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Halloween ou Dia das Bruxas ? Veja como comemorar essa data

Tradicionalmente comemorada nos EUA, a festividade vêm sido aderida pelo Brasil, por essa razão, o Correio do Estado preparou uma lista completa com curiosidades e atividades para fazer no dia 31 de outubro

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A data mais "tenebrosa" do ano está chegando! O popular Halloween ou Dia das bruxas, é comemorado no dia 31 de outubro, e em uma mistura de terror com brincadeira, a festividade atrai desde crianças até adultos que se fantasiam de personagens assustadores para pedir doces ou travessuras.

Aqui no Brasil, apesar de não ser tradicionalmente comemorada como nos Estados Unidos e Canadá, existem alguns lugares onde promovem festas dedicadas a esta data, além de comemorações escolares, entre outros. 

Crianças na cozinha: aprenda 3 receitas fáceis e divertidas para fazer com os pequenos.

Mas afinal, o que é o Halloween?

O evento surgiu através de uma celebração que ocorria na Irlanda, realizada pelo povo Celta. O Festival Samahain - como era conhecido por estes povos - era realizado no último dia do verão. Com duração de três dias, este evento cultuava o Rei dos Mortos e as abundantes colheitas do ano. 

Registros apontam que as primeiras comemorações teriam ocorrido há 2,5 mil anos, onde acreditava-se que, no último dia do verão, os mortos e espíritos malignos despertavam para atormentar os vivos. 

Em uma tentativa frustrada de cristianizar o evento pagão, Gregório 3º alterou a data de todos os Santos, comemorada em 13 de maio para 1º de novembro, promovendo a união das datas. 

Devido ao período da Grande fome na Irlanda, em 1845, diversos habitantes do país tiveram de imigrar para os Estados Unidos. Algum tempo depois, em 1870 já se tinha registros da festividade na América.

A palavra se origina da expressão inglesa “hallow evening”, o termo Hallow significa “santo”, enquanto eve quer dizer “véspera”. Isso acontece porque dia 31 é a véspera do Dia de todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.

A comemoração leva a população para as ruas, todos fantasiados de personagens aterrorizantes, como Bruxas, Vampiros, Zumbis, personagens de filmes de terror e muito mais. 

O intuito é pedir doces ou travessuras batendo de porta em porta, além de se divertir com as produções inusitadas e ousadas realizadas nessa época do ano. 

Diferente do que muitos acreditam, a data comemorativa não foi criada nos Estados Unidos e sim na Europa. 

Conheça algumas lendas deste Dia das Bruxas:

Bruxa também é personagem do Halloween

Bruxa também é personagem do Halloween (Foto: Pixabay)

A Bruxa

Ao longo da história, a bruxa é retratada como uma mulher antiquada, em alguns países essa figura é descrita como uma mulher com nariz grande, encarquilhada, com uma risada terrivelmente assustadora, manipuladora e má.

No dicionário português, bruxa é um substantivo feminino, e se refere a uma pessoa que pratica bruxaria, feitiçaria ou prática de magia que pretende alcançar, por meios ocultos, efeitos sobrenaturais ou extraordinários sem explicação aparente ou razões determinadas pelas leis naturais.

A lenda das bruxas surgiu na Idade Média, quando a Igreja Católica tinha um grande poder na Europa. A associação entre as práticas de cura das mulheres e pactos com o diabo levou ao fortalecimento da figura da bruxa no imaginário popular.  As bruxas eram acusadas de:

  • Manipular ervas e curar doenças
  • Fazer pactos com o diabo
  • Realizar coisas sobrenaturais, como voar 

A crença em bruxas era tão forte que, em 1326, o Papa João XXII autorizou a perseguição às bruxas como se fossem hereges. 

O julgamento mais famoso retratado na história mundial foi o de Salem, no Estado americano de Massachusetts, no século XVII, onde 20 pessoas foram mortas. 

No entanto, pesquisadores apontam que o maior número de execuções de "bruxas" aconteceu na atual Alemanha, estima-se que 25 mil pessoas perderam suas vidas. 

No folclore brasileiro, a bruxaria é algo que nasce com a pessoa, e não é uma escolha. Por exemplo, a sétima filha de uma família com sete meninas é considerada uma bruxa. 

