Correio B

Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, deste sábado e domingo, 5 e 6 de agosto de 2023

Por Ester Figueiredo ([email protected])

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Henrique Alberto de Medeiros Filho - escritor brasileiro

Dará tempo de achar o que nunca achei? 
Procurar o que nunca quis? Encontrar aquilo 
que nunca pensei? Explorar o que nunca calculei?”.


FELPUDA

Depois de bravata de parlamentar e de algumas ameaças disparadas única e exclusivamente porque suas “boquinhas” estavam ameaçadas, tudo voltou à maior calmaria e não se fala mais nisso. Há quem garanta que foi dado, digamos assim, um pirulito para o dito-cujo, que, por sua vez, recuou por ter entendido que já não é mais “tudo aquilo” que pensava ser. Tem cada uma...

Forçando a barra

Para continuar se mantendo sob os holofotes nos próximos meses e até a definição do nome para ser levado à convenção partidária para ser oficializado, uns e outros continuarão se colocando como pretensos candidatos à disputa eleitoral, principalmente ao cargo de prefeito. Alguns postulantes, como certas figuras sem a mínima chance de se cacifar em suas legendas, se apresentam cheios de pompa. Que rufem os tambores!

Aumentou

A Justiça Eleitoral aponta crescimento no número de eleitores jovens e o atribui às campanhas de incentivo desenvolvidas desde 2015. Segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 2022, por exemplo, 2.116.781 eleitoras e eleitores de 16 a 17 anos estavam aptos a votar, contra 1.400.617 em 2018. 
O aumento foi de 51,13%.

Apoiado

Os deputados estaduais João Henrique Catan, do PL, e Rafael Tavares, do PRTB, votaram a favor da moção de repúdio de Pedro Kemp, do PT, contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro. 
O motivo foi discurso feito e que, em certo momento, comparou professor doutrinador a traficante. Vale lembrar: Eduardo esteve em MS na campanha eleitoral, mas só teve olhos para o então candidato e hoje deputado federal Marcos Pollon. 


Decisão 

Foi mantida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região sentença que determina à União, ao estado de MS e ao município de Dourados fornecerem tratamento de saúde, em hospital da rede pública, inclusive com internação e intervenção cirúrgica, a um paciente com cirrose hepática e água nos pulmões. Ele fazia tratamento em hospital particular, mas, com o agravamento do quadro clínico, não pôde arcar com os custos. Depois de embate judicial, conseguiu decisão favorável no processo, que é de 2013.


Celebrando

Foi no dia 30 de julho, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, o batizado de Bento Ferreira Crevelaro Ambrizzi e Francisco Ferreira Crevelaro Ambrizzi. Eles são filhos de Any Caroline Ferreira Ribeiro e Marcelo Ambrizzi. Após a cerimônia religiosa, os convidados foram recepcionados para celebrarem o batismo e o primeiro aniversário dos gêmeos.

