Correio B

Correio B+

Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz Alessandra Maestrini

Ela emociona como protagonista em "O Som e a Sílaba". Minissérie baseada em peça teatral já está disponível no streaming Disney+ e encanta público. "Todo progresso é bem-vindo desde que cultive-se o terreno em direção ao bem-estar de todos os envolvidos".

Continue lendo...

Alessandra Maestrini (47 anos) é uma atriz memorável e sempre inesquecível em todos os personagens que interpreta. Atualmente ela comemora a receptividade da minissérie "O Som e a Sílaba", disponível no streaming Disney+ dando as boas vindas à Sarah Leighton, uma jovem no espectro autista com um talento musical extraordinário.

Inspirada na obra teatral homônima de Miguel Falabella, a produção explora a jornada de Sarah em busca de seu sonho de se tornar uma estrela de ópera, enquanto lida com os desafios de ser tratada como "diferente" e "esquisita" pela sociedade. "Miguel decidiu escrever "O Som e a Sílaba" quando chegou adiantado a uma aula com Mirna Rubim (que vive Leonor Delise na série; na época, era professora de canto de ambos) e encontrou-me cantando o início da "Ária dos Sinos" de "Lakmé"", explica.

Conhecida por seu trabalho versátil e por ser uma profissional multifacetada, Alessandra interpreta uma personagem complexa e inspiradora, que aprende a transformar suas "sílabas" em emoções através da música. Maestrini se destaca como uma artista de múltiplos talentos: é atriz, cantora, compositora, poeta, diretora, produtora, dramaturga e tradutora.

"Sempre me entendi como intérprete. Fosse escrevendo, cantando, dançando, atuando... a vontade de traduzir minha percepção do mundo é desde sempre. Acredito que essa vocação já tenha vindo comigo. Isso posto, sou filha de Dona Noêmia, cujas paredes da casa são cobertas de livros, o ar ressoa a músicas fabulosas, os passeios preveem descobertas artísticas e culturais e os diálogos convidam à expressão e à criatividade", define.

Com uma voz soprano absoluta e uma tessitura de quatro oitavas, ela se consagra como cantora e intérprete de grande alcance. No teatro musical, brilhou em produções renomadas como "Les Misérables", "Ópera do Malandro" e "Yentl em Concerto", espetáculo pelo qual também recebeu o Prêmio da Música Brasileira. Além de sua atuação marcante em comédias televisivas, como o papel da empregada Bozena em "Toma Lá Dá Cá", Maestrini é também a principal versionista para o inglês das músicas de Chico Buarque.

Na minissérie, a relação entre Sarah e sua professora de canto, Leonor Delise (interpretada por Mirna Rubim), é um dos pontos altos da série. A interação entre as duas personagens, inicialmente marcada por tensão, evolui para um vínculo profundo e transformador, refletindo os desafios e as recompensas do autoconhecimento e da aceitação. Ao mesmo tempo, Leonor precisa reconciliar-se com o passado e reencontrar sua própria humanidade.

Com direção de Miguel Falabella e um elenco de destaque, "O Som e a Sílaba" não apenas marca a estreia de uma série emocionante no Disney+, mas também reafirma Alessandra Maestrini como uma artista de múltiplos talentos.

Desde sua estreia no teatro, passando pela televisão e pelo cinema, Maestrini continua a surpreender o público com seu compromisso com a arte, agora trazendo à vida uma personagem que promete emocionar e inspirar espectadores de todas as idades. No dia 30 de outubro a atriz fará uma leitura de texto de Rubem Alves no Sesc Ribeirão Preto, pois dois de seus vídeos viralizaram na internet recitando Rubem Alves. 

Alessandra Maestrini é Capa do Correio B+ desta semana, e em entrevista exclusiva ao Caderno ela fala sobre carreira, estreia, trabalhos e inspirações. Confira: 

A atriz Alessandra Maestrini é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Carlo Locatelli - Diagramação Denis Felipe e Denise Neves

CE - Você poderia compartilhar um pouco sobre sua história de vida e como começou o seu contato com as artes? O que despertou em você a paixão pelo teatro e pela música?
AM -
 Sempre me entendi como intérprete. Fosse escrevendo, cantando, dançando, atuando... a vontade de traduzir minha percepção do mundo é desde sempre. Acredito que essa vocação já tenha vindo comigo. Isso posto, sou filha de Dona Noêmia, cujas paredes da casa são cobertas de livros, o ar ressoa a músicas fabulosas, os passeios preveem descobertas artísticas e culturais e os diálogos convidam à expressão e à criatividade.

