Acompanho a carreira da modelo Patricia Beck desde meu início na moda. Rapidamente após um concurso de modelos a trajetória dela caminhou e despontou rapidamente. Na minha opinião além de talento ela sempre teve uma luz e uma maturidade de se admirar. "Desde jovem, nutri um desejo muito grande por viajar e conhecer o mundo. Minha carreira como modelo acabou se tornando um veículo para explorar diferentes culturas e lugares. A cada nova viagem, descobria novas perspectivas e minha paixão por explorar o desconhecido só crescia, enriquecendo ainda mais minha jornada", relembra.
Hoje Pati vive na Patgônia Chilena ao lado do marido, o fotógrafo Gustavo Zylbersztajn há seis anos. Ben e Cora filhos do casal, vivem com eles em uma rotina leve e tranquila em meio ao verde, conectados a natureza em um lugar exeberante e único. "Em 2014, sentimos o desejo de buscar uma vida mais simples e conectada com a natureza. Foi então que a Patagônia cruzou nosso caminho de maneira inesperada, como se estivesse nos esperando. O terreno que encontramos nos cativou instantaneamente, com sua beleza intocada e uma atmosfera misteriosa", explica a modelo.
Pati também é empreendedora e escritora, e tem investido em trabalhar remoto, com tempo de qualidade e estar presente como mãe. Ela lançará seu terceiro livro em breve, além de administrar o Mapu.
"O Mapu é um projeto que nasceu da nossa paixão pela natureza e pelo desejo de promover um estilo de vida mais sustentável e consciente. É um lugar de experiências que busca não apenas compartilhar a beleza e os recursos naturais da Patagônia, mas também preservá-los para as futuras gerações. Através do Mapu, procuramos incentivar o turismo responsável e o desenvolvimento sustentável da região, valorizando sua biodiversidade e sua cultura única", convida Patricia.
Pati sempre foi símbolo de beleza, referência por seu estilo de vida e saúde. Ela já foi embaixadora e inspiração para artistas também. A modelo e empresária conta com exclusividade para o Correio B+ em uma edição especial de Dia das Mães em Capa dupla, um pouco sobre sua carreira, planos, seu momento atual e a escolha de ser mãe.
Com registros lindos do marido e fotógrafo, Gustavo Zylbersztajn que ilustram essa matéria feita direto do Chile, divido com vocês neste dia especial, uma entrevista feita com muito carinho com a Patrícia, que faço questão de deixar registrado aqui tamanha simpatia, alegria e energia positiva vinda dessa família linda que dividiu com a gente seu dia a dia em um lugar encantador e também cheio de amor...
Obrigada Pati pela troca tão única!
Patricia Beck é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Gustavo Zylbersztajn - Diagramação Denis Felipe e Denise NevesCE - Como foi o seu início como modelo?
Pati Beck: Ganhar o concurso Super Model of the World da agência Ford Models foi um momento crucial em minha vida. Foi como se uma imensa porta se abrisse diante de mim, apresentando-me a oportunidades únicas. Durante a competição mundial, tive o privilégio de conhecer agências de todos os cantos do mundo e trabalhar com a renomada Ford Models. Essa experiência não apenas moldou minha carreira na indústria da moda, mas também enriqueceu minha jornada pessoalmente. Cada pessoa e lugar que encontrei nesses 24 anos de carreira deixaram uma marca em mim. Eu ainda faço alguns trabalhos mas por opção minha de desacelerar acabo falando muitos nãos. Muitas marcas me procuram por meu estilo de vida hoje. E isso faz sentido pra mim.
CE – Você sempre pensou nisso?
Pati Beck: Desde jovem, nutri um desejo muito grande por viajar e conhecer o mundo. Minha carreira como modelo acabou se tornando um veículo para explorar diferentes culturas e lugares. A cada nova viagem, descobria novas perspectivas e minha paixão por explorar o desconhecido só crescia, enriquecendo ainda mais minha jornada.
CE - Você já foi designer? Conta um pouco pra gente...