Aniversariantes

SÁBADO (5)
Lídio Nogueira Lopes, 
Solange Regis Wanderley, 
Luciana Rodrigues,
Cristiane Ramos Rodrigues Palacios, 
Marcelo Câmara Rasslan, Guilherme Ferreira de Brito,
Conceição Nogueira Silva, 
Robson Jara Ottano,
Elbio Afonso Meneghel,
Fatima Regina Silva Correa,
Irene Corrêa Nogueira Marques Machado,
Jorge Massamori Miura,
Marco Antônio Casadei,
Pedro Isao Costa Muta,
Magnólia D’ Mó Domelles Bordignon Tokikawa,
Manoel Câmara Rasslan,
Cleunir Tadeu Florêncio,
Juvenal Valentim,
Leonardo Planez Diniz,
Gilberto Emanoel da Silva,
Wellighton Fernandes Varela,
Gervasio Tadashi Karimata,
Wesley Neres da Silva Campos,
William Rodrigo Rechimbach Paim,
Lucia Cristina Morel Fai,
Mirna Sandra Di Giacomo Adri, 
Daniela Vieira Perez, 
Dra. Livia Maria de Souza,
Ruth dos Santos Pires,
Dr. Roberto Tambelini,
César Antonio Guazzelli, Eliane Teixeira de Almeida,
Matheus Martelli, 
Marlene Vicente da Silva,
Zany Pereira de Castilho,
Eduardo Crivellente Neto, 
José Carlos Manhabusco, 
Alvaro Coelho de Paula, 
Fauze Antônio Moaccar Orro, Aparecida Borgo,
Ésio Vicente de Matos, 
Joana Carvalho, 
Jéssica Monteiro Ferzeli, 
Zenilda dos Santos Alcântara,
Tomaz Soares Aragão,
Sandra de Abreu Marques,
Dr. Leandro Pedro de Melo,
Wolmer Tardin Filho,
Edimilson Malangoli,
Luciene Estevão de Andrade,
Sílvio Colombelli,
Dr. Onofre Cândido Rosa,
Maria Helena Charbel,
Idaici Simão Kehdy Nascimento,
Diva Maria Atallah, 
Leila Mansur Saad, 
Dr. Alberto Kenzi Arakaki, 
Eliane Cristina Junqueira Nelli,
Anderson Barbosa Passos,
Maria Cleide Espíndola 
da Cunha, 
Débora Maciel,
Osvaldo Consalter,
Eda Maria Furlani Piedade,
Sandra Câmara Martins 
e Souza,
Dra. Emmanuella Nunes 
da Costa,
Vanessa Fuchs Loureiro,
Erik Nascimento Sativa,
Domingos Franzim Junior, 
Márcio José Tonin Franca,
Eneida de Araujo Schneider,
Teresinha Roseli Borelli 
Del Guerra,
Marcos Andre Egami,
Karen Miriam Ide,
Eder Marcelo Mochiuti,
Luiz Felipe Viegas Josgrilbert,
Viviane Sayuri Ogura Arashiro,
Ana Carolina Fregonese Barros.

DOMINGO (6)
Miriam Vânia Saad, 
Adriana Estivalet 
de Medeiros,
Fermina Cordoba Casanobas (Dona Mina),
Dr. Sidnei André Rigo,
Cleuza Nunes da Cunha, 
Marcos Augusto Netto, 
Dr. Jamal Mohamed Salem, 
Andréa Maria Assis Daros, 
Ivan Pedro Martins, 
Maria Cristina Katsuren Nakasato,
Onice Quintana Yamashiro, Susy Ramos, 
Sérgio Cruz, 
Eurdes Carlos Garcia, 
Acir Jesus Batista Fernandes,
Marilza Helena Bissoli Medeiros,
Shirley Taira Oshiro,
Patrícia Ávila,
Cláudio Guedes Xavier,
Denis da Maia,
Elizabeth Aparecida Ibanez,
Hudson Thiago Garcia,
Lucia Schmidt de Souza,
Carolina de Lima Cardoso, 
Cristina Nakasato, 
Bruna Gonino Gimenez,
Renata Mazza Anache,
Yonne Queiroz Corrêa,
Estevão Alves Corrêa Neto,
Everaldo Simioli Furlan,
Lelaine Aparecida Poço Queiroz,
Salviano Leite dos Santos,
Mohamad Abdallah,
Pedrinho Feitosa de Oliveira,
Evaldo Lelis, 
Jociane Mitsugi Colombo Gaiotto,
Elza Loureiro Scarseli,
Maria Salvadora Paes e Silva,
Regina Célia Pouso Salas,
Laura Jane Vilanova Maia,
Regiane Vilanova,
Ernest Schilings Filho,
Dr. Salvador Walter Lopes 
de Arruda, 
Bianca Gisele Moriúba,
Ana Paula Lunardon Silva,
Carlos Roberto Mazzaro,
Rivaldir Alberti,
Enio Sayad,
Dr. Railson Valero Lucin,
Maria Georgina Gazal Muniz, 
Paula Alves Corrêa 
de Queiroz,
Dr. Jocildo Rosa 
de Figueiredo,
Alba Valéria de Oliveira Duailibi, 
Jefferson Campos Zakimi,
Maiza Harumi Uemura, 
Almir Dip,
Dra. Vera Maria Viegas London, 
Elza Keiko Oikawa,
César Augusto Martinotto,
Cléia Rocha Bossay,
Dr. Luiz Eduardo de Rosa Silva,
Dr. Walter Jeffery Neto, 
Júlio César Gonzales Nascimento,
Dr. Edilberto Lima Falleiros,
Jhonnatan Cabral Nogueira,
Heloise Maria Zanda Grella,
Munira Tereza Esgaib Campos,
Anahi Loureiro de Almeida Philbois,
Juliana Maria Gizzi Machado,
Andrassy Barbosa da Silva,
Alberto Gaspar Neto,
Cristiana Siliano Pettengill,
Ilma Aparecida Menezes Schmitt.

