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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz Liane Maya, destaque em "Hairspray" e em série do Disney+

"Adoro o audiovisual, mas fazer uma série musical da Disney foi muito estimulante".

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Liane Maya, renomada atriz, cantora, bailarina, coreógrafa e diretora, é uma figura emblemática no teatro musical brasileiro. Formada em teatro pelo O Tablado, em canto pelo Conservatório Nacional de Música do Rio de Janeiro e em Canto Lírico pela Escola de Música Villa-Lobos, Liane também possui formação em Ballet Moderno pelo Centro de Artes Nós da Dança e em Jazz e Yoga (Alongamento e Tao da Voz) em Nova York. Em Ballet Clássico, estudou com diversas professoras renomadas, completando assim um currículo de formação extremamente diversificado.

Com uma carreira que inclui mais de 25 espetáculos como atriz e cantora, Liane brilhou em produções como “As Damas de Paus”, “Crazy For You” e  “Além do Ar - Um Musical Inspirado em Santos Dumont”, que lhe renderam indicações de Melhor Atriz e Atriz Coadjuvante no Prêmio Bibi Ferreira, entre outros musicais como “Aí Vem o Dilúvio”, “Splish, Splash”, “A Família Addams”, “Cabaret”, “Noviças Rebeldes”, “Gypsy”, e, mais recentemente, “Tarsila, a Brasileira”, dando vida a Olívia Guedes Penteado. Agora, ela se prepara para um novo desafio: viver Velma Von Tussle no musical “Hairspray”, prometendo mais uma vez cativar o público com sua versatilidade e talento.

Em paralelo, a artista se prepara para apresentar ao público uma outra personagem, Dona Zefa, uma mineira apaixonada por Ópera que estará na série musical “Uma Garota Comum”, projeto com o selo Disney+ Original Productions, exclusivo da plataforma, e previsto para ser lançado ainda este ano. Estrelado pela atriz, cantora e compositora colombiana Juliana Velásquez, a trama gira em torno da estrela pop latina Alana, que, cansada de não ter o controle sobre a própria vida, foge para uma pequena cidade no interior do Brasil, onde vive seu pai, e lá desfruta do anonimato que a transforma em Drica, uma garota comum.

Liane celebra este como seu grande retorna às telas após deixar sua marca em programas icônicos como “Planeta dos Homens”, “Viva o Gordo”, “Humor Livre”, “Chico Anysio Show”, “Partido Alto” e “Escolinha do Professor Raimundo” - onde pôde ser vista como Dona Clarinha. E para além da cômica atriz, ela explorou uma outra vertente artística nas telas, a de coreógrafa, assumindo à frente em programas como “Gente Inocente” e “Bambuluá”. A função também foi exercida nos palcos, em peças como “Village Station”, “Adoráveis Criaturas” e “Primo Basílio”.

capa caras 9Após temporada no teatro com Hairspray, Liane Maya retornará às telas com série em streaming - Divulgação/José de Holanda

E como a atuação e música sempre caminharam juntas na vida da artista, Liane é lembrada há mais de 25 anos por sua participação na segunda formação do grupo musical “As Frenéticas”, em 1998, uma parceria que durou oito anos e resultou na gravação de um CD e um DVD, além de uma turnê nacional de shows.

Tempos depois, a artista retornou ao estúdio para gravar seu disco solo, “Sou Rio”, com a Banda SoulRio, trazendo músicas de Cassiano, Claudio Zolli e Paulo Zdan, produzido por Rafael Prista.

Com tanta experiência e conhecimento acumulados, Liane sempre buscou encontrar tempo para compartilhá-los com novas gerações de artistas; foi professora da Academia Dalal Achcar, do Petit Studio, da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) - onde chegou a dirigir o humorista Paulo Gustavo, em uma montagem do musical “Cazas de Cazuza”, e de outras instituições.

