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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz Liane Maya, destaque em "Hairspray" e em série do Disney+

"Adoro o audiovisual, mas fazer uma série musical da Disney foi muito estimulante".

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Liane Maya, renomada atriz, cantora, bailarina, coreógrafa e diretora, é uma figura emblemática no teatro musical brasileiro. Formada em teatro pelo O Tablado, em canto pelo Conservatório Nacional de Música do Rio de Janeiro e em Canto Lírico pela Escola de Música Villa-Lobos, Liane também possui formação em Ballet Moderno pelo Centro de Artes Nós da Dança e em Jazz e Yoga (Alongamento e Tao da Voz) em Nova York. Em Ballet Clássico, estudou com diversas professoras renomadas, completando assim um currículo de formação extremamente diversificado.

Com uma carreira que inclui mais de 25 espetáculos como atriz e cantora, Liane brilhou em produções como “As Damas de Paus”, “Crazy For You” e  “Além do Ar - Um Musical Inspirado em Santos Dumont”, que lhe renderam indicações de Melhor Atriz e Atriz Coadjuvante no Prêmio Bibi Ferreira, entre outros musicais como “Aí Vem o Dilúvio”, “Splish, Splash”, “A Família Addams”, “Cabaret”, “Noviças Rebeldes”, “Gypsy”, e, mais recentemente, “Tarsila, a Brasileira”, dando vida a Olívia Guedes Penteado. Agora, ela se prepara para um novo desafio: viver Velma Von Tussle no musical “Hairspray”, prometendo mais uma vez cativar o público com sua versatilidade e talento.

Em paralelo, a artista se prepara para apresentar ao público uma outra personagem, Dona Zefa, uma mineira apaixonada por Ópera que estará na série musical “Uma Garota Comum”, projeto com o selo Disney+ Original Productions, exclusivo da plataforma, e previsto para ser lançado ainda este ano. Estrelado pela atriz, cantora e compositora colombiana Juliana Velásquez, a trama gira em torno da estrela pop latina Alana, que, cansada de não ter o controle sobre a própria vida, foge para uma pequena cidade no interior do Brasil, onde vive seu pai, e lá desfruta do anonimato que a transforma em Drica, uma garota comum.

Liane celebra este como seu grande retorna às telas após deixar sua marca em programas icônicos como “Planeta dos Homens”, “Viva o Gordo”, “Humor Livre”, “Chico Anysio Show”, “Partido Alto” e “Escolinha do Professor Raimundo” - onde pôde ser vista como Dona Clarinha. E para além da cômica atriz, ela explorou uma outra vertente artística nas telas, a de coreógrafa, assumindo à frente em programas como “Gente Inocente” e “Bambuluá”. A função também foi exercida nos palcos, em peças como “Village Station”, “Adoráveis Criaturas” e “Primo Basílio”.

capa caras 9Após temporada no teatro com Hairspray, Liane Maya retornará às telas com série em streaming - Divulgação/José de Holanda

E como a atuação e música sempre caminharam juntas na vida da artista, Liane é lembrada há mais de 25 anos por sua participação na segunda formação do grupo musical “As Frenéticas”, em 1998, uma parceria que durou oito anos e resultou na gravação de um CD e um DVD, além de uma turnê nacional de shows.

Tempos depois, a artista retornou ao estúdio para gravar seu disco solo, “Sou Rio”, com a Banda SoulRio, trazendo músicas de Cassiano, Claudio Zolli e Paulo Zdan, produzido por Rafael Prista.

Com tanta experiência e conhecimento acumulados, Liane sempre buscou encontrar tempo para compartilhá-los com novas gerações de artistas; foi professora da Academia Dalal Achcar, do Petit Studio, da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) - onde chegou a dirigir o humorista Paulo Gustavo, em uma montagem do musical “Cazas de Cazuza”, e de outras instituições.