CE - Você é uma artista multifacetada, atuando como atriz, cantora, compositora, diretora, entre outros. Como você consegue equilibrar todas essas diferentes expressões artísticas, e o que cada uma delas significa para você em termos de realização pessoal e profissional? Quais foram os momentos mais marcantes dessa trajetória que contribuíram para o seu desenvolvimento como artista?
AM - 
Mergulho sempre de cabeça no que estou fazendo. A mim me parece que cada expressão dessas é pilar estrutural e consequência das outras todas; está tudo sempre ali, em cada detalhe. Considero que a estreia profissional em cada linguagem: teatro, tv, cinema, canto, composição musical, versão, dança, direção, escrita, etc. seja um salto quântico por si, que também sopra brisa bem-vinda sob as asas de tudo o mais que me compõe.

CE - Falando sobre a minissérie "O Som e a Sílaba", o espetáculo foi um sucesso de bilheteria e agora no Disney + também atraindo grande público. Como foi o processo de preparação para interpretar Sarah Leighton, uma jovem no espectro autista com um talento musical extraordinário?
AM -
 Miguel decidiu escrever "O Som e a Sílaba" quando chegou adiantado a uma aula com Mirna Rubim (que vive Leonor Delise na série; na época, era professora de canto de ambos) e encontrou-me cantando o início da "Ária dos Sinos" de "Lakmé".

Saiu de lá inconformado que ninguém sabia que eu cantava ópera. Contou-nos que a obra teria como fio condutor a Música Clássica e trataria de dois temas importantes que ele andava estudando: o Autismo e a Síndrome de Savant. Li documentos sobre autismo, assisti a filmes, séries, documentários, conversei com profissionais e, especialmente, conversei muito com Júlia Balducci, jornalista, advogada e cineasta autista que faz o papel de Laura, a melhor amiga de Sarah na série. Tive também o apoio de Luisa Francesconi como preparadora vocal, Anderson Brenner como ensaiador e Carol McDavit como consultora estilística para a interpretação das árias de ópera.

 "O Som e a Sílada" - Foto: Priscila Prade

CE - A música é um elemento central na jornada de Sarah. Como você utilizou sua experiência como cantora e compositora para transmitir as emoções e nuances da personagem?
AM -
 Minha composição de Sarah, assim como a de todos os meus personagens, é estruturada e regida por um entendimento musical: tempo, ritmo, bossa, dinâmica, coloridos de tessitura, pausas, stacattos, legatos, crescendos, pianíssimos... nesta personagem, o divertido é que isso pode ser mais assumido: tudo em Sarah é música.

CE - Miguel Falabella, que dirigiu tanto a peça quanto a minissérie, é conhecido por seu estilo único de direção. Como foi a colaboração com ele durante esse projeto, especialmente na transição do teatro para a TV?
AM -
 Miguel, além de ter idealizado e escrito a peça e a série foi o Show Runner (diretor geral) da série. Ele sempre sabe muito bem o que quer e isso é o Santo Graal da Arte. Cininha de Paula e Juliana Vonlanten (diretoras da série) tinham um norte claro a ser seguido. Vê-se pelo resultado de uma linguagem tão profunda quanto acessível, tão emocionante quanto leve, tão poética quanto divertida; tão clássica quanto à frente de seu tempo, que é o que tanto se tem comentado sobre a série; ou seja: 100% Miguel Falabella.
 