O resultado de sua trajetória, de mais de 40 anos na carreira artística e 30 anos como educadora, resultando em um currículo vasto polivalente, foi marcado recentemente pelo reconhecimento da Academia Abrasci de Ciências, Artes, História e Literatura, onde atualmente ocupa a cadeira de número 83, assumida anteriormente por Marília Pêra.

Liane é Capa do Correiro B+ desta semana, e em entrevista exclusiva para o Caderno ela fala de carreira, experiências, o musical "Hairspray" em cartaz no RJ e também do novo projeto na Disney.

A atriz Liane Maya é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Cesar Campos - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves 

CE - Início de Carreira: Como você começou sua trajetória artística? Houve algum momento específico em que decidiu que seguiria a carreira de atriz e cantora?
LM - 
Eu comecei comecei a dançar  ballet classico bem cedo com 4 anos, aos 12 iniciei o jazz e o canto coral no IBAM.Entrei para a Escola de Teatro Tablado do Rio e aos 15 já estava estreando profissionalmente o musical Maroquinha Fru-Fru com Direção de Wolf Maya.Na minha formação a dança, o canto e a interpretação sempre caminharam juntas.

CE - Formação: Quais foram as principais influências e formações que moldaram sua carreira como atriz, cantora e coreógrafa? Você teve algum mentor ou escola que foi decisiva nesse processo?
LM -
 Tive o privilégio de ter grandes mestres da dança no decorrer da minha trajetória: klaus Vianna,Tatiana Leskova ,  Eugênia Feodorova,Vilma Vernon. Regina Sauer e Lennie Dale.Mas a minha maior referência sempre foi minha irmã mais velha que era bailarina clássica do Teatro Municipal do Rio. Rosane Maya além de bailarina era maitre de Ballet, tinha um enorme conhecimento do corpo e desenvolveu métodos e técnicas de alongamento enquanto morou na Europa e mais tarde trouxe para o Brasil. 

Além da dança o canto lírico sempre foi uma paixão e comecei a às aulas com orientação dos mestres:Fernanda Giannetti, Nonelli Basbatefano,José Spinto e Nadja Daltro e mais tarde sendo dirigida pelos Diretores de musicais  que tive a honra de trabalhar: Claudio Botelho, Marconi Araújo Thiago Gimenes,Thiago Rodrigues,Gui Terra e agora Rafael Villar. Aprendi muito com grandes diretores do palco, entre eles: Flávio Rangel, Italo Rossi, Wolf Maya, Cininha de Paula e José Possi Neto.

A formação de um artista não é algo que se aprende rápido apenas com a técnica, existe um tempo do despertar e do amadurecer.Quando essa consciência chega no corpo,na voz e na interpretação a gente entende como esses mestres foram fundamentais para sua formação como artista.

CE - As Frenéticas: O que significou para você fazer parte de As Frenéticas, um grupo tão icônico na música brasileira? Como essa experiência influenciou o resto de sua carreira?
LM -
 Fiz parte da segunda formação das Frenéticas e isso foi incrível, pois já era fã de todas elas, viajamos muito e fizemos muitos shows nesses 8 anos de convívio! As Frenéticas representaram o movimento de empoderamento da mulher depois dos anos 70, na forma de se vestir, falar e cantar. 

Ser frenética é uma atitude, uma coragem,uma força e uma alegria de ser mulher, que ultrapassa qualquer padrão de comportamento ou beleza.Todas nós éramos cantrizes, assim como os Dzi Croquetes foram responsáveis pela mudança de comportamento daquela geração ,As Frenéticas até hoje são  a referência da mudança e da Renovação da mulher na sociedade.

Em As Damas de Paus - Divulgação

CE - Transição para os Musicais: Como foi a transição para o teatro musical? Quais foram os maiores desafios e recompensas da sua imersão neste gênero, que é tão completo artisticamente?
LM -
Eu comecei no Teatro,sempre fui polivalente atuando em várias áreas simultaneamente. O Teatro Musical é o gênero que mais me encanta, porque posso unir o canto, a dança e a interpretação a serviço da construção de um personagem.O maior desafio do Teatro Musical e você se manter em forma, com saúde espiritual, mental e física.Somos atletas da emoção e o treinamento precisa ser diário!Os desafios ? 