O resultado de sua trajetória, de mais de 40 anos na carreira artística e 30 anos como educadora, resultando em um currículo vasto polivalente, foi marcado recentemente pelo reconhecimento da Academia Abrasci de Ciências, Artes, História e Literatura, onde atualmente ocupa a cadeira de número 83, assumida anteriormente por Marília Pêra.

Liane é Capa do Correiro B+ desta semana, e em entrevista exclusiva para o Caderno ela fala de carreira, experiências, o musical "Hairspray" em cartaz no RJ e também do novo projeto na Disney.

A atriz Liane Maya é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Cesar Campos - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves 

CE - Início de Carreira: Como você começou sua trajetória artística? Houve algum momento específico em que decidiu que seguiria a carreira de atriz e cantora?
LM - 
Eu comecei comecei a dançar  ballet classico bem cedo com 4 anos, aos 12 iniciei o jazz e o canto coral no IBAM.Entrei para a Escola de Teatro Tablado do Rio e aos 15 já estava estreando profissionalmente o musical Maroquinha Fru-Fru com Direção de Wolf Maya.Na minha formação a dança, o canto e a interpretação sempre caminharam juntas.

CE - Formação: Quais foram as principais influências e formações que moldaram sua carreira como atriz, cantora e coreógrafa? Você teve algum mentor ou escola que foi decisiva nesse processo?
LM -
 Tive o privilégio de ter grandes mestres da dança no decorrer da minha trajetória: klaus Vianna,Tatiana Leskova ,  Eugênia Feodorova,Vilma Vernon. Regina Sauer e Lennie Dale.Mas a minha maior referência sempre foi minha irmã mais velha que era bailarina clássica do Teatro Municipal do Rio. Rosane Maya além de bailarina era maitre de Ballet, tinha um enorme conhecimento do corpo e desenvolveu métodos e técnicas de alongamento enquanto morou na Europa e mais tarde trouxe para o Brasil. 

Além da dança o canto lírico sempre foi uma paixão e comecei a às aulas com orientação dos mestres:Fernanda Giannetti, Nonelli Basbatefano,José Spinto e Nadja Daltro e mais tarde sendo dirigida pelos Diretores de musicais  que tive a honra de trabalhar: Claudio Botelho, Marconi Araújo Thiago Gimenes,Thiago Rodrigues,Gui Terra e agora Rafael Villar. Aprendi muito com grandes diretores do palco, entre eles: Flávio Rangel, Italo Rossi, Wolf Maya, Cininha de Paula e José Possi Neto.

A formação de um artista não é algo que se aprende rápido apenas com a técnica, existe um tempo do despertar e do amadurecer.Quando essa consciência chega no corpo,na voz e na interpretação a gente entende como esses mestres foram fundamentais para sua formação como artista.

CE - As Frenéticas: O que significou para você fazer parte de As Frenéticas, um grupo tão icônico na música brasileira? Como essa experiência influenciou o resto de sua carreira?
LM -
 Fiz parte da segunda formação das Frenéticas e isso foi incrível, pois já era fã de todas elas, viajamos muito e fizemos muitos shows nesses 8 anos de convívio! As Frenéticas representaram o movimento de empoderamento da mulher depois dos anos 70, na forma de se vestir, falar e cantar. 

Ser frenética é uma atitude, uma coragem,uma força e uma alegria de ser mulher, que ultrapassa qualquer padrão de comportamento ou beleza.Todas nós éramos cantrizes, assim como os Dzi Croquetes foram responsáveis pela mudança de comportamento daquela geração ,As Frenéticas até hoje são  a referência da mudança e da Renovação da mulher na sociedade.

Em As Damas de Paus - Divulgação

CE - Transição para os Musicais: Como foi a transição para o teatro musical? Quais foram os maiores desafios e recompensas da sua imersão neste gênero, que é tão completo artisticamente?
LM -
Eu comecei no Teatro,sempre fui polivalente atuando em várias áreas simultaneamente. O Teatro Musical é o gênero que mais me encanta, porque posso unir o canto, a dança e a interpretação a serviço da construção de um personagem.O maior desafio do Teatro Musical e você se manter em forma, com saúde espiritual, mental e física.Somos atletas da emoção e o treinamento precisa ser diário!Os desafios ? 

