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Arte

Com ajuda de grafiteira, Cleir revitaliza painéis da Arara Vermelha e Papagaio

O artista plástico Cleir Ávila presenteou o município de Dourados, que completa 89 anos no dia 20 de dezembro

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O artista plástico Cleir Ávila passou uma temporada em Dourados revitalizando duas de suas obras, no município que comemora 89 anos no dia 20 de dezembro. Além de presentear a população o trabalho teve participação da jovem Nathalya Escobar, de 22 anos.

Um aspecto que torna a arte ainda mais interessante foi a parceria com a grafiteira Nathalya, que trabalhou ao lado do artista plástico por quem possui profunda admiração. 

“Um dia, estava numa feira, e a Nathalya apareceu, dizendo que era minha fã e que, desde criança, pedia para sua mãe levá-la para ver as pinturas. Como uma jovem interessada e promissora, a chamei para trabalhar junto nessa empreitada, e unimos as visões e propostas para esse trabalho”, disse Cleir.

 
Imagem Divulgação

Revitalização

O projeto mede 27x26 metros. Na revitalização, Cleir usou as mesmas técnicas de 24 anos atrás. Entretanto, com a experiência, alguns novos detalhes foram adicionados.

O artista ainda agradeceu a receptividade do povo douradense, que foi sua residência no período em que ele ficou restaurando os painéis.

“Tive a oportunidade de conviver com os douradenses. Fui a feiras de arte, eventos e senti a demonstração do quanto eles se sentiram valorizados. Essa é a grande importância do resgate cultural; ele mantém viva a identidade do povo”, contou.

Com isso, os quase 244 mil habitantes (segundo dados do Censo de 2022), que residem no segundo maior município de Mato Grosso do Sul, podem celebrar a arte do artista sul-mato-grossense Cleir Ávila.

O investimento que devolveu a "vida" às obras por meio das cores foi feito pelo Sicredi. Tanto o Papagaio quanto a Arara-Vermelha estão em edifícios localizados na região central de Dourados.

Imagem Divulgação

Inauguração


Para se ter uma ideia, os painéis têm 24 anos, tendo sido inaugurados em 2000. Somente em 2016 passaram por reparos. Assim como nos anos anteriores, o financiamento partiu da iniciativa da cooperativa de crédito.

A revitalização faz alusão aos 35 anos da instituição, que tem como filosofia fomentar a arte e a cultura.

“Esse olhar sensível faz toda a diferença e inspira outras empresas a agir dessa forma, valorizando sua identidade”, pontuou Cleir.

Caso esteja passando por Dourados e deseje conhecer as obras do artista plástico, basta ir até o Edifício Histórico Adelina Rigotti, que é o primeiro prédio comercial do município, inaugurado em 1977.

O prédio ficou tão marcado pela arte de Cleir que passou a ser conhecido como "o prédio das Araras" entre os munícipes. Com a revitalização, o uso de cores fortes destaca ainda mais os traços do trabalho.

Segundo o presidente da cooperativa, Paulo Roberto Neves, a beleza das pinturas contribui para a manutenção da identidade cultural da cidade.

“Este ano completamos 35 anos e promovemos uma série de ações e festividades, e uma delas foi a revitalização do Prédio das Araras, com o intuito de que o douradense se reconheça por meio deste importante patrimônio da cidade”, disse Paulo Roberto, e completou:

“Apoiar a arte está em nosso DNA, e esta ação veio como um presente para nossa cidade”.

Cleir Ávila possui trabalhos em vários municípios de Mato Grosso do Sul e no Paraná.

Outros trabalhos do artista:

  • Monumento da Deusa da Justiça (Themis) – Inaugurado em 2012 (Dourados)
  • Monumento Pantanal Sul (Tuiuiús do Aeroporto) – Inaugurado em 2012 (Campo Grande)
  • Painéis da Arara Vermelha e Papagaio Verdadeiro – Restaurados em 2019 (Campo Grande)
  • Escultura Dourado – Ladário
  • Escultura Garça Branca –  Rio Verde de Mato Grosso
  • Escultura Índia Terena –  Aquidauana
  • Monumento das Piraputangas –  Bonito
  • Monumento do Sobá –  Campo Grande
  • Monumento Tucunarés – Bataguassu
  • Monumento Vale das Águas –  Bodoquena
  • Praça das Araras – Campo Grande
  • Projeto Capivara Urbana –  Campo Grande
  • Museu de Bataguassu –  Bataguassu

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CAMPO GRANDE

Evento reúne 250 carros antigos com exposição de Fusca, Opala e Chevette

Evento é solidário/beneficente e venda de alimentos e bebidas será destinada à instituições sociais

28/11/2024 11h15

Exposição de Fuscas

Exposição de Fuscas DIVULGAÇÃO

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Exposição de carros antigos acontecerá neste fim de semana em Campo Grande.

