Correio B

DIÁLOGO

Mesmo com a exoneração publicada, figurinha passou óleo de peroba na cara... Leia na coluna de hoje

Por Ester Gameiro ([email protected])

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Augusto Cury - escritor brasileiro

"Se quisermos compreensão, respeito, gentileza, solidariedade, devemos aprender a ser compreensivos, respeitosos, gentis e solidários”.

FELPUDA

Mesmo com a exoneração publicada no Diário Oficial de MS, figurinha passou óleo de peroba na cara e continuou usando o lugar que ocupava até então e despachando como se ainda estivesse no cargo. 

Enquanto isso, o substituto teve que esperar sentado na sala dos motoristas que, gentilmente, cederam uma cadeira até que o seu futuro espaço fosse liberado. Quis mostrar que caiu, mas de pé. 

E assim caminha a humanidade... Pode?

Durante o 27º Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil, Victor da Silva Lima, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Química da UFMS, recebeu o Prêmio Francisco José de Abreu Matos de Pesquisa e Inovação. O trabalho premiado, que teve a professora Nídia Cristiane Yoshida como orientadora, foi desenvolvido durante o mestrado de Lima, concluído em 2023, e é continuado agora, durante o seu doutorado. 

A pesquisa envolve o estudo da composição química da Aspidosperma nobile, espécie ainda não reportada na literatura e escolhida como objeto de estudo a partir de observações realizadas durante visitas de campo, em que a presença de látex vermelho chamou atenção do pesquisador.

A premiação é oferecida pela Sociedade Brasileira de Plantas Medicinais e tem por objetivo homenagear os melhores trabalhos científicos desenvolvidos por jovens pesquisadores.

Futuro

Depois das eleições municipais deste ano e seus resultados, nos bastidores políticos, as conversas soam com tom de advertência sobre como será o desempenho nos Legislativos estadual e federal. A configuração partidária poderá mudar quase  completamente, levando-se em conta as posições a serem tomadas diante dos graves problemas que deverão vir e que terão reflexos em 2026. 

A conferir.

Jacqueline Vargas e Simone StortiJacqueline Vargas e Simone Storti
Bruna Rezende

Posses

Está marcada para as 16h do dia 1º de janeiro de 2025 as cerimônias de posse da prefeita Adriane Lopes, da vice-prefeita Camila Nascimento e dos 29 vereadores de Campo Grande. Será no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo. Em seguida, os vereadores vão para a Câmara Municipal, onde acontecerá a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2025-2026.

Batente

Porém, os trabalhos em plenário terão início somente no dia 17 de fevereiro, com o ato inaugural acontecendo às 9h. No dia seguinte (18), será realizada a primeira sessão ordinária de 2025. A partir daí, dará para se ter ideia sobre o comportamento dos vereadores “indecisos” e como serão as articulações.

ANIVERSARIANTES

Terça-Feira (24)

