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Destaque B+: Entrevista exclusiva com o ator Jean Marcel Gatti

Jean está, pela primeira vez, na tela da TV Globo. Ele interpreta o perito criminal Henrique Braga na novela "Família é Tudo", no ar no horário das sete da emissora carioca.

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Paulista, natural de Itu, Jean Marcel Gatti está, pela primeira vez, na tela da TV Globo. Ele interpreta o perito criminal Henrique Braga na novela "Família é Tudo", no ar no horário das sete da emissora carioca. Contracenando com Juliana Paiva, Jayme Matarazzo, Raphael Logam e Rafa Kelimann, o personagem sairá de cena da telenovela em breve, mas Jean já estreia um novo trabalho no mês de julho, na plataforma Start+.

Trata-se de 5ª temporada da série "Impuros", dirigida por René Sampaio e Tomas Portella, na qual o ator interpreta o personagem Coisa Ruim, braço direito do líder do CCP (facção criminosa inspirada no PCC). O ator conta que seu personagem entrou na série durante o último episódio da temporada anterior, exibida em 2023.

"Ele já chegou movimentando a história, participando da invasão ao Morro do Dendê, comandado e organizado minuciosamente por ele. Na 5° temporada, o Coisa Ruim terá grande importância, pois ele se torna um problema para o protagonista Evandro do Dendê, interpretado pelo Raphael Logam. Meu personagem vai fazer alianças com a família do próprio Evandro, o que vai gerar muita briga e desconfiança", explica.

No final do mês de maio, Jean Marcel estreou um espetáculo no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Depois de uma temporada no CCBB do Rio de Janeiro, a sátira musical "Os Bruzundangas, dirigida por Dani Ornellas e Renato Carrera (com quem o ator trabalhou recentemente em "O Balcão", de Jean Genet), é a primeira adaptação da obra homônima de Lima Barreto. A peça segue em temporada na capital federal até 23 de junho.

Samba, sertanejo, piseiro, melodias musicais tipicamente brasileiras, compõem a trilha do musical. "Me desdobro em sete personagens, sendo um deles um deputado e um sertanejo. O espetáculo revela impressões sobre um país de cem anos atrás, mas que é muito parecido com o Brasil atual", detalha. A peça segue depois para o CCBB Belo Horizonte, e inicia a temporada em 26 de julho.Já no cinema, Jean Marcel pode ser visto, desde abril deste ano, no filme "Vidro Fumê", um drama policial dJean, sua trajetória artística

o diretor português Pedro Varella. O longa, protagonizado pela atriz britânica Ellie Bamber (de "Animais Noturnos", de Tom Ford), é baseado no caso real da violência sofrida por Mary, turista norte-americana estuprada dentro de uma van na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2013.

Nos cinemas, Jean ainda foi protagonista do filme "Não dá pra viver só de amor", seu primeiro grande projeto no audiovisual, pelo qual foi premiado no Festival Internacional de Cinema de Caeté (FICCA), em Cabo Verde e Portugal. Também atuou no média-metragem "Esta Noite Seremos Felizes", ao lado de Othon Bastos e Bete Mendes, no curta-metragem "EL BANO", premiado no Festival El Grito de Los Sir Voz, na Espanha; foi vencedor do prêmio de melhor ator no Festival RibaCine, de Rio Bonito (RJ), e indicado e melhor ator coadjuvante pelo filme "Juízo menino" nos festivais OffCine e CineMAZ, de Varginha (MG). Como diretor, conquistou o prêmio Corvo de Gesso, do Prêmio Cineclube Jacareí (SP), pelo filme "Inanição".

Veja a entrevista exclusiva do Correio B+ com o ator...

JEAN MARCEL GATTI - Divulgação

CE - Jean, sua trajetória artística envolve, música, palhaçaria, teatro, Tv e audiovisual.
Como foi esse início?
JM -
Tudo começou quando eu tinha 12 anos de idade e meu pai me deu um cavaquinho de presente, aprendi a tocar através de revistinhas de músicas que existiam naquela época, daí em diante nunca mais parei e foi a música que me leva pro Rio de Janeiro, quando chego no Rio, ela (a música) me abandona e o Teatro me acolhe.