Colaborou Tatyane Gameiro
 

DE GRAÇA E NA RUA

2º Campo Grande Jazz Festival

15/12/2025 11h30

Felipe Silveira e Daniel Dalcantara

Felipe Silveira e Daniel Dalcantara Montagem / Divulgação

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Após uma primeira edição histórica em 2024, com apresentações em terminais de ônibus e no Armazém Cultural, onde, inclusive, a Urbem conheceu Ryan Keberle, o Campo Grande Jazz Festival deste ano se volta exclusivamente para espaços a céu da capital sul-mato-grossense com grande circulação de pessoas.

É a edição “rua” do festival, que acontece de quarta-feira a domingo, levando o jazz para o cotidiano da população campo-grandense.

A programação vai contar com uma série de cinco jam sessions, sendo três em terminais de ônibus, uma na Rua 14 de Julho (esquina com a Avenida Afonso Pena) e uma na Avenida Calógeras, próximo à Plataforma Cultural.

Sob a condução do produtor musical Adriel Santos, intercâmbios criativos unirão músicos experientes da cena local e nacional, explorando a espontaneidade do jazz tradicional e proporcionando encontros musicais de grande importância para o cenário musical sul-mato-grossense.

Felipe Silveira e Daniel DalcantaraFoto: Divulgação

“O festival busca promover a inclusão cultural, contribuir para o bem-estar social e fortalecer o sentimento de pertencimento e identidade cultural da comunidade de Campo Grande. O jazz misturado ao tecido urbano é uma aposta estética e um jeito de levar a experiência musical para onde as pessoas estão”, afirma o músico e coordenador do evento.

Nos terminais de ônibus, o festival propõe intervenções musicais descontraídas e cheias de vigor, desconstruindo a rotina e oferecendo uma experiência inesperada a trabalhadores, estudantes e todos que passam por ali.

Felipe Silveira e Daniel DalcantaraDaniel Dalcantara (SP) - Foto: Divulgação

A música emerge em meio ao fluxo, democratizando-se para um público diversificado que, muitas vezes, não tem a oportunidade de frequentar eventos culturais com ingresso pago.

“Essa estratégia de levar o Campo Grande Jazz Festival para os espaços urbanos reflete um compromisso firme com a democratização do acesso à cultura e a ressignificação dos espaços públicos”, reforça Adriel Santos.

>> Serviço

Programação

Quarta-feira – às 17h30min,
no Terminal Bandeirantes, com Bianca Bacha, Gabriel Basso, Ana Ferreira, Adriel Santos e Junior Matos.

Quinta-feira – às 17h30min,
no Terminal General Osório, com Juninho MPB, Junior Juba, Matheus Yule e Leo Cavallini.

Sexta-feira – às 17h30min,
no Terminal Morenão, com Adriel Santos, Gabriel Basso e Giovani Oliveira.

Sábado – às 17h30min,
na Praça Ary Coelho (R. 14 de Julho com Av. Afonso Pena), com Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

Domingo – às 17h30min,
na Av. Calógeras (em frente à Plataforma Cultural), com
Felipe Silveira (SP), Daniel D’Alcantara (SP) e artistas da cena local do jazz.

ENTREVISTA COM BIANCA

"A fauna pantaneira é a base musical das nove composições de 'Pantanal Jam'"

Cantora Bianca Bacha, da Urbem, fala como a paisagem natural de Miranda afetou o processo de criação e gravação do segundo álbum da banda, sobre a diferença entre o canto com letra e as vocalizações que são a sua marca e anuncia projetos nos EUA e Espanha

15/12/2025 11h00

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste ano Divulgação / Alexis Prappas

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ENTREVISTA COM BIANCA

Recuperando para o leitor: como se deu a oportunidade do encontro e da parceria com o Ryan para o projeto do álbum “Pantanal Jam”?

Conhecemos Ryan Keberle no Campo Grande Jazz Festival [em março de 2024] e com ele tivemos uma troca musical instantânea. Tocamos juntos em um show no Sesc [Teatro Prosa] em setembro de 2024 e, a partir de lá, tivemos a certeza de que ainda faríamos muita música juntos.

No Pantanal, onde Ryan esteve pela primeira vez durante as gravações, ficou nítido que ele conseguiu transpassar para o repertório o encantamento que ele estava vivendo em meio a toda aquela natureza.