  • Beatriz Medeiros Navarro Santos, 
  • Lucimar Lacerda de Melo,
  • Cristiano Paim Gasparetti,
  • Adão Dias Vieira,
  • Delfino José dos Santos,
  • Jorge Arlindo Aguirre,
  • Márcia Eliza Serrou do Amaral,
  • Tarcila Helena Santos do Nascimento,
  • Adonis Camilo Froener,
  • Cleuza Mara Franco dos Santos,
  • Gilberto Vital,
  • João Rafael Deiss,
  • Abdias Pacheco Santos,
  • Maria Vanda Gomes Cardoso,
  • Leoncio Elidio dos Santos Junior,
  • Márcio Luiz Bandeira de Melo,
  • Cláudio Rocha Barcellos,
  • Natalina Gonçalves da Silva,
  • Dr. Nicanor de Araújo Lima,
  • Dr. Wellington Moreira Mello, 
  • Lara Marília Chaves,
  • Thiago Dias de Lessonier,
  • Wilma de Moraes Souza,
  • Marlene Capiberibe,
  • Ana Maria Rebelato,
  • Tânia Mara Teixeira Roncatti,
  • Pedro Messias Lacerda,
  • Veronique Claude Loubet Cortada,
  • Sônia Maria Abuhassan,
  • Vanda Ferreira Machado,
  • Ana Cristina Thiers,
  • Elvira de Paula Eduardo,
  • João de Souza Neto,
  • Luiz Antonio Prado,
  • Maria Amélia Santos Duarte,
  • Carla Guttierrez Jacob,
  • Alayde Cardoso Gonçalves,
  • Aurélio Pires Azambuja,
  • Ítalo Francisco Stefanini,
  • Cleonice Costa Ferreira,
  • Andréa Netto Braga,
  • Valdemar Pinto Costa,
  • Ivonete Mendonça Borba,
  • Élcio Padovan Correia,
  • Osmar Soares Fuzário,
  • Eva Muta de Queiróz,
  • Adão Ortega,
  • Danilo Silva de Moraes,
  • José Cesar Boeira Lourenço,
  • Sebastião Felix da Silva,
  • Sérgio Oshiro, 
  • José Luiz Cardoso,
  • Marcelo Ferreira Mello,
  • Rubens Nogueira da Rosa,
  • Margarete Pereira de Castro Bertelli, 
  • Denise Orro de Lima, 
  • Elizete Lanza,
  • Maria Eva Maldonado Duarte,
  • Natalia Ferreira de Paula,
  • Rubens de Andrade Ferreira,
  • Maria Ignacio Afonso,
  • Luzia Belarmino,
  • Ilma de Fátima dos Santos Fernandes, 
  • Telso Marques de Oliveira,
  • Edson Natalício Vera,
  • Fernando Milan Amici,
  • Osmar Adão Verza,
  • Raul Enrique Rojas Fernandez,
  • Danielle Almirão Caldeira Franco,
  • Joana Rafaela Fernandes da Silva,
  • Renata Tiveron de Assis Berriel,
  • Dr. Marcos Camilo Falcão,
  • Regina Célia Figueiredo da Silveira,
  • Dirceu Bianchet,
  • Dóris Ricartes da Silva, 
  • Israel Rafael Espíndola,
  • Natália Pompeu Monteiro Padial.

Quarta-Feira (25)

  • Dr. Marcos Rogério Mistro Piccinin,
  • Dra. Marlene Schneider Pereira,
  • Mikael Moraes da Silva,
  • Maria Inês Martinusso,
  • Silvia Loureiro Ricardo,
  • Ariovaldo Batista de Araujo,
  • Mário Natálio Oliveira Pavon,
  • Nélio Gonçalves da Silva,
  • Eléa Rocha Bertolli,
  • Darci Ribeiro Soares,
  • Ligia Aparecida Higa Cândido,
  • Denize Demirdjian Sampaio Jorge,
  • Cristiano Gionco, 
  • Emerson Chesma Sepol Acchor,
  • Dr. João Carlos Barbosa Florence,
  • Dr. Frederico Luiz de Freitas,
  • Manoel Lobo de Brito,
  • Adriano Fábio Franchini,
  • Francisco Ishibashi,
  • Gilma Silveira de Magalhães, 
  • Levy Arnos Monteiro,
  • Lianice Marques Romeiro,
  • Antônio Zozival Milfont Sobreira,
  • Dr. Natal Silveira de Carvalho, 
  • Renan Barbosa Contar, Albina Aguirre,
  • Natalina da Rocha Vieira,
  • Cíntia Cristina Zurutuza,
  • Messias Fernandes,
  • Evandro Rodrigues Pereira,
  • Miguel Assis Saueia,
  • Evelyn de Arruda Baeta Tetsuya,
  • Paulo Cesar dos Reis,
  • Luiz Bezerra dos Santos,
  • Francisco Ferreira da Costa, 
  • Sildo Francisco Flutuoso Júnior,
  • Natalina Monteiro,
  • Josué Pires Hildebrand,
  • Márcio Natalício Garcia de Brito,
  • Victor Guimarães Sales, 
  • Lucrécia Leite, 
  • Maria de Melo Netto,
  • Hercília dos Santos,
  • Miguel de Souza,
  • Anderson Antônio de Menezes,
  • Noé Nogueira Filho,
  • Erço Carlos Gomes,
  • Lucindo Zamboni,
  • Natalício Alves de Oliveira,
  • Vanda Conceição Ferreira,
  • Maria Cristina Abrão Nachif,
  • Eliane Maria Santos Ormond,
  • Natalício Soares da Silva,
  • Andrea Barbosa Franco,
  • Francisco Chargas Cavalcante,
  • Ivanice França,
  • Luzia Alves de Moraes,
  • Waldenir Borges,
  • Zueli Farias da Silva,
  • Rebechi,
  • Manoel Joaquim de Lima,
  • Natalina Araujo Marinho Ortega,
  • Adriana Maria Bataglin Rodrigues,
  • Nelson Ossamo Todokoro,
  • Julieta Leiko Nakaya Mori,
  • Noely Goncalves Vieira Woitschach,
  • Carla de Moraes Rêgo Mandetta,
  • Jerônimo Mazurkevicz,
  • Wilson Renato Spegiorin Junior,
  • Viviane Miwako Inoue,
  • Antonio Carlos Leituga Junior.

