Presença marcante tanto nos palcos do teatro musical quanto nas telas do audiovisual, vem conquistando seu espaço pautado na versatilidade artística. Com um currículo que inclui produções de peso como "Cássia Eller - O Musical", "Dois Filhos de Francisco", "Os Últimos 5 Anos", "Nautopia" e muitas outras, Eline continua a se destacar como uma das figuras mais promissoras do cenário artístico contemporâneo.
Recentemente indicada ao Prêmio Bibi Ferreira como Melhor Atriz por sua interpretação arrebatadora em "Bonnie & Clyde", Eline expressa sua gratidão e entusiasmo pela honra recebida. Para ela, essa indicação representa a culminação de anos dedicados ao estudo, empenho e persistência no mundo da atuação. "Bonnie & Clyde" desafia os limites da performance, conduzindo-a por uma montanha-russa emocional na pele de uma personagem complexa, que vai desde uma jovem sonhadora até uma figura obscura e obsessiva, cuja jornada é entrelaçada por uma partitura musical intrincada.
Além de seu sucesso nos palcos, Eline também reserva tempo para novos projetos no universo do audiovisual. Sua presença poderá ser vista em breve em séries como "B.O" da Netflix e na aguardada série "Betinho", prestes a estrear no Globoplay. Além disso, Eline demonstra sua versatilidade ao desempenhar papéis adicionais como roteirista e diretora em clipes e teasers de lançamentos.
No âmbito musical, Eline recentemente lançou seu primeiro álbum autoral, intitulado "Coração na Boca" - disponível em todas as plataformas digitais e com direito a clipe da canção “Chamego” -, que embarca em uma jornada sonora pelas complexidades das relações humanas, refletindo as emoções que permeiam os estágios iniciais, intermediários e finais da vivência a dois. Composta por 12 faixas, a obra se destaca pela harmonia das vozes, arranjos de cordas e sopros, e uma marcante presença de violões e percussão. A produção, a cargo de Lourenço Rebetez e Pipo Pegoraro, ambos indicados ao Grammy Latino, garante um registro de alta qualidade.
Com influências musicais que abrangem desde a riqueza dos ritmos brasileiros e latinos, inspirado por Gal Costa, Mayra Andrade e Marisa Monte, até o encanto das lendárias vozes de Sarah Vaughn e Etta James, adquirido durante seus estudos de Jazz na Berklee School of Music, em Boston, ao ouvir "Coração na Boca", o público pode aguardar uma experiência sonora envolvente em um misto de todas essas referências especiais e atemporais.
A atriz Eline Porto é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre carreira, personagens, lançamentos e projetos.
A atriz Eline Porto é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Juliana Colina - Diagramação - Denis Felipe e Denise NevesCE - Você sempre gostou de teatro musical?
EP - Sempre! Meus pais me levavam pra São Paulo pra assistir musicais e eu ficava encantada. Essa junção de teatro e música é tudo que eu amo.
CE - Quando começou a cantar e aliou isso ao teatro?
EP - Comecei pelo canto coral na escola, e com 12 anos entrei na aula de canto e nunca mais saí. O teatro surgiu nessa mesma época, então as carreiras sempre caminharam paralelamente. Com 13 anos eu fiz teste pra Opera no Malandro dirigida pelo Charles Moeller e Claudio Botelho e lembro do Charles dizer que eu era muito nova pro papel, mas que eu continuasse estudando que ainda trabalharíamos juntos. Anos depois fui fazer meu primeiro musical, O Despertar da Primavera, com direção deles e foi uma experiência transformadora. Sou uma apaixonada pelo teatro musical!
CE - Tudo começou no musical Cássia Eller?
EP - O Cássia foi meu quarto musical, o primeiro brasileiro. Cássia é uma fenômeno, estamos em cartaz há 9 anos com casas lotadas e um carinho imenso do público. É maravilhoso contar a história dessa grande artistas ao lado de amigos e ser dirigida pelo sensacional João Fonseca.
CE - Os últimos 5 anos foi um grande sucesso, a que se deve tanto sucesso do musical?
EP - Fico muito feliz com o sucesso dos Últimos 5 Anos. Digo que é nosso primeiro filho, primeiro musical broadway com produção nossa e isso dá o maior orgulho. Já fizemos 3 temporadas em São Paulo e estamos iniciando nossa turnê. Atribuo o sucesso dessa peça à identificação do público com uma história que fala sobre os desafios de se relacionar e a dificuldade que temos de equilibrar carreira com a vida pessoal. É um musical profundo e emocionante.
Dois Filhos de Francisco - Foto: DivulgaçãoCE - Bonnie & Clyde viveu sua temporada com casa cheia, também foi um outro grande sucesso! Conta pra gente como foi a construção da sua personagem?
EP - Bonnie Parker é uma personagem que te convida a sair da zona de conforto. Pesquisei bastante sobre ela e mergulhei no universo dos anos 30 e no que instigava aquela mulher. Essa personagem é um montanha russa emocional pois começa a história como uma moça cheia de sonhos que vai se transformando em uma sanguinária obsessiva por sucesso. Uma delícia para uma construção cheia de nuances que essa Bonnie me possibilitou explorar.