Fazer personagens que não estejam na minha zona de conforto, gosto de pesquisar a psiquê humana e estudar seus comportamentos mentais e corporais.  A vovó Addams, a Glória de As Damas de Paus e agora a  vilã Velma Von Tussle foram os maiores desafios para mim no Teatro Musical.


CE - Escolinha do Professor Raimundo: Como foi sua experiência participando de programas humorísticos, alguns deles tão marcantes como a Escolinha do Professor Raimundo? O humor sempre foi uma vertente que te interessou artisticamente?
LM -
 Aos 17 anos, depois de fazer a protagonista do Musical O Rei de  Ramos de Dias Gomes, fui convidada para integrar o elenco de atrizes do programa Planeta dos Homens na Globo. Lá comecei a trabalhar com grandes comediantes do Teatro e da TV. Depois vieram os programas Viva o Gordo, Os Trapalhões , A turma do Didi e muitos programas do Chico Anysio até fazer a Escolinha do Professor Raimundo no papel de  Clara. 

Aprendi muito com esses gigantes da comédia, mas em especial com o gênio Chico Anysio que tinha a capacidade de se transformar a cada personagem. Essas experiências foram marcantes e com certeza foram fundamentais para a minha forma de atuar e o feeling do famoso tempo de comédia que todo ator busca na sua performance.

CE - Hairspray e Outros Musicais: Você tem atuado em grandes produções musicais como a atual, "Hairspray". Como se prepara, em tão pouco tempo, para viver personagens tão diferentes no palco? Há algum papel na carreira que tenha sido particularmente desafiador? Como têm sido a experiência de interpretar Velma Von Tussle, mesmo papel interpretado no cinema por Michelle Pfeiffer? Buscou referências em outras atrizes das telas e palcos?
LM - 
A preparação do ator de Musicais é um treinamento diário como de um atleta: voz , corpo, disciplina na alimentação, o estudo constante, a pesquisa  do texto e a concentração que o trabalho exige sao fundamentais para o resultado do artista no palco. Vim para São Paulo a convite da T4f para fazer a Vovó Addams e em seguida fiz a Eulália de Além do ar e e a Olívia Guedes Penteado de Tarsila a brasileira. Agora o grande desafio é encarnar a vilã Velma Von Tussle, uma mulher intolerante, preconceituosa, vaidosa e consumida pela ideia da beleza padrão, uma mulher cruel e má, tudo isso com tom de comédia e desenho animado dos anos 60.

Liane Maya contracenará com Juliana Velásquez, atriz colombiana - Divulgação/Disney+

CE - Desenvolvimento Criativo: Além de atuar e cantar, você também trabalhou como coreógrafa. Ainda atua nessa área? Qual a sua relação com a dança hoje em dia?
LM -
 Já dirigiu  e coreografei alguns musicais com a direção de Wolf Maya entre eles: Village Station, Eu te amo vc e Perfeita agora muda e Nunsense e na TV Globo coreografou o programa Gente Inocente é Bambuluá. Atualmente meu foco é a direção de Movimento para o ator de musicais onde ministro workshops e cursos  com o método que criei "O corpo e a voz na criação dos personagens" Acho que o corpo e a voz podem ser trabalhados simultaneamente na criacão dos personagens e na interpretação da cena.

CE - Recentemente, você está envolvida na série "Uma Garota Comum", do Disney+. Como foi a experiência de trabalhar em uma produção audiovisual,  para o público jovem, e o que podemos esperar da sua personagem, Dona Zefa?
LM - 
Adoro trabalhar no audiovisual,já fiz novelas ,séries,e muitos programas de humor, mas desta vez trabalhar numa série musical da Disney foi muito estimulante!A começar pelo set de filmagem e o convívio com os colegas da cena, atores latinos e brasileiros com  com enorme talento para dançar e cantar sendo dirigidos pelo coreógrafo Alonso Barros. 