Palhaçaria vem junto com o teatro, sou da escola do Teatro de Anônimo que fica na Fundição Progresso no Rio de Janeiro, foi ali que descobri o que é ser palhaço, a fazer teatro de rua, abrir roda na praça, rir, ganhar e perder no picadeiro. Palhaço é a sua extrema verdade, com todos os seus defeitos, é dizer ao público, eu sou assim, vocês me amam mesmo assim?

Se não fosse a Palhaçaria na minha vida eu não seria o ator que sou hoje, por isso que muitos atores fogem do picadeiro, de estudar Palhaçaria, o palhaço é um desnudamento é a destruição da vaidade e nós atores somos muito vaidosos, por isso que muitos tem medo e é bom que se tenha mesmo, rsrs. 

Já a tv e o audiovisual eu penso que foi a consequência desses trabalhos e estudos teatrais e de palhaçaria que fiz e ainda faço. E digo que foi por isso que cheguei na tv e no cinema com esse lugar de respeito, de cuidado e de valorização do meu trabalho, o nome disso é solidificação de carreira. 

CE - O mercado de atuação exige cada vez mais de um ator. Como você se define?
JM -
 Eu sou um ator que se alimenta de desafios, busco sempre um mergulho consciente dentro do personagem, gosto de encontrar o conflito de cada um que interpreto e através disso vou construindo camadas pra deixar-lo cada vez mais humano.

CE - Seus personagens são muito diferentes uns dos outros. Isso é desafiador?
JM - 
Cara, muito diferentes, e isso é um presente, geralmente a maioria dos atores acabam entrando numa caixa onde sempre acabam interpretando os mesmos tipos de personagens e ser ator não isso, eu tinha muito medo de cair nisso, mas o teatro me ajudou muito a ter essa versatilidade de interpretar vários tipos de personagens, que é o verdadeiro desafio do ator, o trabalho do ator, o meu trabalho como palhaço me ajudou nisso, eu já interpretei personagens cômicos, dramáticos, violentos. Essa diversidade é desafiadora e me alimenta.

Foto: Divulgação

CE - Na série  "Impuros", agora na sua quinta temporada pela Star +, (estreia em julho)dirigida por René Sampaio e Tomas Portella, você interpreta o personagem "Coisa Ruim", braço direito do líder do CCP (facção criminosa inspirada no PCC. Como foi essa preparação? Você fez algum laboratório?
JM - O "Coisa Ruim" foi o divisor de águas na minha carreira como ator. Ele tem uma complexidade incrível, quando o Felipe Ventura (produtor de elenco) me deu essa oportunidade o personagem só tinha 3 cenas, quando eu li o roteiro vi que ele tinha um potencial absurdo na série, então eu me desdobrei pra que ele se transformasse nessa grandiosidade que ele se tornou, busquei referências em entrevistas de vários líderes, assisti um documentário incrível chamado "PCC - O poder supremo" que me ajudou muito nas escolhas de como me colocar em cena.

A maior referência pra construir o "Coisa Ruim" pra mim foi o "Fuminho" braço direito do "Marcola" e na 5ªT ele chega ainda mais forte, mostrando realmente como ele é, estrategista, frio e muito inteligente. O mais maneiro disso tudo é contracenar com Raphael Logam que da vida ao "Evandro do Dendê" somos inimigos na série, mas na vida real ele é meu irmão, minha referência, aprendo muito com ele. E agora já posso revelar em primeira mão pra vocês a 5ª temporada estreia dia 24 de Julho.

CE - Recentemente você também estreou na novela das 19h, "Família é tudo" (Tv Globo), onde você interpretou um perito criminal. Foi a sua primeira participação ao lado de protagonistas como Jayme Matarazzo, Juliana Paiva e Rafa Kalimann. Como foi essa experiência?
JM - 
Minha primeira novela, "Henrique Braga" esse perito que veio bagunçar a vida da "Electra" interpretada pela Ju Paiva. Quando o Gui Gobbi (produtor de elenco) me ligou convidando pra fazer a novela fiquei muito feliz, de início preocupado porque eu estava em temporada com um espetáculo de quinta a domingo no ccbbrj, mas depois que conversamos conseguimos organizar as datas e super rolou.

