Com o aumento do calor, o ciclo reprodutivo dos mosquitos acelera, intensificando o incômodo das picadas e dos zumbidos, especialmente durante o verão. Além do desconforto, a preocupação com as doenças transmitidas por esses insetos, como a dengue, a zika e a chikungunya, torna os repelentes itens essenciais para a proteção.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprova três tipos de ativos para os repelentes: dietiltoluamida (Deet), IR 3535 e icaridina, cada um oferecendo níveis diferentes de eficácia e sendo recomendado para diferentes perfis. Todos esses são considerados seguros para gestantes.
Ao Correio do Estado, o doutor Alexandre Moretti de Lima, professor de Dermatologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica o que é importante observar na hora de escolher o repelente e quais são as recomendações conforme a faixa etária.
“Existem três tipos de repelentes no Brasil: os sintéticos e químicos, que incluem a icaridina, o Deet e o IR 3535 a 30%. A icaridina é permitida para crianças a partir de dois anos, com concentrações de 25%, proporcionando proteção de até 10 horas”, esclarece.
“O Deet, com concentração de até 10%, pode ser utilizada em maiores de dois anos, com aplicação não superior a três vezes ao dia em crianças de dois a 12 anos. Já o IR 3535 a 30% é permitido para crianças acima de seis meses, com proteção de até quatro horas”, complementa.
Ele ressalta a importância de escolher repelentes de acordo com a faixa etária e destaca a eficácia da icaridina para adultos por conta de seu período de proteção mais longo.
“A recomendação é utilizar, no adulto, repelentes com maior período de duração, como os que são à base de icaridina, com concentração de 25%, que oferecem uma proteção mais prolongada, chegando de oito a 10 horas”, pontua.
O dermatologista enfatiza novamente a importância de considerar a faixa etária ao escolher um repelente, alertando sobre a contraindicação para recém-nascidos e recomendando medidas físicas de proteção nesses casos.
“É importante observar a escolha do repelente, principalmente considerando a faixa etária. Leva-se em consideração a idade, a concentração do produto, o tempo de ação e se ele é sintético, químico ou natural”.
Qualquer tipo de repelente é contraindicado para crianças desde o nascimento até os seis meses de vida, sendo recomendado o uso de proteção física, como telas nas janelas e mosquiteiros.
“Na escolha do repelente, deve-se considerar a faixa etária. Para crianças de zero a seis meses, não é indicado o uso de repelente, sendo preferível adotar medidas de proteção física, como roupas compridas e mosquiteiros. Dos seis meses aos dois anos, o IR 3535 a 30% é o único aprovado”, alerta o especialista.
“Acima de dois anos, tanto a icaridina quanto a dietiltoluamida podem ser utilizadas. Lembrando que repelentes naturais, por sua volatilidade e curta duração, não garantem proteção adequada contra o mosquito Aedes aegypti”, completa.
Além disso, deve-se evitar o uso e a fabricação caseira de repelentes naturais, como a citronela, por conta de sua curta duração e de potenciais efeitos adversos, como o risco de dermatite de contato e de intoxicação.
“Repelentes naturais à base de ervas, como citronela, têm efeito rápido, inferior a duas horas, podendo causar dermatite de contato, intoxicação e irritação na pele, sendo aconselhável evitá-los”, exemplifica.
Entre os grupos específicos, como o de gestantes, o dermatologista afirma que a Anvisa assegura que não há impedimentos no uso de repelentes, desde que os produtos estejam devidamente registrados e utilizados conforme as instruções.
“Em relação ao uso por gestantes, a Anvisa não impede a utilização de repelentes, desde que registrados e seguindo as instruções de uso. Todos os três produtos – Deet, icaridina e IR 3535 – podem ser usados por gestantes sem problemas”, explica.
Por fim, para o público específico de idosos, é preciso considerar a sensibilidade da pele, e por isso é aconselhado o uso de repelentes mais suaves, como a icaridina e o IR 3535.
“Para idosos, em razão da pele mais fina e sensível, são recomendados repelentes mais suaves, como a icaridina e o IR 3535, para minimizar a probabilidade de irritação na pele”, finaliza o dermatologista.



Helio Mandetta e Maria Olga Mandetta
Thai de Melo