* Colaborou Tatyane Gameiro

Correio B

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (06/03)

06/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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LUIS FERNANDO VERÍSSIMO ESCRITOR BRASILEIRO
"Tem muita gente honesta neste País. 
Só não se identificam para não ficar 
de fora se aparecer um bom negócio”.

FELPUDA

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes bem próximos colocarem luvas de boxe para embate em conhecido ringue. É que um deles vem posando de oposição, enquanto o outro é “chegado” de cabeça coroada. Na prática, dizem, um vai bater e o outro defenderá. Os dois já estiveram no mesmo partido, mas recentemente deixaram de andar de mãos dadas e foram caminhar politicamente separados. Um deles largou o certo pelo incerto e se deu muito mal. Já o outro tem dançado conforme a música. É esperar para ver.

Em alta

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou Boletim Logístico, mostrando que o avanço da colheitade soja tem influenciado os preços praticados no mercado de serviços de transporte de grãos nas rotas pesquisadas, como em MS.

Mais

A perspectiva de produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões 
de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões, o que influencia na alta nos serviços de frete.

DiálogoCorah Medeiros
DiálogoCláudio Castro e Rafael Picciani - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4090

 

Diálogo

Após 13 anos no esporte, a atleta Camille Giovanini (foto) parte para uma nova etapa na vida: a carreira como artista do Cirque du Soleil. No começo deste ano, a jovem de 19 anos foi para Montreal, no Canadá, iniciando um período de treinamentos. Aprovada em um processo seletivo muito disputado, ela foi escolhida para integrar a companhia multinacional. “A primeira etapa está sendo de muito treino e preparação. Eles me chamaram para a equipe do espetáculo ‘Russian Swing’, que é um número bem radical composto só de mulheres. Depois de toda a preparação vou adiante para os shows. É isso! O que eles pedirem estarei fazendo”, assegurou. 

Na mira

A tentativa da criação de CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, e o pedido de impeachment da prefeita Adriane Lopes são os dois assuntos polêmicos que dominarão as discussões na área política de Campo Grande, neste pós-carnaval. Em ambos os casos, há quem não aposte nem “um dólar furado” de que vão prosperar, por uma série de fatores. Essas questões deixaram claro que a prefeita terá que estar preparada contra as ofensivas, que deverão ocorrer de forma constante.

Alerta

A invasão de hackers, no dia 2, ao sistema do Departamento de Tributação e Contabilidade da Prefeitura de Ivinhema serve de alerta para que outros municípios redobrem a segurança. Essa ação, conforme aquela prefeitura, pode ter resultado na obtenção pelos invasores cibernéticos de dados das pessoas, como nome, CPF, RG, endereço, telefone, data de nascimento e estado civil. As autoridades policiais foram comunicadas.

Bola da vez

Na briga pelo poder, a União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) é a bola da vez.  Integrantes do Legislativo municipal de Campo Grande estão fazendo articulações, buscando até a Justiça,  com vistas a conquistar  o comando da entidade, que há décadas tem a frente o vereador Jeovani Vieira dos Santos, de Jateí, e que poderá ter como concorrente o seu colega da Capital, Junior Coringa.