Trabalhar com Rafa, Jayme e Ju foi incrível, me acolheram, parecia que já nos conhecíamos a bastante tempo... e ainda contraceno com Raphael Logam também, foi nosso terceiro trabalho juntos, aí fica fácil, né?  O ambiente da novela é uma delícia, encontrar amigos de outras novelas, resenhas... espero que o "Henrique Braga" volte pra desmascarar o Hans e a Jessica. 

CE - "Bruzundangas" é um espetáculo de teatro que está rodando algumas capitais brasileiras em que você atua. Do que se trata essa peça?
JM -
 Eu gosto de definir essa peça como "um deboche" Lima Barreto é um ser indescritível, de um poder de escrita absurdo, é obrigatório conhecer Lima Barreto, ler Lima Barreto, falar sobre Lima Barreto. A peça trata de uma temática social brasileira sob um viés político, com diversos problemas sociais e econômicos.

A gente bebe muito do teatro de revista, apresentando a vida brasileira nos primeiros anos da primeira república. Bruzundanga é um país no qual é muito semelhante ao nosso Brasil. Vem assistir, você vai rir muito, mas também vai refletir a beça sobre o assunto.

CE - No audiovisual tem muita história, né? Como o filme " Esta noite seremos felizes" com Othon Bastos e Bete Mendes. Que mais o público pode esperar?
JM -
 Muitas, e a história desse filme é de se emocionar. Digo que meu maior presente foi esse filme, contraceno com duas grandiosidades do cinema brasileiro, interpreto o personagem "Hugo" que é o melhor amigo de "Seu Carlos" interpretado pelo o Othon Bastos que virou meu amigo, meu parceiro, meu avôzão na vida real... a arte imita a vida? No nosso caso foi ao contrário, a vida imitou a arte. Novidades posso te dizer que ano que vem chega uma nova série chamada "Matches" pela HBOMax na qual faço parte do elenco, uma série bem divertida. 

CE - Vamos falar um pouco de como a música entrou na sua vida?
JM - 
Digo que ela foi meu primeiro amor, aí a gente nunca esquece, né? Foi quando eu tinha 12 anos e meu pai me deu um cavaquinho. Fui vocalista de um grupo de pagode chamado Atração durante 7 anos.

Foi ela quem me trouxe pro Río de Janeiro, depois de uma temporada de shows em São Paulo, viemos pro rio pra gravar um dvd, não deu muito certo e isso acabou me frustrando, aí durante 10 anos eu fiquei sem fazer show e sinto muita falta, hoje minha profissão é ator, mas confesso que sinto muita saudade de cantar, de fazer show igual fazia. Quem sabe ano que vem eu volte, agora com mais maturidade. 

CE - Para um paulista de Itú, buscar um grande centro como o Rio de Janeiro é o caminho para o sucesso?
JM -
Acho que não existe um caminho pro sucesso, existe disciplina, constância e fé. Esse ano fazem 10 anos que estou morando no Rio de Janeiro e só agora que eu estou vendo a cor do dinheiro, foi muito difícil, tem que querer muito, nossa profissão é muito transitória, as vezes você tá lá em cima, do nada tá esquecido.

Tem que ter constância e muita dedicação, abri mão de muitas coisas, principalmente de ficar longe da minha família, mas tá valendo a pena. Amo frases e tem uma do Vinny Santa Fé que é assim "quem tenta incessantemente alcança, foi no balanço das andanças que aprendi a sobreviver" é assim posso dizer: mãe, estou conseguindo. 

CE - E como você define o "sucesso"?
JM -
 Sucesso é a solidificação da sua carreira, é pé no chão, é estar presente, consciente do caminho que você está seguindo. E como saber se está no caminho certo? Meu irmão Raphael Logam me disse uma frase que levo pra minha vida: "quando na sua caminhada você encontra seus ídolos, é que o caminho tá certo."

Diálogo

Tremenda de uma "cascata" a informação apregoada pelo governo de Lula que... Leia na coluna de hoje

Leia a coluna desta terça-feira (23)

23/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cecília Meireles - escritora brasileira

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”

Felpuda

Tremenda de uma “cascata” a informação apregoada pelo governo de Lula que ele ressarciu os aposentados, vítimas da roubalheira de esquema que envolve pessoas ligadas ao INSS, empresas privadas, ONGs, laranjas e políticos. Na realidade, essa conta sobrou para o cidadão, inclusive os próprios aposentados que pagam Imposto de Renda. Nenhum dos bandidos até agora restituiu aos cofres públicos o dinheiro que roubou. Aliás, a maioria está sendo blindada de forma vergonhosa. Há quem diga até que buscam “freio” para que a CPMI do INSS comece a patinar e não avance. Lamentável!