Uma experiência muito rica para todos nós! A dona Zefa que interpreto é uma mineira divertida que gosta de dançar e cantar, é fã dos ídolos da música Pop e também  muito eclética porque ama cantar ópera! Numa grande comemoração ela vai cantar Carmen de Bizet! O público vai se divertir com Dona Zefa, essa divertida cantante e faladeira mineira!

CE - Retorno ao Rio de Janeiro: Depois de dois anos em São Paulo, você retornou ao Rio de Janeiro para novas produções. Como foi esse retorno e como ele se reflete na sua vida e carreira atualmente? Sentiu alguma diferença entre os públicos?
LM -
 Foi muita emoção retornar ao Rio, depois de dois anos em São Paulo, e  estreando no Teatro Riachuelo! O público carioca é sempre receptivo e caloroso e nos recebeu de braços abertos lotando o Teatro nesta curta temporada. Em São Paulo o público gosta  de Teatro e  cinema, existem fãs de Teatro musical que nos seguem, a cidade é fundamentalmente cultural e a diversidade de público é imensa. Eu amo esta cidade e me encontrei profissionalmente aqui.

Liane Maya - Divulgação

CE - Futuro da Carreira: Olhando para o futuro, quais são seus próximos objetivos e projetos? Há algum sonho ou desafio que ainda gostaria de realizar no teatro, na música ou na televisão?
LM -
 Tenho muitos planos e projetos para o futuro próximo, entre eles: o Show musical Rosa Shock com direção de Ciro Barcellos, o Cabaret Musical As mulheres da Guerra e o  musical Invisíveis Aliados de Victor Bertolini que já está captando recursos. No Teatro Musical tenho muita vontade de fazer Sunset Boulevard, 101 Dálmatas como Cruela entre outras vilãs que são o sonho para qualquer atriz.

CE - Imortais da Abrasci: Você recebeu uma nomeação especial pela Academia Abrasci de Ciências, História, Literatura e Arte, e ocupa atualmente a cadeira que foi de Marília Pêra. Qual a importância dessa conquista em sua vida e trajetória? 
LM - 
Recebi a nomeação da Academia Abrasci no início deste ano para ocupar a cadeira 83 que foi de Marília Pêra, que foi a maior referência e inspiração da minha geração de atrizes, cantoras e bailarinas.Para mim uma honra e grande responsabilidade, levar o legado desta grande artista brasileira que nos deixou trabalhos inspiradores no Teatro, na TV e no Cinema, mas muito mais do que isso  nos deixou exemplos de comprometimento e respeito ao ofício, na sua disciplina, dedicação, obstinação e paixão pela arte. 

Entendo que esta nomeação é um chamado para que eu desenvolva aqui em São Paulo a formação de atores de Musicais com foco neste comprometimento e legado artístico .Os grandes artistas precisam ser homenageados e não podem ser esquecidos das novas gerações!

 

LÍNGUA PORTUGUESA

Academia de Letras oferece oficina sobre literatura e gramática

Com três neste mês, os eventos começam amanhã, na UEMS, e clube de leitura sobre García Márquez, na quinta-feira, na sede da entidade, com participação de André Luiz Alvez

08/04/2025 10h00

Ricardo Cavaliere e Henrique de Medeiros

Ricardo Cavaliere e Henrique de Medeiros Foto: Divulgação/ASL

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No mês em que se comemora o Dia Mundial do Livro (23), a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) promove nada menos que três eventos, destacando autores regionais, nacionais e de fora do País. Mas talvez a grande homenageada seja a língua portuguesa, com uma oficina sobre o cotejo entre literatura e gramática a ser ministrada pelo filólogo e linguista Ricardo Cavaliere (RJ), membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Cavaliere vai conduzir a oficina a partir do tema “O vínculo eterno entre literatura e gramática”, amanhã, às 14h, no curso de Letras da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), no Bairro José Abrão. Na quinta-feira, será a vez do clube de leitura da ASL centrar foco no colombiano García Márquez (1927-2014). E, no dia 24, a roda acadêmica da entidade homenageará a autora corumbaense Oliva Enciso (1909-2005). 

