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Estabelecer metas para o próximo ano pode contribuir em um caminho mais sólido rumo ao objetivo, afirma psicologa

Após um ano tão cheio de reviravoltas, psicóloga fala sobre a importância de traçar metas para o próximo ciclo

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A passagem entre dois anos significa o encerramento de um ciclo, um processo necessário para o ser humano e que pode dar um gás diferente para as metas e os objetivos encostados no fundo da gaveta ou esquecidos nas primeiras páginas da agenda. 

Porém, em um ano tão difícil como 2020, que desfez várias metas elencadas no Réveillon passado, fica difícil para algumas pessoas imaginar como traçar planos para 2021 que sejam imunes a frustrações.

De acordo com a psicóloga junguiana Mariana Manfrinato, apesar das frustrações que este ano pode ter gerado, a esperança deve permanecer para o próximo ciclo. 

“Este ano ensinou muita coisa em relação aos planos que traçamos e às nossas frustrações. É importante fazer planos e é muito importante também saber que os planos mudam. 

Nossos planos podem sofrer alterações, novas informações podem ser descobertas e alterar nossa rota. E tudo bem acontecerem mudanças”, explica.  

Segundo a psicóloga, independentemente do ano, estamos sujeitos a frustrações. 

“Elas vão acontecer estando em pandemia ou não, precisamos muito saber disso e lidar com a angústia de ficar frustrados. Porque não temos como fugir da condição humana. O melhor a fazer é encarar a frustração e lidar com ela, por isso o autocuidado e a saúde mental são tão importantes, pois nos ensinam a acolher esses momentos que não são agradáveis e passar por eles”, frisa.  

De acordo com Mariana, a vida e a compreensão que temos do caminho que devemos seguir mudam conforme o desenrolar dos anos. 

“Quando crianças, imaginamos e planejamos que vamos ter casa, família, trabalhar assim ou assado, mas não sabemos exatamente como isso vai acontecer, existem milhares de tipos de casas e configurações de família. E isso nós vamos repensando ao longo da vida”, pontua.  

A necessidade de controle pode prejudicar a aceitação das mudanças que estão por vir.

“E não tem problema, nossa dificuldade muitas vezes mora na necessidade de controlar tudo o que vai acontecer para alcançar a meta colocada. E nessa hora esquecemos de viver”, ressalta.  

 

Faça planos

Apesar da possível frustração, traçar planos e metas é uma atividade comum e que deve ser incentivada.

 “Quando você pergunta sobre a importância dos planos, eu faço um paralelo com as brincadeiras ou a culinária: tudo começa na imaginação. Imaginamos aquela refeição antes de começar seu preparo. Imaginamos como vamos brincar antes de pegar todos os bonecos e jogos. Nós construímos na imaginação, planejamos e colocamos em ação”, exemplifica Mariana.

Traçar as metas com antecedência ajuda a construir um caminho mais sólido rumo ao objetivo. 

“Pensar em metas e objetivos é importante. Ajuda a traçar um lugar para se chegar, dá sentido àquilo que estamos fazendo. As metas mais importantes são aquelas que fazem sentido para a pessoa”, pontua.  

Compreender o caminho que levou a determinada meta também é muito importante, de acordo com a psicóloga. 

“Como seres humanos, buscamos entender de onde viemos e para onde vamos como comunidade, sociedade e também como indivíduos. Muitas vezes o que precisamos, e não nos damos conta, é do caminho que fazemos para chegar naquela meta. Isso pode ser o mais relevante. Mas ele só existe quando a meta existe. Caso contrário, podemos estar seguindo o caminho de outra pessoa. Eu tenho uma ideia de como vai ser chegar no topo daquela montanha e isso me move, me movimenta para ir até lá. As imagens que criamos, nossas ideias, nos movimentam”, completa.

 

Pandemia

Como a pandemia do novo coronavírus não parece ter um fim muito próximo, os planos e as metas para o início de 2021 ainda devem levar em consideração a nossa reformulação do cotidiano. 

“Para 2021, não podemos ignorar a pandemia e fazer planos que estejam fora da nossa esfera de realidade. 