Vampiro

Conforme a crendice, vampiros são mortos-vivos que se alimentam de sangue

Vampiros são mortos-vivos que se alimentam de sangue

Os vampiros sugiram no início do século XVIII na fronteira da Áustria com a Hungria. Conforme os primeiros relatos registrados, um vampiro é uma pessoa morta, que volta a vida e se alimenta de sangue humano. 

Fontes afirmam que a palavra "vampiro" foi escrita pela primeira vez em 1725, por um médico do exército do Sacro Império Romano-Germânico. No início, eles eram associados a mortes em pequenas aldeias, atribuídas a essas criaturas quando as causas eram desconhecidas. 

Segundo as histórias contadas, vampiros queimavam quando tinham contato com a luz do sol, desta forma só saiam a noite, durante o dia eles repousavam em um caixão. A única forma possível de matar um, seria com uma estaca de madeira em seu coração. 

Além disso, a criatura teria força descomunal, e agilidade, podendo viver por milhares de anos. 

Com o passar dos anos a história de tais seres começaram a ser retardas em livros, filmes e séries, uma das histórias mais famosas é a do Lord Drácula. 

Múmia

Múmia (Foto: Pixabay)

A múmia 

Quando falamos sobre múmia, logo pensamos em um morto-vivo de milhares anos, enrolado em faixas brancas. A partir disso, surgiu a lenda da Maldição do Faraó. 

Segundo manuscritos, a crença é de que qualquer pessoa que viole a múmia de um faraó do Antigo Egito cairá em uma maldição, pela qual a vítima morrerá em breve. 

A lenda contemporânea surgiu no início do século XX. Ninguém sabe ao certo quem é o responsável por sua elaboração e propagação.

A lenda da múmia que volta à vida surgiu a partir da Maldição de Tutancâmon, uma crença contemporânea que surgiu no início do século XX. A lenda ganhou força após a morte prematura de vários membros da expedição que descobriu a tumba de Tutancâmon, em 1922. 

Alguns membros da equipe de arqueólogos que desenterraram a múmia do faraó Tutancâmon morreram de causas sobrenaturais na sequência de uma maldição do governante falecido. 

Muitos autores negam que houvesse escrito uma maldição, mas outros dizem que Howard Carter encontrou na antecâmara um óstraco de argila com uma inscrição dizendo: "A morte vai atacar com seu tridente aqueles que perturbarem o repouso do faraó.

Que dia se comemora o Dia das Bruxas no Brasil?

Halloween ou Dia das Bruxas é comemorado no dia 31 de outubro no Brasil, mas a festividade que se espalhou por todo o mundo foi aderida recentemente pelo País.

A comemoração, levada muito a sério por norte-americanos, foi apresentada para a população brasileira através de filmes e séries da indústria cinematográfica, além de escolas de línguas que introduzem a festividade como forma de interação com a cultura estrangeira. 

No entanto, existe uma certa resistência quanto a adesão da comemoração no País. Isto porque algumas pessoas justificam que o Brasil tem o seu folclore e ignorá-lo para celebrar um evento estrangeiro seria desrespeitoso com a nossa própria cultura e valores. 

Foi pensando nessa divergência de opiniões que a lei nº 2.762/2003 foi sancionada, oficializando o dia 31 de outubro como o Dia do Saci, personagem do folclore brasileiro retratado por um menino travesso que vive na mata.

Quais são os personagens nacionais ? 

No Brasil existem personagens que compõe o Folclore, criatura de regiões de todo o país com poderes especiais, características peculiares e algumas vezes assustadoras. 

Alguns carregam a fama de serem maus, outros são vistos como protetores. Dentre eles estão; 

  • Saci-Pererê, 
  • Cuca, 
  • Curupira, 
  • Lobisomem, 
  • Mula sem cabeça, 
  • Boto, 
  • Negrinho Pastoreiro, 
  • Iara,
  • Boitatá,
  • Matinta Pereira.

Personagens do folclore brasileiro também fazem parte do Halloween nacional

Personagens do folclore brasileiro também fazem parte do Halloween nacional (Divulgação)

O que é a brincadeira de Doces ou Travessuras?

  

A prática de gritar “trick or treats”, na tradução brasileira “doces ou travessuras”, na porta das casas, começou na Grã-Bretanha durante a Idade Média, onde crianças e pobres vestidos de acordo com as tradições do evento na época, batiam de porta em porta se oferecendo para cantar músicas ou realizar orações aos mortos em troca de comida ou dinheiro. 