Fazer personagens que não estejam na minha zona de conforto, gosto de pesquisar a psiquê humana e estudar seus comportamentos mentais e corporais.  A vovó Addams, a Glória de As Damas de Paus e agora a  vilã Velma Von Tussle foram os maiores desafios para mim no Teatro Musical.


CE - Escolinha do Professor Raimundo: Como foi sua experiência participando de programas humorísticos, alguns deles tão marcantes como a Escolinha do Professor Raimundo? O humor sempre foi uma vertente que te interessou artisticamente?
LM -
 Aos 17 anos, depois de fazer a protagonista do Musical O Rei de  Ramos de Dias Gomes, fui convidada para integrar o elenco de atrizes do programa Planeta dos Homens na Globo. Lá comecei a trabalhar com grandes comediantes do Teatro e da TV. Depois vieram os programas Viva o Gordo, Os Trapalhões , A turma do Didi e muitos programas do Chico Anysio até fazer a Escolinha do Professor Raimundo no papel de  Clara. 

Aprendi muito com esses gigantes da comédia, mas em especial com o gênio Chico Anysio que tinha a capacidade de se transformar a cada personagem. Essas experiências foram marcantes e com certeza foram fundamentais para a minha forma de atuar e o feeling do famoso tempo de comédia que todo ator busca na sua performance.

CE - Hairspray e Outros Musicais: Você tem atuado em grandes produções musicais como a atual, "Hairspray". Como se prepara, em tão pouco tempo, para viver personagens tão diferentes no palco? Há algum papel na carreira que tenha sido particularmente desafiador? Como têm sido a experiência de interpretar Velma Von Tussle, mesmo papel interpretado no cinema por Michelle Pfeiffer? Buscou referências em outras atrizes das telas e palcos?
LM - 
A preparação do ator de Musicais é um treinamento diário como de um atleta: voz , corpo, disciplina na alimentação, o estudo constante, a pesquisa  do texto e a concentração que o trabalho exige sao fundamentais para o resultado do artista no palco. Vim para São Paulo a convite da T4f para fazer a Vovó Addams e em seguida fiz a Eulália de Além do ar e e a Olívia Guedes Penteado de Tarsila a brasileira. Agora o grande desafio é encarnar a vilã Velma Von Tussle, uma mulher intolerante, preconceituosa, vaidosa e consumida pela ideia da beleza padrão, uma mulher cruel e má, tudo isso com tom de comédia e desenho animado dos anos 60.

Liane Maya contracenará com Juliana Velásquez, atriz colombiana - Divulgação/Disney+

CE - Desenvolvimento Criativo: Além de atuar e cantar, você também trabalhou como coreógrafa. Ainda atua nessa área? Qual a sua relação com a dança hoje em dia?
LM -
 Já dirigiu  e coreografei alguns musicais com a direção de Wolf Maya entre eles: Village Station, Eu te amo vc e Perfeita agora muda e Nunsense e na TV Globo coreografou o programa Gente Inocente é Bambuluá. Atualmente meu foco é a direção de Movimento para o ator de musicais onde ministro workshops e cursos  com o método que criei "O corpo e a voz na criação dos personagens" Acho que o corpo e a voz podem ser trabalhados simultaneamente na criacão dos personagens e na interpretação da cena.

CE - Recentemente, você está envolvida na série "Uma Garota Comum", do Disney+. Como foi a experiência de trabalhar em uma produção audiovisual,  para o público jovem, e o que podemos esperar da sua personagem, Dona Zefa?
LM - 
Adoro trabalhar no audiovisual,já fiz novelas ,séries,e muitos programas de humor, mas desta vez trabalhar numa série musical da Disney foi muito estimulante!A começar pelo set de filmagem e o convívio com os colegas da cena, atores latinos e brasileiros com  com enorme talento para dançar e cantar sendo dirigidos pelo coreógrafo Alonso Barros. 

