O verão é a estação perfeita para viagens em família, e muitos optam por levar seus pets para aproveitar as férias em praias ou locais com alta exposição ao sol. Porém, esses momentos de lazer podem trazer riscos para a saúde dos animais se não forem tomados os devidos cuidados.
A médica veterinária e professora Fabiana Volkweis ressalta a importância de proteger os pets durante a estação, garantindo que os animais estejam hidratados, protegidos e monitorados em ambientes diferentes para evitar problemas de saúde.
De acordo com Fabiana, quando a exposição solar é inevitável, é essencial usar protetores solares com fator de proteção superior a 30. Segundo a professora, o produto deve ser aplicado nas áreas expostas cerca de 30 minutos antes do passeio e reaplicado a cada 12 horas. Ela também ressalta a importância de levar água fresca para os pets e oferecer líquidos em intervalos regulares.
“Cubos de gelo com caldo de carne, picolés específicos para cães e água de coco são opções excelentes para manter a hidratação”, acrescenta.
Fabiana reforça que há produtos específicos no mercado para proteger a pele de cães e gatos. A veterinária também sugere o uso de roupas com tecidos que refletem a radiação UV como complemento na proteção.
“Caso não encontre protetores veterinários, opte por produtos hipoalergênicos e resistentes à água, sempre tomando cuidado para evitar que o animal lamba ou ingira o produto”, afirma.
Sobre os famosos mergulhos, a especialista alerta que a supervisão constante é fundamental em piscinas, mares ou lagos. Segundo a veterinária e professora, muitos cães não estão acostumados à água e podem se afogar facilmente. Em casos como esses, ela orienta enxaguar o pet com água corrente após o banho para remover sal ou cloro, prevenindo problemas dermatológicos.
“Se o animal ingerir água do mar, isso pode causar intoxicações graves. Leve sempre água potável para o passeio”, reforça.
A professora alerta que algumas raças são mais vulneráveis ao calor, como os cães braquicefálicos (os que têm o crânio achatado e o focinho curto): Pug e Buldogue Francês.
“Essas raças têm dificuldade para regular a temperatura corporal e são mais propensas a hipertermia”, explica.
Ela recomenda evitar exercícios durante o período mais quente do dia.
SINAIS E SOLUÇÕES
Fabiana recomenda atenção aos sinais de insolação ou desidratação nos pets. A professora frisa que sinais como respiração ofegante, mucosas vermelhas, aumento da frequência cardíaca e vômitos podem acender o alerta para esses problemas, ocasionando riscos para o animal.
“Se notar esses sintomas, leve o animal para um local fresco, ofereça hidratação e, se os sinais persistirem, procure atendimento veterinário imediatamente”, recomenda.
Para garantir a hidratação adequada, a especialista reforça que o tutor sempre estimule a ingestão de líquidos, oferecendo opções refrescantes, como picolés específicos e caldos de carne congelados.
Outro erro recorrente que tutores cometem é expor o animal em longas caminhadas nas ruas, em períodos mais quentes. Segundo ela, solos como areia ou asfalto podem causar queimaduras nos coxins dos cães.
Os coxins são as “almofadas” de tecido grosso localizadas nas patas e que ajudam a absorver choques e proteger as articulações durante a locomoção.
“Para passeios, o ideal é sempre escolher horários do dia com a temperatura mais amena, como pela manhã ou fim da tarde”, diz.
A especialista afirma que os tutores não precisam ter “pânico”. Se seguirem os cuidados corretamente e permanecerem atentos ao comportamento de seus cães e gatos, o verão será um período seguro e prazeroso tanto para eles quanto para seus companheiros de quatro patas.