Tendência neste ano, com referências como a cantora sertaneja Ana Castela e Beyoncé, com seu mais novo álbum "Cowboy Carter", o country sempre esteve presente na estética das festas juninas.
Mas, apesar dos modelos glamourosos, não é incomum errar a mão e fazer a linha "Chico Bento no shopping". Por isso, o Correio B preparou uma série de dicas para lhe ajudar a escolher o que usar na hora de curtir as festas com a família, amigos, ou com o mozão (Dia dos Namorados está logo ali).
O bom e velho tricô
Apesar do calorzinho da última semana, o frio promete voltar ainda este mês, e isso não deve atrapalhar as festividades tradicionais. Para acompanhar a ingestão dos quentões durante as festas, nada melhor do que se manter quentinho com um tricô.
Feito pela vovó ou comprado pronto, novo ou um que estava há tempos guardado no armário, o tricô é uma arte atemporal que tem uma grande gama de possibilidades, tanto na construção da peça quanto na hora de montar os looks.
Laços, fitas e rendas
Com fru-fru ou não, é você quem escolhe, aqui é realmente sobre o que seu coração mandar.
A utilização de laços e fitas pode ser chamativa, o centro do look, ou discreta, aquele detalhe bobo que dá o charme final. E a renda pode ser mais fechada ou aberta, sexy ou romântica.
O guipir, por exemplo, é um estilo de renda que abraça a moda casual, sendo mais robusto. Já as rendas de tule, por outro lado, são mais sexys em função da transparência.
Xadrez não é para todos (e está tudo bem)
O xadrez vive em um limbo, há quem o ame e há quem o odeie. No Brasil, a estampa ficou fortemente associada às festas juninas por ser muito utilizada no campo, sendo considerada um elemento caipira.
Para quem não gosta dos quadradinhos tradicionais e rústicos como o buffalo check ou o tartan, ainda há salvação.
Para não fugir tanto do convencional, é possível aderir ao sofisticado pied-de-poule. Com origem na Escócia, durante o século 19, a estampa ficou famosa na década de 1920, ao ser utilizada pela estilista francesa Coco Chanel.
Mas se o xadrez realmente não é a sua praia, uma boa aposta de padrão para usar é o poá, as famosas "bolinhas". Podem ser coloridas ou preto e branco, grandes ou pequenas, dá para ousar muito.
Nada mais tendência que baixo custo e sustentabilidade
Em tempos de mudanças climáticas, a sustentabilidade se tornou algo imprescindível, inclusive na moda. Com isso, brechós se tornaram mais populares e a reutilização de peças, também.
É no meio dessa mudança de comportamentos sociais que surge o upcycling, termo criado para definir o reaproveitamento de objetos e materiais para criar novos itens, muitas vezes com funções diferentes.
Apesar de o nome ser novo, a técnica já é utilizada nas festividades juninas há muito tempo, por meio do bom e velho patchwork, mais conhecido como retalho.
Por que usamos roupas caipiras?
A festa junina, celebrada com fogueiras, quadrilhas e comidas típicas, como milho e quentão, tem suas origens em celebrações pagãs na Europa, onde fogueiras eram acesas para celebrar o solstício de verão e marcar o início das colheitas.
Com o advento do catolicismo, essas festas foram incorporadas pela Igreja e associadas ao Dia de São João Batista (24 de junho).
No Brasil, as festas juninas chegaram com os colonizadores portugueses, no século 17. Desde então, a tradição foi enriquecida com elementos locais, especialmente alimentos feitos de milho, uma vez que junho coincide com a safra do cereal na América do Sul.
Os trajes caipiras usados nas festas juninas têm suas raízes na contradança europeia, popularizada entre os camponeses da Normandia e da Inglaterra e, posteriormente, adaptada pela nobreza francesa no século 18 como a quadrille.
No Brasil, a dança foi introduzida pelos aristocratas portugueses e adaptada ao contexto local.
Quando a quadrilha chegou ao Brasil, os camponeses locais se inspiraram nos trajes da nobreza. As mulheres adotaram vestidos volumosos, com anáguas que davam movimento e estrutura ideais para a dança.
Os homens vestiam camisas, calças e coletes inspirados nos trajes nobres. Com o tempo, essas roupas foram reinterpretadas de acordo com a realidade e as necessidades locais.
Com a popularização da festa entre os camponeses, os trajes passaram por adaptações. Os sapatos de salto alto foram substituídos por sandálias de couro, e os tecidos caros deram lugar às chitas.
Chapéus de palha, usados pelos trabalhadores rurais, foram incorporados ao vestuário. As roupas também ganharam remendos e uma estética mais prática e adaptada ao clima quente do Brasil.

Helio Mandetta e Maria Olga Mandetta
Thai de Melo