INCULTA E BELA

Tida poeticamente por Olavo Bilac (1865-1918) como “inculta e bela”, a língua portuguesa – “inculta”, por ter sido a última a derivar do chamado latim vulgar, e “bela”, por um crivo personalista do poeta parnasiano – certamente receberá um tratamento de primeira linha de Ricardo Cavaliere, um dos maiores especialistas no idioma, que abordará a relação entre a arte literária e a disciplina gramatical.

O renomado linguista adianta que vai tratar da “vinculação entre a literatura e a gramática, que nos últimos decênios tem sido objeto de crítica devido a possíveis inadequações, tais como o excessivo descompasso entre a língua literária e o padrão culto contemporâneo”.

O imortal da ABL – na qual ocupa a cadeira número 8, cujo patrono é o árcade Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) – resume o evento, que será aberto ao público, como “um painel da relação entre a arte literária e a disciplina gramatical desde a Antiguidade Clássica até os dias atuais”.

É recorrente o próprio idioma servir de mote à criação literária. Em Guimarães Rosa (1908-1967), os neologismos saltam aos olhos, ecoando uma dimensão metalinguística. Na poesia, além do exemplo de Bilac, destaca-se o concretismo, que teve lugar a partir dos anos 1950.

Na canção popular, a irônica e divertida letra de “Assaltaram a Gramática” (1984), de Waly Salomão e Lulu Santos, sucesso na gravação dos Paralamas do Sucesso, serve de grande exemplo.

Mas, de modo geral, a indústria cultural mais recente e o estilo telegráfico do universo virtual, entre outras razões, têm maltratado a “última flor do Lácio”, a ponto de muitos erros ou desvios passarem a soar como norma.

“Apesar das críticas, a literatura continua a ocupar lugar necessário na descrição da denominada norma-padrão, sobretudo devido à sua especial relevância como expressão maior das potencialidades da língua no plano estilístico”, pontua Cavaliere.

Henrique de Medeiros, presidente da ASL, afirma que esse primeiro evento no formato de oficina, uma parceria com a ABL, pode abrir novos projetos, inclusive buscando uma participação ainda maior de professores e estudantes junto à Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

O evento faz parte do projeto ABL na ASL: Palestras Imortais, realizado pela ASL em parceria com a Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc) e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.

RICARDO CAVALIERE

O imortal da Academia Brasileira de Letras é graduado e licenciado no curso de Letras (português/inglês) e graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Obteve o título de mestre e doutor em Língua Portuguesa pela mesma instituição. Sua ênfase é na descrição do português e na historiografia dos estudos linguísticos.

Atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal Fluminense. Também é membro da Academia Brasileira de Filologia, conselheiro do Liceu Literário Português e tem experiência como conselheiro no Real Gabinete Português de Leitura, onde tem o título de grande benemérito.

Destacam-se, entre suas obras, os títulos “Fonologia e Morfologia na Gramática Científica Brasileira” e “Pontos Essenciais em Fonética e Fonologia”. A Medalha do Mérito Filológico da Academia Brasileira de Filologia e o Prêmio Celso Cunha da União Brasileira de Escritores estão entre os prêmios obtidos.

Cavaliere assina mais de uma centena de trabalhos acadêmicos em sua especialidade, entre eles, “Palavras Denotativas e Termos Afins: Uma Visão Argumentativa” e “A Gramática no Brasil: Ideias, Percursos e Parâmetros”. É membro de diversas associações nacionais e internacionais, entre elas, a Société de Linguistique Romane, a Henry Sweet Society for the History of Linguistic Ideas e a Associação Brasileira de Linguística.

