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AGENDA CULTURAL

Forró com purpurina

A festança de São João prossegue no primeiro fim de semana deste mês com toques carnavalescos, tendo à frente o grupo Sampri, o bloco Capivara Blasé e a Lienca; stand-up com rock e música instrumental também são destaques

O grupo de samba promete, além de clássicos do gênero, muito forró no primeiro baile "junino" do bloco carnavalesco Caipira Blasé, hoje, na Esplanada Ferroviária,  das 18h às 23h; no domingo, também se apresentará no Arraial da Lienca; tudo de graça

O grupo de samba promete, além de clássicos do gênero, muito forró no primeiro baile "junino" do bloco carnavalesco Caipira Blasé, hoje, na Esplanada Ferroviária, das 18h às 23h; no domingo, também se apresentará no Arraial da Lienca; tudo de graça - Foto: Divulgação

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Confete, serpentina, samba e forró, além de música sertaneja e flashback. Não precisa ler de novo. É isso mesmo. O primeiro fim de semana deste mês dá seguimento aos festejos juninos com uma pitada de carnaval e outros gêneros musicais.

E o melhor é que são programas com entrada franca, em espaços abertos, com direito a muita descontração e menos coceira no bolso.

Hoje, a partir das 18h, o bloco Capivara Blasé, um dos mais tradicionais da Capital, promete realizar a primeira quadrilha não binária de MS, no gramado da Esplanada Ferroviária.

As atrações são o trio Tapioca Forró e o grupo Sampri, em uma festança que está programada para embalar o público até as 23h. “Dança sem rótulos”, anuncia a produção do evento. E as meninas do Sampri garantem que, além do repertório de samba e pagode que costumam apresentar, vão proporcionar um arrasta-pé de ritmos nordestinos.

Amanhã, elas também estarão comandando o Arraial da Lienca, a Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande, na Arena do Horto Florestal (Avenida Fábio Zahran, nº 316, Centro, ao lado do Instituto Mirim), com apresentação prevista para as 20h30min. Antes, animarão o espaço, que estará aberto a partir das 16h, Os Morenos (sertanejo, às 17h) e o Bonde do Flashback (às 19h30min).

CUFA

A Central Única das Favelas (Cufa) também promoverá seu primeiro arraiá amanhã, a partir das 19h, em sua sede (Rua Livino Godoy, nº 710, Bairro São Conrado). “A festa promete uma noite repleta de música, comidas típicas e muita diversão”, diz o comunicado do evento. 

As barracas estão sendo preparadas pelos moradores da região e “a renda obtida será revertida para a Cufa e para os organizadores das barracas, com destaque para os trabalhos das mães das crianças assistidas pela instituição”.

SOM DA CONCHA

A música instrumental também ganhará destaque neste fim de semana. O harpista Ossuna Braza e o violeiro Marcos Assunção vão se apresentar neste domingo, na Concha Acústica Helena Meirelles, abrindo o calendário de shows selecionados por edital público do Som da Concha, projeto realizado pelo governo do Estado. A entrada é franca.

Nascido em Jardim (MS), Ossuna Braza fará o primeiro show a partir das 18h. O músico se destaca por “sua autêntica performance com a harpa, misturando suas raízes sul-americanas com influências musicais globais”.

Com experiência em música, artes visuais e cênicas, ele cria novos diálogos entre tradições, ancestralidade e contemporaneidade. Apresenta suas músicas autorais e versões tanto em performances solo quanto com banda. No Som da Concha, o músico vai apresentar o show “Una Aza”.

O harpista e compositor está preparado para encantar o público com uma apresentação que acontecerá em formato de trio e que celebra seu primeiro EP homônimo, prometendo levar os espectadores a uma jornada sonora envolvente de composições e versões musicais para instrumentos fronteiriços presentes em MS, como a harpa e o charango.

Com influências que abrangem desde a música brasileira, música fronteiriça e polca rock, passando pelo blues, flamenco, tango argentino e o joropo venezuelano, Braza cativa o público com sua arte de fundir diversos estilos musicais em suas criações e composições trazendo temas sobre a terra, “lidando com gente, planta e bicho como uma coisa só”.