Alessandra Maestrini - Foto: Carlo Locatelli

CE - Você já participou de produções teatrais icônicas como "Les Misérables" e "Ópera do Malandro". Como essas experiências moldaram sua visão sobre o teatro musical e quais lições você carrega dessas grandes produções?
AM -
 Um de meus aprendizados ao participar de grandes produções que tem décadas internacionais de sucesso foi o de respeitar a responsabilidade de cada função (diferente de produções menores, em que, boa parte das vezes, todo mundo faz um pouco de tudo). Paralelamente, aprendi que, mesmo com tanta gente com tantas responsabilidades especificamente delimitadas, a boa e velha revisão pessoal do que se vai precisar (figurinos, objetos de cena, trajetos... além, é claro, da memória dos textos, músicas, marcas, gestos e intenções) é altamente recomendável.
 

CE - Seu papel como Bozena na comédia televisiva "Toma Lá Dá Cá" é lembrado com muito carinho pelo público. Como foi transitar de personagens cômicos na TV para papéis mais dramáticos no teatro e no cinema?
AM -
 Uma das grandes graças para mim é justamente esta: surpreender. Até hoje me divirto com o espanto (no melhor dos sentidos) das pessoas ao se deparar com meu sotaque pessoal (que é o carioca), minha musicalidade e personagens absolutamente distintos, tanto da personagem icônica quanto de mim.

                                    A icônica Bozena de To Ma Lá Dá Cá - Divulgação TV Globo

CE - Por fim, ao longo da sua carreira, você conquistou reconhecimento em várias áreas da arte. Existe algum desafio ou área artística que você ainda não explorou, mas que gostaria de se aventurar no futuro?
AM - 
No momento, pouca gente conhece a minha escrita. Logo dou um jeito nisso.

CE - Prefere drama ou comédia?
AM -
 Comédia.

CE - Como vê esse crescimento do streaming no mundo?
AM - 
Todo progresso é bem-vindo desde que, paralelamente, cultive-se o terreno em direção ao bem-estar de todos os envolvidos.

CE - Você tem uma preferência por teatro, cinema ou TV?
AM -
 Teatro.

CE - Alguma referência e/ou inspiração?
AM -
 Barbra Streisand e Denise Stoklos.

CE - O que gosta de fazer nas horas que não está trabalhando
AM -
 Namorar.

Com o amigo e parceiros de palcos e trabalhos Miguel Falabella - Divulgação

Correio B

Flip atrai entre 27 mil e 30 mil pessoas em Paraty

Taxa de ocupação da rede de hotéis e pousadas chegou a 95%

13/10/2024 23h00

Continue Lendo...

A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) chegou ao fim neste domingo (13), após cinco dias de uma programação cultural intensa. Segundo os organizadores, o evento atraiu entre 27 mil e 30 mil pessoas à cidade histórica do litoral sul do Rio de Janeiro.

Carro-chefe de uma vasta programação paralela promovida por empresas de diferentes segmentos, o evento principal, que se distribui pela estrutura montada ao redor da Praça da Matriz, no centro histórico, contou com 20 mesas de bate-papo que, conforme os organizadores, “trouxeram para o centro de seus debates a pluralidade de visões e sensibilidades que estão em jogo na contemporaneidade, abordando assuntos urgentes como emergência climática, fake news e autoritarismo”.

A taxa de ocupação da rede de hotéis e pousadas chegou a 95%, e as ruas foram tomadas por pessoas atraídas pela presença de escritores como a brasileira Carla Madeira; a mexicana Jazmina Barrera, o colombiano Juan Cárdenas, o palestino Atef Abu Saif, entre outros – incluindo artistas, celebridades, políticos e formadores de opinião, com o influenciador digital Felipe Neto, que acaba de lançar um livro sobre ódio e polarização política. Ele dividiu com a jornalista Patrícia Campos Mello, autora de A Máquina do Ódio, uma mesa sobre como enfrentar o ódio.

Além dos debates entre autores, exibidos simultânea e gratuitamente por meio de um telão instalado na Praça da Matriz, a programação oficial – que este ano homenageou o escritor carioca João do Rio (1881-1921) – contou com a chamada Flip+, programação gratuita composta por sessões de cinema, mais debates literários, lançamentos de livros, apresentações artísticas e atividades para crianças, jovens e educadores.

Mais de 53 mil pessoas assistiram aos debates da programação principal pelo YouTube – resultado mais de duas vezes superior aos 25 mil internautas registrados em 2023.