É o segundo disco, nove anos depois de “Living Room”. O que “Pantanal Jam” representa para a Urbem?

Este projeto é o nosso território sonoro: onde a música que criamos se entrelaça à natureza que nos guia em forma de jam. Na música, uma jam significa um encontro musical sem aviso prévio, as coisas vão acontecer ali na hora, portanto, o inesperado é bem-vindo e, com ele, você improvisa.

Qual seria o conceito geral do álbum?

O conceito do álbum nasce da escuta profunda da fauna pantaneira. Os cantos dos pássaros, o esturro da onça e os sons das águas e dos ventos não são efeitos nem pano de fundo: são a base musical das nove composições. A natureza atua como um músico a mais na banda de jazz, dialogando conosco em frases de pergunta e resposta.

Sandro Moreno registrou esses sons in loco, mergulhando no Pantanal para captá-los com precisão. Depois, analisou esse vasto material para identificar melodias, ritmos e motivos que se tornariam a essência das composições.

E, para fechar o ciclo, o álbum também foi gravado no coração do Pantanal. Com geradores a gasolina e um estúdio móvel, nós, a Urbem e o trombonista Ryan Keberle, levamos a música para o ambiente que a inspirou. E ali criamos, novamente in loco, em plena natureza selvagem.

Que tipo de referências buscaram para os arranjos, as sonoridades e as texturas?

Toda a referência e textura do álbum “Pantanal Jam” nascem dos próprios sons do Pantanal. A imersão no território e a escuta atenta transformaram cantos de pássaros, esturros, movimentos da água e vozes da mata em matéria-prima musical.

Cada faixa traduz essa convivência direta com a fauna e seus ritmos naturais, convertendo sons de bichos em música. Viva, orgânica e profundamente enraizada na paisagem pantaneira.

Isso está bastante perceptível. Os sons e toda a atmosfera do Pantanal atravessam o mood e talvez a própria concepção dos temas. Pode comentar um pouco mais sobre essa presença de elementos da natureza – e dessa natureza tão singular de MS – na criação de vocês?

A fauna, a luz, o silêncio amplo, os ventos, os cantos e até os vazios típicos da paisagem pantaneira influenciam diretamente a forma como criamos. É como se o ambiente nos orientasse musicalmente: às vezes guiando uma melodia, às vezes sugerindo um pulso, às vezes impondo uma pausa.

Esse encontro com a natureza não é decorativo, é estrutural. Ela atravessa tudo, o gesto musical, o espírito do disco e a maneira como a banda se relaciona com o som.

No “Pantanal Jam”, a paisagem não é cenário: é presença, é voz, é parceria criativa. É música.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Onde exatamente estiveram e gravaram? E quando foi?

As gravações foram feitas na Fazenda Caiman, em junho deste ano, num cenário que não poderia ser mais inspirador. Foram escolhidas pela produtora três locações diferentes, e para cada uma delas, três músicas.

A cantora Bianca Bacha se prepara para mais uma gravação na Fazenda Caiman, em Miranda, em junho deste anoFoto: Divulgação / Alexis Prappas

Com uma equipe ultraprofissional que trouxe segurança e leveza para uma gravação ao vivo numa condição completamente inusitada.

E quanto ao repertório? Como chegaram às nove canções do disco?

Entre as composições, temos duas músicas do Paulo Calasans [“Swingue Verdejante” e “Suspiro da Terra”], um dos maiores produtores, arranjadores e instrumentistas do País, além de duas canções do Ryan Keberle junto com Sandro Moreno [“Paisagem Invertida” e “Entre Folhas”] e cinco composições nossas [“Espiral”, “Pluma”, “Voo Curvo”, “Barro” e “Canção do Ninho”].

Penso que o Pantanal é experimentado de um jeito bem particular por cada pessoa. Como é para você? Como aquele ambiente lhe toca e eventualmente interfere no seu jeito de cantar?

Tudo ali era extremamente inspirador. Dormir e acordar naquele lugar por alguns dias já me fazia até respirar de jeito diferente, com menos pressão e mais imersão.

Isso com certeza influenciou no jeito de cantar. Porém, o mais impressionante era saber que estava gravando um disco com toda aquela fauna ao redor, um jacaré no lago ao lado e uma onça a alguns quilômetros.

Embora domine há duas décadas o canto com letra e muitas vezes cante dessa forma em apresentações ao vivo, na Urbem, você investe sempre nos vocalizes e scats.

