A Agência Nacional do Cinema (Ancine) lançou no início de novembro, um edital de fluxo contínuo, para produção audiovisual, com foco em programas televisivos. Os recursos liberados devem somar R$ 251 milhões, sendo R$ 50 milhões foram reservados para emissoras públicas, universitárias ou comunitárias.
A região Centro-Oeste receberá R$ 20 milhões para dividir entre os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso e Distrito Federal. O edital prevê três modalidades de financiamento gerenciadas pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Poderão ser inscritas para análise de financiamento obras seriadas de ficção, documentário, animação, variedades e reality-show; e telefilmes de ficção, documentário e animação.
“É uma forma encontrada para incentivar a produção regional para televisão, principalmente no campo público, ajudando a dinamizar a programação das emissoras estatais”, afirmou Bosco Martins, diretor-presidente do Fórum Nacional de Emissoras Públicas de Rádio e televisão e diretor-presidente da Fertel (Fundação Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul).
Segundo Bosco, a habilitação de produtores independentes ajuda a ampliar o foco das emissoras de rádio e televisão.
“Isso permite agregar outros olhares às programações e, no caso das empresas públicas, legitima sua missão de se tornarem verdadeiras caixas de ressonância da sociedade na qual estão inseridas, mostrando a seus integrantes a composição e produção cultural, artística e intelectual próprias, ou mesmo seu cotidiano”, disse ao frisar a reserva de cerca de R$ 20 milhões para a produção do Centro-Oeste brasileiro.
No caso de Mato Grosso do Sul, o secretário de Cultura e Cidadania Athayde Nery destacou que a TVE Cultura será intermediária no processo de liberação de recursos, sendo uma das destinatárias finais de programas produzidos por meio dos editais.
O sistema é semelhante ao do Prodav, que em 2016 e 2017 já viabilizou a produção de programas que, hoje, estão em fase final de produção e logo serão exibidos pela emissora pública sul-mato-grossense.
“O Centro-Oeste é uma região de franco desenvolvimento e que se faz plural graças aos diferentes povos e realidades aqui encontrados, um verdadeiro celeiro de temas a serem explorados. E, sem dúvida, veremos nesse universo de histórias um pouco de Mato Grosso do Sul, graças à riqueza cultural desta terra e de sua gente e da capacidade de nossos especialistas em audiovisual”, disse.
DIVISÃO POR MODALIDES
Segundo a Ancine, serão três tipos de editais. Na Modalidade A, serão destinados R$ 95 milhões a projetos de produção que tenham como proponente produtoras brasileiras independentes.
Na Modalidade B, são R$ 106 milhões para projetos de produtoras brasileiras independentes que tenham como proponentes programadoras ou emissoras brasileiras de TV aberta ou por assinatura registradas na Ancine.
Já a Modalidade C destinará R$ 50 milhões a projetos de produtoras brasileiras independentes para programadora ou emissora de TV aberta ou por assinatura do tipo TV pública, estatal, universitária ou comunitária.
Autorizado pelo ministro Sérgio Sá Leitão (Cultura) e pelo diretor-presidente da Ancine, Christian de Castro, o edital contou com uma suplementação de R$ 70 milhões, permitindo a ampliação do aporte para emissoras de TV. Os valores para o sistema público de comunicação também foi elevado, uma vez que já contava com um edital específico prevendo recursos para o custeio de suas produções.
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Helio Mandetta e Maria Olga Mandetta
Thai de Melo