Por exemplo, eu posso querer muito ir para Paris amanhã, mas preciso levar em consideração todos os fatores externos, como dinheiro, trabalho, horário de voo e tudo mais. 

Colocar a meta é importante, assim como respeitar o caminho e o tempo. Não podemos querer algo para agora e pronto”, frisa.

É importante também viver cada etapa. “Precisamos imaginar, sonhar, fazer planos e então adaptar para a realidade. Quanto tempo pode demorar, como posso conseguir, quanto de trabalho vai me dar. Isso nos frustra, mas é o que permite que nossa vontade aconteça”, acredita Mariana.  

 

Dicas para traçar metas

Uma das principais dicas da psicóloga é anotar as principais metas. “Eu sou a favor de anotar, isso porque tem uma diferença entre pensar e escrever, e depois ler nossos pensamentos. 

Escrever também ajuda a revisitar os planos. Lembrar o que queríamos meses atrás, o que mudou agora, é mais fácil quando anotamos”, ressalta.  

Segundo Mariana, se o desejo é manter as metas em segredo, é possível até jogar o papel fora depois.

 “Como anotar não tem regra, a minha única dica é fazer do seu jeito. Como ficar confortável.

Tem pessoas que anotam tudo de uma vez, outras preferem anotar durante dias várias ideias e planos, aos poucos. Não tem certo e errado.

O legal de anotar é que ninguém precisa ver se a pessoa não quiser. Você pode depois jogar fora, por exemplo, ou guardar”, explica.  

Outra dica é incluir uma meta de autocuidado sempre que possível. Iniciar uma terapia, ter um momento de lazer ou praticar uma atividade física podem transformar o ano que está por vir em uma época mais prazerosa.

OSCAR 2026

Wagner Moura tem 91,34% de chance de vencer o Oscar, aponta ranking

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

21/12/2025 23h00

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62% Divulgação

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As expectativas brasileiras para o Oscar 2026 crescem antes mesmo do anúncio oficial dos indicados, previsto para 22 de janeiro. Wagner Moura aparece entre os nomes mais fortes da disputa pelo prêmio de melhor ator, segundo um novo levantamento do site especializado Gold Derby.

De acordo com a projeção, o ator brasileiro tem 91,34% de chance de vitória, porcentual que o coloca na terceira posição entre os 15 nomes mais bem colocados na categoria. A lista reúne artistas que já figuram entre os pré-indicados e aqueles acompanhados de perto durante a temporada de premiações.

A liderança do ranking é de Leonardo DiCaprio, com 95,08% de probabilidade, seguido por Timothée Chalamet, com 93,62%. Wagner aparece logo atrás, à frente de nomes como Michael B. Jordan e Ethan Hawke.

As estimativas do Gold Derby são elaboradas a partir da combinação de previsões de especialistas de grandes veículos internacionais, editores do próprio site que acompanham a temporada de premiações e um grupo de usuários com alto índice de acerto em edições anteriores do Oscar.

O Agente Secreto está entre os pré-indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional e de Melhor Escalação de Elenco, em lista divulgada no último dia 16, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, com transmissão da TNT e da HBO Max, e terá novamente Conan O’Brien como apresentador. A edição também deve ampliar a presença brasileira na premiação: produções nacionais como O Agente Secreto já figuram em listas de pré-indicados da Academia, em categorias como Melhor Filme Internacional e Melhor Escalação de Elenco.

Ranking do Gold Derby para o Oscar 2026 de melhor ator:

1. Leonardo DiCaprio (95,08%)

2. Timothée Chalamet (93,62%)

3. Wagner Moura (91,34%)

4. Michael B. Jordan (83,35%)

5. Ethan Hawke (73,46%)

6. Joel Edgerton (25,24%)

7. Jesse Plemons (7,09%)

8. George Clooney (4,25%)

9. Jeremy Allen White (4,06%)

10. Dwayne Johnson (2,64%)

11. Lee Byung Hun (2,52%)

12. Oscar Isaac (0,83%)

13. Daniel Day-Lewis (0,39%)

14. Brendan Fraser (0,31%)

15. Tonatiuh (0,24%)
 

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

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