Pra cabeça

Quem entrará em 2026 com problemas no Conselho de Ética da Câmara é a deputada federal Camila Jara, do PT. O Partido Novo protocolou representação contra ela.

Mais

A acusação é de violação do decoro, ao se envolver na confusão originada quando da retirada à força de Glauber Braga, do Psol, e de ofensa ao secretário-geral da Mesa Diretora.

Diálogo

O vorí-vorí, tradicional prato paraguaio, foi eleito o melhor do mundo na lista anual do Taste Atlas, plataforma internacional que reúne avaliações gastronômicas de todas as partes do planeta. A iguaria recebeu nota 4,64 de 5, com base em votos de usuários reais que experimentaram o prato. Conhecido também como borí-borí, o vorí-vorí é descrito pelo portal como “a icônica sopa de galinha paraguaia com bolinhos de fubá recheados com queijo”. Rico em sabor, textura e história, o prato ocupa um lugar especial na mesa das famílias paraguaias e agora também no cenário global da gastronomia. Nos últimos anos, o vorí-vorí já havia figurado entre as melhores sopas do mundo em rankings do mesmo portal, reforçando sua reputação. A lista do Taste Atlas se tornou referência global por utilizar um sistema que identifica e descarta avaliações nacionalistas ou feitas por robôs, garantindo legitimidade às escolhas.

DiálogoChayene Marques Georges Amaral e Luiz Renê Gonçalves Amaral

 

DiálogoCamila Fremder

Prova de fogo

O atual time que forma o entorno do governador Eduardo Riedel terá, no próximo ano, prova de fogo, porque a missão deverá ser reeleger o “chefe” para o segundo mandato. Será o momento de a tchurminha provar quem é quem na estrutura. Quando foi eleito em 2022, Riedel nunca havia disputado uma eleição, porém, tinha um grupo político forte que sabia “o caminho das pedras”, o que foi fundamental para sua vitória. Em 2026, ele não poderá contar com esse pessoal.

Nem tanto

O PT em Mato Grosso do Sul já não estaria demonstrando, digamos, tanto amor pela candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Senado pelo Estado, achando ser melhor por São Paulo. Lideranças petistas cá dessas bandas dizem que a ministra poderá ser um dos nomes para suceder a Lula. Ela figura entre algumas opções para ocupar o trono petista. A lista tem Alckmin, do PSB, e Haddad, o único do PT. Tudo indica que não se faz mais petista raiz como antigamente...

Entrave

Nos bastidores, o que se fala é que a ministra Simone Tebet, até então considerada excelente opção para disputar o Senado por MS, seria fonte de problemas. Algumas das alas do PT teriam torcido o nariz com a possibilidade de ela disputar pelo partido, até porque esse time lembra de que, quando candidata à Presidência, ela desferiu ataques a Lula. Além disso, há dúvidas se no Estado teria potencial eleitoral para o embate com outros candidatos, em sua maioria da direita, tendo em vista que o governo do qual faz parte, dizem, “está caindo pelas tabelas”