ANIVERSARIANTES

  • Adriana Paula Cândido,
  • Eduardo de Melo Spengler, 
  • Dra. Maria Auxiliadora Budib,
  • Sérgio Silva Muritiba,
  • Alessandra Patrícia Pandolfo Simon, Christiane Buainain Gonçalves,
  • Ademir Garcia dos Reis,
  • Benilo Allegretti,
  • Leida Aguero Reis,
  • Pedro Paulo Feronato,
  • Rodiney de Pinho Barbosa,
  • Valdeir de Oliveira,
  • Bento Lebre dos Santos,
  • Donizete Ribeiro de Magalhaes,
  • Maria Alves de Almeida,
  • Sandra Maria Silveria Denadai,
  • Antonio Silvio de Souza,
  • Benedicto Moreira,
  • Maria Aparecida de Oliveira,
  • Katia Tavares,
  • José Carlos Tavares do Couto Filho, 
  • Joao Reston Elias,
  • Edyna Araújo de Almeida,
  • Dr. André Augusto Wanderley Tobaru, 
  • Débora Rondon, 
  • Márcia Tateishi Yamauchi,
  • Dr. Redel Furtado Neres,
  • Dr. Marcos Tadeu Winche Andrade, Jaime Selle, 
  • Oscar Quiroga, 
  • João Adecio Alves,
  • José Narciso Escobar,
  • Marcos Antonio Soares,
  • Andréa Saab Baroli,
  • Nailo Garces da Costa,
  • Marcilio Gianerini Freire,
  • Elizabete Alves da Silva,
  • James Rudy Silveira,
  • Lidio Moraes,
  • Denise Tibal Vasconcelos Dias,
  • Andressa Rafaela de Souza,
  • Sérgio Roberto Mendes, 
  • Elida Brito de Alencar,
  • Joana Inês Bitencourt,
  • Júlio Sérgio Vargas Fernandes,
  • Magda Guimarães Falcão Alves Zamboni Freitas, 
  • Dra. Leonir Wiechert Nogueira Barros, 
  • Deodato Dortas Rodrigues Neto,
  • Fabrizia Ferreira Machado,
  • Júlio Cesar Carvalho,
  • Ivandro Correia Silveira,
  • Dayanny Bento Silva,
  • Kelly Cristina Garcia,
  • Angela Maria Ranconi,
  • Fernanda Marques Yafusso,
  • Milton Martinho,
  • Fernando Lamers, 
  • Antônio João Grande de Melo,
  • Marcelino Rodrigues de Souza,
  • João de Freitas Pinto, 
  • Washington Luiz Castro Júnior, 
  • Bernadete Abrão, 
  • Ivan Mendonça Arruda, 
  • Juailson Canhete da Costa, 
  • Maria de Almeida Metello de Assis, 
  • Cláudio Nakazato,
  • José Luiz Saad Coppola, 
  • Kelly Haruko Kaneki, 
  • Edmar José Panassolo,
  • Carlos Alberto Garcete de Almeida,
  • Diones Figueiredo Franklin Canela, Rener Cruvinel Borges,
  • Kenya Silveira Lopes, 
  • Mara Gimenez Pereira da Silva,
  • Karla Lorena Griesbach Nantes, 
  • Ruth Corrêa de Lima Carvalho,
  • Francisco de Paula Ribeiro Júnior,
  • Ana Keller dos Santos Aleyne, 
  • Luiz Carlos Mandu da Silva,
  • Marcelo Cesar de Oliveira, 
  • Hosana Gonçalves Moraes,
  • José Massayoshi Simabucuro,
  • Roberta Soto Maggioni,
  • João Paulo Tomás,
  • Ana Paula Seles Paco dos Santos,
  • Ozair Kerr, 
  • Emerson Tiogo da Silva,
  • Walderez e Silva de Farias,
  • Jorge Alberto Pizzaro de Menezes,
  • Dênis Peixoto Ferrão Filho,
  • Thaís Iguma, 
  • Higo dos Santos Ferre,
  • Renata Espíndola Virgilio,
  • Vânia Mara Basílio Garabini,
  • Tamara Guimarães da Costa,
  • Edinete Lira Torres Castello,
  • Jean Cleiton Santi,
  • Zenildo de Oliveira,
  • Carlito de Oliveira Boza, 
  • Ademar Gonçalves Machado, 
  • Fabia Elaine de Carvalho Lopes, 
  • Giselly Pitinari Cordeiro, 
  • Marisol Marim Alves de Oliveira,
  • Maria Luiza Businaro, 
  • Patricia Lantieri Correa de Barros, 
  • Christiane Barnard Pereira Utima,
  • Zilma Marques de Bernardo Castro e Silva,
  • Emerson Pereira de Miranda.