GARCÍA MARQUÉZ

O projeto Leituras e Conversas na ASL, clube de leitura que teve início em março, prossegue nesta quinta-feira, com entrada franca, no auditório da instituição (Rua 14 de Julho, nº 4.653, Altos do São Francisco), às 19h30min, abordando a obra do romancista Gabriel García Márquez, Nobel de Literatura em 1982.

Coordenado por Lenilde Ramos, Maria Adélia Menegazzo e Sylvia Cesco, o clube contará com participação do escritor André Luiz Alvez.

Para Henrique de Medeiros, “a abertura do projeto na sua primeira apresentação teve excelente repercussão e presença de público, e espera-se que passe a ser um programa de referência para os amantes da literatura em Campo Grande”. García Marquéz segue a alternância entre autores regionais, nacionais e estrangeiros na sequência das atividades. No mês passado, o autor em destaque foi Paulo Leminski (1944-1989).

O convidado André Luiz Alvez é escritor, publicitário e cronista do Campo Grande News com a coluna Beba das Crônicas. Já foi cronista do Correio do Estado e é autor de diversas obras, entre elas, “A Bruxa da Sapolândia”, “Todo Bicho Alado Sente Medo do Vento” e “A Mão Esquerda”.

Um dos mais influentes e celebrados autores desde os anos 1950, García Marquéz, conhecido carinhosamente como Gabo, cresceu na casa de seus avós maternos, cujas histórias e tradições culturais influenciaram profundamente sua imaginação e estilo literário.

Sua obra mais famosa, “Cem Anos de Solidão” (1967), é considerada uma das maiores contribuições à literatura mundial. O livro combina realismo mágico com reflexões profundas sobre a condição humana, a história da América Latina e os efeitos do isolamento. “O Amor nos Tempos do Cólera” (1985), “Crônica de Uma Morte Anunciada” (1981) e “O Outono do Patriarca” (1975) estão entre as suas principais obras. 

RODA

Na roda acadêmica deste mês, no dia 24, a homenagem será para a professora, escritora e ex-deputada Oliva Enciso, com palestras de Raquel Naveira, Reginaldo Araújo e Rubenio Marcelo e, ainda, performance musical do projeto Movimento Concerto: Música Erudita e suas Fronteiras (UFMS). Às 19h30, com entrada franca e traje esporte.

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

(Olavo Bilac)

Assaltaram a Gramática (trechos)

Assaltaram a gramática
Assassinaram a lógica
Hum, botaram poesia
Na bagunça do dia a dia
Sequestraram a fonética
Violentaram a métrica
Hum, meteram poesia
No meio da boca, uma língua
Ô, ôu
Só não pode beber com a boca no gargalo
Não perca o show do intervalo
Lá vem o poeta
Com sua coroa de louros
Bertalha, pimentão, agrião, boldo
O poeta é a pimenta do planeta
(...)
Estupraram a gramática
Senhora datilógrafa, anota aí na máquina
O Zagalo vai mudar de tática
E no intervalo, eu quero ver a matemática
Dessa pelada
Violentaram o segundo tempo
Sequestraram meus melhores momentos
Expulsaram a lógica, chutaram a fonética
Eu vou de arquibancada ou de cadeira (elétrica)
Ô frangueiro, bate logo o tiro de métrica
Eu entro de carrinho
E faço um gol de bicicleta (ergométrica)
O poeta é a pimenta do planeta
Passa essa bola que eu vou meter de letra
Eu entro em cena, tô na área
Se derrubar é pena, pena, pena
Penalidade máxima

(Waly Salomão/Lulu Santos)

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Diálogo

Prefeitos de alguns municípios do interior de MS estão achando que adminis... Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta terça-feira (08/04)

08/04/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Lya Luft - escritora brasileira

Que a gente se divirta sem se matar, 
que ame sem se contaminar, que aprenda 
sem se enganar, que viva sem se vender”
.