Além disso, só as atividades educativas, segundo os organizadores, envolveram ao menos 5,5 mil pessoas. Só na livraria oficial do evento, foram vendidos cerca de 15 mil exemplares de livros.

Correio B+

Negócios B+: Setor de farmácias de manipulação cresce 17,1% em cinco anos

Estudo da Anfarmag mostra que setor emprega majoritariamente mulheres e faturamento anual chega a R$ 11,3 bilhões.

13/10/2024 17h00

Negócios B+: Setor de farmácias de manipulação cresce 17,1% em cinco anos

Negócios B+: Setor de farmácias de manipulação cresce 17,1% em cinco anos Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O segmento de farmácias de manipulação apresentou resultados positivos em todos os índices medidos pelo Panorama Setorial da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) para os últimos cinco anos.

Entre 2019 e 2023, as farmácias que preparam medicamentos e produtos sob medida tiveram um aumento de faturamento de 17,1%, somando R$ 11,3 bilhões. O índice é superior ao crescimento do PIB do Brasil. Além disso, houve resultados importantes nos índices relativos à empregabilidade (+15,4%), massa salarial (+23,1%), salário médio (+10,7%), quantidade de estabelecimentos em atividade no país (+8,9%) e arrecadação tributária (+92,7%), recolhendo R$ 1,596 bilhão aos cofres públicos.

De acordo com o diretor executivo da Anfarmag, Marco Fiaschetti, esses números são reflexo de um setor sólido e da sua importância social. “As farmácias de manipulação são empresas essenciais para a saúde do país, atendendo a população em todos os seus perfis e necessidades. Além disso, a população tem buscado mais informação, aumentado o foco em saúde preventiva e bem-estar e, consequentemente, a demanda por produtos individualizados aumenta”, afirma.

Distribuição e novos negócios

O Brasil conta hoje com cerca de 8.700 farmácias de manipulação. Elas estão distribuídas de forma heterogênea pelo Brasil. O maior volume de empresas está concentrado no Sudeste, onde também está a maior parte da população. No entanto, ano após ano o levantamento da Anfarmag aponta crescimento acelerado nas demais regiões.

Das novas farmácias de manipulação abertas entre 2019 e 2023, quase metade (47%) estavam no Nordeste; 26,9% no Norte; 10,1% no Sul; 8,5% no Centro-oeste; e 7,4% no Sudeste. “Um detalhe interessante é que, nessas regiões de maior crescimento, a quase totalidade dos investimentos veio da própria região. Ou seja, não se trata de redes ou de empresários de outras áreas do país que decidiram montar farmácias no Norte e no Nordeste, mas de crescimento local”, afirma Fiaschetti.

Outro dado relevante a se considerar é que o setor é formado principalmente por empresas de pequeno porte: cerca de 80% das farmácias de manipulação apresentam faturamento anual de até R$ 1,5 milhão.

Portanto, os novos negócios enfrentam os desafios naturais do pequeno empreendedor. No entanto, a abertura de uma farmácia de manipulação tende a significar a criação de um negócio mais resistente se comparado a outros setores da economia. Isso porque a média de idade das farmácias em atividade no país é superior a 17 anos, enquanto a vida útil média das empresas brasileiras é inferior a 10 anos.

Geração de empregos femininos

O bom desempenho das farmácias de manipulação favorece particularmente a geração de emprego e renda para mulheres. O Panorama Setorial Anfarmag mostra que as farmácias de manipulação empregam 65,4 mil colaboradores com carteira assinada. Desse total, 78,7% são mulheres e metade delas tem entre 30 e 49 anos.

“Essa proporção majoritária de mulheres se mantém constante ao longo dos anos, o que permite afirmar que o crescimento da empregabilidade das farmácias garante que mais mulheres estão sendo acolhidas pelo segmento”, diz Fiaschetti.

No período avaliado, o setor demonstrou um crescimento tanto das equipes contratadas, quanto do salário pago a elas, com crescimento acima da inflação. Em 2023, a massa salarial do setor foi de R$ 2,08 bilhões, sendo 58,7% do total registrado em empresas com até 19 funcionários. Entre diretos e indiretos, a estimativa é de que o setor gere por volta de 325 mil postos de trabalho.


 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).