Uma experiência muito rica para todos nós! A dona Zefa que interpreto é uma mineira divertida que gosta de dançar e cantar, é fã dos ídolos da música Pop e também  muito eclética porque ama cantar ópera! Numa grande comemoração ela vai cantar Carmen de Bizet! O público vai se divertir com Dona Zefa, essa divertida cantante e faladeira mineira!

CE - Retorno ao Rio de Janeiro: Depois de dois anos em São Paulo, você retornou ao Rio de Janeiro para novas produções. Como foi esse retorno e como ele se reflete na sua vida e carreira atualmente? Sentiu alguma diferença entre os públicos?
LM -
 Foi muita emoção retornar ao Rio, depois de dois anos em São Paulo, e  estreando no Teatro Riachuelo! O público carioca é sempre receptivo e caloroso e nos recebeu de braços abertos lotando o Teatro nesta curta temporada. Em São Paulo o público gosta  de Teatro e  cinema, existem fãs de Teatro musical que nos seguem, a cidade é fundamentalmente cultural e a diversidade de público é imensa. Eu amo esta cidade e me encontrei profissionalmente aqui.

Liane Maya - Divulgação

CE - Futuro da Carreira: Olhando para o futuro, quais são seus próximos objetivos e projetos? Há algum sonho ou desafio que ainda gostaria de realizar no teatro, na música ou na televisão?
LM -
 Tenho muitos planos e projetos para o futuro próximo, entre eles: o Show musical Rosa Shock com direção de Ciro Barcellos, o Cabaret Musical As mulheres da Guerra e o  musical Invisíveis Aliados de Victor Bertolini que já está captando recursos. No Teatro Musical tenho muita vontade de fazer Sunset Boulevard, 101 Dálmatas como Cruela entre outras vilãs que são o sonho para qualquer atriz.

CE - Imortais da Abrasci: Você recebeu uma nomeação especial pela Academia Abrasci de Ciências, História, Literatura e Arte, e ocupa atualmente a cadeira que foi de Marília Pêra. Qual a importância dessa conquista em sua vida e trajetória? 
LM - 
Recebi a nomeação da Academia Abrasci no início deste ano para ocupar a cadeira 83 que foi de Marília Pêra, que foi a maior referência e inspiração da minha geração de atrizes, cantoras e bailarinas.Para mim uma honra e grande responsabilidade, levar o legado desta grande artista brasileira que nos deixou trabalhos inspiradores no Teatro, na TV e no Cinema, mas muito mais do que isso  nos deixou exemplos de comprometimento e respeito ao ofício, na sua disciplina, dedicação, obstinação e paixão pela arte. 

Entendo que esta nomeação é um chamado para que eu desenvolva aqui em São Paulo a formação de atores de Musicais com foco neste comprometimento e legado artístico .Os grandes artistas precisam ser homenageados e não podem ser esquecidos das novas gerações!

 

Correio B

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (06/03)

06/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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LUIS FERNANDO VERÍSSIMO ESCRITOR BRASILEIRO
"Tem muita gente honesta neste País. 
Só não se identificam para não ficar 
de fora se aparecer um bom negócio”.

FELPUDA

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes bem próximos colocarem luvas de boxe para embate em conhecido ringue. É que um deles vem posando de oposição, enquanto o outro é “chegado” de cabeça coroada. Na prática, dizem, um vai bater e o outro defenderá. Os dois já estiveram no mesmo partido, mas recentemente deixaram de andar de mãos dadas e foram caminhar politicamente separados. Um deles largou o certo pelo incerto e se deu muito mal. Já o outro tem dançado conforme a música. É esperar para ver.