Já Marcos Assunção afirma que o seu show, “Jazz e Viola”, tem o objetivo de compartilhar conhecimento adquirido em um trabalho de 20 anos com a música autoral instrumental e popular.

“O maravilhoso é que o Som da Concha oportuniza ao público o encontro com várias vertentes da música produzida e criada em Mato Grosso do Sul”, afirma.

“Vou estar trazendo, em especial, um repertório que eu venho compondo e produzindo para o meu quinto álbum instrumental”, adianta Assunção, que completa dizendo:“Tem músicas que vão estar sendo tocadas pela primeira vez e nem foram gravadas ainda”.

O projeto “Jazz e Viola” tem os pés na cultura brasileira “com os olhos no mundo e uma música com o coração no jazz contemporâneo, tendo como engrenagem o improviso”. Marcos Assunção vai subir ao palco com Marcos Loyola (bateria), Gabriel Basso (contrabaixo), Negreti (sax), e Felipe de Castro (teclado).

STAND-UP ROCK SHOW

“Stand Rock Show” é o nome do evento programado para embalar o Mirante Pub (Rua Dr. Zerbini, nº 53, Chácara Cachoeira), neste domingo, a partir das 19h. Na agenda, muitas risadas e canções de rock. O músico e comediante Samuel Isidoro será o responsável pela primeira parte, com gags que farão os roqueiros baterem cabeça de tanto rir.

Depois, entrará em cena a banda Alzira’s, com uma apresentação de composições autorais e temas planetários do ritmo que Elvis Presley globalizou. Mais informações: (67) 99204-9845.

Hoje, quem se apresentará no Mirante é a banda Boulevard, celebrando seu primeiro ano de estrada e prometendo três horas de música ao vivo, com entrada franca.
 

MÚSICA REGIONAL

Márcio de Camillo canta músicas de Geraldo Rocca em seu novo trabalho

Os dois me levam de volta ao Litoral Central, definição cunhada por Geraldo Roca para traduzir um pedaço de Brasil onde a água doce domina uma vastidão de terra que, supõe-se, um dia foi mar

01/04/2025 10h00

"O punhal afiado da poesia de Geraldo Roca corta manso na voz de Márcio de Camillo, sem perder o fio, nem a capacidade aguda de ferir de morte o senso comum" Foto: Divulgação/Márcio de Camillo

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Recebo mensagem de Márcio de Camillo me avisando sobre seu novo trabalho. “Márcio de Camillo canta Geraldo Roca”. Um show ao vivo que virou disco e já está disponível nas plataformas digitais.

Aproveito a estrada entre a minha casa e o trabalho para ouvir o disco. Ouvir Roca na voz de Camillo é quase um delírio. Uma surpresa, uma saudade imensa, muitas lembranças. Os dois me levam de volta ao Litoral Central, definição cunhada por Geraldo Roca para traduzir um pedaço de Brasil onde a água doce domina uma vastidão de terra que, supõe-se, um dia foi mar.

A praia pantanal me serve de ponte para unir, em mar aberto imaginário, o Rio de Janeiro – lugar de nascimento – ao coração do Brasil, onde Geraldo Roca se fez e se desfez desse plano. Seu coração, irrigado por sangue pantaneiro, fazia dos campos alagados, das fronteiras paraguaia e boliviana seu berço metafísico. E foi assim sempre.

Talvez isso também sirva pra explicar por que a passagem meteórica dele por aqui tenha início figurado e fim real nestas plagas, onde aprendemos desde cedo a sonhar em Guarany e poemar em Manoelês.

Os carros passam por mim em alta velocidade. Eu ouço Camillo cantando Roca. E me transmuto. O punhal afiado da poesia de Geraldo Roca corta manso na voz de Márcio de Camillo, sem perder o fio, nem a capacidade aguda de ferir de morte o senso comum. Não, Geraldo não cabe em uma única caixinha. E Márcio sabe disso. 

Às vezes, ele encarna um bardo. Um Dylan pantaneiro em letras incomuns, longas e lisérgicas. Em outras, reúne numa só figura a essência folk de Crosby, Still, Nash & Young. Mas nesse universo BeatFolkPolkaRock há espaço para a mansidão de um Caymmi fronteiriço, para a sutileza urbana de um Jobim. Geraldo, como eu disse, não cabe numa caixinha.

