentada, não sei se é o reflexo de um estado jovem. E, na música, senti que faltava um documentário que falasse sobre o metal”, afirma Lucas Arruda.
“Cadê a história das bandas? Principalmente das bandas antigas. Quem foi o primeiro a fazer? Como surgiu? A partir daí, conversei com alguns amigos do meio musical, como o Lelo, guitarrista do Katastrofe, com o Kão, artista que é do punk, mas sempre esteve no rolê do metal. E aí foi nascendo o projeto até eu conseguir um investimento e iniciar a produção”, diz o jornalista, que, com “Barulho do Mato”, faz a sua estreia na direção.
BANDAS ICÔNICAS
O documentário faz um recorte temporal que abrange as décadas de 1980, 1990 e meados dos anos 2000, um período diversificado em nuances estilísticas e influências que moldaram a identidade do heavy metal no Estado. Além do Alta Tensão, Necroterium e Sacrament, outras bandas icônicas que estão no doc, a exemplo de Disharmonical Tempest, Katastrofe, No Name, Kreatures Dark e Haze, também são protagonistas desse enredo.
“Ter relatos se torna urgente, pois já perdemos alguns músicos e produtores do período, tal como materiais em vídeo que retratavam a época”, pontua Arruda, sublinhando a importância de registrar e preservar essas memórias antes que se dissipem. Para Cátia Santos, diretora de fotografia e editora do documentário, capturar esses relatos foi um desafio envolvente.
“Contar a história desse estilo, dentro de um estado com uma presença musical predominantemente sertaneja, foi um desafio e tanto. Nesse sentido, a fotografia e a edição são muito importantes em um trabalho tão complexo como esse, pois elas ajudam a interligar as histórias que construíram o nosso heavy metal”, comenta Cátia.
“Barulho do Mato” promete desvendar “os desafios e conquistas dos roqueiros em um estado marcado pelo conservadorismo”. Desde os obstáculos logísticos até as barreiras culturais, o média explora a rica tapeçaria de influências que moldou a cena do heavy metal no coração de Mato Grosso do Sul, tendo um impacto duradouro no meio artístico.
Produzido pela Arruda Comunicação, o documentário “Barulho do Mato” conta com financiamento do Fundo de Investimentos Culturais (FIC-MS), do governo do Estado, operado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), vinculado à Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc). Mais informações no Instagram @assessoriaarruda.
Serviço - "Barulho do Mato"
Documentário de Lucas Arruda e Mariana Sena.
Estreia: neste sábado, às 19h.
Show da banda Katastrofe após a projeção.
Local: Plataforma Cultural, na Av. Calógeras, nº 3.015, centro de Campo Grande.
Entrada Gratuita.