ANIVERSARIANTES

Beatriz Rahe Pereira, 
Dr. Gevair Ferreira Lima Júnior,
Julianne Stranieri Metello, 
Stephan Duailibi Younes, 
Maria Fatima Bueno,
Adhemar Mombrum de Carvalho Neto,
Augusto Costa Canhete,
Rosangela Neves,
Edgar Basmage,
Gileno Almeida Costa Nonato,
Sérgio Aguni,
Rinaldo da Silva Cruz,
Edna Maria Potsch Magalhães,
Dr. Márcio Molinari,
Ivo Batista Benites,
Ronaldo Fernandes Donizeti de Jesus,
Fabiano Borges da Silva,
Maria Aparecida Menezes,
Rafael Medina Araujo,
Rosilene Gois Paes,
Antonio Angelo Garcia dos Santos,
Maria Elisa Hindo Dittmar,  
Beatriz de Almeida,
Dr. Amaury Bittencourt Gonçalves, 
Izabella de Matos Lopes,
Cláudia Regina Di Felice,
Neide machado da Silva Gimenes,
Domingos Puckes,
Silvio Luiz de Moura Leite,
Helder Kohagura,
Maria Clementina Aparício Fernandes,  
Aurino Rodrigues Brasil,
Tânia Ignez Pinheiro,
Marilda Flores Haidar,
Samara Carvalho Gomes Binn,
Josselen Resstel Escórcio,
Valdo Maciel Monteiro,
Luiz Eduardo Yukio Egami,
Rafael Ferreira Ribeiro Lima,
Leila Maria de Albuquerque,
Maria Aparecida de Moura Leite, 
Datis Alves de Souza,
Aurea Leite de Camargo,
Maria de Fátima Vendas Muzzi, 
Thiago Ferraz de Oliveira,
Ruth Lopes Abreu,
Sandra Rodrigues Pereira,
Paulo da Costa Oliveira,  
Paulo César Reis Mendonça,
Fernanda Marques Ferreira,
Terezinha Alves Araújo,
Lucilaine Aparecida Tenorio de Medeiros,
Maria Helena Alves Lima,
Rosana Paes de Matos,
Laura Holsback Alvarenga,
Renato de Freitas Martins,
Miriam Fontoura Prata,
Nelson Maia de Melo,
Cleonice Gomes de Oliveira,
Rodolfo de Morais Dias,
Jussara Leite Barbosa,
Hugo Sabatel Neto,
Carolina Saves,
Solange Xavier Vargas,
Augusto Coelho Freire,
Soraia Kesrouani,  
Rubens Mendes Pereira,
Lilian Gabriela Heideriche Garcia,
Ana Maria Coimbra Santos,
Nelly Vasconcelos Coelho,
Valmir de Andrade Ferreira,
Eliana Miyuki Aratani Kaiya, 
Flávia Ribeiro Ramirez,
Laurinda Paiva Peixoto,
Patrícia de Souza Queiroz,
José Antônio Braga,
Elaine Viana Nunes,
Washington Justino Gonzaga,
Maria Stella Maia Pepino,
Vânia de Toledo Neder,
Osvaldo de Moraes Barros Neto,
Raquel Barbosa Franco,
Suely Ferreira Leal,
João Rafael Sanches Florindo,
Antonio Fernando Cavalcante,
Lúcia Torres Marchine,
Marcos Henrique Boza,
Adriana de Oliveira Rocha,
Suely Luiza Comerlato,  
Benedito Celso Dias,
Alirio Leitun,
Débora Queiroz de Oliveira,
Edson Pulchério Alves,
João Borges da Silva Filho,
Mário Zan Moreira,
Marcelo Luiz Ferreira Correa,
Valdecir Jorge,
Sérgio Carlos Borges,
Dr. Ruy Alberto Bueno,  
Marta Maria Vicente,
Guilherme Nucci dos Reis,
Marcelo Flores Acosta,
Noêmia Ramos de Oliveira,
Luiz Carlos de Carvalho,
Cláudia Garcia de Souza Trefilo,
Leonardo Marques Mourão,
Maria Delfina Louveira Trindade,
Camyla Queiroz de Faria Gonzales. 

*Colaborou Tatyane Gameiro

CINEMA

Curta-metragem "Carne Amarela" transforma a Terra do Pé de Cedro em set de filmagens

Com produção de Marcus Teles e direção de Gleycielli Nonato Guató, curta-metragem "Carne Amarela" tem equipe local e conta história que entrelaça memórias da infância em meio aos pequizeiros e banhos de rio

22/12/2025 10h30

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab),

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da natureza Divulgação: Marcus Teles

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Nostalgia e engajamento são os motores para evocar os sabores da infância que fizeram Coxim voltar a ser cenário de cinema. Conhecida como Terra do Pé de Cedro, a cidade localizada a 245 quilômetros de Campo Grande, no norte do Estado, é uma das protagonistas de “Carne Amarela”, curta-metragem de ficção dirigido por Gleycielli Nonato Guató e produzido por Marcus Teles.