E tudo isso se transforma em mais, muito mais, na homenagem à altura dos arranjos, das violas, da flauta, do celo reunidos por Márcio de Camillo nesse show que vira disco e que se torna eterno de agora em diante. Pra gente não se esquecer. Nunca. 

Quando Geraldo Roca decidiu sair de cena, fechar as portas desse mundo, que já lhe arreliara o suficiente, era muito cedo pra isso. Foi o que todos pensamos. Mas ele era dono de seus próprios rumos. Sua poesia e sua música seguem aqui. Pra nossa sorte, a desassossegar nossos ouvidos e almas. Agora, mais ainda, na voz também infinita de Márcio de Camillo. 

P.S.: Márcio. A foto da capa é uma obra de arte. É você nele... É ele em você. Uma fusão, uma incorporação. Cara... que disco!!!

Brasília, 25/3/2025

"Souber ler a música de fronteira"

O cantor, compositor e instrumentista Márcio de Camillo estreou o show “Do Litoral Central do Brasil: Márcio de Camillo Canta Geraldo Roca”, no Teatro Glauce Rocha, no dia 24 de setembro de 2024. Com direção de Luiz André Cherubini, o show é uma homenagem ao “cantautor” Geraldo Roca, falecido em 2015, considerado um dos principais compositores da música regional de Mato Grosso do Sul.

Roca é autor, em parceria com Paulo Simões, da música “Trem do Pantanal”, sucesso na voz de Almir Sater. Considerado maldito por seus pares, era chamado de príncipe por Arrigo Barnabé. Sua produção musical pode ser considerada pequena, se tomarmos como referência a quantidade de composições e discografia, mas analisada a fundo, perceberemos um artista de voz potente e marcante, com composições inspiradas e profundas.

São polcas, rocks, chamamés, guarânias e até baladas, e Márcio de Camilo, amigo e admirador de Roca, aprofundou-se na pesquisa para definir o repertório como “uma panorâmica deste artista reverenciado, cantado e gravado por amigos que, assim como ele, fizeram parte da ‘geração de ouro’ da música pantaneira sul-mato-grossense: Paulo Simões, Alzira E, Geraldo Espíndola, Tetê Espíndola, Almir Sater, entre muitos outros”, como afirma Camillo.

“Além de um músico que eu admirava muito, não só como compositor, mas como violonista, violeiro e cantor, Roca influenciou muito a música da minha geração”, conta o músico. “Além disso, ele era meu vizinho, morava em frente à minha casa. A gente saía para jantar, para conversar, éramos amigos. Conheço a obra dele e vejo a obra dele na minha, compusemos uma canção juntos, em parceria com outros compositores, chamada ‘Hermanos Irmãos’”, relembra Camillo.

“Também dividimos uma faixa no CD ‘Gerações MS’ chamada ‘Lá Vem Você de Novo’. Roca é referência e pedra fundamental na construção da moderna música sul-mato-grossense. Ele soube ler a música de fronteira, mesclando elementos do rock, do pop, do folk, criando um estilo único. Ele é um verdadeiro representante do folk brasileiro”, conta.

A arte visual do show, com fotos feitas por Lauro Medeiros, foi baseada no álbum “Veneno Light”, que Geraldo Roca lançou em 2006. A foto principal de divulgação do show faz referência direta à capa deste álbum, cuja foto original é assinada pelo cineasta Cândido Fonseca. (Da Redação)

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Curiosidades

1º de abril: verdades sobre a origem do Dia da Mentira

Existem várias versões sobre o surgimento da data onde é "permitido" pregar peças

01/04/2025 07h00

1º de abril, dia da Mentira

1º de abril, dia da Mentira pathdoc / Shutterstock.com

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Mentir é um ato provavelmente tão antigo que podemos considerá-lo milenar. No entanto, o Dia da Mentira passou a ser celebrado oficialmente em 1º de abril a partir da instituição do Calendário Gregoriano, no século 16, em substituição ao Calendário Juliano, determinado no Concílio de Trento (o conselho ecumênico da Igreja Católica), na Itália.  