 COLABOROU TATYANE GAMEIRO

CULTURA & FOLIA

Conheça a relação do historiador Edson Contar com o Carnaval de Campo Grande

Pioneiro na organização do desfile carnavalesco de Campo Grande, o historiador, jornalista e compositor Edson Contar é uma figura essencial para se entender como a festa tomou conta da cidade e ganhou a dimensão que tem hoje

05/03/2025 10h00

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande Foto: Flávio Eder

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“Minha carne é de Carnaval/meu coração é igual [...] onde quer que/eu ande em qualquer pedaço/eu faço/um campo grande/um campo grande”.

A canção de 1972 do Novos Baianos (“Swing de Campo Grande”), embora celebre a alegria dos integrantes do grupo de pular Carnaval em uma das praças mais conhecidas de Salvador, na Bahia, cai como uma luva no estado de ânimo que a festa provoca em Edson Contar.

Figura essencial para o que a festa da Campo Grande sul-mato-grossense se tornou, pelo menos, nos últimos 50 anos, o historiador, jornalista, compositor, turismólogo e, sobretudo, folião Edson Contar, que, inclusive, atuou no Correio do Estado, traz a história do samba, das escolas e dos desfiles da Capital na ponta da língua. Em muitos dos episódios que conta, mais do que testemunha, é ele um dos protagonistas, se não “o” protagonista da situação.

Seu Edson domina o assunto, e quem já bateu um papo com ele sabe o quanto é bom de prosa.

“Quanto a essa quarta [Quarta-Feira de Cinzas], nem eu entendi isso de cair logo após o Carnaval”, brinca, soltando uma risada, ao saber o dia em que seria publicada essa reportagem. O artista da folia segue dizendo que “o Carnaval ainda é uma festa do povo”, para relembrar, em seguida, dos carnavais “de antigamente”, recuperando o nome de Goinha como o responsável pela multiplicação das escolas, na década de 1960, a partir da criação da Acadêmicos do Samba.

PATRIARCA

“Mesmo que as escolas de samba não tenham espaço para tanta gente, os blocos e cordões supriram e deram chance de participação para os que gostam da folia”, reflete o veterano, cujo sangue carnavalesco transmitido ao filho, o também historiador Jefferson Contar, rendeu como fruto o Cordão Valu, que, por sua vez, desde 2007, quando desfilou pela primeira vez, acabou se tornando celeiro de outros blocos que surgiram, como o Capivara Blasé e o Vai Quem Vem.

É que Jefferson, ao lado de sua esposa, Silvana Valu, mais uma historiadora na resenha de hoje, foi quem criou o Valu, o que faz do patriarca uma espécie de “alfa e ômega” do Carnaval campo-grandense. À frente da Secretaria de Turismo da Capital, Seu Edson não mediu esforços para trazer mais profissionalismo à celebração e decidiu, em um esforço conjunto com as escolas, investir na organização, oficializando o desfile.

As alas passaram a ser identificadas e todo um ordenamento de entrada na passarela foi estabelecido, a partir de um regulamento que procurava seguir os ditames do Carnaval carioca – a festança do Rio de Janeiro é uma das paixões confessas do compositor.

A bateria ganhou um “tchan”, a confecção das fantasias passou a ser mais requintada, assim como a definição dos temas e a criação dos sambas-enredo também deram um salto de criatividade. A ala das baianas, a comissão de frente e tudo o mais ganhou outros cuidados.

IGREJINHA

Nada, porém, foi tão fácil quanto pode parecer olhando de longe. Uma das dificuldades era, justamente, encontrar quem compusesse os sambas-enredo. E, na falta de compositores, Edson assumiu a criação do samba de cinco escolas. Aos poucos, foram aparecendo outros bambas bons de verso, como Onésimo Filho, que, no ano seguinte, assinou o samba-enredo da Vila Carvalho.

Apesar do coração grande, onde cabem todas as agremiações, Seu Edson não esconde que as coronárias pulsam com mais força quando o assunto é a Igrejinha, para a qual compôs vários dos enredos que levaram a escola, fundada em 12 de maio de 1975, a ser campeã por 24 vezes.