FELPUDA

Prefeitos de alguns municípios do interior de MS estão achando que administração municipal é para resolver o problema de desemprego na família deles. Assim, nomeiam esposas, sobrinhas e filhas, como se as repartições públicas fossem utilizadas para pagamento de “mesadas”. Vereadores, que deveriam fiscalizar, parecem fechar os olhos para tal tipo de farra, até porque, em muitas Câmaras Municipais, a mesma prática é utilizada. Nesses primeiros meses das atuais administrações, as denúncias são muitas e o Ministério Público está tendo muito trabalho.

Pediu...

Em Paranhos, o PT “entrou duas vezes na fila” para perder. Na eleição suplementar de domingo a prefeito, 
o petista Dr. Jorge levou uma surra nas urnas do tucano Hélio Acosta, que obteve 69,41% dos votos válidos (4.088). 

Mais

O esquerdista já havia sofrido derrota, em março, na Justiça Eleitoral, que havia indeferido sua chapa (que tinha como vice Dr. Vicente, também do PT). Ele recorreu, participou sub judice do pleito e foi derrotado, 
recebendo apenas 1.802 votos.

Diálogo

Durante o mês de março, o Ibama realizou uma megaoperação em sete estados e no Distrito Federal para combater a manutenção e o comércio ilegal de peixes ornamentais geneticamente modificados que resultou em autos de infração e na apreensão de mais de 58 mil exemplares modificados de espécies utilizadas na aquariofilia. Os agentes encontraram variedades das espécies paulistinha (Danio rerio), tetra-negro (Gymnocorymbus ternetzi) e beta (Betta splendens) modificados geneticamente para emitirem fluorescência por meio da inserção de genes de anêmonas ou de águas-vivas, conferindo-lhes cores fortes, com capacidade de bioluminescência quando submetidos à luz ultravioleta. Essas características têm atraído a atenção e tornado esses peixes muito populares entre os aquaristas ao redor do mundo.

DiálogoDr. Alexandre Adames e sua mãe, Dra. Josete Adames

 

DiálogoLarissa Chehuen

Ataque

A crítica do deputado José Orcírio em suas redes sociais ao governador Eduardo Riedel, tendo como pano
de fundo a concessão de anistia aos acusados dos atos do 8 de Janeiro, deve significar o rompimento 
da aliança política de PT e PSDB. O petista acusa o tucano, em cuja administração seu partido ocupa uma série de cargos, de defender a tese para beneficiar o ex-presidente Bolsonaro. O ataque destemperado de Orcírio deixa as duas siglas em situação incômoda.

Destoando

Na análise de alguns políticos, se o governador Riedel mantiver na administração um “partido crítico” ao que pensa, estaria dando brecha perigosa à interpretação de que não estaria mandando “no próprio quintal” e, aí, para “botar os pingos nos is”, teria de usar a conhecida frase: “Os incomodados que se mudem”. Se o PT, por sua vez, continuar apoiando um governador que estaria destoando da ideologia da esquerda, estará mostrando puro oportunismo e submissão.

Rumo

A sinalização de defesa de Eduardo Riedel à concessão da anistia mostra, segundo conversa de bastidores, que ele estaria mais próximo do PL, partido liderado nacionalmente pelo ex-presidente Bolsonaro.
Na eventual extinção do PSDB, ele poderia ingressar nas hostes dos liberais. O “padrinho” de Riedel, o ex-governador Reinaldo Azambuja, pré-candidato ao Senado, ainda está sendo aguardado por Bolsonaro, 
com vistas a assumir o comando do PL em Mato Grosso do Sul. Isso acontecendo, os dois tucanos continuariam a caminhar juntos.