Os dois nasceram na cidade, que também é conhecida como Portal do Pantanal, e são profundamente conectados ao Cerrado e ao Pantanal.

As filmagens se encerraram ontem e foram realizadas integralmente por lá, contando com elenco local, que envolveu moradores atuando pela primeira vez na frente de uma câmera e também uma equipe de produção majoritariamente formada por coxinenses. Ou seja, uma combinação de saberes tradicionais, talento regional e formação técnica.

A produção nasce do desejo de fazer Coxim se ver na tela grande, “suas cores, sua luz, seus frutos, suas infâncias”, como afirma a diretora. E nasce, segundo Gleycielli, também da necessidade urgente de lembrar o que esses mesmos elementos significam para a identidade do município.

“Eu estou completamente em êxtase. Planejei muito trazer esse filme para cá. É emocionante gravar na cidade onde cresci, com o povo daqui, com artistas da terra. Noventa por cento do elenco é coxinense, a equipe tem muita gente da cidade, e isso me deixa profundamente feliz”, compartilha Gleycielli Nonato Guató, que, além de dirigir a produção, também assina o roteiro baseado em seus próprios textos literários.

DOIS TEXTOS

“Carne Amarela” nasce de dois textos de Gleycielli – o poema “Carne Amarela” e o conto “É Tempo de Ouro no Cerrado” – que guardam lembranças de uma Coxim que pulsava mata, rio e fruta. A diretora explica que o filme busca reencontrar essa paisagem quase perdida.

“Eu quero trazer a infância que vivi. A gente saía para caçar pequi, pegava ingá, comia goiaba no pé, trazia caju para fazer doce. Coxim era meu ‘Sítio do Picapau Amarelo’. Hoje, muitos lugares onde eu brincava viraram bairros. O filme é um lembrete do que ainda existe e do que não pode desaparecer”, afirma.

A obra convida as crianças e os adultos a olhar novamente para o Cerrado como pertencimento. O pequi, fruto central da narrativa, é apresentado como força, resistência e alimento da memória coxinense.

“O pequi já sustentou muitas famílias. Trouxe renda, trouxe mistura, trouxe nutrição. Ele resiste ao fogo, resiste ao tempo, mas não resiste ao machado. O filme quer acender esse sentimento de pertencimento e preservação, para que as próximas gerações vejam valor no que tantas vezes sustentou Coxim”, ressalta Gleycielli.

ZORAIDE

A protagonista adulta, Zoraide, teve como referências mulheres de alusão familiar e ancestral para Gleycielli: sua mãe, tias, avó e bisavó. A diretora revela que a personagem carrega traços de todas elas. E quem interpreta Zoraide é justamente Maria Agripina, mãe da diretora, pioneira do teatro coxinense.

“É muito emocionante ver minha mãe interpretando a Zoraide, que leva o nome da minha tia que faleceu na pandemia. Este filme é pioneiro em muitas coisas dentro de mim”, revela. Além disso, todos os cargos de direção são ocupados por mulheres, fortalecendo a presença feminina no audiovisual sul-mato-grossense.

“Trabalhar com essa equipe é um prazer imenso. Estamos construindo juntas. É uma energia muito poderosa”, afirma. A equipe ainda é formada majoritariamente por profissionais de Coxim, como Robertson Isan Vieira, artesão ceramista premiado, e José Carlos Soares, cabeleireiro e designer de imagem.

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da naturezaEquipe do curta-metragem posa em um boteco da cidade com a diretora Gleycielli Nonato Guató (em pé, à esquerda, de blusa preta) - Foto: Divulgação/Marcus Teles

ENCONTRO

Para o produtor executivo e corroteirista Marcus Teles, filmar em Coxim não foi uma escolha estética, mas ética e afetiva. “Coxim faz parte da nossa formação pessoal e artística. Os textos que deram origem ao filme nasceram daqui.

A luz, a paisagem, o modo de vida, o jeito como o pequi aparece na cidade, tudo isso faz parte da essência da história. Filmar em Coxim é garantir autenticidade”, afirma Marcus.

O produtor explica que mapear as locações foi um processo guiado pela afetividade. “Coxim é uma cidade onde o urbano e o rural se encontram o tempo todo. Não procuramos cenários: reconhecemos neles o que a história já trazia em essência”.