Todas as músicas do álbum “Pantanal Jam” usam a voz como instrumento, ou seja, não há letras nas músicas. Além de ser uma característica jazzística, esse estilo de canto se aproxima mais do cantar dos pássaros, a busca por seus fonemas e emissões.

Cada música exige uma altura e um escolher apropriado de sílabas que encaixem com a afinação e a expressão.

Adoro o canto com letras. Ali você tem palavras, interpreta, coloca ênfases. É até uma emissão de voz diferente. Só que comecei a me encantar com o mundo do jazz e toda essa coisa do canto que não usa palavras, o vocalize. E comecei a ouvir cantoras que cantam assim.

Tatiana Parra [cantora, compositora e professora paulistana] canta assim, nossa, de um jeito maravilhoso. A [portuguesa] Sara Serpa também. Tem também as divas mais antigas que faziam mais questão de improviso, o scat singing.

O canto sem palavra é muito desafiador porque ele é mais cru, mostra mais imperfeições de respiração, de emissão, de escolha de sílabas. E é muito improvisado. Porque a cada dia você pode usar uma sílaba diferente, pode caracterizar de uma outra forma.

Num dia vou fazer “u”, no outro dia posso fazer “a”, no outro posso fazer “e”. E você tem que descobrir ali, numa forma você com o seu corpo. E além de ter o desafio de você demonstrar o interpretar com emoção sem ter palavras.

Então é muito jazz [risos]. E acho muito bonito. Sempre vai ser um desafio. Sou com o meu corpo, com as palavras que eu escolho, que nem sempre são pensadas.

Claro que tem uma questão técnica de que o “i” você vai mais para um agudo, no “u” também; nos graves, você vai para outras escolhas, as consoantes também interferem. Gosto muito de passear pelas duas áreas. Tanto a área da interpretação com letra quanto a área dos vocalizes e texturas.

E Nova York? Pode contar um pouco sobre a recente temporada de vocês por lá?

O “Pantanal Jam” foi lançado em novembro deste ano com um show memorável em Nova York, durante a feira internacional de turismo Visit Brazil Gallery [na Detour Gallery], e a recepção foi extraordinária.

Pessoas do mundo inteiro, agentes de turismo, diretores da National Geographic, fotógrafos de natureza e profissionais de diversas áreas assistiram ao show com atenção absoluta.

Desde a primeira música, compreenderam nossa proposta e permaneceram maravilhados até o fim. Foi um momento histórico para Mato Grosso do Sul e para a arte sul-mato-grossense.

Esse resultado só foi possível graças ao apoio total da Fundtur e do seu diretor-presidente, Bruno Wendling, que acreditou no projeto desde o início e se comprometeu a nos apoiar tanto nas etapas de captação no Pantanal quanto no lançamento em Nova York. Além disso, segue impulsionando a campanha contínua de apresentar o “Pantanal Jam” ao mundo.

E faz sentido: ouvir o Pantanal desperta o desejo de visitá-lo, conhecê-lo e preservá-lo. O projeto reúne arte, natureza, conservação, turismo e toda a beleza única do nosso bioma, uma combinação que emociona e conecta o público global ao coração do Pantanal.

Além do álbum que já está lançado em todas as plataformas, temos uma série de vídeos das nove músicas e um minidocumentário.

Quando teremos shows da Urbem? Quais os próximos passos e projetos da banda?

A Urbem se sente profundamente entusiasmada em seguir os passos de Manoel de Barros, da família Espíndola, de Guilherme Rondon, Paulo Simões, Grupo Acaba, Geraldo Roca e tantos artistas que sempre beberam dessa fonte primária que é o Pantanal, transformando-a em arte para o mundo.

Recentemente, pesquisadores de Harvard e professores da UFMS colheram sons do Pantanal [pelo projeto Pantanal Sounds, que conta, entre outros, com nomes como o do violoncelista e professor William Teixeira], e esse movimento nos inspirou a ir a campo gravar os sons pantaneiros e a fazer composições dentro da nossa linguagem jazzística, incorporando esses registros naturais ao nosso modo de compor e evidenciando em música as belezas pantaneiras.

Temos planos de retornar aos Estados Unidos em breve e estamos em diálogo com a Embaixada do Brasil em Barcelona, onde palestraremos em março.

Além disso, a Urbem participará do Campo Grande Jazz Festival de Rua, no dia 21 de dezembro [neste domingo], em uma jam session com músicos locais e de São Paulo.

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