Em alta

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou Boletim Logístico, mostrando que o avanço da colheitade soja tem influenciado os preços praticados no mercado de serviços de transporte de grãos nas rotas pesquisadas, como em MS.

Mais

A perspectiva de produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões 
de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões, o que influencia na alta nos serviços de frete.

DiálogoCorah Medeiros
DiálogoCláudio Castro e Rafael Picciani - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4090

 

Diálogo

Após 13 anos no esporte, a atleta Camille Giovanini (foto) parte para uma nova etapa na vida: a carreira como artista do Cirque du Soleil. No começo deste ano, a jovem de 19 anos foi para Montreal, no Canadá, iniciando um período de treinamentos. Aprovada em um processo seletivo muito disputado, ela foi escolhida para integrar a companhia multinacional. “A primeira etapa está sendo de muito treino e preparação. Eles me chamaram para a equipe do espetáculo ‘Russian Swing’, que é um número bem radical composto só de mulheres. Depois de toda a preparação vou adiante para os shows. É isso! O que eles pedirem estarei fazendo”, assegurou. 

Na mira

A tentativa da criação de CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, e o pedido de impeachment da prefeita Adriane Lopes são os dois assuntos polêmicos que dominarão as discussões na área política de Campo Grande, neste pós-carnaval. Em ambos os casos, há quem não aposte nem “um dólar furado” de que vão prosperar, por uma série de fatores. Essas questões deixaram claro que a prefeita terá que estar preparada contra as ofensivas, que deverão ocorrer de forma constante.

Alerta

A invasão de hackers, no dia 2, ao sistema do Departamento de Tributação e Contabilidade da Prefeitura de Ivinhema serve de alerta para que outros municípios redobrem a segurança. Essa ação, conforme aquela prefeitura, pode ter resultado na obtenção pelos invasores cibernéticos de dados das pessoas, como nome, CPF, RG, endereço, telefone, data de nascimento e estado civil. As autoridades policiais foram comunicadas.

Bola da vez

Na briga pelo poder, a União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) é a bola da vez.  Integrantes do Legislativo municipal de Campo Grande estão fazendo articulações, buscando até a Justiça,  com vistas a conquistar  o comando da entidade, que há décadas tem a frente o vereador Jeovani Vieira dos Santos, de Jateí, e que poderá ter como concorrente o seu colega da Capital, Junior Coringa.

