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SAÚDE

Dia do Nutricionista: conheça um perfil da profissão

Veja as ideias e as recomendações de Claudete Brunetto, especialista no assunto que se descobriu cozinhando para a família

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Hoje é Dia do Nutricionista. O 31 de agosto foi escolhido porque, nesse mesmo dia, no ano de 1949, fundou-se a Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN). 

Para marcar a data e celebrar a importância do profissional que, mais que qualquer outro, sabe que saúde começa pela boca, confira a entrevista a seguir com uma fera no assunto que vem de uma família de obesos.

Radicada em Campo Grande desde 1978, a catarinense Claudete Brunetto, nascida em São Lourenço D’Oeste (SC), conta que se descobriu nutricionista em meio à rotina doméstica, ao preparar “pratos nutritivos” para os familiares. 

Para além do “comer, comer é o melhor para poder crescer”, ela destaca a importância do seu trabalho na prevenção e no combate a uma série de doenças.

Claudete mudou-se para a Capital Morena aos 14 anos, fez a graduação na área na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e a pós-graduação em Nutrição Clínica na Universidade de Desenvolvimento do Estado do Pantanal (Uniderp).

A sra. poderia dizer como se dá o seu trabalho na prática? Como definir o nutricionista?

É um profissional capacitado no conhecimento de alimentos, bem como das diferentes funções de cada nutriente, que permite a ele atuar na mudança do comportamento alimentar do ser humano, visando promoção e recuperação de seu estado nutricional. 

Entre os muitos papéis, destaca-se a prevenção e os cuidados com as doenças. Por exemplo, obesidade, hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), doenças ósseas e intestinais e a desnutrição em si. O que nos orienta é a importância da nutrição saudável, a fim de nutrir células.  

Na minha rotina pessoal, atuo no consultório como nutricionista clínica, sou responsável técnica de uma escola, onde elaboro os cardápios dos alunos e, ainda, em fins de semana, produzo bolos fitness supersaudáveis.

 

Como se descobriu na vocação?

Observando minha habilidade em elaborar e produzir pratos nutritivos, sempre voltados para minha família. 

Meu melhor aprendizado na nutrição foi entre 2007 e 2014, quando participei de um projeto como nutricionista, palestrante e coordenadora de mesa denominado AMI – Avaliação Multidisciplinar do Idoso, aplicado a uma população idosa no Hospital São Julião, aqui em Campo Grande, sob acompanhamento da cardiologista Angela Sichinel. 

Como foi gratificante este aprendizado e quanto foi notória a mudança no comportamento alimentar e social dessa população.

 

E o que mudou desde que se tornou uma profissional da área?

Respondo essa comparando com a alimentação de meus familiares. Vinda de uma família com a maioria de obesos, ouvia muito dizer que obesidade era sinônimo de saúde. Também ouvia dizer “fulano morreu de açúcar no sangue, morreu do coração”. 

No conhecimento deles, não era diabetes nem AVC nem infarto ou derrame (doenças cardiovasculares). Talvez nem soubessem que tudo tinha uma origem decorrente da alimentação em excesso. 

Embora naquela década não se falasse de [alimentos] industrializados, conservantes, corantes, todas as famílias eram policultores, cultivavam e produziam seus alimentos em diversidade. 

Observei que, mesmo tendo sua produção toda natural, alimentando-se de forma saudável, seria necessário quantificar os alimentos das refeições. Além da qualidade, a quantidade é importante.

 

Entre os pecados mais comuns da rotina de uma pessoa sem formação na área, qual ou quais deles o nutricionista provavelmente não cometeria?

Padronizar cardápios e compartilhar com grupos, seguir tudo o que é postado na informação virtual. Vale salientar que o que é bom para uma pessoa não é para outra. 

É muito comum ouvir comentários “ah, estou seguindo fulano porque ele disse isso ou aquilo”, etc. Importante saber que, no caso de algumas doenças, medicamentos interagem com alimentos. Cada ser humano tem seu biotipo e seu metabolismo.

O que leva a maioria das pessoas a procurar um nutricionista?

Dado o grande número de obesos, diabéticos, hipertensos e pessoas com hipertireoidismo, autismo e autoimunes, a procura se dá, primeiramente, por indicação médica. Em segundo lugar, depois de ter tentado o tratamento por conta ou seguido diferentes modas. 