Pati Beck: Após mais de uma década vivendo fora do Brasil e trabalhando como modelo, senti a necessidade de explorar novos horizontes criativos. Foi então que me aventurei no mundo do design de moda e voltei pro Brasil. Essa fase foi marcada por uma mistura única de influências culturais e experiências de vida, resultando em peças exclusivas que conquistaram mercados tanto no Brasil quanto em Londres.
A transição para o design representou uma busca por uma expressão mais pessoal e ampla. No entanto, a vida reservou outros planos para mim, e acabei retornando com tudo à carreira de modelo, ingressando no time de apresentadores do Fashion TV e participando do SPFW na semana de moda do Brasil. Tudo sempre foi acontecendo no seu tempo certo.
CE – Você já foi Embaixadora Organização SlowFashion Movement? Poderia nos contar?
Pati Beck: Sim, ter sido embaixadora do Movimento SlowFashion foi uma jornada transformadora.
Mais do que promover uma moda consciente e sustentável, essa iniciativa representou um chamado para repensarmos nossos hábitos de consumo e valorizarmos a qualidade e o impacto social de nossas roupas.
Foi uma oportunidade ímpar de inspirar mudanças significativas na indústria da moda e na forma como nos relacionamos com o vestuário. Passei longos períodos sem adquirir novas peças de roupa, reavaliando e valorizando o que já possuía.
Patricia com a filha Cora - Foto: Gustavo ZylbersztajnCE – Você foi pintada no muro da Vila Madalena em SP pelos artistas plásticos Catharina Suleimann e Leandro Spett. O que representou essa obra e como ocorreu o convite?
Pati Beck: Ser imortalizada pelos talentosos artistas plásticos Catharina Suleimann e Leandro Spett foi uma honra indescritível. Essa obra transcendeu a simples representação visual; foi uma celebração da minha jornada e uma expressão artística de conexão e identidade.
O convite para participar desse projeto surgiu de forma natural, refletindo minha afinidade com o movimento artístico e minha paixão por explorar novas formas de expressão. Durante muito tempo, não tive família próxima, e os museus e galerias de arte sempre aqueciam meu coração nos momentos de saudade. Esses convites foram importantes marcos em minha jornada.
Naquela época, sem muita informação disponível, as pessoas costumavam me julgar bastante. Eu sempre comprava livros para saber se o que estava fazendo estava correto. Hoje, com a internet e a disponibilidade de produtos naturais, tudo ficou mais acessível e esclarecido.
CE – Você sempre teve preocupação com saúde e boa forma. Quais são seus segredos de beleza?
Pati Beck: Desde cedo, adotei um estilo de vida voltado para saúde e bem-estar. A decisão de adotar uma dieta sem carnes e aves em 1999 foi apenas o começo de uma jornada de descoberta e autodesenvolvimento. Aprendi a valorizar os alimentos naturais e a importância de cuidar do corpo e da mente de forma natural.
Essa abordagem não apenas refletiu na minha aparência, mas também na minha saúde e vitalidade ao longo dos anos. Como modelo, enfrentei dietas extremas durante as semanas de moda, onde precisava perder peso rapidamente para desfilar.
Essa é uma realidade triste da indústria, apesar das mudanças que são discutidas. Quando compreendi que a comida era meu remédio, tudo mudou. Hoje, com a disponibilidade de informações e produtos naturais, cuidar da saúde e da beleza se tornou muito mais acessível.
Patricia Beck é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Gustavo Zylbersztajn - Diagramação Denis Felipe e Denise NevesCE – Você é casada com Gustavo, que é fotógrafo. Sempre viajaram para lugares diferentes no mundo?
Pati Beck: Sim, ao longo dos nossos quase 15 anos juntos, Gustavo e eu sempre buscamos explorar lugares remotos e inspiradores ao redor do mundo. Enquanto muitos se encantavam com destinos urbanos e badalados, nós nos encontrávamos em parques nacionais, desertos e paisagens selvagens. Essas viagens não apenas fortaleceram nosso vínculo como casal, mas também nos proporcionaram uma visão única e enriquecedora do mundo que nos cerca.