ANIVERSARIANTES

  • Adriana Paula Cândido,
  • Eduardo de Melo Spengler, 
  • Dra. Maria Auxiliadora Budib,
  • Sérgio Silva Muritiba,
  • Alessandra Patrícia Pandolfo Simon, Christiane Buainain Gonçalves,
  • Ademir Garcia dos Reis,
  • Benilo Allegretti,
  • Leida Aguero Reis,
  • Pedro Paulo Feronato,
  • Rodiney de Pinho Barbosa,
  • Valdeir de Oliveira,
  • Bento Lebre dos Santos,
  • Donizete Ribeiro de Magalhaes,
  • Maria Alves de Almeida,
  • Sandra Maria Silveria Denadai,
  • Antonio Silvio de Souza,
  • Benedicto Moreira,
  • Maria Aparecida de Oliveira,
  • Katia Tavares,
  • José Carlos Tavares do Couto Filho, 
  • Joao Reston Elias,
  • Edyna Araújo de Almeida,
  • Dr. André Augusto Wanderley Tobaru, 
  • Débora Rondon, 
  • Márcia Tateishi Yamauchi,
  • Dr. Redel Furtado Neres,
  • Dr. Marcos Tadeu Winche Andrade, Jaime Selle, 
  • Oscar Quiroga, 
  • João Adecio Alves,
  • José Narciso Escobar,
  • Marcos Antonio Soares,
  • Andréa Saab Baroli,
  • Nailo Garces da Costa,
  • Marcilio Gianerini Freire,
  • Elizabete Alves da Silva,
  • James Rudy Silveira,
  • Lidio Moraes,
  • Denise Tibal Vasconcelos Dias,
  • Andressa Rafaela de Souza,
  • Sérgio Roberto Mendes, 
  • Elida Brito de Alencar,
  • Joana Inês Bitencourt,
  • Júlio Sérgio Vargas Fernandes,
  • Magda Guimarães Falcão Alves Zamboni Freitas, 
  • Dra. Leonir Wiechert Nogueira Barros, 
  • Deodato Dortas Rodrigues Neto,
  • Fabrizia Ferreira Machado,
  • Júlio Cesar Carvalho,
  • Ivandro Correia Silveira,
  • Dayanny Bento Silva,
  • Kelly Cristina Garcia,
  • Angela Maria Ranconi,
  • Fernanda Marques Yafusso,
  • Milton Martinho,
  • Fernando Lamers, 
  • Antônio João Grande de Melo,
  • Marcelino Rodrigues de Souza,
  • João de Freitas Pinto, 
  • Washington Luiz Castro Júnior, 
  • Bernadete Abrão, 
  • Ivan Mendonça Arruda, 
  • Juailson Canhete da Costa, 
  • Maria de Almeida Metello de Assis, 
  • Cláudio Nakazato,
  • José Luiz Saad Coppola, 
  • Kelly Haruko Kaneki, 
  • Edmar José Panassolo,
  • Carlos Alberto Garcete de Almeida,
  • Diones Figueiredo Franklin Canela, Rener Cruvinel Borges,
  • Kenya Silveira Lopes, 
  • Mara Gimenez Pereira da Silva,
  • Karla Lorena Griesbach Nantes, 
  • Ruth Corrêa de Lima Carvalho,
  • Francisco de Paula Ribeiro Júnior,
  • Ana Keller dos Santos Aleyne, 
  • Luiz Carlos Mandu da Silva,
  • Marcelo Cesar de Oliveira, 
  • Hosana Gonçalves Moraes,
  • José Massayoshi Simabucuro,
  • Roberta Soto Maggioni,
  • João Paulo Tomás,
  • Ana Paula Seles Paco dos Santos,
  • Ozair Kerr, 
  • Emerson Tiogo da Silva,
  • Walderez e Silva de Farias,
  • Jorge Alberto Pizzaro de Menezes,
  • Dênis Peixoto Ferrão Filho,
  • Thaís Iguma, 
  • Higo dos Santos Ferre,
  • Renata Espíndola Virgilio,
  • Vânia Mara Basílio Garabini,
  • Tamara Guimarães da Costa,
  • Edinete Lira Torres Castello,
  • Jean Cleiton Santi,
  • Zenildo de Oliveira,
  • Carlito de Oliveira Boza, 
  • Ademar Gonçalves Machado, 
  • Fabia Elaine de Carvalho Lopes, 
  • Giselly Pitinari Cordeiro, 
  • Marisol Marim Alves de Oliveira,
  • Maria Luiza Businaro, 
  • Patricia Lantieri Correa de Barros, 
  • Christiane Barnard Pereira Utima,
  • Zilma Marques de Bernardo Castro e Silva,
  • Emerson Pereira de Miranda.

 COLABOROU TATYANE GAMEIRO

CULTURA & FOLIA

Conheça a relação do historiador Edson Contar com o Carnaval de Campo Grande

Pioneiro na organização do desfile carnavalesco de Campo Grande, o historiador, jornalista e compositor Edson Contar é uma figura essencial para se entender como a festa tomou conta da cidade e ganhou a dimensão que tem hoje

05/03/2025 10h00

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande Foto: Flávio Eder

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“Minha carne é de Carnaval/meu coração é igual [...] onde quer que/eu ande em qualquer pedaço/eu faço/um campo grande/um campo grande”.

