Correio B

Música

De olho no público, Jane Jane sobe ao palco do Vertentes neste sábado

Roqueira vai cantar somente os clássicos do disco lançado em 2013, mas já ensaia canções para um novo álbum

Continue lendo...

Sem se apresentar com banda completa desde o início da pandemia, a roqueira Jane Jane sobe ao palco do Vertentes 2021, no próximo sábado, para dar seguimento ao projeto. Até o mês de outubro, diretamente da Esplanada Ferroviária, o canal da Engepar no Youtube irá transmitir 24 apresentações ao vivo de nomes que compõem um variado espectro da música de Mato Grosso do Sul.

Jane se apresenta antes do cantador e violonista Paulo Góes, fazendo o show de abertura da transmissão, a partir das 17 horas, acompanhada de Bráulio Castro, na bateria, Jony Bobadilha, no baixo, além de Caio Dutra e Ricardo Daniel, ambos na guitarra. No repertório, em inglês, somente canções autorais.

“Acho que é esse o objetivo do Vertentes”, diz a cantora e baixista sobre a iniciativa pilotada por Jerry Espíndola e o Coletivo CG de Música. Jane descarta a possibilidade de empunhar o contrabaixo nesta apresentação e, sim, irá cantar Anything I Do For You, German Boy e outras faixas, já clássicas, do seu único álbum, lançado em 2013.

Entre o estúdio e os palcos, Jane foi consolidando, ao longo dos anos, uma pegada própria na cena indie de Campo Grande. Abandonou certa limpidez de sua pronúncia e deu uma sujada nos vocais, calibrando uma visceralidade noise que encontra respaldo à altura nos afiados músicos da banda. Na tentação de aproximá-la de ícones femininos da cena rock internacional, até se pode pensar em Cranberries (Dolores O’Riordan), Hole (Courtney Love) ou L7 mais do que em uma Alanis Morissette. Mas, ao ligar na tela para conferir o show ao vivo, esteja preparado para uma banda coesa que manda bem e, principalmente, já conhece o caminho do seu próprio som.

“Continuo batendo naquelas músicas antigas que eu lancei no primeiro CD”, diz a rock star, que está na estrada há 22 anos e prefere não dizer a idade. “A gente tem saudade e está muito feliz. Porque a gente ensaia, menos mas ensaia, e estamos começando as música novas e tudo mais”, conta a cantora, deixando escapar o projeto de um novo disco, ainda sem data para virar realidade.

“Acho importante essa troca de energia do show. Você recebe a energia público e sai revigorado. No começo da pandemia, fiz umas lives e depois dei uma sumida. Se você não tiver ali de olho nos comentários, não dá para saber a reação das pessoas. As lives dificultam bastante”, afirma a roqueira. Hora de sacodir a poeira, Jane!

LITERATURA

"Vozes Invisíveis", de Marina Duarte

HQ-reportagem retrata as vivências e os desafios de ser mulher LBT em Campo Grande

15/01/2025 10h15

Marina Duarte, autora de

Marina Duarte, autora de "Vozes Invisíveis: Relatos de Resistência LBT em Campo Grande (MS)" Foto: Divulgação

Continue Lendo...

A HQ-reportagem “Vozes Invisíveis: Relatos de Resistência LBT em Campo Grande (MS)” busca retratar as vivências de mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais (LBTs) na capital de Mato Grosso do Sul, unindo dados e fatos históricos às invisibilidades enfrentadas por essas mulheres, tudo apresentado com sensibilidade artística.

A narrativa não se limita aos dados estatísticos, mas foca principalmente nas vozes de mulheres importantes do movimento LGBTQIA+ e em suas experiências de luta e resistência em um dos estados que mais registrou assassinatos de pessoas LGBTQIA+ no Brasil.

A HQ é de autoria de Marina Duarte, mulher bissexual, com cinco anos de experiência em escrita, ilustração e pesquisa em quadrinhos. Marina tem trabalhos publicados em veículos como Revista Badaró, Mina de HQ, Le Monde Diplomatique e Catraca Livre. 