O calendário Gregoriano divide o ano em quatro estações distribuídas ao longo de 12 meses, ou 365 dias, de acordo com o movimento da terra e estabelece o primeiro dia do ano em 1º de janeiro. 

Historiadores contam que, com a instituição do novo calendário pelo papa Gregório XIII, em 1582, parte da população francesa se revoltou contra a medida e se recusou a adotar o 1º de janeiro. Os resistentes à mudança sofriam zombarias pelo resto da população, que os convidavam a festas e comemorações inexistentes no dia 1º de abril. Eram chamados de “tolos de abril”, já que este é o mês que a Páscoa acaba ocorrendo na celebração católica, evento que, anteriormente, iniciava o ano. 

Desse modo, nascia a tradição de zombaria e pregação de peças nesse dia, como uma forma bem humorada de protestar contra novas mudanças. 

Já a Encyclopedia Britannica, do Reino Unido, defende que as verdadeiras origens do Dia da Mentira não são totalmente conhecidas, já que a data é próxima à data de festivais como a Hilária, da Roma Antiga, em 25 de março e a celebração de Holi na Índia, que termina em 31 de março, que podem ter influenciado esse marco. 

No Brasil, a tradição de pregar peças no Dia da Mentira foi introduzida no ano 1828, quando o jornal mineiro A Mentira resolveu fazer uma brincadeira “mentirosa” e trouxe, na sua primeira edição, a morte de Dom Pedro I na capa, sendo publicado justamente no dia 1º de abril. Porém, o monarca só viria faleceu anos depois, em 1834, em Portugal. 

Em todos os casos, a ideia central do Dia da Mentira é fazer alguém acreditar em algo que não é verdade, sendo “feito de bobo”. Hoje, é comum receber ou enviar mensagens com brincadeiras aos mais próximos para dizer que a pessoa “caiu no 1º de abril”. 

Quando se torna um problema clínico

Apesar de ser “permitido” nessa data, a mentira pode se tornar um hábito e comprometer e degradar relações sociais. Notícias falsas ou com dados manipulados, por exemplo, podem ser considerados fake news e são punidas legalmente. 

Para o psiquiatra Fernando Monteiro, existem vários níveis de análise para a questão da mentira. Para ele, mentira é dar alguma informação ou omitir alguma informação de forma deliberada para uma outra pessoa.

“Imagine, por exemplo, uma pessoa que fala que existe uma conspiração da máfia chinesa para matá-la. Se essa pessoa realmente acredita nisso, dizemos que ela está ‘delirando’. Mas se ela não acredita nisso de verdade, ela está ‘mentindo’.Agora, imagine uma pessoa que diga que o Sol é um planeta. Mas ela está dizendo isso pois não teve acesso às descobertas científicas atuais. Nesse caso, ela não está 'mentindo', ela só está 'equivocada'. Como nossa mente é limitada, podemos cometer erros não intencionais. E isso é diferente de 'mentir', comenta o médico.

Fernando continua dizendo que a mentira, assim como diversos comportamentos, faz parte do espectro normal do ser humano.

“Como diria o Dr. House, "todo mundo mente". Não que isso seja certo ou errado, mas é um fato”, afirma e complementa dizendo que devemos tomar cuidado para “não transformar em doença, aquilo que é apenas um comportamento humano.” 

No entanto, existe um ponto onde esse comportamento pode se tornar estranho e anormal, quando deixa de ser algo normal do ser humano e se torna algo “patológico”. O médico explica que, quando uma pessoa desenvolve uma perturbação clinicamente significativa, causando prejuízos na vida social, educacional, profissional, ela desenvolveu um transtorno ou doença mental. 

“Para a mentira alcançar níveis preocupantes do ponto de vista Psiquiátrico, dois fatores são fundamentais: 

  • A pessoa precisa ter uma perda do controle do comportamento. (Exemplo: ela não tem absolutamente nenhum motivo para mentir, mas o impulso de mentir é tão forte que ela o faz.)
  • O comportamento precisa estar afetando várias áreas da vida (relacional, profissional, educacional, etc)”, finaliza. 

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