CE – Em que momento vocês decidiram morar na Patagônia?
Pati Beck: Em 2014, sentimos o desejo de buscar uma vida mais simples e conectada com a natureza. Foi então que a Patagônia cruzou nosso caminho de maneira inesperada, como se estivesse nos esperando. O terreno que encontramos nos cativou instantaneamente, com sua beleza intocada e uma atmosfera misteriosa.
Decidimos que era o lugar perfeito para construir nossa nova vida, onde poderíamos criar nossos filhos em harmonia com o meio ambiente e viver de acordo com nossos valores mais profundos. Mas sabe que tudo foi acontecendo, nos fomos vendo e escutando os sinais. Hoje vejo qual visionários fomos naquela época.
Traçando um destino longe de tudo aquilo que já tínhamos vivido. Das grandes capitais do mundo fomos para a remota Patagônia, em uma cidadezinha com menos de 3.000 mil habitantes. Tem uma frase que para mim fala muito sobre o que aconteceu com a gente: “Partir para poder chegar.” (Um dia deitada no trailer fazendo uma viagem ela veio pra mim e resignificando tudo)
CE – Como é o estilo de vida e dia a dia?
Pati Beck: Nosso estilo de vida na Patagônia é marcado pela simplicidade, pela conexão com a natureza e pela valorização do tempo em família. Trabalho de forma remota, o que me permite conciliar minhas responsabilidades profissionais com momentos ao lado dos meus filhos. Nosso dia a dia é permeado por atividades ao ar livre, cultivo de nossa própria horta e aprendizado constante em um ambiente que valoriza a autonomia e a conexão com a terra.
Essa rotina nos ensina lições valiosas sobre gratidão, resiliência e harmonia com o meio ambiente. Não temos familiares vivendo aqui, mas encontramos pessoas incríveis. Muita gente pensa que vivemos isolados, que somos apenas nós 4.. mas na realidade aqui temos muito mais conexão e tempo para viver momentos entre amigos e nós mesmos. O dia a dia não é tão fácil como em uma cidade grande, aqui não tem delivery nem supermercados com grandes variedades, nos preparamos para cada estação do ano.
Já ficamos algumas vezes isolados do mundo por conta de grandes nevascas. Esse ano a neve começou muito mais cedo do que o normal por aqui, então já sabemos que é hora de se preparar. A natureza que dita as regras por aqui e nós aprendemos a escutá-la. Já sabemos que um determinado pássaro quando aparece é sinal de neve, que uma planta nascendo mesmo antes do final do inverno quer dizer que a primavera chegou antes, e esses pequenos detalhes na cidade grande nem temos tempo para observar.
Meus filhos também me fazem ver o mundo de outra maneira, sou muito feliz no papel de mãe quase que tempo integral. As crianças fazem homeschooling por ser algo legal aqui no Chile, coisa que no Brasil é proibida. Falo de um lugar privilegiado, mas foi sempre tudo muito sonhado e batalhado para isso.
Patricia com o marido, o fotógrafo Gustavo Zylbersztajn - DivulgaçãoCE- O que é o Mapu?
Pati Beck. O Mapu é um projeto que nasceu da nossa paixão pela natureza e pelo desejo de promover um estilo de vida mais sustentável e consciente. É um lugar de experiências que busca não apenas compartilhar a beleza e os recursos naturais da Patagônia, mas também preservá-los para as futuras gerações. Através do Mapu, procuramos incentivar o turismo responsável e o desenvolvimento sustentável da região, valorizando sua biodiversidade e sua cultura única.
Além disso, o Mapu é um lugar para você ter uma experiência de como é viver fora da cidade grande. Os desafios são diários, mas as experiências são muito fortes tanto com o lugar quanto conosco. Mapu nasce do sonho de ter menos e viver mais. Nossas cabanas são mini casas onde você vai sentir o que é viver com menos e estar mais conectado com a natureza e consigo.
Temos uma horta orgânica onde todos são convidados a colocar a mão na terra. Aqui, a natureza dita as regras e aprendemos a respeitar os ciclos, os alimentos da estação e a importância deles em cada uma delas. Desacelerar é nossa meta.