Com a modernização do evento, ao passar do tempo, músicas e orações não são mais oferecidas. 

Nos dias, as crianças fantasiadas saem com seus sacos e cestas vazias batendo de porta em porta em busca de guloseimas, em caso de o morador da casa negar ou não ter doces para as mesmas, essas poderão fazer uma pequena travessura com o morador. 

A pegadinha mais comum praticada pelos jovens é jogar papel higiênico em árvores da residência.

  • Símbolos do dia das Bruxas?

O primeiro pensamento que nos vem à cabeça quando pensamos em Halloween ou Dia das Bruxas automaticamente são: Bruxas, abóboras iluminadas, espantalhos, zumbis, caveiras e monstros assustadores. 

A famosa abóbora esculpida com um rosto não muito amigável é um tradicional e importante símbolo do evento. A luminária é uma adaptação da lenda Jack O` Lantern, um homem mesquinho que quando morreu não pode ir para o céu e nem para o inferno, tendo que ficar perambulando pela terra segurando um nabo com uma brasa dentro para iluminar seu caminho.

O nabo esculpido com um rosto se tornou um símbolo de proteção contra almas como a de Jack.

Quando a tradição do evento chegou nos Estados Unidos, o alimento mais abundante era a abóbora motivo da substituição.

Os mortos vivos, mais conhecidos zumbis, são os seres que voltam a terra em busca de vingança. 

As bruxas ocupam o lugar do misticismo e da magia. Sendo um importante produto da agricultura norte-americana, o milho foi incluído na festividade e espantalhos usados para dispersar os pássaros das plantações eram usados como componentes decorativos. 

Lendas urbanas criadas para assustar crianças relata que, ao anoitecer, os bonecos ganham vida própria.

Dicas para o Halloween

Filmes de Terror 

Produções cinematográficas de terror ganham visibilidade nessa época do ano. É pensando nos sustos que você pode passar o dia curtindo um filminho.

Preparamos uma lista especial para os nossos leitores, confira:

  • A Hora do Pesadelo:

Onde assistir: Max

Um grupo de adolescentes tem pesadelos horríveis, em que são atacados por um homem deformado com garras de aço. Ele apenas aparece durante o sono e, para escapar, é preciso acordar. Os crimes vão ocorrendo seguidamente, até que se descobre que o ser misterioso é na verdade Freddy Krueger, um homem que molestou crianças na rua Elm e que foi queimado vivo pela vizinhança.

  • Annabelle: 

Onde assistir: Max

Em Anabelle, John (Ward Horton) encontrou o presente perfeito para sua futura esposa, Mia (Annabelle Wallis): uma rara boneca antiga com um lindo vestido. Porém, sua animação com a boneca não duraria muito tempo. Certa noite, sua casa é invadida por membros de uma seita que, buscando completar um ritual, atacam violentamente o casal e são detidos. O que o casal não contava é que, mesmo depois de um tempo, as consequências dessa invasão continuariam a aterrorizar suas vidas, principalmente a vida de Mia.

  • A Profecia:

Onde assistir: Prime Vídeo

O embaixador americano e a esposa querem muito ter filhos. Quando ela dá à luz um bebê morto e um padre sugere que adotem um recém-nascido saudável e órfão, ele aceita sem contar à mulher. O que ele não sabe é que o bebê é o anticristo.

  • Cadáver

Onde assistir: Netflix

A chegada de um cadáver assombrado no turno da noite transforma o trabalho de uma ex-policial em um verdadeiro pesadelo.

  • Halloween: 

Onde assistir: Netflix, Prime Vídeo, Disney e Telecine

Em Halloween, após quatro década de ter conseguido escapar do ataque de Michael Myers em uma noite de Halloween, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) terá que confrontar o assassino mascarado pela última vez. Ela foi perseguida pela memória de ter sua vida por um triz, mas dessa vez, quando Myers retorna para a cidade de Haddonfield, ela está preparada.

  • Livrai-nos do Mal

Onde assistir: Max

O policial Ralph Sarchie se depara com dois casos perturbadores em uma semana. Intrigado, ele começa a investigar as pessoas responsáveis e descobre uma verdade assustadora com a ajuda de um padre especializado em demonologia.

  • Mama:

Onde assistir: Netflix

Duas meninas vão morar com o tio após a morte da mãe, mas logo fica claro que elas não foram sozinhas.