As mulheres LBTs enfrentam uma dupla invisibilidade: primeiro, por serem mulheres e, segundo, por não se enquadrarem nas normas da heteronormatividade.

Além de, em 2023, Mato Grosso do Sul ter registrado o maior índice de mortes violentas da população LGBTQIA+ do País, segundo o Observatório de Mortes e Violências LGBTI+, o feminicídio corresponde a 58% dos assassinatos de mulheres no Estado.

Apesar desses dados alarmantes, ainda faltam muitas informações, e essa ausência de dados oficiais compromete a formulação e a defesa de políticas públicas, perpetuando a exclusão e a violência.

O formato HQ-reportagem utiliza uma linguagem acessível, com elementos visuais que tornam os dados e as histórias mais didáticos, explorando as sensibilidades por meio de expressões artísticas. Marina Duarte tem vasta experiência em jornalismo em quadrinhos e integra o Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos (Nupeq) da UEMS.

Publicada pela Avuá Edições, em formato de e-book, a obra será disponibilizada gratuitamente, com o objetivo de democratizar o acesso às informações e promover a ampliação da discussão sobre o tema.

O site: marinaduarte.com.br/hq-vozes-invisiveis/ disponibilizará após o lançamento a HQ completa para leitura on-line, além de uma versão em audiodescrição, conteúdos complementares e informações sobre o projeto e a equipe.

Nas palavras de Marina, “trabalhar no ‘Vozes Invisíveis’ no último ano foi um desafio por vários fatores. Primeiro, pelo fato de ser um tema urgente – e essa urgência se dá não somente pelos dados, mas observamos dentro de cada mulher LBT as dinâmicas violentas que muitas de nós passam no dia a dia. Segundo, pelo fato de que é um tema que me atravessa diretamente enquanto mulher bissexual, enquanto quem observou amigas e conhecidas perdendo suas vidas, sua dignidade e sofrendo muito por conta da LGBTfobia latente em nosso estado e em nossa cidade”.

LANÇAMENTO

Marina Duarte, autora de "Vozes Invisíveis: Relatos de Resistência LBT em Campo Grande (MS)"

O lançamento da HQ ocorrerá amanhã, às 19h, na Casa de Cultura (Av. Afonso Pena, nº 2.270), e contará com um bate-papo sobre o processo de criação e as vivências das mulheres LBTs em Campo Grande. Além da autora, participarão as entrevistadas Daniele Rehling, Loren Berlin e Karla Melo, com mediação de Mayara Dempsey. A entrada é franca.

O evento terá também uma apresentação do coletivo (a)seita, um grupo de mulheres artistas que utilizam performances e o slam para reivindicar espaço e amplificar as vozes femininas. O coletivo se apresentará com as artistas Pretisa, Ale Coelho, Giulia Scarcelli, Lady Afroo e Jeizzy.

O projeto foi viabilizado pela Lei Paulo Gustavo e realizado com apoio da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

EQUIPE

A equipe do projeto é composta por Fabio Quill (consultor artístico e editor), Mayara Dempsey (produtora e preparadora de texto), Gabriely Magalhães (consultora e pesquisadora preliminar), Guilherme Correia (análise dos dados jornalísticos), Dudu Azevedo (diagramação) e Matias Rick (edição da audiodescrição).

Assine o Correio do Estado

LITERATURA

Médico e escritor, Ewerton Carvalho lança hoje "O Anjo do Poço"

Livro de romance com enredo que se passa em sua terra natal, o Rio Grande do Norte, e tem ilustrações inspiradas nos famosos cordéis nordestinos; a apresentação da obra é de Delasnieve Daspet e o prefácio, de Ana Maria Bernardelli

15/01/2025 10h00

"O maior diferencial da obra é o toque regional usado na escrita. Contar a história sem esse linguajar nordestino tiraria todo o sentido e a graça", afirma Carvalho Foto: Divulgação/Raquel de Souza

Continue Lendo...