“E assim fiz história cá na cidade que meu bisavô [José Antônio Pereira] fundou. Quesitos, que não existiam, as escolas tiveram que adaptar. Mas o entrave seriam os sambas-enredo”, relembra o carnavalesco e cronista, que em 2016 foi tema da Vermelha e Branca.

“Ainda não atraía compositores de então, e lá fui eu compor para as cinco ou seis escolas de samba da época. No segundo ano, bem-vindo o querido Onésimo Filho, que assumiu o samba da Vila Carvalho. Em seguida, o grande Cambará traz o balanço corumbaense para a Em Cima da Hora... (Meus respeitos e saudades, mestres!)”, escreve Seu Edson em uma crônica publicada recentemente em seu perfil no Facebook.

“E eu segui fazendo o enredo para a Igrejinha, na qual fui campeão por 12 anos, com letra e música dos enredos, ficando um deles como hino da escola: ‘Maria Fumaça – Um Símbolo e Seus Heróis’, que conta a chegada da estrada de ferro por aqui, em 1914. A maioria dos meus sambas foram puxados pelo amigo Edir Valu, que viria a ser sogro do meu filho mais novo [Jefferson]”, diz o mestre, que também é autor do clássico “Ave Maria Pantaneira”.

SEM MODÉSTIA

Ele conta que também “fez” dois campeonatos pela Unidos do Cruzeiro.

“Salve, salve, querido irmão amigo Renato Picolé, saudoso sambista que também fez história nos carnavais”, exalta o carnavalesco, na conversa por telefone.

Ele passou o Carnaval em Piraputanga, onde se recupera de um resfriado. Deve estar de volta a Campo Grande hoje.

“Tenho orgulho, sim. Modéstia não cabe quando a gente pode contar de cabeça erguida uma história de vida que milhares conhecem por aqui. Fui enredo da Igrejinha quando parei com as composições. O palco da escola tem meu nome. Recebi o troféu Cidadão Samba das mãos da famosa Leci Brandão”, conta Seu Edson, atualmente com 85 anos – “cara de 58”, brinca ele – e lidando com problemas de saúde em decorrência de décadas de baforadas nos “malditos” cigarros.

“Tenho em minha galeria dezenas de troféus, que, somados ao do turismo, que leva meu nome, em mais uma homenagem em vida que me presta a ABBTUR [Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo], me fazem um homem realizado e hoje conformado. Se já não tenho pernas para sambar, resta-me olhar de longe o Cordão Valu passar, e nele um pedaço de mim, pois foi meu filho e sua esposa que fundaram essa agremiação, que hoje é o top do Carnaval em Campo Grande”, emociona-se.

“TORÇO POR TODAS”

“E no dia das escolas, além da minha Igrejinha, torço por todas, pois em cada uma tive um irmão de samba e amigo da vida. Valeu, Dudu, Chipe, Edno, Goinha, Carlão, Zé Carlos, Alceu Adão, Salvador Dodero, Picolé e os meninos da Estação Primeira. Tudo passou , mas ficam as lembranças”, relata Seu Edson, arrematando a conversa com mais uma declaração de amor ao Carnaval de Campo Grande. Ou, melhor dizendo, à sintonia que a vibração carnavalesca pode despertar.

“Ser comparado como primo pobre de Corumbá é coisa do passado. Basta ver a riqueza de nossas escolas e a animação dos blocos. Cada um tem suas características, mas é verdade que os corumbaenses muito contribuíram para o crescimento dos nossos carnavais. Há uma perfeita harmonia entre nossas agremiações e as de lá. E até casos de foliões que desfilam aqui e lá no outro dia”, ameniza Seu Edson. “Tá” falado, mestre.

Eram Outros Carnavais
(Edson Contar)

Fui menino de cordão
Pierrô de colombinas 
Rapazinho, dos danados,
Sem descanso pras meninas...

Já feito, peguei caminho
Ver de perto o carnaval
Fiz do Rio o meu ninho
Tempos de paz e carinhos
De alegria sem igual...

Animado e decidido
Passei por bandas de então:
Ipanema, Miguel Lemos,
Copacabana, Bola Preta,
E no Copa o salão.

Voltei pra casa formado,
(Malandro no sentido figurado)
Assumi cargo importante
Que incluía a folia ...
E era tudo o que eu queria,
Trazer a lei pro meu chão...
Pois aqui organizaria
Com regras e novo formato
Os desfiles de então.

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