A canção de 1972 do Novos Baianos (“Swing de Campo Grande”), embora celebre a alegria dos integrantes do grupo de pular Carnaval em uma das praças mais conhecidas de Salvador, na Bahia, cai como uma luva no estado de ânimo que a festa provoca em Edson Contar.

Figura essencial para o que a festa da Campo Grande sul-mato-grossense se tornou, pelo menos, nos últimos 50 anos, o historiador, jornalista, compositor, turismólogo e, sobretudo, folião Edson Contar, que, inclusive, atuou no Correio do Estado, traz a história do samba, das escolas e dos desfiles da Capital na ponta da língua. Em muitos dos episódios que conta, mais do que testemunha, é ele um dos protagonistas, se não “o” protagonista da situação.

Seu Edson domina o assunto, e quem já bateu um papo com ele sabe o quanto é bom de prosa.

“Quanto a essa quarta [Quarta-Feira de Cinzas], nem eu entendi isso de cair logo após o Carnaval”, brinca, soltando uma risada, ao saber o dia em que seria publicada essa reportagem. O artista da folia segue dizendo que “o Carnaval ainda é uma festa do povo”, para relembrar, em seguida, dos carnavais “de antigamente”, recuperando o nome de Goinha como o responsável pela multiplicação das escolas, na década de 1960, a partir da criação da Acadêmicos do Samba.

PATRIARCA

“Mesmo que as escolas de samba não tenham espaço para tanta gente, os blocos e cordões supriram e deram chance de participação para os que gostam da folia”, reflete o veterano, cujo sangue carnavalesco transmitido ao filho, o também historiador Jefferson Contar, rendeu como fruto o Cordão Valu, que, por sua vez, desde 2007, quando desfilou pela primeira vez, acabou se tornando celeiro de outros blocos que surgiram, como o Capivara Blasé e o Vai Quem Vem.

É que Jefferson, ao lado de sua esposa, Silvana Valu, mais uma historiadora na resenha de hoje, foi quem criou o Valu, o que faz do patriarca uma espécie de “alfa e ômega” do Carnaval campo-grandense. À frente da Secretaria de Turismo da Capital, Seu Edson não mediu esforços para trazer mais profissionalismo à celebração e decidiu, em um esforço conjunto com as escolas, investir na organização, oficializando o desfile.

As alas passaram a ser identificadas e todo um ordenamento de entrada na passarela foi estabelecido, a partir de um regulamento que procurava seguir os ditames do Carnaval carioca – a festança do Rio de Janeiro é uma das paixões confessas do compositor.

A bateria ganhou um “tchan”, a confecção das fantasias passou a ser mais requintada, assim como a definição dos temas e a criação dos sambas-enredo também deram um salto de criatividade. A ala das baianas, a comissão de frente e tudo o mais ganhou outros cuidados.

IGREJINHA

Nada, porém, foi tão fácil quanto pode parecer olhando de longe. Uma das dificuldades era, justamente, encontrar quem compusesse os sambas-enredo. E, na falta de compositores, Edson assumiu a criação do samba de cinco escolas. Aos poucos, foram aparecendo outros bambas bons de verso, como Onésimo Filho, que, no ano seguinte, assinou o samba-enredo da Vila Carvalho.

Apesar do coração grande, onde cabem todas as agremiações, Seu Edson não esconde que as coronárias pulsam com mais força quando o assunto é a Igrejinha, para a qual compôs vários dos enredos que levaram a escola, fundada em 12 de maio de 1975, a ser campeã por 24 vezes.

“E assim fiz história cá na cidade que meu bisavô [José Antônio Pereira] fundou. Quesitos, que não existiam, as escolas tiveram que adaptar. Mas o entrave seriam os sambas-enredo”, relembra o carnavalesco e cronista, que em 2016 foi tema da Vermelha e Branca.