  • Poltergeist: 

Onde assistir: Max e Prime Video

Uma família da Califórnia precisa lidar com acontecimentos estranhos e assustadores quando espíritos começam a se comunicar com eles através de um aparelho de TV. Os fantasmas parecem amigáveis no começo, mas ficam cada vez mais ameaçadores quando a filha mais nova do casal desaparece. 

Maquiagens de Dia das Bruxas

Próximo a data comemorativa, todos buscam inspirações de como entrar na brincadeira. Sejam makes profissionais ou feitas em casa, todas elas tomam conta das redes sociais. 

Atividades para as crianças no Dia das Bruxas

Pedir doces é legal, mas com o passar dos anos, brincadeiras foram criadas para deixar essa época do ano ainda mais divertida como:

Contando histórias: A brincadeira é realizada em um círculo com todos os participantes, uma primeira pessoa escolhe o tema para criar uma história assustadora, cada participante deve contribuir com uma parte, até que todos tenham falado. 

O último da roda é quem encerrará a história, quanto mais personagens e coisas estranhas, melhor a brincadeira se torna. 

Frankenstein: Dê as crianças revistas, cola, cartolina e tesoura. O objetivo é montar um frankenstein com recortes de diferentes pessoas, o dono da melhor colagem ganha um doce.

Verruga de Bruxa: Em um papel pardo desenhe uma bruxa com a altura das crianças que estiverem participando da brincadeira, em seguida, dê goma de mascar para as crianças. A criança que conseguir colar o chiclete no nariz da bruxa recebe um prêmio. 

Conclusão

O Halloween ou Dia das Bruxas é um evento de história, descontração e união. As alterações na comemoração ao longo do tempo é o resultado da imigração da cultura por diversos países. 

Nos Estados Unidos o dia é considerado feriado nacional e gera forte impulsionamento na economia do país, ultrapassando a páscoa em 2019. 

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Crítica

Filme dirigido por mestre do cinema japonês será exibido de graça em Campo Grande

Filme de 1959, "Ervas Flutuantes", de Yasujiro Ozu, será exibido hoje, às 19 horas, no Museu da Imagem e do Som, como esquenta para o 27º Encontro da Socine , de 22 a 25/10, na UFMS

15/10/2024 15h00

"Ervas Flutuantes": delicadeza, intensidade e estilo no melodrama de visada social Divulgação

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Menos popular que seu conterrâneo e colega de ofício na arte das imagens Akira Kurosawa (1910-1998), o cineasta Yasujiro Ozu (1903-1963) é igualmente reconhecido pela crítica como um dos mais distintos do japão e do que se convencionou chamar, entre especialistas de todo o mundo, de cinema de autor; grosso modo, uma forma de fazer filmes em que quem assina a direção deixa a sua marca pessoal (autoral) na obra de maneira bem mais destacada do que as convenções de determinado gênero ou da própria força temática do enredo.

Ou seja, é quando o estilo pessoal fala mais alto a ponto de determinado filme, ou conjunto de filmes, além de despertar grande interesse, chegar a provocar dilatações, alterações ou menos discussões sobre a própria linguagem cinematográfica.

É nesse sentido que Ozu pode ser considerado um autor, por ter produzido um conjunto de obras de tamanho quilate, formando com Kurosawa e Kenji Mizoguchi (1898-1956) a santíssima trindade do cinema japonês, apesar de, com o tempo, tornar-se, cada vez mais, um cineasta de cineastas ou cinéfilos, com uma adoração mais restrita.

Em “Ervas Flutuantes” (1959), Ozu põe seu estilo peculiar a serviço da recriação de outro longa-metragem de sua própria autoria, de enredo idêntico, mudo e em preto e branco, lançado em 1934, “Uma História de Ervas Flutuantes”.

Desta vez com som e em cores, a história que se passa em uma pequena cidade do litoral sul do Japão ganha, talvez por isso mesmo, reforço em seus contornos melodramáticos, especialmente quando se encaminha para o final.

A trama apresenta a chegada de uma companhia teatral ao lugarejo, em que Komajuro (Ganjirô Nakamura), chefe da trupe, parece mais interessado em beber saquê num bar e prosear com a sua dona do que o sucesso de público da temporada por ali.

A dona é Oyoshi (Haruko Sugimura), outrora amante de Komajuro e com quem o ator veterano teve um filho, Kiyoshi (Hiroshi Kawaguchi), que, por sua vez, pensa ser sobrinho do seu verdadeiro pai.