Terceiro: pela emoção de ter visto mudanças nutricionais em pessoas próximas, muitos decidem procurar o profissional nutricionista. E em quarto lugar, pessoas que decidem mudar o comportamento e levar uma vida mais saudável.

 

E quais benefícios o indivíduo pode ter ao seguir o que vocês prescrevem?

Muitos. Um deles é que, com o profissional, o ser humano aprenderá que, além de se alimentar, é preciso se nutrir. Precisa ficar claro que o nutricionista é o mediador e que nenhum benefício acontecerá se não se aderir à mudança.  

Os benefícios serão os de uma qualidade de vida melhor, incluindo sono, aumento da disposição, funcionamento melhor do intestino, ausência de sinais e sintomas como dores de cabeça, tonturas, fraqueza, irritação, desânimo, mau humor, constipação, irritação.

Os melhores benefícios são notados quando associados à atividade física. Assim, haverá mais troca de oxigênio e mais impurezas serão removidas do organismo, sem contar a mudança da composição corporal, na qual você reduz a gordura e aumenta a massa muscular.

 

Até que ponto é vigente o estereótipo dos nutricionistas como estraga-prazeres? Porque supostamente controlam guloseimas e outros excessos.

Até o ponto em que há divergência entre ambos, o que é findado com a convicção do nutricionista, por meio de estudos e de determinar ao paciente a sua mudança. Ou até o paciente se conscientizar de que ele precisa admitir seu estado nutricional e aderir às mudanças.

 

Para encerrar, qual a mensagem que deixaria para os leitores do Correio do Estado no Dia do Nutricionista?

Na natureza, temos uma variedade de alimentos e diferentes cores: amarelo com betacaroteno, vermelho com licopeno, roxo com antocianinas e verde com clorofila, magnésio, ferro, ácido

fólico.  

Dessa, forma digo que o criador foi muito generoso na criação. Cada profissional tem sua conduta, e todos preconizam a saúde e o bem-estar de seus pacientes. 

No entanto, ainda há uma resistência, por parte dos seres humanos, à busca de um profissional. E ainda há os que preferem seguir a opção do autotratamento e do uso de suplementos excessivos.

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Especial B+: Outubro Rosa: Como cuidar da pele durante o tratamento de câncer?

A prevenção começa com o autoexame, que a própria mulher deve fazer mensalmente a partir dos 20 anos de idade, apalpando as mamas.

05/10/2024 17h00

Especial B+: Outubro rosa: Como cuidar da pele durante o tratamento de câncer?

Especial B+: Outubro rosa: Como cuidar da pele durante o tratamento de câncer? Foto: Divulgação

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A campanha Outubro Rosa é realizada mundialmente com a intenção de alertar sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama, que é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todo o Brasil.

Segundo o Dr. José Roberto Fraga Filho, dermatologista membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Diretor Clínico do Instituto Fraga de Dermatologia, não existe somente um fator de risco para câncer de mama, no entanto a idade acima dos 50 anos é considerada o mais importante.

A prevenção começa com o autoexame, que a própria mulher deve fazer mensalmente a partir dos 20 anos de idade, apalpando as mamas.

Ele deve ser feito entre o quarto e o sexto dia depois do fim do fluxo menstrual. As mulheres que não menstruam devem escolher uma data para fazer a avaliação. É importante ficar atenta a sinais e sintomas como:

  • Nódulos palpáveis na mama ou região das axilas;
  • Alterações na pele que recobre o local do nódulo;
  • Região da mama com aspecto parecido a uma casca de laranja;
  • Saída de secreção de aspecto sanguinolento pelo mamilo

O tratamento é dividido em três tipos: cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Não necessariamente o paciente vai precisar dos três, mas todos tem em comum uma lesão na nossa pele.

A quimioterapia é um tratamento através de drogas injetadas na nossa corrente sanguínea que irão combater as células cancerígenas, como efeito colateral temos um ressecamento e descamação, levando a quebra de barreira de proteção que temos e facilitar a entrada de bactérias causando infecções.

Outro efeito colateral bastante frequente é a queda de cabelo durante o período da quimioterapia, chamado de Eflúvio Anageno, que é um processo na qual há uma perda temporária dos fios de cabelo.

Já a radioterapia diferente da quimioterapia é um tratamento localizado, onde na área tumoral são aplicadas radiações ionizantes com o efeito de levar a morte de células malignas.