Fusca, Opala, Chevette, Gol ‘quadrado’, Brasília, Ford Del Rey, Santana, Chevrolet D-20 e Ford F-1000 serão alguns dos veículos em exposição. É uma ótima oportunidade para os que são apaixonados por carros antigos.

A exposição terá shows musicais, espaço kids com o Carretão da Alegria, praça de alimentação, cães adestrados da Polícia Militar Rodoviária (BPMRv) e diversas outras atrações.

Exposição de Fuscas Evento acontece anualmente no estacionamento do Comper

O evento é beneficente e solidário, ou seja, a renda obtida com a venda de alimentos e bebidas nas barracas será destinada a três instituições: Casa Peniel, Escola Juliano Varela e Cotolengo Sul-Mato-Grossense.

‘Confraria Apaixonados por Fusca e Derivados MS’ ocorre neste sábado (30), das 14h às 22h, no estacionamento do Comper Itanhangá, localizado na rua Joaquim Murtinho, número 1679, bairro Itanhangá Park, em Campo Grande.

A Confraria Apaixonados por Fusca e Derivados MS nasceu em 2011, a partir da união de amigos apaixonados por carros antigos.

Desde então, o grupo organiza eventos e ações sociais, com o objetivo de compartilhar a paixão por carros e ajudar o próximo.

“Nosso objetivo é reunir os amantes de carros antigos, promover a cultura automotiva e, ao mesmo tempo, contribuir para uma causa nobre. Ficamos muito felizes com a adesão do público na primeira edição e esperamos repetir o sucesso neste sábado”, ressaltou  um dos presidentes da Confraria do Fusca, Luiz Paulo Domingos da Costa.

Em 6 de setembro, houve outra feira de exposições de carro na Capital.

 

 

SERVIÇO

Evento: 2º Encontro de carros antigos da Confraria Apaixonados por Fusca e Derivados

Data: 30 de novembro (sábado)
Horário: das 14h às 22h
Renda da ação em favor das Instituições: Casa Peniel, Escola Juliano Varela e Cotolengo Sul-Mato-Grossense
Local: estacionamento do Comper Itanhangá

PANTANAL DE CORUMBÁ

Exército e Iphan apresenta projeto de R$ 8 milhões para a restauração do Forte Coimbra em Corumbá

Exército e Iphan apresentam projeto de R$ 8 milhões para restauração do Forte Coimbra; a ideia é que os recursos sejam captados pela Lei Rouanet e que as intervenções, além de integrar a comunidade civil, fortaleçam o culto a Nossa Senhora do Carmo

28/11/2024 10h00

Amuleto: palco de grandes batalhas contra espanhóis e paraguaios no século 19, fortificação tinha a imagem  da santa estampada em sua muralha, o que intimidava os inimigos

Amuleto: palco de grandes batalhas contra espanhóis e paraguaios no século 19, fortificação tinha a imagem da santa estampada em sua muralha, o que intimidava os inimigos Foto: Divulgação

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Exército e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aguardam aprovação do Ministério da Cultura para captar R$ 8 milhões, via Lei Rouanet, para o projeto de restauração do bicentenário Forte Coimbra, no Pantanal de Corumbá, tombado em 1974. A obra vai além da preservação de um dos maiores patrimônios arquitetônicos nacionais: integra a comunidade civil local e fortalece a religiosidade e a manutenção da festa de Nossa Senhora do Carmo.

Construído a partir de 1775 no estreito de São Francisco Xavier, margem direita do Rio Paraguai, a fortificação foi palco de duas grandes batalhas no século 19, contra os espanhóis (1801) e os paraguaios (1864). Infinitamente inferiores, os brasileiros teriam sido massacrados sem a intercessão da santa padroeira, cuja imagem na muralha do forte, segundo registros, fez os inimigos retrocederem, fato considerado milagroso e cultuado por militares e civis.

Situado na tríplice fronteira do Brasil com Bolívia e Paraguai, Coimbra é um exemplar da arquitetura militar portuguesa do século 18 nos sertões ocidentais brasileiros e testemunho da ocupação do território nacional no período de guerras e indefinições limítrofes. Após a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), o Exército assumiu a administração e hoje mantém um pelotão especial, subordinado à 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, guardando o local.

ESTUDO ARQUEOLÓGICO

A proposta de revitalização encomendada pelo Iphan sugere a rerratificação da área tombada (abrange apenas a fortificação), para corrigir distorções da legislação da época e garantir a preservação de outros elementos singulares que compõem o espaço: a Gruta Ricardo Franco, as vilas militar e civil, o mirante, a morraria no entorno, o Rio Paraguai e as ilhas Coração e Comprida. Também se propõe um estudo arqueológico antes do início das obras.

O detalhamento das intervenções foi apresentado no encontro para celebrar os 50 anos de tombamento do forte, dia 23, em Corumbá, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul (CAU), Iphan/MS, prefeitura de Corumbá, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Exército. Também foi dada ênfase para a devoção à santa padroeira como elo da comunidade local com o conjunto que originou a povoação pós-guerra.