"Ervas Flutuantes": delicadeza, intensidade e estilo no melodrama de visada socialO longa-metragem é um remake de "Uma História de Ervas Flutuantes", do mesmo diretor

O rapaz trabalha numa agência de correio e a maneira pela qual acaba descobrindo a identidade real de Komajuro se dá no momento do ápice da curva (melo)dramática do filme, com brigas, acusações, entra-e-sais e toda a sorte de ressentimentos. Os laços familiares, a crise de gerações, a falência do patriarcado estão entre os temas que perpassam a trama.

No desejo de Kiyoshi de fazer faculdade, abre-se uma das frestas do longa que acenam também para o que talvez seja, na sinalização do diretor, o ocaso de um determinado way-of-life da sociedade japonesa.

As mudanças incluem o desprestígio de formas de arte tradicionais, a ruína do macho padrão na figura de Komajuro e nas mudanças a que se submete o personagem para se redimir, se purificar e se transformar frente ao turbilhão doméstico que revolve o passado remoto e imediato.

Restabelecida a verdade, restabelece-se o presente em melhores condições e projeta-se um futuro mais promissor e, quem sabe, mais feliz para todos.

Mas a novidade, por mais que alvissareira, talvez não seja capaz de derrubar certa beleza do que ficou para trás: a própria plástica dos espetáculos de teatro, a pesca entre pai e filho e a frugalidade de uma infância ingênua e contente, que aparece com graça no filme durante as passagens em que a meninada corre pra-lá e pra-cá nas ruelas de terra.

Nesses momentos, mas não somente aqui, sobressai a delicadeza do olhar de Yasujiro Ozu para as coisas da vida. Trata-se, afinal, de uma história de amor, que germina outra, ou outras. 

O diretor mostra que intensidade não exclui a possibilidade de delicadeza, premissa em que sua maestria sempre comove - em meio, aliás, a uma escola de diretores, como os outros já citados, em que a sutileza é ferramenta de pleno domínio, embora com usos e objetivos diversos.

A câmera rebaixada, seguindo o hábito de se sentar no chão, comum no país, a riqueza e detalhismo dos trajes, o plano fixo e duradouro, o corte seco, que garante uma decupagem extremamente afiada e a serviço da história, os silêncios.

Sem contar as cores (fotografia de Kazuo Miyagawa) e a nostálgica e, uma vez mais, delicada trilha musical (Takanobu Saito) que embalam aqueles destinos ao longo de duas horas. Tudo parece ser beleza e contemplação em “Ervas Flutuantes”. O filme de Ozu, porém, como se disse, é bem mais que isso, deixando seu recado sobre o caráter fugidio das coisas da vida.

Além de “Ervas Flutuantes”, o esquenta para o Encontro da Socine terá mais um filme em cartaz no MIS: “Crisântemos Tardios” (1939), de Kenji Mizoguchi, na quinta-feira, 19h. Os dois longas serão abordados por Lúcia Nagib, uma das convidadas do Encontro da Socine, durante a palestra “Geidomono: Teatro e Cinema em Ozu e Mizoguchi”, no dia 23/10, 18h15, no Auditório Multiuso da UFMS.

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NA PONTA DA LÍNGUA

Conheça os mitos e verdades de ter o inglês como segundo idioma

No Brasil, mais de 10,7 milhões de pessoas possuem algum conhecimento sobre a língua que é considerada por especialistas item fundamental tanto para a trajetória profissional quanto pessoal

15/10/2024 04h00

Apenas 1% da população brasileira - 2.153.000 pessoas - possui fluência no inglês, quarto e mais alto nível de proficiência em uma língua; os outros três níveis são: iniciante, intermediário e avançado

Apenas 1% da população brasileira - 2.153.000 pessoas - possui fluência no inglês, quarto e mais alto nível de proficiência em uma língua; os outros três níveis são: iniciante, intermediário e avançado Eder Flávio / Reprodução

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Ter um segundo idioma fluente, principalmente o inglês, que é a língua mais falada no mundo, é fundamental tanto para a trajetória pessoal, quanto profissional. Conhecer novas pessoas, novas culturas e almejar desafios na carreira é o sonho de muitos brasileiros. Para isso, possuir conhecimento de um idioma derruba barreiras e facilita a comunicação.