Um romance que referencia e homenageia sua terra natal, assim resume o médico e escritor Ewerton Carvalho sobre seu novo livro, “O Anjo do Poço”, que será lançado hoje, a partir das 19h, na cafeteria Doce Lembrança. Nascido em Natal, Rio Grande do Norte, ele mora em Mato Grosso do Sul há cerca de 12 anos, e no último ano decidiu desengavetar a ideia de uma história que se passasse por lá.

“Eu tinha o desejo de escrever uma história se passando no interior do Nordeste, mostrando o dia a dia, o linguajar, a fé, os coronéis e as agruras, e me veio esse presente. É uma homenagem ao meu Nordeste, ao meu estado natal, Rio Grande do Norte”, explica Carvalho.

A história pode ser definida como um passeio pelo interior do Nordeste sofrido, de gente humilde a lutar contra os homens e as privações da natureza, tendo ao lado a fé inabalável no divino.

“Pode-se dizer que é a superação do homem sobre as agruras, tanto dos homens quanto da natureza, a partir do momento que se tem um propósito. Ou quem sabe dizer que é uma história de amor à vida, crença na vida após morte, que fala do embate ciência x religião, das crendices populares e das escolhas. É um passeio por múltiplas paisagens. De quebra, ainda convido o leitor a tentar descobrir o mistério que permeia o enredo”, define o autor.

TRAMA

A trama se passa em torno da criação do mito do Anjo em uma pequena cidade, a partir de um ingênuo menino que começa a ter sonhos proféticos e atrai a atenção dos coronéis da região. De um lado, a idolatria dele como um ser divino, e de outro, a descrença e a perseguição de quem o vê como um falso Messias. Lobisomens, mulas sem cabeça e outros personagens folclóricos permeiam a história e fazem parte do mistério envolvido.

A apresentação da obra é de Delasnieve Daspet, o prefácio de Ana Maria Bernardelli e o texto de orelha da professora Eliane Maria de Oliveira, um trio de escritoras gabaritadas do cenário sul-mato-grossense. O livro se utiliza de expressões regionais e traz ilustrações que remetem ao estilo usado nos cordéis nordestinos. Elas são assinadas por Giovanna Carvalho, filha do autor, aluna do curso de Artes da Universidade de São Paulo (USP).

TOQUE REGIONAL

“O maior diferencial da obra é o toque regional usado na escrita, motivo que me fez esperar tanto para publicá-lo. Após conversar com as escritoras Delasnieve Daspet e Ana Bernardelli, elas me encorajaram e resolvi desengavetá-lo. Contar a história sem esse linguajar nordestino tiraria todo o sentido e a graça. Para revisar a escrita, recorri ao meu irmão Edwardo e à minha amiga Rosette Menezes, artista plástica e escritora potiguar, que me lembraram de expressões e termos regionais que, por estar fora da minha terra há muitos anos, eu já havia esquecido”, detalha.

Ewerton Carvalho é médico cardiologista e escritor, membro do PEN Clube do Brasil-MS e da União Brasileira de Escritores (UBE-MS). Ele tem outros três livros publicados, cada um com um estilo próprio, sendo o último deles um compilado de histórias folclóricas de MS.

“Sempre gostei muito de ler, desde pequeno, isso vai se acumulando dentro de você, criando uma base, e quando você menos espera surge uma ideia que é fruto de todas essas inspirações. As ideias começam a fervilhar e eu vou escrevendo, anotando, organizando”, conta o escritor.

SERVIÇO

O livro “O Anjo do Poço”, do escritor Ewerton Carvalho, publicado pela editora Clube dos Autores, será lançado hoje, a partir das 19h, na Cafeteria Doce Lembrança, localizada na Rua Dom Aquino, nº 2.055, Centro. Evento aberto ao público e com entrada gratuita.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).