Marcus destaca ainda que oito moradores da cidade trabalharam pela primeira vez no audiovisual, acompanhados de profissionais experientes. “Queremos abrir portas. Que jovens de Coxim encontrem no set um caminho possível, uma nova profissão, um futuro”, destaca o produtor.

101 FILMES

O elenco também conta com a participação especial do ator Breno Moroni, que marcou gerações como o Mascarado na novela “A Viagem” (Globo, 1994), além de ter participado de diversas outras produções no cinema e na televisão.

Com uma carreira extensa que inclui desde aberturas de telenovelas e mais de 100 filmes, Breno esteve em Coxim para integrar o elenco de “Carne Amarela” como seu 101º trabalho audiovisual.

“Trazer o Breno foi como aproximar duas forças que se completam. Ele chega com experiência, mas com humildade. Ele senta na varanda e deixa a conversa fluir. É uma presença que soma sem apagar a simplicidade regional, que é a alma do filme”, reconhece Marcus.

“Ele é fantástico. Consegue ir do drama à palhaçaria. Traz o duo que a personagem dele pede: o velho ranzinza e o homem capaz de se transformar”, completa Gleycielli.

O CERRADO

O filme aborda temas urgentes como queimadas, perda de territórios e desmatamento, mas com a delicadeza necessária para o público infantil, segmento prioritário na meta de audiência da produção.

“O tema duro vem com sutileza. As crianças vão entender o sentimento de perder e o de pertencer. E, quando algo pertence a você, você quer cuidar”, explica Gleycielli. Ao fim, o curta reforça que a preservação é um aprendizado coletivo e que cuidar da terra só é possível quando ela é reconhecida como parte de nós.

Na semana passada, a equipe teve uma atividade formativa com Alexandre Lopes, que é doutor em Ciências Sociais e professor de Sociologia do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), no campus de Coxim.

A interação rendeu contribuições fundamentais para reflexão sobre como pensar e construir um audiovisual mais inclusivo.

AUTOESTIMA

A expectativa da equipe é de que o filme leve Coxim para o Brasil e para o mundo por meio de festivais, mas, principalmente, que devolva à cidade a consciência de seu próprio valor.

“Esperamos que Coxim se veja com carinho. Que perceba que suas histórias merecem estar no cinema. ‘Carne Amarela’ é uma celebração da cidade, das suas raízes e da força do Cerrado”, diz Marcus.

Para Gleycielli, a gravação na cidade é também um gesto de retorno. “Eu sou uma Guató de Coxim. Este filme diz muito sobre de onde eu vim e quem sou eu”.

Como uma “semente que rompe a casca”, reforça a diretora, “Carne Amarela” nasce para devolver à cidade o brilho do seu fruto mais resistente.

Aquele que atravessa gerações, que muda o PIB, que alimenta famílias, que resiste ao fogo e que ensina a permanecer. E Coxim, agora, se prepara para ver sua história ganhar corpo, cor, movimento e tela.

O projeto conta com investimento da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), do governo federal, por meio do Ministério da Cultura, operacionalizado pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

"Carne Amarela"

> Direção e roteiro: Gleycielli Nonato Guató;
Direção de produção: Gabriela Lima Ferlin;
> Direção de arte: Maíra Espíndola;
Direção de fotografia: Dafne Alana;
Som direto e edição de mixagem: Laura Cristina;
Produção executiva, assistência de direção e roteiro: Marcus Teles;
Operador de câmera: Gabriel Ribeiro;
Produção de set: Jefley M. Cano;
Elenco: Breno Moroni, Maria Agripina, João da Mata, Elena Vendroscolo, Maria Sonea Domingos;
Trilha sonora original: Gian Markes;
> Edição de imagem e cor: Rafael Viriato;
Microfonista: 4real.wav;
Assistente de produção executiva: Lucas Moura e Guinha Serrou;
Assistente de produção e captação: Robertson Vieira;
Assistente de produção: Carlos Soares;
Assistente de arte: Angela Gabrieli;
2º assistente de direção: Eduardo Henrique;
2ª assistente de fotografia: Lavinia Ribeiro;
Assessoria de imprensa: Lucas Arruda e Aline Lira.

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