Um estudo realizado, em 2023, pelo British Council - organização internacional voltada à valorização da educação e das relações culturais - aponta que somente 5% da população (10.765.000) têm conhecimento e apenas 1% (2.153.000) possui fluência no inglês no Brasil. Camilo Carvalho - diretor de uma franquia de cursos com 20 anos de existência e 290 escolas em todo o país, inclusive, em Campo Grande, Três Lagoas, Aquidauana e outras cidades de MS - revela quais são os mitos e as verdades de ter o inglês como a segunda língua. Confira:

MORAR FORA

Mito. Apesar de a imersão em uma cultura, com direito à rotina dos falantes de língua inglesa auxiliar no desenvolvimento e vocabulário, morar fora do Brasil não influencia no estudo do inglês. O esforço depende de cada um para o aprendizado. Existem pessoas que moraram no exterior por anos e não conseguiram desenvolver as habilidades linguísticas.

Dessa forma, garante Camilo Carvalho, os cursos oferecidos em solo brasileiro podem suprir e ajudar àqueles que querem aprender uma segunda língua. Para complementar, aulas de conversação, filmes, séries e músicas no idioma permitem ampliar o conhecimento e melhorar a pronúncia.

PROFESSORES NATIVOS

Mito. O fato de um nativo dominar seu idioma não significa que será um bom professor e saberá transmitir seu conhecimento de forma clara. É importante que seu “teacher” tenha habilidades didáticas e métodos para compartilhar seus fundamentos. Outra vantagem de ter um professor que foi alfabetizado na sua língua é que ele conseguirá tirar dúvidas comuns de estudantes de língua inglesa, diferentemente de um nativo que pode não entender o problema.

Além disso, o docente brasileiro, por exemplo, também passou pelos mesmos desafios na aprendizagem do segundo idioma e, com sua experiência, pode auxiliar e transmitir seu conhecimento de maneira mais fluida.

Apenas 1% da população brasileira - 2.153.000 pessoas - possui fluência no inglês, quarto e mais alto nível de proficiência em uma língua; os outros três níveis são: iniciante, intermediário e avançadoEscreva a legenda aqui

VÁRIAS VEZES AO DIA

Segundo Carvalho, sim, é verdade que estudar várias vezes ao dia melhora a fluência. A constância é parte importante para aqueles que optam por aprender um novo idioma. Estudar várias vezes ao dia não significa ficar imersivo em livros e videoaulas. O estudo também pode ser realizado por meio de músicas, séries, canais de entretenimento no Youtube e até mesmo na configuração do seu celular.

Ao estudar com mais frequência, o cérebro absorve e fixa o conhecimento de forma mais natural e contínua. Por exemplo, se você separar de 15 a 30 minutos diários para ter contato com a língua inglesa, conseguirá absorver novas palavras e ampliar seu vocabulário.

CONTINUAR ESTUDANDO

Verdade. Mesmo fluente é necessário continuar estudando. Até mesmo em nossa língua materna encontramos dificuldade em lembrar de determinadas palavras e gramática. Isto não difere quando é fluente no inglês. Portanto, a constância no estudo do idioma é primordial para “massagear” o cérebro e não esquecer regras gramaticais, vocabulário e pronúncia. Mas lembre-se, o estudo vai além do falar. É importante exercitar também a escrita, o escutar e a leitura.

TEM QUE TRADUZIR

É um mito a afirmação de que só se aprende inglês ao traduzir. Para aqueles que estão iniciando o aprendizado dessa ou de qualquer outra língua, é automático traduzir cada palavra ou frase. Porém este não é o melhor método para aprender o idioma. As plataformas de tradução são complementos do estudo e servem para auxiliar em dificuldades pontuais. Para aprender a língua inglesa é necessário deixar a tradução de lado e se dedicar a pensar em inglês e imergir no idioma. Dessa forma, o aprendizado será mais rápido e eficiente.

“O inglês se tornou fundamental para aqueles que querem galgar novos desafios e até mesmo para os aventureiros que gostam de conhecer diferentes culturas. Cursos mais focados no dia a dia e que contam com uma didática moderna envolvem o aluno desde a primeira aula. Sabemos que ter um segundo idioma abre portas no mercado de trabalho. Então, é preciso também ter como objetivo ajudar no desenvolvimento pessoal e profissional de cada estudante”, diz Camilo Carvalho.

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