CE - Bonnie & Clyde também rendeu indicação no Bibi Ferreira, qual a sua emoção?
EP - Sou muito grata aos jurados tanto do Bibi Ferreira quanto do prêmio Did pelas indicações, pois o reconhecimento do nosso trabalho é sempre bem vindo e celebro cada conquista. Viver uma personagem como a Bonnie com uma curva dramática imensa e uma partitura vocal lindíssima é um prazer como atriz. Fui muito feliz ao ver a resposta e a emoção do público diariamente no Bonnie e Clyde. Espero encontrar a minha ruiva misteriosa em breve.
CE - Conta um pouco pra gente sobre BO e Betinho?
EP - Essas duas séries foram muito gostosas de gravar. Já tinha trabalhado com o Júlio Andrade em “Serra Pelada” e no “Sob Pressão” e encontrar com ele, agora como diretor da série Betinho foi muito especial. Faço a primeira paixão do Betinho, a Marcolina. Tenho certeza que a série está linda!! Estou louca pra ver!
Sete Vidas - Foto: DivulgaçãoCE - E seu primeiro álbum como foi a composição desde a ideia?
EP - O álbum Coração na Boca aborda e questiona as relações, os desafios da convivência a dois em tempo de amores líquidos e do individualismo em excesso. A ideia é falar sobre o amor real, palpável em todas as suas fases. As canções passam pela euforia do início, o conforto e os desafios do meio a dor do fim. São 12 canções produzidas pelo Lourenço Rebetez e o Pipo Pegoraro que mesclam camas vocais, arranjos de cordas, sopros, e uma forte presença de violões e percussões.
CE - Quais são as suas inspirações musicais?
EP - Sou apaixonada por Gal Costa e Marisa Monte, elas tem muita influência na forma como canto e componho. A sonoridade do meu novo álbum bebeu muito na fonte da cantora cabo-verdiana Mayra Andrade, dos álbuns da Vanessa da Matta e da sonoridade e camas vocais da cantora francesa Camille. Todas maravilhosas.
CE - Qual é a sua realização com “Coração na Boca”?
EP - Lançar um álbum autoral é um sonho de menina. Vias os LPs com capas bonitas como o Gal Fa-Tal e as músicas lindíssimas e pensava que um dia queria me ver assim, grande, com tudo que tenho pra dizer pro mundo através da minha arte. O dia do lançamento do álbum foi uma emoção só.
No sucesso Bonnie&Clayde - Foto: DivulgaçãoCE - E “Por Elas - Um Musical sobre a força do canto feminino” conta pra gente sobre o musical?
EP - POR ELAS é um musical que celebra a diversidade feminina, a união de 5 mulheres no palco contando suas histórias para homenagear grandes cantoras e o legado das tantas mulheres que as criaram, mães, tias, avós e etc. Elas que através das gerações impulsionaram os sonhos de quem viria depois. Quis fazer esse texto homenagem às mulheres da minha família que são um exemplo de força e afeto para mim.
CE - Nele você não só atuou, qual foi a experiência em produzir também?
EP - Gosto bastante de produzir musicais. Já tinha produzido os musicais da Broadway “ Os Últimos 5 Anos” e “Bonnie e Clyde” , mas esse é o nosso primeiro brasileiro e autoral e com uma equipe majoritariamente feminina. Tá sendo muito gostoso trabalhar com pessoas que admiro de longa data como a diretora Stella Maria Rodrigues e minhas parceiras de cena Estrela Blanco, Jana Figarella, Marya Bravo e Suzana Santana.
CE - Você é uma mulher linda e mudou o visual mês passado, foi para seus lançamentos?
EP - Obrigada! Fiz essa mudança de visual pro “Por Elas”. Queria uma cara nova, diferente de tudo que já fiz pra marcar essa nova fase no teatro.
Ela lançou o single Coração na Boca - Foto: DivulgaçãoCE - Já te falaram que você parece a atriz Salma Hayek?
EP - Ja sim! Sou fã da Salma e acho ela uma mulher belíssima. Fico lisonjeada quando me fizeram que sou parecida.
CE - O que faz para cuidar do corpo e da mente?
EP - Adoro ir pra natureza. Praia, cachoeira, passeios de bike na lagoa me fazem um bem danado.
CE - Como atuar com o Beto (Sargentelli) já que são casados?
EP - É muito bom ter um parceria de vida e de trabalho. Beto é meu Porto Seguro, meu amor. A gente se entende e se apoia muito.
CE - Novos projetos para 2024?
EP - Quero fazer o show do meu álbum e tenho projetos pra teatro e audiovisual. Quero o Por elas viajando esse Brasil. Muita coisa boa pela frente e muita música ainda pra lançar.
Atuando com o marido Beto Sargntelli - Foto: Divulgação