CE – Pati, você sempre quis ser mãe?
Pati Beck: Desde os primeiros passos da minha jornada, o sonho de ser mãe brilhava como uma estrela guia. Quando, aos 16 anos, parti para desbravar o mundo, deixei para trás os abraços e as celebrações em família. No entanto, a voz amorosa da minha mãe ecoava em cada desafio, em cada ligação escassa que conseguia fazer na época. Ela era minha âncora, minha inspiração.
CE – Como é para as crianças viver nesse estilo de vida com vocês?
Pati Beck - Para as crianças, viver nesse estilo de vida é uma aventura sem fim, onde cada dia traz uma nova descoberta e uma nova lição da natureza. Aqui, eles aprendem a valorizar os pequenos momentos, a se maravilhar com a simplicidade da vida e a encontrar alegria nas coisas mais simples. Nossa rotina é marcada por brincadeiras ao ar livre, pela exploração da natureza e pelo cultivo de uma conexão profunda com o meio ambiente. Eles não apenas vivem aqui, mas florescem, nutrindo suas mentes e almas com a beleza e a harmonia que nos rodeia.
Patricia com os filhos Cora e Ben Foto: Gustavo ZylbersztajnCE e– Ser mãe pra você é?
Pati Beck - Ser mãe para mim é como uma jornada transformadora, onde cada desafio se converte em uma oportunidade de crescimento e aprendizado. É uma mistura de amor incondicional, paciência infinita e dedicação inabalável, que te impulsiona a ser a melhor versão de si mesma todos os dias. Ser mãe para mim vai além das palavras, é um compromisso profundo de nutrir, educar e inspirar meus filhos, moldando não apenas suas vidas, mas também o seu próprio ser. É uma aventura repleta de momentos inesquecíveis, onde cada risada, abraço e conquista se tornam os pilares que sustentam o meu coração de mãe.
CE- Um recado para as mães nesse dia especial,
Pati Beck - Neste dia especial, quero transmitir uma mensagem de amor e gratidão a todas as mães. Vocês são verdadeiras heroínas, cujo amor incondicional e sacrifício moldam o mundo ao nosso redor. Que este dia seja uma celebração não apenas da maternidade, mas também da força, da resiliência e da beleza de cada mãe. Que possam sentir-se valorizadas, amadas e reconhecidas não apenas hoje, mas todos os dias. Vocês são a luz que ilumina nossas vidas, e merecem todo o amor e carinho do mundo.
CE – Vocês pensam em se mudar de novo?
Pati Beck - Quando encontramos nosso verdadeiro lar, um lugar onde nos sentimos genuinamente conectados e em paz, as ideias de mudança perdem a relevância. É maravilhoso ter esse sentimento de pertencimento e estar enraizado em um lugar que traz tanta felicidade e realização. Que essa jornada na Patagônia continue a ser repleta de amor, aventuras e crescimento.
Patricia com a filha Cora - Foto: Gustavo ZylbersztajnCE - Como é ter um fotógrafo em casa (risos)?
Pati Beck - Ah, ter um fotógrafo em casa é interessante. Na verdade, meu marido nem tem câmeras aqui.
Ele prefere viver o momento, mas quando ele se sente inspirado para fotografar, aproveitamos para capturar alguns momentos especiais juntos.
CE – Quais são os projetos futuros da Pati?
Pati Beck: Atualmente, estou focada em expandir minha carreira como escritora e empreendedora, inspirando outras pessoas a viverem de forma mais consciente e conectada com a natureza. Estou prestes a lançar meu terceiro livro de atividades, "Natureza Ensina", que reflete minha paixão por educar e inspirar crianças a explorarem o mundo ao seu redor.
Além disso, continuo comprometida com iniciativas que promovem a moda sustentável e o turismo responsável na Patagônia, através do projeto Mapu. O futuro reserva muitas aventuras e oportunidades de crescimento, e estou ansiosa para cada novo capítulo que está por vir.
Pati vai lançar o seu terceiro livro - Divulgação