“Ainda não atraía compositores de então, e lá fui eu compor para as cinco ou seis escolas de samba da época. No segundo ano, bem-vindo o querido Onésimo Filho, que assumiu o samba da Vila Carvalho. Em seguida, o grande Cambará traz o balanço corumbaense para a Em Cima da Hora... (Meus respeitos e saudades, mestres!)”, escreve Seu Edson em uma crônica publicada recentemente em seu perfil no Facebook.

“E eu segui fazendo o enredo para a Igrejinha, na qual fui campeão por 12 anos, com letra e música dos enredos, ficando um deles como hino da escola: ‘Maria Fumaça – Um Símbolo e Seus Heróis’, que conta a chegada da estrada de ferro por aqui, em 1914. A maioria dos meus sambas foram puxados pelo amigo Edir Valu, que viria a ser sogro do meu filho mais novo [Jefferson]”, diz o mestre, que também é autor do clássico “Ave Maria Pantaneira”.

SEM MODÉSTIA

Ele conta que também “fez” dois campeonatos pela Unidos do Cruzeiro.

“Salve, salve, querido irmão amigo Renato Picolé, saudoso sambista que também fez história nos carnavais”, exalta o carnavalesco, na conversa por telefone.

Ele passou o Carnaval em Piraputanga, onde se recupera de um resfriado. Deve estar de volta a Campo Grande hoje.

“Tenho orgulho, sim. Modéstia não cabe quando a gente pode contar de cabeça erguida uma história de vida que milhares conhecem por aqui. Fui enredo da Igrejinha quando parei com as composições. O palco da escola tem meu nome. Recebi o troféu Cidadão Samba das mãos da famosa Leci Brandão”, conta Seu Edson, atualmente com 85 anos – “cara de 58”, brinca ele – e lidando com problemas de saúde em decorrência de décadas de baforadas nos “malditos” cigarros.

“Tenho em minha galeria dezenas de troféus, que, somados ao do turismo, que leva meu nome, em mais uma homenagem em vida que me presta a ABBTUR [Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo], me fazem um homem realizado e hoje conformado. Se já não tenho pernas para sambar, resta-me olhar de longe o Cordão Valu passar, e nele um pedaço de mim, pois foi meu filho e sua esposa que fundaram essa agremiação, que hoje é o top do Carnaval em Campo Grande”, emociona-se.

“TORÇO POR TODAS”

“E no dia das escolas, além da minha Igrejinha, torço por todas, pois em cada uma tive um irmão de samba e amigo da vida. Valeu, Dudu, Chipe, Edno, Goinha, Carlão, Zé Carlos, Alceu Adão, Salvador Dodero, Picolé e os meninos da Estação Primeira. Tudo passou , mas ficam as lembranças”, relata Seu Edson, arrematando a conversa com mais uma declaração de amor ao Carnaval de Campo Grande. Ou, melhor dizendo, à sintonia que a vibração carnavalesca pode despertar.

“Ser comparado como primo pobre de Corumbá é coisa do passado. Basta ver a riqueza de nossas escolas e a animação dos blocos. Cada um tem suas características, mas é verdade que os corumbaenses muito contribuíram para o crescimento dos nossos carnavais. Há uma perfeita harmonia entre nossas agremiações e as de lá. E até casos de foliões que desfilam aqui e lá no outro dia”, ameniza Seu Edson. “Tá” falado, mestre.

Eram Outros Carnavais
(Edson Contar)

Fui menino de cordão
Pierrô de colombinas 
Rapazinho, dos danados,
Sem descanso pras meninas...

Já feito, peguei caminho
Ver de perto o carnaval
Fiz do Rio o meu ninho
Tempos de paz e carinhos
De alegria sem igual...

Animado e decidido
Passei por bandas de então:
Ipanema, Miguel Lemos,
Copacabana, Bola Preta,
E no Copa o salão.

Voltei pra casa formado,
(Malandro no sentido figurado)
Assumi cargo importante
Que incluía a folia ...
E era tudo o que eu queria,
Trazer a lei pro meu chão...
Pois aqui organizaria
Com regras e novo formato
Os desfiles de então.

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