ANIVERSARIANTES

Camila Tannous De Lamônica Guimarães, 
Stheven Ouríveis Razuk, 
Roberto da Cunha, 
Luiz Carlos Spengler Filho,
Franck Amorim,
Regina Maura Palhano Melke Prado,
Marco Antonio Nachif China,
Rodrigo Dalpiaz Dias, 
Esnel Expedito Otavio Portes,
Dr. Hélio Mendes,
Juares Pessoa de Abreu,
Israel Novaes Ramires,
Francisco Berbel Lopes,
Maurício de Souza Lima, 
Salete Bruno Almeida,
Tomoyoshi Wauke,
Antonio Eugenio Bergo Duarte,
Edileusa Cosmo da Silva,
Patricia Fortes Adorno Ribeiro, 
Maria Chaves Faustino, 
Nelson Luiz de Vasconcelos Junior,
Suely da Silva Pereira Lima,
Pedro Paulo Pedrossian,
Rosa Helena Tonissi Nasser Amoedo, 
Cynthia Moraes Rego Mandetta,
Valério Skovronski, 
Dr. Carlos Alberto Pedrosa de Souza, 
Rafael Farias Cação,
Jania Dagher Arce Queiroz,
Heber Maria Nogueira dos Santos Bezerra,
Irene Marcelino Vieira da Costa,
Carlos Eduardo Gomes da Rocha,
Vanessa dos Santos Lima
Mara Bethânia Bastos Gurgel de Menezes,
Sueli da Silva Pereira,
Zilda Paniago Trindade,
Raynara Macedo,
Venturino Collet,
Gislaine Teixeira Araújo,
Gabriel Ferreira,
Laicy Corrêa Martins,
Pedro Albino Coimbra Pedra, 
Mário Duailibi, 
Nelson Shiguenori Tsushima,
Dra. Maria Aparecida Rogado, 
Augusto Ribeiro Portugal, 
Evaldo Corrêa Chaves,
Carlos Furtado Fróes,
Maria Higa,
Vania Freitas Pires da Silva,
Zélia Quevedo Chaves,
Juvenal de Almeida Branco Filho,
Deusdet da Silva Santos,
Osvaldo Castro Brandão,
Sérgio Assis Godoy de Mesquita,
Nadia Cristina Mendonça,
Valdevino Goulart,
Vera Lúcia Ghizzi Figueiredo,
Luiz Akira Oshiro,
Nelly Albertino Valdivia Alamanzar,
Silvio Martins Adorno,
Luiza Pithan Freire,
Júlio César Kuroce,
Marcelo de Oliveira Vera,
Salviano Mendes Fontoura Júnior, 
Laerte Paes Coelho, 
Aleide Lemos Coelho,
Tathiana Corrêa Silva, 
TeIma Menezes de Araújo,
Ivan da Silva Mendes,
Carla Fernandes Juliano da Silva,
Lorita Duro Montagner,
Melissa Martins de Almeida,
João Maria Ferreira Antunes,
Denise Mendes Fonseca,
Alexandre Socovoski,
Amancio Gomes Machado,
Rui Queiroz Galvão,
Altevir Alberton,
Inácio Schneider,
Juarez Dambroz,
Margarete Camargo,
Maria de Lurdes de Brito Lima,
Dalila da Silva Corrêa,
Luccas Ribeiro de Souza D’athayde,
Vanderlei Caetano do Nascimento,
Darcy Rodrigues, 
Álvaro Scriptore Filho, 
Maria Augusta Sena Madureira Figueiró, 
Ruy de Menezes Câmara Junior, Paulo Mello Miranda, 
Jean Fernandes dos Santos Junior,
Enio Roberto Walker,
José Henrique Kaster Franco,
Luiz Antonio de Souza Martins,
Herlan Aponte Paz,
Laércia Aparecida Lemos Coelho Cannazzaro,
André Luiz Tanahara Pereira,
Gislene de Rezende Quadros, 
Walkiria Kosloski Ferreira, 
Teresinha Rigon,
José Nobuo Shiraishi Kawabata,
Silvio Yoshio Yokoyama,
Diego Rieffe Franco,
Faylon Alves da Rocha.

*Colaborou Tatyane Gameiro

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