Um dos palestrantes, o superintendente regional do Iphan, João Santos, informou que os projetos de restauro foram elaborados respeitando os valores estéticos e culturais das edificações que compõem o forte. 

As intervenções buscarão melhores condições de acessibilidade, adequações nos banheiros, restauração do piso e da cobertura, ampliação dos quatro espaços expositivos, além de novas pinturas nas paredes internas e externas.

GESTÃO DE RECURSOS

Representando o Exército, a 2ª tenente e museóloga Kauanna Souza explicou que os recursos serão captados por meio da organização Appa Cultura & Patrimônio, de Minas Gerais, que está envolvida também no restauro e na revitalização de outros dois fortes: a Fortaleza de São José de Macapá e o Real Forte Príncipe da Beira. Juntamente com o Forte Coimbra, eles estão na disputa para se tornarem patrimônio mundial pela Unesco. “Assim o projeto anda mais rápido”, completou.

O superintendente do Iphan observou que “o projeto foi construído a várias mãos pensando na preservação do patrimônio cultural como um todo e na valorização dos aspectos sociais”. Uma das etapas prevê qualificação da comunidade “para fazer a vida girar” no distrito, segundo Kauanna. O acesso rodoviário ao forte, com a implantação da BR-454, de 70 km, em execução pelo governo do Estado, vai fomentar o turismo, e os moradores precisam estar preparados.

Festa será reconhecida como patrimônio cultural

Findada a Guerra do Paraguai, a reconstrução em etapas do forte se deu na mesma proporção em que começaram a se instalar os casebres de ribeirinhos e voluntários da guerra, com o Exército, já no controle do bem, proibindo novas edificações a partir de 1930. A vila dos civis prosperou, mantida pelos descendentes, com comércio e pousadas, e chegou a ter 400 moradores na década de 1990. Hoje, são 20 famílias (50 pessoas, a maioria adultos).

O êxodo, que coloca em risco a preservação da tradicional festa de Nossa Senhora do Carmo, se deu por vários fatores: restrições impostas pelos comandantes da guarnição militar, com ordens excessivas, isolamento (chega-se ao distrito apenas pelo Rio Paraguai, distante 70 km da BR-262, no Morrinho), e abandono imposto pela prefeitura. A energia elétrica chegou ali somente no ano 2000; hoje estão fechados a escola, o posto de saúde e o cemitério.

“Com a perda populacional, será que teremos a festa da padroeira daqui a alguns anos?”, questionou o professor Joelson Pereira, da Universidade Federal da Grande Dourados, ao abordar o contexto sociocultural da manifestação popular, que atrai fiéis e turistas de várias regiões do País. 

“O que mantém a tradição são as pessoas, é preciso garantir cidadania com serviços públicos, tornar aquela região um polo de desenvolvimento do Pantanal”, cobrou.

RECONHECIMENTO

Apesar do descaso da administração pública, por iniciativa da Fundação Municipal de Cultura e do Patrimônio Histórico, a Câmara Municipal de Corumbá aprovará projeto de lei que declara a celebração religiosa, que ocorre secularmente no dia 16 de julho, como patrimônio cultural imaterial do município. A fundação apresentou minucioso dossiê da festa, que reúne centenas de devotos civis e militares e tem procissão, churrasco de chão, muita comida e baile.

Amuleto: palco de grandes batalhas contra espanhóis e paraguaios no século 19, fortificação tinha a imagem  da santa estampada em sua muralha, o que intimidava os inimigos

“Não vamos deixar a festa acabar por capricho de alguns”, garantiu a festeira Marina Arruda Ferreira, de 69 anos, que, apesar de morar na cidade, é fervorosa devota da santa há 50 anos e ajuda na organização da celebração. Ela afirmou que a intransigência de alguns comandantes do forte tem prejudicado o evento, citando que no ano passado a ordem do comando era de acabar o baile às 22h e que a procissão foi impedida de entrar na área militar.

SANTA VIVA

Os conflitos entre civis e militares não são recentes, submetendo a comunidade inclusive a toque de recolher. Em 2005, o Exército tentou remover a população para a cidade, mas, com a intervenção do Ministério Público Federal, os moradores receberam a concessão de direito real de uso da área. Em 2021, o Iphan negou pedido do Exército para demolir os imóveis desocupados. Marina Arruda conta que um comandante evangélico chegou a proibir a festa.

“Fui no general da brigada e disse que precisava pagar promessa, então ele autorizou ir ao forte”, lembrou a devota. “O comando atual do forte é nosso parceiro”, prosseguiu. “A padroeira é uma santa viva, meu irmão mais velho, de 91 anos, conta que quando servia no forte, ainda jovem, cansou de ver, com outros soldados, a santa andar à noite pelo caminho entre a antiga e a nova capela. Ninguém vai conseguir acabar com seus milagres e nossa fé”, sustentou. (SA)

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