Como efeito colateral em quase 100% dos casos, temos uma queimadura superficial da pele com escurecimento da mesma chamada radiodermite. Também é um processo temporário podendo deixar uma mancha escura no local da aplicação.

O dermatologista entra para auxiliar o mastologista a diminuir os efeitos deletérios do tratamento, visando que o paciente durante essa fase tenha o menor desconforto possível.

“Visto que tanto a quimioterapia como a radioterapia levam a um ressecamento da pele, o paciente precisa de uma hidratação mais vigorosa, através da ingestão de 2 a 3 litros de água por dia, uma hidratação tópica através de cremes e óleos hidratantes e por último evitar que a pele desidrate mais devido a banhos quentes e demorados”, explica Dr. Fraga.

Diferente do câncer de pele em que as radiações ultravioletas dos raios solares são o grande vilão, no câncer de mama não há essa relação, porém durante o tratamento essa exposição solar exagerada deve ser evitada visto que a pele está com suas defesas diminuídas e isso sim pode vir a desenvolver câncer de pele no futuro.

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Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets

Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) revelam que 20% dos casos no Brasil são descobertos tardiamente

05/10/2024 15h00

Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets

Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets Foto: Divulgação

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O Brasil possui atualmente uma média de 84 milhões de pets nas residências, sendo 54 milhões de cachorros e 30 milhões de gatos. Por isso, o alerta deste Outubro Rosa fica também para os tutores, já que os animais podem sim desenvolver câncer de mama, principalmente as fêmeas. Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) revelam que a doença afeta até 45% das fêmeas caninas e 30% das fêmeas felinas.

A neoplasia mamária é o tipo de câncer mais frequente, representando entre 50 e 70% de todos os tumores. “As fêmeas são mais predispostas e o tumor de mama acaba sendo o mais comum nas cadelas; enquanto que entre os felinos é o terceiro com maior incidência. Em cães machos a probabilidade é baixa, porém tem alta malignidade”, salienta a médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), Dra. Aline Ambrogi.

Estudos indicam que as principais causas do câncer em pets estão relacionadas a predisposição genética, variações hormonais, má alimentação e condições adversas no ambiente em que convivem. A maior incidência de tumores mamários ocorre em cadelas a partir dos 8 anos de idade, que não foram castradas e que possivelmente tenham tomado injeções anticoncepcionais.

“Diante do risco da doença, é importante que o tutor fique alerta quanto ao surgimento de nódulos nas mamas do animal. Com certa frequência, é necessário que se faça uma avaliação, posicionando o pet de barriga para cima e apalpando suas mamas. É importante salientar que cadelas possuem 5 pares, enquanto que os felinos quatro”, informa. “Caso seja identificado caroços ou bolinhas na região, é indispensável levar o animal para uma avaliação médica”, explica a médica-veterinária da UniFAJ.

Outros sintomas que podem indicar que o animal está com câncer de mama são: dores na região das mamas; presença de secreções na região mamaria; apatia; falta de apetite; febre; e dificuldade respiratória quando há evolução para metástase pulmonar.

Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets  Pet B+: Especialista alerta para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama em pets   - Divulgação

Diagnóstico tardios dificultam tratamento:

O câncer de mama em pets tem cura, mas, assim como nos humanos, precisa ser diagnosticado precocemente. Dados do CFMV revelam que 20% dos diagnósticos são tardios, o que dificulta ainda mais o tratamento. Cerca de 50% dos tumores mamários em cadelas são malignos e podem ter comportamento agressivo ou metastático. Entre os gatos, aproximadamente 90% dos tumores são malignos e agressivos, e 80% tendem a metastatizar em um ano.

O tratamento é realizado com base no tipo de tumor, complexidade e em que estágio a doença se encontra. A partir daí, o cuidado inicial é a remoção cirúrgica, com margens amplas, e pode ser seguido ou não de tratamento quimioterápico.

Apesar do prognóstico favorável, Aline recomenda que os tutores ajam de forma preventiva, realizando check-up em cães e gatos a cada seis meses, e o principal: a castração! “O tumor mamário dependente de questões genéticas e hormonais para se desenvolver e a castração cessa essa produção. A recomendação é castrar cadelas e gatas, após o primeiro cio, e evitar o uso de anticoncepcionais e ‘injeções anti cio’”, alerta Aline.

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